Opostos - Effie e Haymitch escrita por HeyAnnie


Capítulo 7
Capítulo 7 - Calçada


Notas iniciais do capítulo

Hey! Espero que gostem desse novo capítulo!

Lembrete: Ainda passa antes da Edição 74 dos Jogos.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/496308/chapter/7

Respiro fundo, hora do jantar. Já são dez tributos mortos na edição dos Jogos desse ano. Mesmo já trabalhando para a Capital por anos, ainda acho tudo isso injusto... “Cale-se Effie, não pense assim. Apenas continue a viver” minha consciência repete dentro de minha mente. Balanço a cabeça e limpo uma lágrima que escorre pelo meu rosto.

Ouço batidas na porta. Me levanto, desanimada. Eu não tinha chamado ninguém para vir ao meu apartamento hoje, quem estaria batendo aqui a essas horas? Assim que abro a porta, tento conter minha surpresa. Dou de cara com Haymitch.

– Olha, eu só vim aqui para... para dizer que se quiser voltar a ver seu amigo, eu não irei me intrometer mais – Haymitch fala, olhando para os próprios pés – Ele está aqui, e se você gostar dele, eu não vou impedir nada.

– Haymitch, Tom é só um amigo – digo, mesmo tendo duvidas disso – alias, te achei fofo com ciúmes.

– Nem me lembre – Haymitch ri e balança a cabeça.

– Bem, com licença, preciso jantar – falo.

– Eu não posso te acompanhar?

– Depende, se não tentar me beijar – proponho.

– Não prometo nada.

– Calma, você não ia embora esta noite? – pergunto – já que, sem querer ser indelicada, seus tributos... faleceram. Achei que voltaria hoje para o Distrito 12.

– Pare de tentar se livrar de mim senhorita Trinket – Haymitch fala, rindo – Vou embora, amanhã. Ai você não precisara me ver, certo?

– Vamos logo, antes que o jantar esfrie – digo, tentando escapar da pergunta.

Aquela pergunta foi o golpe mais fatal que já me deram. Se enrolássemos, acabaria implorando para que ele ficasse por mais alguns dias, e não queria parecer desesperada na frente dele. Acima de tudo, eu tenho um orgulho incrível.

Acabamos indo jantar no restaurante do prédio. Nos sentamos numa mesa só para dois, e ficamos em silêncio por algum tempo, apenas nos encarando. Então, percebo algo que não tinha notado antes.

– O porteiro não avisou que você estava subindo até meu apartamento – raciocino – Como você entrou aqui sem falar com ninguém?

– Digamos que eu não precise de permissão – responde, calmamente – e digamos que seu porteiro dorme muito.

– Haymitch Albernathy! – grito, sem conter o riso – você invadiu o prédio?!

– Digamos que sim – Haymitch ri – você acha mesmo que iam deixar um bêbado entrar?

– Chego a conclusão que você é maluco.

– Chego a conclusão que você é linda – retruca Hyamitch.

Sinto meu rosto esquentar. Por que ficava tão envergonhada quando era elogiada por Haymitch? E por que eu ficava ainda mais corada quando ele sorria? Eu não poderia estar tão apaixonada para ficar assim por causa de um elogio bobo. Ou poderia?

– Effie!

Não é Haymitch que estava me chamando. Olho para o lado e me deparo com Thommy, vindo em nossa direção. Volto meu olhar para Haymitch, que não parece nada feliz com a presença de Tom, mordo meu lábio inferior.

– Oi Effie – diz Thommy, já do meu lado. -

– Olá! – falo, animada – veio jantar aqui?

– Sim, mas já terminei – ele responde, olhando para Haymitch – estou atrapalhando algo?

– Se quer saber, sim, está – fala Haymitch, seco, sem me dar oportunidade de responder – mas pode ficar a vontade, já estou de saída – ele se levanta e olha para mim, tristonho – adeus Effie, aproveite o jantar.

– Haymitch, você não precisa ir – seguro seu braço.

– Por que não? – fala, ríspido – eu não vou fazer diferença aqui.

Haymitch balança o braço, me obrigando a soltar, e antes que eu possa impedir, sai do restaurante. Tom se senta na cadeira e me olha, preocupado e envergonhado.

– Desculpa, eu não queria incomodar tanto – fala Thommy – não sabia que essa seria a reação dele.

– Não foi sua culpa – digo – As vezes, Haymitch pode ser muito infantil.

– Bem, eu também preciso ir – Tom se levanta – Vou viajar para o Distrito 1.

– Posso te acompanhar até lá fora?

– Lógico – responde, animado – estava querendo conversar com você.

Já do lado de fora, ficamos encarando o asfalto, vendo os carros passarem, esperando o táxi de Tom. Estava um silêncio constrangedor, eu estava envergonhada por causa da cena de Haymitch no restaurante e não sabia o que dizer, mesmo assim, tentei puxar assunto.

– Você vai para o Distrito 1? – pergunto

– Sim, viajem de negocio – responde Thommy. Ele me encara e diz, tão baixo que quase não escuto – ahn... Effie, tem algo que queria dizer antes de ir.

– O que? – pergunto, curiosa.

– Eu gostava de você quando éramos amigos – Tom não me dar tempo de reagir, continua a declaração rapidamente – Quando me mudei, pensei que ia esquecer o que sentia, mas ficou cada vez mais forte e até hoje eu não consegui te superar.

– Você quer dizer que...

– Eu ainda te amo – ele completa

– Tom. Eu também gosto de você e não sei se é só como amigo. Só que... eu estou apaixonada por outra pessoa – quando falo isso, a imagem de Haymitch aparece em minha mente e, sem perceber, estou sorrindo – Eu estou confusa. Me desculpe.

Nesse instante, o táxi chega. Thommy sorri e penso que ele irá falar algo do tipo “Tudo bem, vamos seguir em frente e encontrar novas pessoas”, mas não faz isso. Ele se aproxima e me surpreende ainda mais.

Tom me beija.

– Mesmo se você não quiser mais me ver, eu sempre estarei aqui, como amigo – sussurra em meu ouvido – isso só foi um beijo de despedida.

Thommy entra no táxi e parte rumo ao aeroporto. Fico imóvel na calçada, com uma sensação boa por todo o corpo. Foi um beijo tão delicado, meigo e fofo... mas não senti aquela emoção que só uma pessoa pode me dar, não senti o amor que só Haymitch transmite. Eu sabia muito bem de quem gostava.

Mas quando olhei para a outra calçada, sinto o mundo desabar a minha volta e minha respiração vacilar. Haymitch me encara. Ele tinha visto o beijo, sabia disso só olhando para seu rosto pálido e vendo seus olhos tristes. Eu queria ir atrás dele, explicar tudo e, finalmente, me declarar, mas os carros passavam a toda velocidade, me impedindo de ir até Haymitch. Ele vai embora, frustrado. E eu fico ali, congelada, rezando para que aquilo seja só mais um pesadelo.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Thommy intrometido querendo atrapalhar meu shipp.

Quero comentários! (próximo capítulo ainda hoje)



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Opostos - Effie e Haymitch" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.