A Noiva escrita por Felipe Melo


Capítulo 5
Capitulo 5


Notas iniciais do capítulo

- Demorei Muito Gente... Mas aqui está... Fresquinho... Me divido entre Duas Histórias... mas A Noiva acabou de sair fresquinho o capitulo... Espero que gostem Beijos... Ah gente e por favor aqueles que acompanham a história por favor comentem... isso me deixará mais empolgado para escrever... por favor... bjokas



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Capitulo Cinco

(Sabe o amor? Sabe a Dor? Não são nada quando há civilização.)

– Ordem – Princípios do Casamento

Já estava em casa fazia dois dias. O clima ainda estava meio tenso. Tentei aliviar um pouco a tensão em casa fazendo piadas (que sou absolutamente péssima), e distrair um pouco minha mãe. Mas mesmo assim não adiantou. Ela estava assustada além de tudo. Parecia que um choque de realidade passava por seus olhos, - mas era momentâneo. Logo passava. E foi isso que ocorreu no decorrer dos dias.

As manifestações acalmaram-se. E eu fiquei aliviada. Não via mais o rosto daquele menino. E conseqüentemente meu coração se calou. Talvez fosse apenas uma atração. Sim foi uma atração. Era isso que tinha que pensar.

– Você não vai esperar que a vendedora saiba seus gostos não é Liz? – disse minha mãe no dia que fomos escolher vestidos para a data de apresentação para o Castelo da Ordem.

– Mãe eu não...

– Olhe aquele azul. Ele é bordado e rendado e cheio de babados. Ficará lindo com ele. Você se destacará. Vem, vamos provar.

Ao todo provei mais de vinte vestidos. Estava agonizando já. Não aguentava – na verdade não queria aquilo. Coloquei o último que eu escolhi enfim. Ele é salmão, bem claro. Seu babado parece vários papéis de crepom e roda soltos em meu corpo. Minha pele combina com ele. Vou à frente ao enorme espelho e me impressiono como ele ficou belo. Sorrio e vejo uma desconhecida no espelho. Será que fui feita para isso? Será que quero Casa?

– Você está linda – diz minha mãe quando saio e desfilo em frente às cadeiras da qual me observa em espasmos.

Não comento nada – por mais que tenha gostado do vestido. Apenas assinto e sorrio para ela. E volto de novo para o provador com aquela incerteza, com lágrimas de que se comprar esse vestido... Minha Vida Mudará para sempre. Sento no chão e quando penso que vou chorar me recomponho. Lembro que posso escolher como será na hora. Eu dou as cartas, - farei com que ele não me escolha. Farei com que minha vida mude. Eu serei a primeira... Serei a única a escolher um destino diferente.

Estou em meu quarto. Estou arrumando as malas. Vou para a capital sábado. Washington fica longe. Viajaremos de avião claro- mas mesmo assim altura não é comigo. Me pego em um momento de nostalgia, e de repente estou em frente ao meu painel de fotos. E observo eu e minhas amigas rindo, nós na Disney e ainda por cima na festa de quinze anos de cada uma. Como tudo era diferente nessa época.

– Está preparada? – diz Tia Helena sentando-se na cama.

– Não – digo eu – Tenho medo do que o mundo pode me oferecer. O castelo é grande demais para uma menina de dezesseis anos.

– Todos os desafios são maiores que nós. Mas é preciso ter fé. Você não pode deixar que isso te abale. Acredito em você. E acredito que pode mudar o nosso futuro.

Ela esta parada ao meu lado e de repente sinto que são responsabilidades demais. Ela me abraça e pela primeira vez me sinto perdida. Sem caminhos. É agora ou agora. Não há voltas. Não há subterfúgios.

– Tia alguma vez já se sentiu carregando o mundo das costas?

Ela sorri e me olha com aquele olhar materno quase como se não quisesse me entregar muitos pontos de sua vida.

– Na sua idade já me senti assim. Achava que ninguém me compreendia ou pior achava que tinha que fugir e os problemas sumiriam. E sabe, - sinto saudade dessa época. Mas enfim hoje não me sinto assim. Os tempos mudaram.

– Tia eu não sei o que fazer. Como posso mudar a história? Sou apenas uma adolescente.

– Seu coração te guiará até o momento certo. Deixarei você descansar. Não pense nisso até chegar a hora.

Tinha certeza que já era mais de uma hora de manhã. Estava deitada, mas o sono não chegava. Dali mas ou menos oito horas estaria em um amplo salão apinhado de garotas com vestidos deslumbrantes tentando conquistar o grande chefão.

Aos poucos meus devaneios foram levados e o sono chegou com pressa me acalmando. E me levando para luares inimagináveis.

– Tenho certeza que você ficará bem – disse papai me abraçando no aeroporto.

Apenas sorrio. Um sorriso amarelo, fraco e tentando pensar que tudo ficará bem. Melina me ensinou a terapia do sim. Em meios aos problemas sempre diga sim. E os aceite como são. Isso não funcionava muito comigo, sou prática e nervosa. Mas tento não transparecer nervosismo.

– Acho que chegou à hora. – diz Tia Helena – Espero que possa ser umas das selecionadas. Estarei torcendo por você. Não se esqueça você saberá à hora.

Ela não me abraçou. Talvez para que eu não desse um ataque histérico. Ou falasse que não queria mais ir. O que não adiantaria mais em nada. Sou jovem em um pais de gente que é governado por um governo de merda.

– Vamos Liz? – diz minha mãe me puxando.

Não respondo apenas vejo os acenos distintos de meus dois parentes agora distantes. Sigo minha mãe por um lugar apinhado de gente, - e logo estamos em meio a grupo de pessoas embarcando logo para a capital. Vejo muitos rostos de jovens. Todas parecem animadas, e apenas eu me destaco pela carranca. Nenhuma delas parece notar, e isso faz com que me sinta mais segura. Mamãe sorri para mim, mas eu desvio o olhar, ela está me colocando nisso. E agora já não há mais escapatória.

Estamos dentro do avião, todos estão dormindo ou em silêncio. Ouço apenas murmúrios vindos de trás de mim. Duas garotas discutem qual vestido usar, e discutem o gosto de Salazar. Tento não ouvir, e repentinamente me lembro do sonho, e espero que aquilo não aconteça.

– Liz? – diz minha mãe.

– Diga mãe. – disse eu meio nervosa.

– Quero que na hora você seja a mais bonita. Aliás, compramos o vestido mais caro da loja. Não comprei aquele vestido para que você não entre em destaque. Não me decepcione.

Minha vontade é de nesse exato momento gritar, mas ao mesmo tempo percebo que tenho que ser superior. Mas meus instintos falam mais que minha consciência, - não me controlo.

– Quem vai participar sou eu. Se eu quiser mostrar o dedo do meio eu mostro.

– Como você é infantil Elisabeth. Olhe como as outras estão felizes e satisfeitas. Você não pode ao menos ser um pouco madura?

Deu vontade de dizer, você não pode ao menos agir como minha mãe uma única vez? Mas meu instinto agora diz para me calar. Apenas assinto e viro-me para o lado da janela. Olho como o céu parece tempestuoso. E imagino se Deus está pensando em mim agora. Tento manter minhas emoções em controle.

– Sinto saudades de casa – escapa de meus lábios sem querer.

– Você voltará logo – diz minha mãe - e casada.

– Isso não me anima nem um pouco. Mãe você já tentou me entender uma única vez?

– Você já tentou me entender Elisabeth? Faço o que é melhor para você. E se faço isso, é porque é o melhor a se fazer.

– Mas mãe...

– Nada de mais. Estamos em um avião. Não estamos mais em Laguna. Aqui não é mais nossa casa. Discutiremos isso na hora certa. Quando chegarmos ao palácio.

“Os espelhos do palácio são enormes. O vestido salmão que uso chama bastante atenção. Sinto-me tão sobrecarregada. Tento sair do banheiro, mas não consigo. Olho-me e vejo que realmente estou linda. Mas penso em como estará á fora. Todas as emissoras estão acompanhando. Será televisionado. Todos de Laguna me virão. Apego-me a necessidade de mudar as coisas.

Saio do banheiro e me dirijo à enorme fila de garotas. A tantos tons de vestidos que me perco. A tantos sorrisos, tantas cores de cabelo. Todas realmente estão lindas. Vejo a fila através de mim diminuir. Ouço a cada garota que entra pelo enorme salão, aplausos e muitos gritos. Minhas mãos começam a suar. E agora só falta mais uma garota cujo nome não me lembro. “A próxima serei eu”. Tento jogar esses pensamentos para longe, - mas não consigo.

Ouço tudo quieto novamente. E de repente uma enorme voz me anuncia. “Elisabeth”. Sinto meus ossos congelarem. Não consigo sair do lugar. Os guardas abrem as portas e vejo mais de um milhão de pessoas agrupadas em um salão aberto. La em frente a um enorme tapete vermelho está ele.

– Elisabeth – ouço mais uma vez...

– Estou te chamando há uns vinte minutos. O avião já pousou. Chegamos.

Saímos do avião e vejo que na capital não chove como em Laguna. Tudo está tão bonito. Olho para um cartaz que me chama atenção. E vejo Salazar estampado com o seguinte slogan “A Nova Noiva De Salazar”. Sinto náuseas. Olho para minha mãe. Entramos em um carro do governo que já nos espera. Tudo esta etiquetada e endereçada para nós. Vejo o carro acelerar, e agora sei que se não tenho uma estratégia. É hora de montar uma.


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Notas finais do capítulo

- Comentem Gente por favor... Obrigado.. Boa leitura ^^



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