A Noiva escrita por Felipe Melo


Capítulo 12
Capitulo 12


Notas iniciais do capítulo

Demorei né? Bom gente esse capitulo tem revelações e as coisas vão mudar um pouquinho.. Talvez vcs comecem a torcer por outra pessoa pelo coração de Elisabeth mas vamos ver.. Sem spoilers né? Leiam e se divirtam... Ah e comentem principalmente.. Ficarei mto feliz... Bjooos



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Capitulo Doze

(In Memorian)

Acordar com o sol no rosto pode ser bom. Isso se você não está na TPM. Depois da conversa e quase discussão com Felipe eu estava totalmente descontrolada. Como alguém podia ser tão perfeito? E ao mesmo tempo gato? E mais sentimental?

Tratei de tirar esses pensamentos da cabeça. Não podia confundir mais meus sentimentos. Eu tinha um objetivo. E tinha que cumpri-lo.

Desci as escadas e encontrei um aglomerado de meninas apinhadas ao redor de alguém. Apertei-me entre elas e no meio encontrei Thomas Salazar com uma menina em seus braços. Quando me viu, tratou de se levantar.

– Elisabeth... È...

– Você é patético – disse eu – não precisa me dar explicações.

– Você está pronta?

– Pronta? Pra quê?

– Esqueceu que hoje você vai sair comigo?

Foi como se ele tivesse jorrado água benta. As meninas saíram de perto dele e começaram a me encarar. Que ótimo, como se minha vida não estivesse bastante zoneada e confusa. Lancei meu olhar mais terrível pra ele. Talvez ele desistisse.

– Esqueci sim – disse eu – e olhe estou de TPM.

– Não tem problema. Tenho analgésicos aqui...

– Thomas – disse eu irritada – me responde uma coisa?

– Claro

– Você estudou aonde?

– Estudei nas Academias da Ordem na Europa.

– Tem certeza? Você com certeza estudou em uma escola de retardados.

– Porque está tão azeda?

– Porque será?

– A que horas fica pronta?

– Vou descer daqui a quinze minutos.

Subi as escadas e fui me arrumar. Pelo jeito hoje o dia ia ser longo. Pensei no livro que eu escondera. Tinha que lê-lo. Pensei em fazer perguntas a Thomas sobre sua mãe. Bem, talvez esse passeio me trouxesse algumas respostas.

Fomos passear em uma limusine preta. Sim isso era chique. Mas Thomas estava praticamente colado em mim. Tentei ser sutil para que ele me desse algumas respostas.

– Thomas – disse eu – queria fazer algumas perguntas.

Sutileza!

– Que perguntas? – ele se aninhou mais em mim.

– Ah – disse eu – tenho algumas duvidas. Talvez... Eu desista da competição.

– O que? Você está louca? Não pode desistir. Eu não vou deixar.

– Ninguém nunca responde as minhas perguntas...

– Diga-me – disse ele – pergunte-me o que quiser.

Foi mais fácil do que eu pensava. Olhei para ele. E percebi que sua petulância era grande. Mesmo disposto a responder minhas perguntas, ele parecia uma criança totalmente confiante de si. Isso me irritava.

– Queria saber se essa competição... Já foi feita antes...

– Ora Elisabeth – ele riu – claro que já. Minha mãe participou dessa competição.

– Sua mãe? E onde ela está?

Ele pareceu relutar em me responder, mas mesmo assim vi que lágrimas brotaram em seus olhos. Jamais imaginei que veria essa cena. Ele não escondeu as lágrimas, pelo contrário olhou bem para mim e continuou a falar.

– Sabe – disse ele – meu pai não quer que eu toque nesse assunto. Mas como não tenho muitos amigos, sinto que posso confiar em você.

Eu me senti culpada. Tinha sido um erro. Eu estava tocando em uma ferida de Thomas. E o pior o erro foi achar que ele não tinha sentimentos.

– Minha mãe era a rainha mais bela – disse ele – meu pai dizia que os outros senhores de Ordens inferiores tinham inveja. Ela era tão graciosa. Lembro-me que sempre ela me contava histórias. Mas no dia que ela morreu, eu não me lembro bem. Fui tirado do castelo...

Ele parou e lágrimas desceram de seu rosto. Suas mãos estavam tremendo. Senti o impulso de pegar em suas mãos. Talvez até de abraçá-lo. Peguei em suas mãos.

– Obrigado – disse ele – continuando eu não me lembro. Logo depois meu pai me mandou estudar na Europa. E minha mãe foi esquecida. As fotos, os diários, os livros tudo foi retirado. Eu nem ao menos me lembro do rosto dela.

Ele colocou as mãos no rosto e por um momento continuou assim. Eu o abracei. Está certo que eu não gostava de Thomas. Mas queria muito que ele se sentisse bem. Eu estava sentindo a mesma dor que ele. Ele por uma mãe, e eu por uma amiga querida.

– Posso ajudar? – reconheci aquela voz como uma música antiga.

Felipe estava na porta do carro. Ele a tinha aberto. Não me deparei que estávamos já em frente ao castelo. Meu rosto ficou vermelho da cor de um tomate.

Thomas secou os olhos e para minha surpresa pegou na minha mão. Saímos do carro. Felipe bateu a porta do carro com força.

– Felipe – disse Thomas em uma voz rígida – se bater a porta do carro assim de novo terei que tirar do seu salário.

Olhei para Felipe. Ele não olhava para Thomas. Ele olhava para mim. Suas feições estavam misturadas com dor e ódio. Ele não respondeu Thomas. Apenas virou as costas e continuou andando. Senti-me culpada agora por ter magoado dois garotos. Olhei para Thomas e ele estava impassível. Tentei permanecer calma e chorar quando fosse necessário.

– Como foi o passeio? – disse Camila quando cheguei ao quarto.

– Foi terrível – disse eu.

– Thomas é tão ruim assim?

– A questão não é essa. Encontramos Felipe.

– E? – agora ela parecia interessada.

– E daí que quando ele abriu a porta eu estava abraçada com Thomas.

– Nossa Mãe! E ai?

– E ai que eu fiquei sem reação. Camis, não sei o que fazer.

– Você gosta de Felipe? Na verdade você está confusa.

Assenti. Lágrimas brotaram em meus olhos.

– Elisabeth – disse ela me deitando em seu colo – você não precisa ser forte o tempo todo. Eu sei que está difícil. Mas acho que você devia esclarecer as coisas com ele.

– Ele quem?

– Felipe. Talvez só assim ele entendesse.

– Devo fazer isso quando?

– Agora de preferência.

Camila secou meu rosto e arrumou meus cabelos em uma linda trança. Senti-me com tanto medo. Os estábulos estavam a meio metro de distancia. Respirei e fundo e entrei. Não encontrei ninguém. Revirei todas as áreas com os cavalos e nada encontrei. Vi faísca e tratei de fazer carinhos nele.

– Ah Faísca – disse eu – estou tão mal. Magoei seu dono sem querer. Se ele ao menos soubesse...

– Se ele ao menos soubesse de quê? – disse Felipe parado na porta do estábulo.

– Felipe – gritei – há quanto tempo estava parado ai?

– Não interessa não é mesmo. Você saiu com Thomas. Ou melhor, estava embolada com ele.

– Acha que fiquei com Thomas?

– Quem me garante que não?

Ele parou na minha frente. Estávamos tão perto. Seus olhos percorriam cada centímetro meu. Eu olhava seus olhos com impulso de agarrá-lo.

– Não fiquei com Thomas – foi o que consegui dizer.

– Não posso acreditar em quem me magoa.

Suas palavras saíram frias e duras. Não parecia o mesmo Felipe. Na verdade parecia um desconhecido. Ele não estava confiando em mim.

– Felipe...

– Não termine a frase Elisabeth – disse ele – eu achei que você fosse diferente.

– Eu sou...

– NÃO VOCÊ NÃO É – gritou ele virando de costas – chegou aqui com aquele discurso que não gostava de Thomas. Que as competições não importavam pra você...

– Eu não me importo. É só que agora tenho que ganhar. Minha amiga morreu... São tantas coisas...

– Então porque não me deixa ajudar?

– Porque são assuntos meus.

– Então isso quer dizer que não podemos ser amigos.

– O que? Felipe você está sendo infantil.

– Infantil? Não Elisabeth, ou melhor, Elisabeth Salazar eu não quero magoar mais meu coração.

– Felipe... Eu...

– Por favor, guarde pra você. Espero que conquiste seus objetivos.

E com isso eu vi que uma lágrima também escorreu por seus olhos quando ele saiu. Até quando eu magoaria mais pessoas? Senti-me a pior pessoa do mundo. Começou a chover lá fora. Uma dor me rasgava o peito. E um bolo de sentimentos queria sair por meus olhos. Ajoelhei-me e comecei a chorar como uma criança. Talvez minhas lágrimas inundassem o mundo. Talvez eu morresse sozinha. Faísca relinchou parecendo que queria me confortar. Mas a culpa era minha. Eu magoara os dois. Deixei que assim como a chuva as lágrimas levassem toda minha tristeza.


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Notas finais do capítulo

- Comentem Queridos... espero q gostem... Boa Leitura



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