The Cruel Beauty escrita por Tsu Keehl


Capítulo 46
Capítulo 46


Notas iniciais do capítulo

Oi pessoal!
É...demorei bastante pra atualizar a fic, mas depois de muito perrengue, finalmente consegui trazer um capítulo fresquinho!
Esses últimos meses não estão sendo fáceis e produtivos para mim. Essa pandemia e situação tensa em que estamos vivendo tem afetado muito as coisas, principalmente minha produtividade. Embora eu tenha vontade e ideias para fazer muitas coisas (tanto na escrita quanto nos outros tipos de arte/artesanato) quando chega o momento eu meio que "travo" e quase nada flui. Isso me frusta bastante porém, estou tentando seguir conselhos de amigos de não me cobrar tanto para ser produtiva todo o tempo e dentro de prazos. Que eu devo ir com mais calma e em um ritmo não tão cheio de cobranças. Aos poucos estou tentando fazer isso ate porque o tempo anda passando tão rápido que os prazos sempre parecem muito curtos, igual aos dias.
É assustador constatar que já estamos na metade do ano não vivendo, mas tentando sobreviver a esse caos mundial.
Esse capítulo deu muito trabalho para fazer, como estou na reta final da história, chega o momento que preciso começar a encaixar as coisas para o desfecho, ligar as pontas soltas e fechar os círculos. Então planejar e organizar isso dá um
certo trabalho, ainda mais porque, nesta história em especial, deixo as ideias fluirem sem planejar muito (diferente do
que faço com a minha historia de pokémon e principalmente com meu original/livro).
Enfim, depois de uma certa dificuldade em como estruturar e escrever o capítulo, eis ele aqui!
Agradeço imensamente á todos que continuam acompanhando a historia, aos novos leitores que surgem de súbito e deixam meu coração quentinho. Com esse carinho eu sigo escrevendo a história, para poder concluí-la.
Chega de papo e boa leitura!



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~*~

    
    Igraine abriu os olhos com dificuldade, se deparando com tudo branco. “Onde estou?” foi seu primeiro pensamento, ainda enevoado. Piscou algumas vezes para que sua visão ficasse em foco, enquanto se remexia devagar, sentido o próprio corpo e a maciez do que parecia colchão e lençóis.
  Olhou ao redor, percebendo que estava deitada em uma cama estranha, em um quarto estranho que não conhecia. Era todo branco, quase sem móveis. Um quarto de hospital.
Teve a certeza quando uma moça negra toda de branco se aproximou.

— Oh, você acordou. – ela disse, começando a examiná-la. – Como está se sentindo?
— Eu...não sei...bem..eu acho...
— Pupilas okay, pressão okay... – ela notou que Igraine parecia receosa. – Eu sou a doutora Tienne. Eu fiz o pronto-atendimento assim que você chegou.
— Por favor... – murmurou Igraine. – Me diz...o que aconteceu?
— Você teve um desmaio decorrente de uma crise de stress. Como você acordava e desmaiava, além da confusão entre as pessoas que a trouxeram, achei mais prudente colocá-la em um dos quartos daqui até que se recuperasse.
— Confusão...?

  A médica olhou para a garota com certa pena. Era evidente que aquela jovem estava exausta e, diante do que havia presenciado na recepção do pronto-socorro, não era de se estranhar que ela tivesse tido um desmaio por conta de tanto stress. O pouco que a doutora Tienne precisara ficar entre aquelas pessoas fora o suficiente para fazê-la querer sair dali direto para um templo budista de isolamento.

**flash-back**

A doutora Tienne residia em um pronto-socorro na região mais modesta de Londres. Após atuar alguns anos em um dos hospitais mais renomados e importantes, decidira, por vontade própria, exercer seu trabalho para ajudar a parcela mais simples da população.
  Aquele dia tinha tudo para ser mais um dia tecnicamente tranquilo e já estava prestes a encerrar seu expediente quando o caos se instaurou na recepção.

— EMERGÊNCIA! EMERGÊNCIA!
— Minha nossa, o que aconteceu?
— Tá uma confusão ali na recepção, doutora! Precisamos de ajuda!

  Tienne largou o relatório que fazia e saiu em disparada pelo corredor atrás da enfermeira. Seria uma vítima de acidente grave? Um paciente tendo algum ataque? Muitas pessoas feridas de uma vez?
  Mas quando chegou na recepção, o que viu foi um aglomerado de pessoas gritando e falando interruptamente. Naquele horário não havia praticamente pacientes na espera, de modo que apenas o segurança e a recepcionista estavam ali pensando se deveriam ou não se aproximar das pessoas que pareciam discutir entre si em uma espécie de semicírculo.
  Um rapaz alto e muito bonito carregava uma garota desmaiada nos braços enquanto os demais o rodeavam, cada um dizendo uma coisa e Tienne percebeu que precisava se impor.

— Muito bem, silêncio! – ordenou. – Tragam uma maca, precisamos deitar a garota e levá-la para o pronto-atendimento! Irei examiná-la. Edith! – ela chamou AM oca da recepção. – Pegue os dados da paciente para a ficha. – voltou-se para os presentes. – A moça é alérgica há algum tipo de medicamento? Tem algum problema de saúde que seja necessário mencionar?
— Não, doutora. – Yumie respondeu.
— O que a levou ao desmaio?

  Todos começaram a falar ao mesmo tempo e Tienne controlou a vontade de revirar os olhos enquanto dois enfermeiros colocavam Igraine em uma maca e a levavam para uma das salas no corredor após a ala da recepção. Tienne pediu que todos aguardassem ali e os seguiu.
  Após todos os procedimentos para avaliar a paciente, solicitar exames imediatos e garantir que a paciente estava em repouso e fora de qualquer risco, a doutora Tienne voltou para a recepção, onde prontamente fosse cercada pelas mesmas pessoas que haviam trago a garota.

— Quem é o responsável pela paciente?
— Eu! – Cruello deu um passo á frente.
  
  Tienne o mediu de cima abaixo. Seria possível que aquele homem era mesmo Cruello Devil?!
— O senhor...o senhor é...
— Cruello Devil, obviamente!
— Deixa de ser petulante, Cruello! A médica perguntou o que você é da Igraine!
— Eu sei! – ralhou o rapaz para Arkin antes de se voltar para a médica. – Eu sou o namorado dela.
— Oh... “garota de sorte.”
— Como ela está? Eu posso vê-la?
— Ainda não acho que seja uma boa ideia você ir falar com a Igraine...
— Como não?! – ele se voltou com o primo, ambas mãos na cintura. – Eu sou a pessoa mais próxima dela e capacitada para...
— Tecnicamente a pessoa mais capacitada e mais próxima da Igraine é a Nanny. – comentou Yumie. – Mas ela não está aqui e mesmo que eu mande uma mensagem pra ela agora, vai demorar pra ela chegar e vou deixá-la assustada.
— Você foi o pivô de toda a confusão que culminou na coitada da garota ter tido uma síncope! – continuou Patrick. – Se aparecer diante dela, é capaz dela ter outro ataque!
— Ninguém pediu sua opinião! – Cruello rebateu. - Aliás, o que você está fazendo aqui? Já tem matéria para estampar no seu site de notícia, é isso que você queria! O que quer mais agora? Uma foto da coitada da Igraine deitada em uma cama tomando soro na veia?
— Eu nunca chegaria a esse ponto! Você faz um juízo muito errado de minha pessoa!
— Hah, eu tenho motivos bem fortes para fazer esse juízo sobre você!
— Eu acho que o jornalista tem razão. – comentou Arkin e continuou antes que Cruello retrucasse. – Igraine ficou muito nervosa pelo que presenciou entre você e o Javier e a forma como você agiu diante da atitude dela também não foi das melhores.
— Mas...!
— Mas convenhamos que ela estava brava e indignada com você. E se ela o ver agora, vocês certamente vão discutir e isso não será bom!
— Arkin tem razão. – Javier se aproximou. – Melhor você ficar aqui esperando. Eu te faço companhia.

  Cruello estreitou os olhos.
— Eu vou falar com Igraine. Doutora, me leve até lá!
— ...não acho que...
— Ignore os comentários deles! São todos uns exagerados! Eu tenho o direito de vê-la!
  A médica hesitou. Olhou para Cruello, para os demais e novamente para ele.
— Antes...me contem o que aconteceu para a garota desmaiar.

  Todos começaram a falar ao mesmo tempo e a doutora Tienne percebeu que não importava muito qual razão específica poderia levar aquela pobre garota a ter uma crise de nervoso e desmaio, pois só de ver aquelas pessoas discutindo ao mesmo tempo e ouvindo aqui e ali algo que parecia absurdamente hilário e chocante acerca de acontecimentos passados tendo Cruello Devil no centro de todos eles, já explicava muita coisa.
— Eu quero saber como a Igraine está!
— Nós queremos saber como ela está! – Patrick se aproximou. – Por obséquio doutora, poderia nos fornecer o laudo e seu parecer sobre a saúde da jovem...
— Ô, vai pra lá! – Cruello abaixou a mão do jornalista, que segurava um celular. – Não vou deixar que você fique se intrometendo na saúde íntima da minha namorada para transformar isso em matéria fofoqueira!
— Sinto te informar, mas o Patrick já tweetou... – Arkin verificava o celular. – “ Namorada de Cruello Devil é levada ás pressas ao hospital após um súbito desmaio. Informações ainda estão sendo aguardadas e apuradas.”
— Quê?! Ora seu energúmeno, como ousa!

  Cruello avançou para cima de Patrick, que desviou e foi para trás de Arkin e sobrou para o loiro tentar evitar que seu primo e o jornalista saíssem nos tapas ali, acabando ele próprio levando um ou outro tapa.
— Silêncio, parem todos agora! – ralhou a médica. – Estão dentro de uma unidade de pronto-atendimento e não em um churrasco de festa de fim de ano!
  Todos se calaram.
— Se querem saber como a paciente está, eu digo! Ela está bem. A pressão dela estava um pouco alterada, mas já a mediquei e ela precisará ficar em repouso por algumas horas até que eu possa fazer uma nova avaliação e receber o resultado dos exames iniciais. – ela colocou ambas mãos na cintura. - Mas eu gostaria de saber, com detalhes, o que de fato aconteceu com ela.

  Todos começaram a falar ao mesmo tempo entre explicações e discussões uns com os outros e Tienne percebeu que obter um relato plausível seria impossível.
— Eu falarei com a paciente e irei perguntar se ela quer ver um de vocês!Vocês estão muito alterados, uma aglomeração pode fazer mal á ela.
— Mas estamos todos preocupados!
   O comentário veio de Patrick e todos concordaram. Mas ao perceber, Cruello virou-se para ele.
— Desde quando você se preocupa com a Igraine?
— Desde que a conheci! Sou um jornalista de celebridades sim, mas também tenho muita empatia por essa garota. A pobrezinha é uma vítima iludida por você...
— Parem, parem! – Arkin se interpôs entre os dois antes que eles trocassem tapas. – Que coisa! Nem em uma situação séria vocês conseguem parar de trocar farpas!
— Ele que começa sempre!
— Se continuarem com essa balbúrdia aqui na recepção, terei de chamar os seguranças para retirá-los. – Tienne foi categórica. – E acredito que nenhum de vocês, principalmente os que são, de certa forma, pessoas públicas, irão apreciar isso.
   Todos se calaram.

— Só um poderá visitar a paciente no momento. Ela será liberada ainda hoje, só precisa ficar em repouso um pouco. Nenhum parente dela está aqui? – silêncio. – Certo. Senhor Devil, pode me acompanhar mas...antes de deixá-lo entrar, conversarei com Igraine para saber se ela quer vê-lo.
— De acordo. E claro que ela vai aceitar me ver.

  Tienne arqueou uma sobrancelha mas nada disse. Cruello deu um sorriso arrogante para os presentes e atravessou a porta que dava acesso ás salas do hospital junto da médica.
   Assim que ambos estavam sozinhos, ele se aproximou de da mulher, tocando seu ombro de leve e ambos pararam de andar.
— Ei, doutora. Gostaria de lhe perguntar uma coisa. – ele olhou ao redor, para se certificar de que não havia ninguém por perto. – Pode me dizer o que Igraine tem?
— Bom, Igraine teve um desmaio em decorrência de uma queda de pressão, mas já solicitei alguns exames de sangue para verificar se não há alterações ou carência de vitaminas. Ela costuma ter esses desmaios?
— Não, digo...acho que não. Bom, ela teve umas duas vezes desde que estamos juntos, mas isso foi há meses atrás. Mas esses casos foi por conta de emoções fortes, ela é muito sensível.  Mas eu entendo bem como o emocional e stress podem afetar a saúde das pessoas.
— Lidou com alguém próximo á você que adoeceu?
— Sim. Anos atrás. – Cruello não entendia porque estava falando no assunto, mas por alguma razão, não se importou. - A única pessoa da minha família. Deve saber quem sou.
— Seu cabelo é inconfundível.
— Herança e tradição da família Devil. – ele deu um sorriso curto. – Minha tia teve um câncer, tumor maligno, não houve como curar e o tratamento só serviu para tentar prolongar a vida dela o máximo possível. Mas não foi fácil e sim bem sofrido. Então, bem, eu sei o quanto saúde é importante. Então por favor, doutora. Se houver qualquer coisa na saúde de Igraine, o mínimo que seja, gostaria de ser informado.
— Eu posso fazer isso mas claro, com a permissão de Igraine. Ela já é maior de idade e eu sei a que se refere. Mas fique tranquilo por hora. Vou falar com ela e, caso ela permite que o senhor entre, avisarei.

  Cruello acatou, parecendo levemente apreensivo.
— A senhorita...não quer saber o que causou...
— Eu acho que isso não é da minha conta no momento. Ao que parece é algo talvez meio pessoal. Melhor vocês se resolverem. Meu papel, como médica, é garantir que ela fique bem clinicamente.

**fim do flash-back**

 
   Igraine percebeu o silêncio da médica e pôde imaginar o que certamente se passava na cabeça da mesma. Por que, se lembrava bem de como estava a situação no pátio da ONG quando tudo escureceu e ela perdeu os sentidos. Suspirou.
— Estão fazendo confusão na recepção, não é?
— ...como sabe?
— Onde Cruello está, a confusão é quase certa.
— Bom, falando em Cruello...ele está do lado de fora da sala. Ele diz que quer vê-la, mas, diante da situação, achei melhor perguntar a você antes, se gostaria de vê-lo. Pode ser sincera comigo. Seu desmaio foi decorrente de uma crise de stress, mas claro que ainda estou aguardando alguns exames clínicos que solicitei. Mas pelo que percebi e corrija-me se eu estiver errada, seu namorado parece que tem uma parcela de culpa pelo seu pico de stress.
— Uma parcela? Em uma escala de zero a cem, Cruello está ocupando quase oitenta por cento! Não especificamente por causa dele, mas pelo mundo social que o cerca.
— ...então gostaria que eu o dispensasse? Posso dizer que você está dormindo devido á medicação ou algo do tipo.

  Igraine pensou um pouco. Com um suspiro, disse por fim.
— Pode deixá-lo entrar. Acho que será bom conversar sem um monte de gente em volta.
  A médica assentiu e se retirou. Estando sozinha, Igraine procurou se ajeitar na cama da melhor forma que podia (o que não era muita coisa, já que estava recebendo soro na veia) e fechou os olhos, procurando recordar o que havia acontecido antes do desmaio.

**flash-back**

 
   Nunca antes os funcionários (e os animais) da ONG Bicho Alegre haviam visto tamanho teatro e balbúrdia naquele local.
— Igraine, deixa eu explicar! Não é o que você está pensando!
— Pensando? Eu nem preciso pensar! Eu vi, Cruello! Eu vi! Você claramente me traindo com o Javier! Juro, eu não sei quem eu quero chutar o saco primeiro!
— Que atitude violenta, amiga.
— Não sou mais sua amiga, Javier! Pensei que eu era, mas amizade de verdade não é agir como se estivesse a fim de mim e depois tentar roubar o meu namorado!
— Disse bem, Igraine! – Yumie apoiou. – Foi uma atitude muito sacana e até meio maléfica, Javier!
— Roubar? Ninguém me rouba, não! Eu não sou um produto! – Cruello foi categórico. – Embora Scarlet tenha tentado quase me vender para o sheik para que eu casasse com uma das filhas dele ou que eu praticamente tive que me vender, não de forma literal, claro, mas de forma comercial referente a aceitar certas imposições de investidores na Devil’s, mas isso não vem ao caso agora! 
—Fica quieto Cruello!! Eu já não aguento mais isso! Eu estou cansada de tudo e de todos! - Igraine berrou ,nervosa.
— Olha Srta Radcliffe, nada disso teria acontecido se você houvesse pesquisando melhor acerca do tipo de pessoa com quem estava se envolvendo..
— Cala a boca seu jornalista intrometido de meia pataca! Minha vida estava normal e tranquila até todos vocês surgirem na minha vida e me obrigarem a seguir os padrões que queriam que eu seguisse! – ela apontou para Patrick. - Era você me perseguindo! Era aquela doida da Scarlet me atacando! – em algum lugar, Scarlet espirrou. - Era aquele tanto de pessoas ricas, da moda e malucos de fã-clube me julgando nas redes sociais! E era principalmente você sempre querendo ditar todas as coisas, Cruello!
— Eu?! Como assim?!
— Desde que eu te reencontrei, a minha vida virou um caos! Quase o tempo todo é alguma coisa acontecendo ou alguma coisa que eu tenho de fazer! Parece que o mundo do caos gira ao seu redor!
— ...não tenho culpa se sou o centro das atenções. É uma consequência de ser um Devil!

  Cruello podia ver as veias saltando na testa de Igraine, e naquele momento percebeu que deveria ter ficado quieto.
— Caramba, Cruello! Como você consegue ser tão narcisista o tempo todo?!
— Ah, ele é assim desde os três anos de idade. Teve uma vez que...
— Eu não quero saber de nada e não te perguntei nada, também! – rosnou Igraine diante do comentário de Arkin. – E não venha fazer essa cara de indignação porque “sou da realeza, me deveriam respeito” porque, na verdade, vocês não respeitam ninguém! – ela apontou freneticamente para Cruello, Arkin, Patrick e Javier. - Nenhum de vocês me respeita! Só abusam de mim, fazem chacota e pisam nos meus sentimentos! Eu estou cansada de todos!
— ...Igraine, se acalma. – Javier tentou, com voz mansa e preocupada. – Tudo pode ser resolvido na base da conversa.
— Conversa?! Com você não há conversa, não é mesmo Javier? Veio se engraçando pra cima de mim várias vezes, enaltecendo todos meus dotes e ativismo, se mostrando presente e compreensivo, mas isso era só uma estratégia para dar em cima do meu bofe! E meu namorado ainda por cima, aceita!
— Ô, Igraine. Vamos com calma. – Cruello deu um passo á frente. – Não é bem isso que...
— Pega o Javier e vão se catar na Sodoma do Quinto dos Infernos!
  Cruello a encarou chocado.
— Ei...ela é sempre assim? – cochichou Arkin para Yumie.
— Não. Desde que conheço a Igraine e olha que eu a conheço desde os tempos de faculdade...essa é a terceira vez em que a vejo se irritar de forma real e genuína com alguém. As outras vezes foram com uma professora da faculdade que se recusava a admitir que havia errado a nota dela na apresentação do TCC e a outra vez era acerca de um flagra de maus-tratos a animais de uma chácara e a Igraine ficou possessa com o proprietário.
— Então a situação é bem séria...- Patrick comentou. – Eu, desde o momento que vi os dois juntos e conheci Igraine, soube que a pobrezinha se relacionar com um Devil seria colocar a própria sanidade em risco. Todos os amantes que Cruella Devil teve, até hoje sofrem com traumas e consequências de seus relacionamentos íntimos com ela. Lógico que a relação com o único herdeiro seria problemático para qualquer pessoa normal. Tentei alertá-la, mas ela não quis me ouvir e eu ainda sempre saio como o...
— JÁ CHEGA CRUELLO! EU ESTOU CANSADA DE VOCÊ E DE TUDO QUE TE CERCA!

  Todos pararam os cochichos diante da exclamação de Igraine e o empurrão que ela dera em Cruello. E em seguida, tudo aconteceu rápido. O rosto dela estava lívido, as lágrimas saiam e de repente todo o corpo dela amoleceu, seus olhos fecharam e ela cairia no chão se Cruello não fosse mais rápido e se precipitasse para frente, a segurando nos braços.
— Minha nossa, Igraine!
  Yumie correu na direção, seguida pelos demais, Cruello havia se ajoelhado no chão, tendo Igraine nos braços.
— Ei, vamos Igraine. Pare de teatrinho e acorde! Igraine!
— Meu Deus, Cruello! Ela está desmaiada!
— O quê?! IGRAINE, IGRAINE ACORDA!
— Não pode chacoalhar ela! – pediu Yumie. – Eu sou veterinária, sei como prestar primeiros socorros...
— A Igraine é uma pessoa, não um animal!
— Ah não diga, Cruello!  - ironizou a japonesa. – Deem espaço, ela precisa de ar!  Posso fazer primeiros socorros, mas é bom ela ir ao médico! Alguém chame uma ambulância!
— Já estou fazendo isso! – avisou Javier com o celular na mão.
— Ela está acordando!

  A constatação de Arkin fez todos voltarem a atenção para jovem. Igraine abriu os olhos, sem conseguir ver com clareza. Sentia um cansaço e todos seus sentidos sumirem enquanto percebia que Cruello (sim, era ele, reconhecia o perfume) parecia envolvê-la nos braços e a erguer do chão. Então tudo escureceu mais uma vez.

**fim do flash-back**


   Igraine havia fechado os olhos sentindo-se com sono. Talvez fosse efeito do remédio contido no soro ou cansaço emocional. Possivelmente ambas as coisas. Só queria descansar e se livrar de todos os problemas. Se não fosse pelo fato de ter desmaiado e estar tomando soro, ficar naquele quarto não seria de todo ruim. A quietude estava boa e havia até uma brisa agradável que entrava pela janela junto com alguns raios de sol.
  Mas isso não durou muito tempo porque quando começou a relaxar, a porta do quarto foi aberta e a médica surgiu acompanhada de Cruello.

“ Bom, é agora. Pelo menos se acontecer qualquer coisa comigo, já estou sendo medicada...”

— Vou deixá-los a sós. – a médica falou. – Mas só por alguns minutos, ela precisa descansar. Qualquer coisa, só apertar o botão ao lado da cama que eu ou uma das enfermeiras vem imediatamente.
  Assim que ela fechou a porta, Cruello se aproximou devagar, enquanto Igraine virava o rosto para o lado, emburrada.

— Posso...me aproximar? Não vai querer me agredir?
— Você já está aqui dentro. – ela resmungou. – E eu estou hospitalizada, não tenho como tentar te esganar.
— Nunca se sabe. – ele comentou com certo divertimento e então ficou sério. - A doutora me disse que você teve um desmaio por conta do stress, mas mesmo assim solicitou alguns exames. Mas não é a primeira vez que você desmaia na minha presença. É importante que verifique isso. - ele se sentou na cadeira ao lado da cama. - Você desmaiou quando bateu no meu carro, desmaiou quando se lembrou que eu era Devs lá na mansão Devil e agora desmaiou por conta de ter se alterado por um equívoco...
— Equívoco? - ela revirou os olhos. - Não pareceu um equívoco quando você estava agarrado com o Javier!
— Eu poderia explicar aqui toda a situação mal interpretada, mas sei que não é o momento. - ele suspirou. - Pode não parecer, mas eu me preocupo com você.
— Se preocupa? - Igraine o encarou. - Se preocupa quanto? Ou se preocupa comigo o suficiente para prejudicar sua imagem ou seu cotidiano?
   Ele notou a provocação e o aborrecimento na voz de Igraine.
— Me preocupo mais do que eu, como Cruello Devil, deveria. Muito...

    Uma música estilo punk rock começou a tocar e Cruello tirou o celular do bolso. Olhou na tela e fez uma careta. De novo. Já era a sétima vez. Se levantou, dando as costas para a cama e caminhando até a janela enquanto atendia.
— Fala, Scarlet.
    Igraine recostou-se no travesseiro, um tanto ressentida. Cada vez parecia ficar mais claro que ela não era prioridade na vida de Cruello. Não apenas na dele, mas na vida da ONG e até mesmo na vida de seus pais.

— Como assim não tem jeito? – ouviu Cruello ralhar e então ele abaixou um pouco a voz. – Scarlet, eu não tenho como ir para a empresa agora. Porque estou ocupado. Quê? Por que eu iria mentir...olha tá certo que já fiz isso algumas vezes mas agora...é sério, Scarlet! Eu estou no hospital. Quê? Não, eu não. A Igraine. Então, ela desmaiou e a trouxemos para o hospital, depois eu explico. Mas agora não vai dar pra eu ir, segura as pontas aí e...O QUÊ?! Mas isso é um absurdo, valor baixo demais, de jeito nenhum!  Não deixa....diga pra eles que você falou comigo e eu disse que esse preço não dá pra negociar. Mas... – Cruello esfregou a testa, nervoso. – Scarlet tenta dialogar, eu sei que esses empresários são meio intragáveis...certo, bem intragáveis mas...é, eu sei. Eram amigos e clientes fiéis da minha tia, não podemos correr o risco de perder o investimento e a venda...por falar em investimento, rapidinho aqui. Deu pra resolver aquele negócio com o contador? Problema? Que problema ele alega? Oxê, isso não tem sentido! Ele tá na Devil’s? Certo...

   Igraine procurou tentar não prestar atenção no que Cruello conversava com Scarlet no telefone, mas era impossível relaxar e não pensar. Suspirou, em um misto de irritação e cansaço. Parece que tudo contribuía para que ela e Cruello não conseguissem ter um momento de calmaria.
— Mas que merda! – ouviu Cruello ralhar. – Eu não posso ficar falando por aqui, Scarlet. Não, não passe o meu telefone senão capaz dos clientes começarem a me infernizarem até de madrugada, sabe como essa gente é! Mas péra...eles tão perto de você agora? Ah, ainda bem...não tô te chamando de idiota, ora!
  Igraine por um instante sentiu a cabeça doer.

— Cruello...
   Ela chamou, porém ele estava muito entretido na ligação. Igraine chamou a segunda vez, mas na terceira ela teve que gritar.
— Christian!
  O efeito foi imediato. Cruello se virou para ela, surpreso e abaixou o celular.
— Você não precisa ficar aqui. – Igraine murmurou. – Vá resolver suas prioridades.
— O quê? - ele se aproximou. - Mas eu estou fazendo isso, vou resolver aqui e então vou despachar o resto do pessoal que está na recepção e esperar que te liberem pra ir pra casa.
— Não precisa, eu já estou bem! Vou ficar aqui tomando soro, fazer alguns exames e ir para casa. Você pode ir para a Devil's e resolver suas coisas... - ela desviou o olhar em direção à janela. - Estou cansada e vou dormir um pouco...

   Cruello a encarou, mas Igraine não retribuiu o olhar. Não queria. Mas se tivesse olhado, teria percebido que a expressão do rapaz parecia chateada.
   Ele conteve um suspiro. Sabia que tinha de falar alguma coisa, mas aquela era uma das raras vezes que Cruello Devil, que sempre se gabava de ter respostas, objeções e argumentos na ponta da língua, não conseguia encontrar as palavras. Sabia que tinha de ficar ali e dar apoio e uma explicação para Igraine, mas por outro, havia todo o trabalho de sua posição e do legado que lhe pertencia.
   Podia ouvir Scarlet o chamando do outro lado da linha e irritado, atendeu.

— E aí, já resolveu?
— Tenha calma! – ralhou Cruello apertando um botão para tirar o celular do viva-voz que ás vezes se acionava sozinho. – Eu estou resolvendo as coisas...o quê? Não, não deixe eles irem embora, precisamos fechar esse negócio e a parceria! Eles não aceitam marcar a reunião para outro dia? – Cruello fechou os olhos, esfregando a testa com um suspiro de raiva. – Droga...e precisamos decidir isso o quanto antes para fecharmos a produção e os trâmites de exportação...olha faz assim. Diga a eles que... – suspirou baixinho. – Eu irei na Devil’s conversar pessoalmente com eles...sim, lógico que hoje. Peça que aguardem e que já...estou a caminho.
  Igraine o viu desligar o celular e suspirar, esfregando a testa. Aquele parecia sempre ser um gesto inconsciente de Cruello quando estava nervoso e...sobrecarregado, talvez.
  Quando ele se virou, Igraine desviou o olhar. Sentia-se cansada, o remédio contido no soro na certa estava fazendo efeito.

— Igraine eu...
— Eu já sei Cruello. Você e Scarlet falam tão alto que é impossível não ouvir. Mas vá, vai pra Devil’s. Eu não quero conversar com você agora e nem posso, na verdade. Eu preciso descansar e se me alterar, só vou piorar. E se tem uma coisa que eu aprendi é que não vale á pena eu comprometer minha saúde por ninguém.
— É, você está certa. Mas eu não quero que pense que eu estou te deixando de...
— Não fale nada. – Igraine levantou a mão. – Não quero falar sobre isso agora. Vamos discutir nossa relação depois.

  Cruello concordou. A bem da verdade queria poder conversar sobre agora, mas era melhor mesmo que isso fosse feito depois. Tanto pra ele mas, principalmente pra ela.
— Vou pedir que Alfred venha te buscar e a leve em casa. Acho que a Yumie deve ir com você. Quando eu...resolver o que é preciso na Devil’s, vou até sua casa. Tudo bem?
— Faça o que quiser. – ela resmungou. Pensou em dizer “não me importo”, mas desistiu. Até porque, não era verdade.

  Ele se aproximou e tocou seu rosto com delicadeza, como uma carícia. Quando Cruello aproximou seus lábios para beijá-la na boca, Igraine desviou o rosto. E isso fez com que Cruello percebesse que a situação estava diferente. Mas ainda assim lhe deu um beijo carinhoso na testa, algo tão atípico de seus gestos.
— Eu adoro muito você, raposinha. De verdade.
  Igraine não respondeu. Cruello então se afastou e, após olhar uma última vez para ela, saiu do quarto.

~*~

  
   Quando Cruello voltou à recepção do hospital, todos os demais envolvidos na confusão se levantaram, rodeando- com perguntas e anseios.
— Ei, calma aí! Não vem todo mundo pra cima de mim, não! Afastem-se! – todos obedeceram. – Seguinte, Igraine está bem.
  Todos pareceram aliviados.

—  Ela está descansando e assim que a doutora aqui permitir, ela vai pra casa. Fim da história. Mas eu não vou poder ficar aqui até isso acontecer, preciso ir na Devil’s.
— Você vai embora e deixá-la aqui?!
— Eu preciso. – Cruello respondeu diante da pergunta de Arkin. – Minha presença para resolver algo importante é imprescindível.
  Arkin não retrucou. Sabia perfeitamente como era o peso de se ter uma grande responsabilidade nas mãos.
— Incrível como você consegue colocar seu trabalho a frente de seu relacionamento. – comentou Patrick. – É um workaholic mesmo, igual Cruella Devil.
— E aposto que você está fervilhando de ideias para escrever uma matéria sensacionalista sobre isso!
— Você julga muito mal a minha pessoa. Eu tenho muito mais matérias em meu site para fazer do que fazer coisas sobre você. – o jornalista comentou com desdém. – Simplesmente farei um artigo e alguns tweets.
  Cruello estava se preparando para retrucar quando seu celular tocou novamente.
— Oh, Alfred. Caramba, eu já iria te ligar....o quê Scarlet disse? Sim, sim...é, Igraine passou mal e teve que ser levada ao hospital...o quê, já sabe? Ah, Scarlet, ligeira como sempre. Bom já que ligou, então venha no hospital levar Igraine. Eu não tenho como, estou sem carro porque vim com o Arkin e eu não preciso te dar satisfações! Só venha no hospital pegar Igraine e a amiga dela e levá-las para casa...lógico que para a casa da Igraine, seu energúmeno!  Vou te passar o endereço por mensagem. Até mais tarde.

  Após desligar e digitar rapidamente algo no celular, Cruello se virou para os presentes.
— Você! – ele apontou para Yumie. – Fique aqui para voltar com Igraine. Meu motorista virá buscá-las para levá-las para casa.
— O Alfred? Nos levar pra casa dele ou pra sua?
— Quê? É pra casa da Igraine! Que audácia.! Enfim. Tenho de ir agora. Arkin, me leva até a Devil’s!
— Não sou teu empregado! – resmungou o outro. – Mas eu levo.

~*~

  
   Igraine foi liberada quando já era meio da tarde. Como prometido, Cruello havia pedido que Alfred lhe buscasse e agora seguia no banco de trás do veículo. No banco do carona, Yumie ia conversando animadamente com Alfred que, embora tentasse aparentar imparcialidade, era claro que estava gostando daquilo. Eles eram um casal inusitado, mas se parasse para pensar, ela e Cruello também eram totalmente opostos. Pelo menos, Yumie e Alfred tinham potencial para realmente darem certo.
  Falando em, “pelo menos” Javier tivera o bom senso e o mínimo de noção de ir embora assim que ela foi liberada. Se Javier sequer ousasse pedir uma carona, Igraine juntaria as poucas forças que lhe restavam para jogá-lo pela porta com o carro em movimento quando entrassem em uma avenida movimentada.

  Balançou a cabeça. Não. Por que estava tendo esses pensamentos de cometer atos ruins contra outras pessoas? Deveria ser influência do Cruello. Aliás, tudo que estava lhe acontecendo há tempos era por culpa dele.
  Suspirou. Tinha de se manter calma, era o que a doutora Tienne recomendara. Os exames iniciais não haviam denotado nada sério e a médica tinha quase certeza que o desmaio fora por conta de um pico de stress.
  Bom, enquanto Javier, apesar de ser um tremendo talarico, possuía um pouco de noção de não querer se justificar ou ficar perto dela no momento,  o mesmo não poderia ser dito para a pessoa que estava ao seu lado no banco do carro.

— Por quê está me olhando assim? – indagou Patrick Star, com uma sobrancelha erguida.
— Por quê você acha? – Igraine rebateu.
— Se é sobre minha presença aqui, devo dizer que eu perguntei se poderiam me dar uma carona e como você não fez nenhuma objeção, isso me soou como uma resposta positiva.

  A bem da verdade, Patrick havia praticamente se oferecido para lhe darem uma carona e Igraine, exausta demais para retrucar, apenas permitiu.
— Afinal de contas. – o jornalista continuou. – Moramos no mesmo bairro, em ruas vizinhas praticamente. Não custaria nada me darem uma carona!
  Igraine apenas suspirou e não disse nada. Após alguns minutos, chegaram diante da casa, onde Nanny, da janela, ao ver o carro encostar na calçada, tratou de abrir a porta e fechá-la para que os cães não fossem para a rua.
— Minha nossa, Igraine! Eu estava tão aflita! – exclamou enquanto todos desciam do carro. – Quando Yumie me passou a mensagem, eu fiquei muito preocupada e ela não me quis contar os detalhes...
— Não é que eu não quis. – comentou Yumie. – É que não tinha como eu contar tudo no momento.
  Nanny abraçou Igraine, que retribuiu o gesto.

— E como você está? – a mulher tocou o corpo de Igraine me diversas partes. – Tontura, enjoo, dor de cabeça...o que deram os exames? Se for anemia, eu vou repetir de novo que você precisa se alimentar...
— Não foi nada disso! Foi apenas um desmaio por conta de stress.
— Stress?! Stress do que?
— De quem você acha, Nanny? Tudo é sempre culpa dele!
— ...do Patrick?
— Não! – ralhou o jornalista. – De Cruello Devil, obviamente! Que mau juízo vocês fazem da minha pessoa! Isso certamente é um pré-conceito sobre mim sem nenhum embasamento imparcial!
  Todos olharam para Patrick de forma cínica, mas ele os ignorou.

  Nanny retomou a conversa, perguntando como Igraine estava e aos poucos todos foram entrando na casa, já que Nanny avisara que havia feito alguns brownies e que precisavam contar-lhe detalhadamente tudo o que havia acontecido. Na verdade, tudo o que Igraine queria no momento era poder se trancar em seu quarto e dormir, para não ter que relembrar de tudo. Mas não queria ser rude e Nanny era a pessoa que mais se preocupava com ela então contar-lhe o acontecido era o mínimo que poderia fazer.
  Quando entrou na casa, foi recebida com alegria por Furacão, DoisTons e até mesmo Golias, sempre mais reservado. Sentou-se ao lado da caminha de DoisTons na sala, a fim de verificar como estava o pequeno Fofucho enquanto os demais sentavam-se no sofá. E foi então que ela notou que, além de Patrick (que fora entrando quando, obviamente, não havia sido convidado) havia não a presença, mas a falta de algo que nos últimos dias havia transformado a paz de sua casa em um verdadeiro pandemônio.

— Onde estão os meus pais?
— Oh, eu iria te contar Igraine... – Nanny pousou a própria xícara de chá na mesinha. – Um pouco antes de Yumie me mandar a mensagem falando o que tinha lhe acontecido, seus pais apareceram afoitos começando a pegar as coisas e dizendo que precisavam resolver algo de extrema importância.  Eu até avisei a eles que você tinha passado mal e ido ao hospital, mas eles perguntaram se você estava bem e quando eu disse que aparentemente sim por conta do que a Yumie me disse, eles falaram que então poderíamos nos acalmar porque não seria nada grave como o que eles precisam resolver no momento e antes que eu retrucasse eles...eles saíram pela porta e até agora não voltaram!

  Igraine deu um sorriso emburrado. Aquilo era bem típico de seus pais. Era sempre deixada de lado pelo que eles precisassem resolver ou priorizar. Bom, não eram apenas eles que faziam isso.
  De repente, Igraine sentiu-se irritada. E acabou fazendo algo que não costumava fazer, principalmente por sempre ter procurado ser o mais educada possível na presença de quem quer que fosse.
  Mas se levantou e, sem dizer nem uma palavra, saiu da sala, subindo as escadas e batendo a porta do seu quarto com mais força do que o necessário.

~*~


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Notas finais do capítulo

Caramba, finalmente consegui terminar esse capítulo!
Ainda acho que ele ficou meio meh, mas ele deve ter refletido meu estado emocional de pandemia rs. Entretanto, esse capítulo um pouco mais "pesado" foi necessário na história. Coisas precisam ser decididas e embora a fic seja uma comédia-romântica, ela não é nonsense (bom, não muito) e precisa de uma parte mais "séria" para encaixar certos pontos

da história.
Esse capítulo foi feito durante semanas nas quais foi difícil para eu produzir, pois meus pensamentos estavam focados em outras coisas (e em certas revoltas rs). Mas agora estou tentando pensar em produzir apenas e apenas mesmo quando eu tiver disposição para tal. Então não me cobrem para atualizações muito rápidas aqui. Não quero acabar fazendo algo malemá em uma história querida por tanta gente e que foi tão importante pra mim há alguns anos atrás. Quero agradecer imensamente a minha amiga Hime, porque sem essa pessoinha, eu já teria abandonado a fic há muito tempo. Ela não me deixa desistir e sempre me dá uma ajuda quando peço.
Enfim, obrigada por continuarem acompanhando, de não desistirem da história do Cruello e da Igraine. Quem sabe agora esses dois conseguem ter um pouco de paz, não é mesmo?
Até o próximo capítulo!



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