‘’Meses se passam, pessoas vão e vem nas nossas vidas. Mas, o amor continua no mesmo lugar. O verdadeiro amor continua onde sempre deveria estar...Mas, a maldade esta aqui conosco, mas eu percebo que ela se afogando em suas próprias lágrimas’’—Fernanda Mills

Ouvir: Viveme- Laura Paisini

POV Maria

Dois meses se passaram desde o nascimento de Frederico. Maria Fernanda e Fernando Luiz moravam agora na fazenda Anjo Pecador...A fazenda mudou de nome assim que Frederico nasceu. Cristina e Arthur moravam em um apartamento com seus dois filhos, Cristina e Arthur mesmo com tantas responsabilidades conseguiam estudar e plantar o seus futuros desde já. Eu e Estevão havíamos deixado a empresa nas mãos de Heitor e Estrella, já que Fernando Luiz e Maria Fernanda se dedicavam a medicina e ajudar as regiões mais próximos da fazenda. Fernando José tomava conta da empresa por ele mesmo e pelas suas irmãs, Victória havia dado todas as suas ações da empresa para ele.

—Ainda não saiu dessa cama?—Estevão pergunta arrumado.—Precisamos receber nossos filhos daqui a pouco.

—Casal 1 ou casal 2?—Pergunto sorridente. Casal 1 era Heitor e Estrella. Casa 2 era Maria Fernanda e Fernando Luiz.

—Casal 2, mulher!—Fala dando um sorriso bobo.—Maria Fernanda disse que Frederico precisa conhecer a cidade grande.

—Ele só tem dois meses.—Falo indignada.—Frederico será um rebelde.

—Dos filhos de Maria Fernanda só um será um pouco tranquilo...—Estevão fala se sentando na beirada da cama.—Maria Victória, essa será um pouco tranquila.

—Duvido muito! Ela é muito traquina!—Exclamo.—Já percebeu que todos os nossos netos puxaram a você?

—Eles ainda não são tão bonitos assim, Maria...—Estevão fala e eu dou uma gargalhada alta.—Eu sei, sou convencido.

—Até demais.—Falo me levantando da cama.—Agora, preciso me arrumar para receber aquelas crianças.

—Vão chegar com fome.

—E quando eles não tem fome, Estevão!?—Pergunto irônica e ele sorri.

(...)

—Onde Maria Fernanda foi?—Pergunto e Fernando Luiz me olha.

—Ela foi levar nossos filhos para Victória ver. Fernando José e Cristina fizeram o mesmo, pensam que assim irão tirar Victória da depressão.—Fernando Luiz fala e eu sinto uma coisa estranha dentro de mim.—Mãe, se sente bem?

—Sim, eu só queria ver Victória agora. Me deu uma vontade de vê-la...Me leva até a casa dela?—Pergunto ainda sentindo algo estranho.—Preciso vê-la.

—Calma, Maria...—Estevão fala e eu fico mais nervosa.

—Eu estou tendo uma necessidade de vê-la...—Falo e eles me olham preocupados.

Ouvir : Eclipse de Luna – Maite Perroni

POV Maria Fernanda

Cristina havia apresentado Francisco e Maria Fernanda formalmente a Victória. Ela sentiu uma tração muito forte pela filha de Cristina, a que levava meu nome. Logo, Fernando José apresentou Otávinho com Pérola, os dois tinham diferenças de meses assim como eu e Fernando Luiz. E agora era a minha vez de mostrar como os meus filhos estavam...Mostrei primeiro Melissa, logo Victória a abraçou e beijou a testa dela. E em seguida ela pegou os gêmeos em seu colo e os ninou por alguns minutos.

—Estão tão diferentes.—Fala vendo o cabelo de Maria Victória mudar.—Sempre sendo a mais inocente.—Fala sobre Maria Victória. Logo ela coloca os gêmeos no sofá junto aos outros e me olha com Frederico nos braços.

—Este é o mais novo.—Falo e ela começa a chorar de alegria.—Aquele que você me ajudou a trazer no momento mais inoportuno —Falo.

—Frederico San Román De Los Mendonza.—Victória fala e me olha com os olhos cheios de lagrimas.—Posso pegar ele?—Pergunta.

—Claro.—Falo e ela logo pega Frederico e começa a nina-lo em seus braços. Ela sorri ao ver os olhos extremamente verde-azulados de Frederico.

—Deixe-me um tempo mais com ele?—Pergunta e meus irmãos sorri para mim.

—Claro que sim.—Respondo e me lembro do que meu pai me disse antes de morrer. Uma criança une várias pessoas...

Victória logo foi para o jardim que ficava detrás da casa com Frederico. Eu sorrio ao vê-la conversar com ele e ele ‘’responder’’ á ela.

—Olá.—Fernando Luiz fala chegando com Maria.

—O que fazem aqui?—Cristina pergunta curiosa.

—Eu precisava ver Victória.—Maria fala um pouco tensa.

—Ela acabou de ir para o jardim com Frederico nos braços.—Falo e ela me olha e sorri.—Ela reagiu!

—Precisamos tirar uma foto de todos os netos de nossa mãe com ela.—Fernando José fala preparando a câmera.—Guardar de recordação.

—Eu vou chama-la.—Maria fala indo até o jardim e Fernando Luiz me abraça e começamos a brincar com os gêmeos.

—Quem irá segurar Frederico na foto?—Cristina pergunta colocando os seus filhos nos braços.

—Acho que Victória fará isso por mim.—Falo e Fernando Luiz fica no lugar de Fernando José para tirar a foto.

Ouvir : Volvere Junto a Ti – Laura Pausini

POV Maria

Eu fui até o jardim e vi Victória ninando Frederico em seus braços. Ela sorria sentada em um dos bancos que ficavam debaixo de uma macieira. Ela logo se levanta assim que me vê, ela parecia estar feliz com Frederico em seus braços. Assim que eu me aproximo ela dá alguns passos em minha direção e sorri,

—Ele não é lindo?—Pergunta sobre Frederico.—È incrível como ele se parece com Maria Fernanda. Herdou somente os olhos do pai.

—Ele realmente gosta de você.—Falo vendo a sintonia que Frederico tinha com Victória com tão pouco tempo.

—Vamos entrar, ele não pode se resfriar! Ainda é muito pequeno.—Fala muito preocupada com ele.—Tenho que cuidar dele pelo menos uma vez.—Fala e eu me aproximo dela. Logo eu a abraço.

Em todo o tempo que eu passei com Victória, sabendo e não sabendo que éramos irmãs...Eu nunca tinha dado um abraço nela como eu dei agora. Parecia uma despedida, e ao mesmo tempo um reencontro! Era muito estranho...Aquele abraço durou alguns minutos, só escutávamos os pássaros e o vento a bater em nós duas e até mesmo no pequeno Frederico.

—Mãe!—Maria Fernanda exclama por mim.—Fernando Luiz quer tirar um foto da senhora e da minha outra mãe com todos os netos caçulas.—Fala e eu percebo que ela havia chamada ‘’mãe’’ com Victória.

—Vamos logo.—Victória fala com lagrimas nos olhos.

Logo entramos para dentro de casa, Fernando Luiz iria tirar a tal foto para guardar de recordação. Victória se sentou com Frederico nos seus braços, ficaram ao lado de Cristina que estava com seus filhos nos braços.. Fernando José se sentou ao seu lado com seus filhos, um no colo e outro em seus braços. Melissa ficou sentada no chão com algumas almofadas colocadas por Maria Fernanda. Ela se sentou no chão á frente de Cristina. Maria Fernanda se sentou no chão á frente de Victória com os gêmeos em seu colo.

—Venha, Maria.—Victória fala e eu vou para atrás dela ficando de pé e coloco a minha mão em seu ombro. Ela coloca Frederico de pé, encostado em seu busto e segura uma das mãos de Maria Fernanda. Melissa agora ajudava Maria Fernanda com os gêmeos.

—Olha o passarinho!—Fernando Luiz brinca e logo se tira a foto.

—Vão ficar para almoçar?—Victória pergunta e todos nós sorrimos.

—Estamos de passagem mesmo...—Fernando Luiz fala.—Todos ficam para almoçar?—Pergunta e todos concordam. Logo eu vou ver a foto que ele tirou e sorrio.—Vamos, mamãe!—Exclama.

(...)

Ouvir : Te Digo Adiós - Laura Pausini

Depois do almoço Cecília chegou para visitar Victória, ela parecia um pouco perturbada, um tanto sem expressão e quase rouca. Eu me despedi de Cecília e dos meus filhos, logo fui me despedir dos meus sobrinhos. Eu iria levar os filhos de Maria Fernanda, Fernando Luiz acompanharia Cristina até a casa dela com os gêmeos. Fui me despedir de Victória, ela estava em seu quarto e eu logo fui vê-la. Ela ainda estava com Frederico em seus braços e eu precisava levá-lo comigo. Ela passaria a tarde toda com Fernando José e Maria Fernanda, e ainda teria Cecília com ela.

—Frederico se parece um pouco com Tavinho.—Fala me olhando e eu sorrio.—Tem que leva-lo?

—Sim.—Falo sem graça e ela termina de colocar ele para dormir.—Você colocou ele, Otávio, Maria Fernanda , Francisco e Pérola para dormirem tão rápido...

—Sim, os outros estão cheios de energia e não vão dormir agora que é quase final de tarde.—Fala e dá um beijo da cabeça de Frederico. Logo Melissa entra no quarto devagar e vai abraçar Victória.

—Eu vou orar para a senhora, vovó. Eu sempre faço isso para as pessoas que eu amo.—Melissa fala e logo eu vejo uma lagrima rolar pelo rosto de Victória.

—Eu sei que vai fazer isso.—Victória fala e a olha.—Cuide bem dos seus irmãos e da sua mãe para mim, meu amor?—Victória pergunta e eu sinto calafrio.

—Cuidarei.—Melissa responde e Victória coloca Frederico nos braços de Melissa. Victória se aproxima de mim e me abraça delicadamente. Eu retribuo o abraço e ela logo sorri.

—Você precisa ir, Maria.—Fala e eu sinto algo estranho dentro de mim. A mesma coisa que sinto quando me lembro da morte dos meus pais.—Promete se cuidar? Promete ser feliz?

—Seremos, felizes.—Falo e ela dá um sorriso um pouco forçado. A depressão de Victória fez com que ela mudasse no físico de uma forma brusca. Ela emagreceu, ficou mais pálida.

—Você precisa ir.—Fala.—Antes que os pequenos se acordem.—Sorrimos.—Lembre a Maria Fernanda quando Frederico se manter inquieto ela cante algo para ele. Ele ama isso.—Fala.—Agora vá.—Fala vendo eu e Melissa, que estava com Frederico nos braços, irmos embora. Ela nos olha da ponta da escada e sorri. Eu logo saio da sua casa com Melissa e Frederico.

Eu ajudo Melissa a entrar no carro e antes de eu entrar nele eu olho para a casa de Victória. Logo eu entro no meu carro e vou embora.

POV Cecília

Eu havia chamado Victória para conversarmos depois que ela passasse a tarde com Fernando José e Maria Fernanda. Eu fiquei em seu quarto por um longo tempo, o mesmo que ela conversava com seus filhos. Logo eu vi pela janela ela se despedir deles, dava para escutar a conversa.

—Vão com cuidado, por favor.—Victória fala sorrindo. Eles ficam de entrar no carro, mas Maria Fernanda pede um minuto e volta até Victória. Elas duas se olham e Maria Fernanda ergue os braços e Victória também. Elas seguram suas mãos e choram.

—Eu não posso dizer que te perdoei completamente, você sabe como sou.—Maria Fernanda fala.—Mas desde o nascimento de Frederico eu senti o quanto você é boa como ser humano. Não tão boa como mãe, mas como ser humano é a melhor de todas.

—Você ira ser uma mãe melhor que eu. Porque viu meus erros e os sentiu, e também tem o exemplo de boa mãe de Maria...—Antes de Victória terminar de falar Maria Fernanda a abraça.

—Se cuida, melhore...—Fala chorando um pouco.—Eu te amo mesmo assim, mamãe.—Maria Fernanda fala e Victória dá um beijo no topo de sua cabeça.

—Darei minha benção como mãe, não como madrinha como eu fazia a muito tempo...—Victória fala e eu choro.—Que Deus te guie , filha. Lembre-se que ele sempre estará contigo, aonde você estiver e como estiver.—Fala e Maria Fernanda beija as suas mãos e sorri.

—Muito obrigada, mãe.—Maria Fernanda fala e Victória entra para dentro de casa. Meus sobrinhos ficam conversando um pouco mais na frente da casa. Eu escutei tudo isso mesmo estando no primeiro andar.

—O que queria falar comigo?—Victória pergunta um pouco seria comigo. Era agora...

—Eu queria esclarecer a morte de nossos pais, Victória.—Falo tremula.—Eu fiz com que o carro onde eles estavam falha-se.—Falo de uma vez e ela me olha incrédula.

—Você matou eles? Você...Não!—Victória exclama e corre para fora do quarto. Ela corre pelas escadas e eu corro atrás dela.

—Victória, eu não sou mai como era antes me escute! Eu preciso que me escute, minha irmã!—Corremos pelas escadas como fazíamos quando pequenas. Só que agora era por algo extremamente grave.—O que vai fazer , minha irmã?—Pergunto quando chegamos no terceiro andar e ela entra em um dos quartos.

—Eu vou acabar com a minha dor.—Fala perto da janela e passa pelo para peito da janela.—Um suicida quer acabar com a dor e não com a vida. Mas agora eu estou diante da culpada da morte dos meus pais...Eu prometi que não morreria até descobrir quem foi o responsável...—Fala e choramos juntas.—E essa minha promessa era o que mantinha presa nesse mundo.—Fala.—Eu vou ficar com eles agora.—Fala soltando as grades do pare peito aos poucos. Eu me sento no chão e começo a chorar.

—Não me deixe, Victória.—Falo com medo.

Ouvir: MI PECADO SOUNDTRACK 9

POV Maria Fernanda

Quando eu me virei eu vi Victória caindo do terceiro andar na casa. Eu e Fernando José ficamos do outro lado da rua, sem emoções. Logo eu vi Cecília na janela, chorando, passando mal ao ver aquela cena. Victória havia caído no jardim da casa, perto de onde eu e Fernando José brincávamos quando criança. Logo eu atravesso a rua e abro o portão com medo de ver minha mãe morta. Fernando José chorava descontroladamente do outro lado da rua. Eu fui até o jardim sem olhar para o chão, até que eu sou obrigada a olhar.

Começa a chover, a chuva não era forte nem fraca, Eu sinto algo estremecer dentro de mim. Eu serro os meus punhos e começo a tremer com tanta tristeza. —Ela estava com a cabeça ensopada de sangue e um pouco de sangue saindo da sua boca. Seus cabelos negros e soltos estavam ali...

Eu me aproximo mais um pouco e começo a respirar muito rápido. Eu tentava segurar as minhas lagrimas, algo impossível...Eu estava começando a perdoa-la, aos poucos. Porquê ela havia se jogado? Porquê ela não poderia ter caído nem ter sido jogada...

—MAMÃE!—Eu grito me ajoelhando diante do seu corpo. Eu prolongo o grito até ficar sem ar em meus pulmões.

POV Maria

Horas depois Maria Fernanda Haia ligado para Estevão. Desde este telefonema ele andava de um lado para o outro, não me falava nada. Ele entrou em seu escritório e eu fui atrás dele brava e agoniada. Algo gritava dentro de mim falando que algo aconteceu e ele não queria em falar para me proteger.

—Estevão, por tudo o que é mais sagrado...Me fale o que houve!—Exclamo com Frederico nos braços. Ele havia acordado com a chuva que começou fina e logo ficou brusca.

—Maria, aconteceu o pior com Victória.—Fala me deixando com medo.—Maria Fernanda viu ela se jogar do terceiro andar da casa e...—Ele para de falar e eu entendo tudo.

Eu me aproximo da janela do escritório e as abro lentamente. Eu olho para Frederico e logo soluço.

—Victória...Victória, não.—Falo e logo me dou conta de que n]ao a verei mais com vida.—VICTÓRIA!—Grito e Estevão pega Frederico dos meus braços e entrega a babá dele que entrava no escritório assustada.

—Maria, calma!—Fala e eu vou perdendo a força em minhas pernas e a minha lucidez. Eu acabo desmaiando em seus braços.