‘Espelho, espelho meu...Existe pessoas mais má e sem piedade do que eu?’’—Fernanda Mills

POV Maria Fernanda

Chegamos em casa a noite. Estevão pediu para conversar comigo e com Fernando Luiz. Estávamos ambos, com medo do que Estevão poderia falar. Ele com certeza iria falar sobre este nosso casamento repentino, iria ser outra confusão para explica-lo o que aconteceu de verdade. Eu e Fernando Luiz iríamos ouvir um longo sermão dele, até porquê fomos irresponsáveis ao casarmos de uma hora para outra.

—Só eu e eles, Maria.—Estevão fala quando entramos no escritório e Maria fica do lado de fora.—Eu sei que você irá passar a mão na cabeça deles.—Estevão fala e Maria se estressa.

—Estevão...

—Esta tudo bem, mãe.—Falo e ela me olha ainda insistente em entrar.

—Ficaremos bem, mãe.—Fernando Luiz fala eu concordo. Não éramos marido e mulher ali, éramos dois irmãos tentando convencer uma mãe protetora. Ela desiste e Estevão fecha a porta e logos nos sentamos a frente dele.

—Agora, me expliquem sobre esse casamento.—Estevão fala e Fernando Luiz se coloca a frente de mim.

—Eu forcei ela a se casar comigo.—Fernando Luiz fala e Estevão fecha os punhos.—Ao contrario ela não veria mais nossos filhos.

—Ela tem direito de vê-los de toda forma!

—Não junto com outro homem!—Fernando Luiz o enfrenta.

—Abaixe sua voz , Fernando Luiz!—Estevão exclama e ele desiste de enfrenta-lo.—Vocês dois, os dois de todas as formas foram infantis nesta história. Fernando Luiz só pensa em se casar com Maria Fernanda Deus sabe lá o porquê!—Estevão exclama.—Maria Fernanda cai na infantilidade de Fernando Luiz porquê tem medo de perder os filhos para sempre.

—Estevão, era isso ou eu perdi meus filhos. Eu já perdi minha família.—Falo o enfrentando.

—Por quê você quis assim. Sorte que Cristina não esta mais no conselho tutelar em uma fila de adoção.—Fala entre os dentes.—Vocês dois estão errados, sempre erram!—Exclama ficando vermelho de raiva.—Mas isso agora acabou! Vocês agora são donos das suas vidas e façam com elas o que bem quiserem. Não serão mais defendidos nem por mim nem por Maria.

—Minha mãe? Ela não irá passar um dia sem mimar Maria Fernanda.—Fernando Luiz fala e eu fecho os olhos para ignora-lo.

—Isso não importa agora. Acabou.—Estevão fala.—E vocês , agora, vão se responsabilizar um pelo outro.—Fala olhando para mim e para Fernando Luiz, Logo ele saio do escritório batendo a porta com força. Não acredito no que acabou de acontecer...

—Não dirija a palavra para mim.—Falo colocando as minhas mãos na cintura. Ele se aproxima de mim mais logo eu me afasto dele. Eu tremo de raiva dele e ele percebe.

—Maria Fernanda?—Fernando Luiz fala colocando a mão no meu ombro. Logo escutamos o espelho do escritório, que ficava ao lado do sofá, se quebrar. Logo a minha raiva vai diminuindo e eu fico sem entender como aquele espelho se quebrou sozinho.—Tem certeza que Vitor Hugo te salvou do pacto?—Ele pergunta preocupado.

—Não tenho certeza.—Falo vendo minhas mãos ficarem brancas.—Mas, está havendo algo de errado comigo...—Falo saindo do escritório com medo daqueles restos do espelho no chão.

(...)

Eu entro no meu quarto e vou me olhar no espelho. Eu não queria ver o meu físico, eu queria poder ver a minha alma, queria me ver por dentro.

—As vezes eu me pergunto quem sou eu por dentro, além de órgãos de tudo...—Falo alisando meus cabelos.—Quem eu realmente sou.—Falo ainda me olhando no espelho. Eu me sentia atraído por ele.

Maria teve uma tarefa difícil quando eu era pequena. Me manter longe do fogo, dos espelhos, e das maçãs. Eu quase sempre acendia os fósforos pertos dos móveis da casa, sempre batia nos espelho. Mas as maçãs...Sempre tive algo relacionado á elas.

Flash Back On

—Ela se sente a própria Branca de Neve.—Victória falava ao me ver correr pela casa. Eu tinha cinco anos naquela época.

—Esta mais para a madrasta da Branca de Neve.—Maria fala preocupada comigo.—Maçãs, espelhos...

—E com o fogo. Maria Fernanda tem algo de errado.—Estrella fala ao descer as escadas com seu filho. Ela me olhava incrédula.

Flash Back Off

Eu voltei no tempo. Eu me lembrava perfeitamente daquele dia...Me lembrava também dos dias em que mais assustava Maria.Estevão estava certo...Eu estava muito adulta para que sempre eu errar ele ou Maria venha me defender. Eles haviam feito muito por mim a quase 23 anos.

—Quase 23...—Falo indo até o meu calendário em cima do meu criado mudo. Meu antigo quarto...Agora eu teria que dividir meu apartamento com Fernando Luiz e nossos filhos. Ou talvez, moraríamos aqui na mansão, não...—Está perto do meu aniversario.—Falo.—Menos de duas semanas.—Como Cristina deve estar?—Pergunto me lembrando da minha irmã caçula.

POV Catharina

Meu pai havia brigado com Estevão por causa de Maria Fernanda. Essas brigas entre nossas famílias nunca iriam acabar pelo o que eu estava vendo. Maria Fernanda sempre era o alvo de todas as brigas. De todos...Ela não se ausentava em nenhuma delas.

—Ainda pensa em morarmos na Alemanha?—Fernando José pergunta se aproximando de mim.

—Penso em ficar aqui.—Falo.—Já basta de tanto ir e vir de nossa casa.—Falo colocando Otávio no berço.—Eu não imaginava que Maria Fernanda e Fernando Luiz haviam se casado tão...rápido.

—Foram irresponsáveis.—Fala e eu ergo a minha sobrancelha e o olho ironicamente.—Sempre foram.

—Eu tenho pena de Cristina. Por onde ela esta?

—Ela conseguiu sair do conselho tutelar.—Fernando José fala suspirando.—Maria Fernanda foi muito má ao fazer tudo isso com Cristina. Ela ainda é uma criança.

—Cristina é uma criança , mas não é boba. Na verdade, ela é quase uma mulher.—Falo e ele me olha incrédulo por ter falado ‘’mulher’’.—Faltando apenas dois anos para ela completar a maior idade. Mas, tem notado como ela mudou?—Pergunto enfatizando no final.

—Onde quer chegar?—Fernando José pergunta ainda sem entender.Eu reviro os olhos e coloco as minhas mãos na sua cabeça.

—Cristina estava de namoro com Arthur desde que Maria Fernanda foi para a fazenda, quando nem sabia que estava grávida do filho que perdeu, Fernando José. Faz meses que Cristina mudou fisicamente...—Falo e ele continua sem entender.—Sua irmã...Ganhou peso.

—Cristina ainda é uma criança, Catharina!—Ele exclama tentando negar que Cristina já seja uma mulher.—Sabe o que aconteceria ser ela estivesse...

—Grávida?

—Grávida do Arthur.—Fala com preconceito ao rapaz.—Meu pai o mataria, Maria Fernanda faria da vida de Cristina um inferno, e minha mãe...

—Sobre seu pai matar Arthur eu até concordo. Mas, Fernanda não se meteria nisso. E sua mãe...—Falo e paro ao ver sua reação.—Ela não aceitaria ver Cristina grávida tão...jovem.

—Eu espero que Cristina não esteja nesse estado.—Fala saindo do quarto do nosso filho. Eu me aproximo de Otávio que dormir tranquilamente e falo perto dele.

—Filho, acho que você ganhará um novo primo, ou prima...—Falo preocupada com Cristina. Uma gravidez agora, que ela esta sendo ‘’vigiada’’ pela justiça faria com que a lei olhasse meus sogros como irresponsáveis. E o pior é que eles realmente são...