Anjo Pecador : A Volta Do Anjo escrita por Maria Fernanda Beorlegui


Capítulo 12
Deixe-Me Partir




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POV Maria Fernanda

Eu havia chegado em casa cedo e percebi que algo de estranho estava acontecendo. Todas as luzes da casa pareciam estar apagadas e não ter ninguém, nem mesmo os empregados dentro de casa. Eu acendi todas as luzes e fui em direção ao meu quarto. Mas assim que entro nele me deparo com uma carta em cima da minha cama. O envelope era num tom amarelo bebê .Não havia remetente nem endereço de ninguém. Eu fiquei imaginando de quem aquilo era, e quem poderia ter mandado aquela carta para mim. Qualquer pessoa que entrasse no meu quarto poderia ler essa carta e logo saber do meu segredo. Se é que na carta tem o meu segredo, ou alguém já leu e foi atrás de mim...

–Mas parece que ninguém abriu. –Falo vendo detalhadamente a carta que estava em minhas mãos. Logo resolvo abrir a carta e me deparo com uma bela letra escrita á punho.

‘’ Você destruiu vidas, você com sua maldade acabou com a esperança que tinha em cada pessoa. Todos acham que estão livres de algum mal ou de alguma tragédia, achando que você poderá salvar todos com a sua ‘bondade’. A verdade é que você nunca irá mudar, Maria Fernanda, você sempre será a maldade em pessoa. Será o mal oculto que todos temem mais que nunca percebem que está perto. Você sabe quem eu sou, sabe como sou, ou melhor...Como eu era! Você destruiu a minha vida com a sua maldade, você destruiu tudo que eu tinha. Me tirou o amor e a esperança de ser o que sempre quis ser. Éramos iguais, quase irmãs...

Você fez coisas terríveis para dissimular sua morte...Sempre quis dar esse susto naqueles que te amavam. Ou melhor, aqueles que fingem te amar. Sua mãe te abandonou quando ainda era um bebê e logo na porta da casa de Maria...Você acha que ela te criou porque te amava? Ela sentiu pena de você durante todos esses anos e sempre quis ter um animal domesticado por ela mesma.

Você sempre será má! Eu estou voltando o mais rápido do que você imagina. E melhor você mostrar quem é de verdade antes que eu faça com que você mude. Você me mostrou como ser um monstro, Fernanda, agora esta na hora de te retribuir este pequeno favor. Se lembra daquela historia da Branca de Neve? Eu era tão ingênua como tal, mas agora vou fazer você ser apenas mais uma criatura desprezada como você sempre foi. Eu vou destruir você com tudo o que eu tenho. Com tudo o que eu sei...’’

Eu desço as escadas e jogo a carta na lareira e logo a vejo queimar com o fogo. Eu vou para o ultimo andar da casa e logo vou para a sacada que ficava na frente da casa.Logo vejo que todos estavam voltando, estavam na frente do portão e logo me avistaram. Eu comecei a chorar e logo Maria entrou correndo dentro de casa.Eu sentia ela se aproximar para saber o que eu tinha. minhas mãos tremiam mesmo segurando a madeira que me protegia de cair dali. Eu sentia o vento frio bater no meu rosto com rapidez, os meus cabelos batiam no meu rosto ao mesmo tempo. As lágrimas eram inevitáveis e eu ficava em duvida se me jogava ou não...

–Eu quero ser boa. –Falo chorando. –Mais esse meu segredo não deixa...Não quero ser forte...Não quero que eles descubram tudo. –Falo e olho para baixo. Logo recuo mais me lembro rapidamente do meu segredo.

–Não! –Maria exclama me assustando e eu empurro o parapeito e acabo me desequilibrando... –Maria Fernanda! –Ela exclama meu nome e eu logo sinto suas mãos me segurando. Eu estava prestes a cair...

–O que você esta fazendo? Me solte! Eu não tenho mais solução!

–De onde você tirou isso? –Minha mãe pergunta aparecendo e logo me puxa para cima. Maria tentava me puxar chorando, e dessa forma as duas conseguiram me salvar. –Porque iria se matar?

–Você perdeu o juízo? –Maria pergunta chorando e me tirando dali. Nós três ficamos perto da mesa. Eu pasma, Maria nervosa e minha mãe incrédula e esperando uma resposta para tudo isso.

–Nunca mais faça isso de novo... –Minha mãe dala e logo sinto as duas me abraçando.Eu fico , ainda, em choque por elas terem me salvado.Logo vejo meu pai,Estevão e Cristina na porta nos olhando com nervosismo.

Eu não estava pensando direito no que estava fazendo. O medo que eu sentia era enorme...Talvez o que ela escreveu na carta era verdade. Talvez ninguém me amasse de verdade. Assim eu me separo das minhas mães e vejo o fingimento de dor que as duas tinham. Maria chorando falsamente e Victória me olhando com medo de que eu fosse fazer alguma coisa. Eu começo a sentir nojo daquilo e me levanto rapidamente dali. Corro, mais quando chego na porta Estevão me segura mais eu consigo sair dali e corro em direção ao meu quarto. Sinto os olhares de todos mais vou para o meu quarto e me tranco o mais rápido que posso.

–Filha! Abra! Me diga o que esta havendo pelo amor de Deus! –Escuto Maria gritar e bater na porta com medo.

–Eu quero ficar sozinha! Quero pensar! Quero saber quem eu sou de verdade, mãe. Me deixe pensar com a minha própria mente! –Exclamo com todo o ar dos meus pulmões e logo me deito no chão e começo a chorar.

Ninguém ali de fato me ama...Ninguém ali de fato queria saber pelo o que eu chorava ou o que eu sentia. O que eles mais queriam era que eu sumisse do mundo de uma vez por todas. Eu os odiava com toda minha alma, eu desejo a morte deles neste instante!

–Eu odeio todos! –Exclamo e logo percebo a tensão deles. –Eu queria poder fazer com que eu nunca tivesse nascido só para saber se vocês seriam felizes! Eu não consigo ser feliz, portanto ninguém em minha volta será! Ninguém!


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