POV Maria Fernanda

O dia logo amanheceu e eu fui direto tomar o meu café da manhã. Queria chegar o mais rápido possível nas empresas sem ter ninguém me acompanhando. Talvez minha mãe estivesse me esperando no carro só para me aborrecer com o assunto daquela ligação. Metade da minha família já sabia o que tinha acontecido! Mais para me distrair eu me focava no aniversario de Cristina...Estava perto dela fazer dezesseis anos e logo nossa mãe faria uma festa por isso. O mais surpreendente de tudo é que descobri que minha mãe tinha uma outra irmã. Só que essa era filha legitima dos pais adotivos dela. Cecilia segundo o meu pai sempre foi egocêntrica e nunca quis saber se magoava ou não os outros com as suas ações. Ela tinha adotado uma criança que agora tinha cinco anos de idade...Se chamava Melissa. Cinco anos...Isso me faz lembrar o meu segredo! O que eu fiz logo vai completar cinco anos também...

–Ainda bem que ela não estava me esperando no carro. –Falo entrando no elevador sozinha. Era um milagre minha mãe não ter me seguido até aqui... –Bom dia. –Falo para a minha secretaria e ela sorri. Assim que entro na minha sala me deparo com a minha mãe sentada na minha cadeira me olhando fixamente. Fico parada olhando para ela com medo e logo fecho a porta. –Acordou cedo, mamãe...

–Tudo para saber a verdade, Maria Fernanda. Eu não saio daqui ate você me falar o seu segredo. –Fala e eu a olho com raiva e nervosismo.

–Já sabe o que vai dar de presente para Cristina? –Pergunto tentando desconversa e percebo que ela fica aborrecida.

–Não mude de assunto...

–Mamãe eu não quero mais tocar neste assunto! Nem que a senhora me tranque em um sótão escuto sozinha eu não falo! –Exclamo com raiva e medo. Ela me olha assustada e abaixa a cabeça com paciência. –Mamãe esqueça isso...

–O que quer falar?

–Sobre essa irmã mais nova da minha mãe que vai voltar para o nosso pais... –Falo e ela me olha como se sentisse ciúmes.

–Mais um para sua mãe morrer com tanta dor de cabeça. –Fala e suspira pesadamente. –Ou talvez ela poça fazer bem para a sua mãe.

–Pelo o que meu pai falou ela era a pior pessoa do mundo para a vida da minha mãe. –Falo tentando imaginar como deve ser Cecilia.

–Devem ser iguais...

–Mamãe! –Chamo a atenção dela e ela sorrio tentando testar a minha paciência. –A senhora esta com ciúmes?

–Eu? –Ela pergunta se fingindo de incrédulo e eu riu dela. –Não posso ter ciúmes da sua mãe até porque ela esta bem grandinha...E diferente de Cecilia, Victória é minha irmã de sangue.

–Sempre o sangue no meio, mamãe? –Pergunto incrédula e ela abaixa a cabeça com vergonha. –Eu na verdadeira logica sou sua sobrinha...

–Prima de Fernando Luiz... –Fala e eu a olho com ironia.

–Isso não vem ao caso. –Falo e ela me olha com ironia. Esse joguinho para saber quem é mais irônica já esta me deixando nervosa.

–Seja lá como for Cecilia não vai fazer nada demais comigo e com Victória. –Maria fala na defensiva e se preparando para ir embora. –Volte cedo para casa, mocinha.

POV Victória

O aniversario de Cristina estava perto e a chegada de Cecilia também. Eu me preocupava com o que Cecilia iria fazer na hora da festa. Ela nunca foi simpática nem muito menos sensata...Sempre passou na minha cara que eu era apenas a filha adotiva e ela a filha legitima que deveria ter tudo .Sempre foi mais popular que que quando éramos duas adolescentes, mesmo eu sendo dois anos mais velha que ela. Cecilia quase me separou de Otávio quando éramos namorados, mais por fim conseguimos ficar noivos e logo nos casamos. O mais curioso de tudo é que Cecilia nunca chorou pela morte de nossos pais. Até porque ela nunca teve sentimentos...

–Vão anunciar o casamento de vocês amanhã? –Escuto Cristina perguntar para Fernando José e Catharina.

–Sim. Logo na sua festa de aniversario... –Catharina fala e eu sorrio. Era incrível como Maria Fernanda conseguiu fazer com que Catharina e Cristina fizessem as pazes tão rápido...

–Amanhã chega uma tia nossa também... –Fernando José falar com temor.

–Incrível como tudo de assustador e marcante acontece no meu aniversario, não? –Cristina pergunta irônica e eu sorrio do que ela pergunta.

–Será que vai ser assim até você completar dezoito anos? –Catharina pergunto com humor e escuto a risada alta de Fernanda José.

–Será que praga de irmão pega? –Cristina pergunta com ironia e cruza os braços com graça. Eu fico escondida os vendo e logo eles riem de Cristina.

–Diferente de Maria Fernanda eu não quero que você complete dezoito anos... –Fernando José fala abraçando Cristina.

–Será que você pode me ensinar a dirigir? –Cristina pergunta interessada e eu fico com medo do que meu filho vá responder.

–Maria Fernanda ensina...Ela sabe dirigir bem como ninguém. –Catharina fala irônica. Todos sabiam o quanto Maria Fernanda era ruim em dirigir.

–Tia Maria também... –Cristina fala com deboche e eu tento segurar a risada. –Talvez eu tenha ganhado o enorme dom de escutar a conversa alheia da minha mãe.

–Prometo não fazer isso nunca mais. –Falo aparecendo para eles e logo todos rimos. –Você percebe tudo...

–Talvez Cristina tenha herdado isso da Maria... –Catharina fala tentando segurar o riso. –Alguém viu ela hoje?

–Depois do que aconteceu comigo e com o seu pai e ela viu...Eu prefiro não falar dela. –Falo e Catharina fica constrangida.

–Maria Fernanda estava sendo ameaçada por alguém ate um dia desses... –Cristina fala mudando de assunto e eu começo a ficar preocupada.

–Mesmo ela sendo forte como uma rocha temos que protege-la contra essa pessoa. –Falo com medo. –Quem poderia fazer mal a ela?

–Maria Fernanda errou muito mas já mudou...Com certeza isso é coisa do passado. –Fernando José fala me assustando mais. –Não me lembro de ninguém que ela tenha tido machucado quando estávamos na Alemanha...

–Alguém que você não se lembre. –Cristina fala e ele suspira preocupado. –O mal sempre esta perto de nós...