Havia alguma coisa muito errada, ela tateou em volta de si, mas não havia nada, só o atrito do tecido nos seus dedos... Já não havia mais dor, mas ela sentiu umas lágrimas teimosas se acumularem nos seus olhos. Onde ele estava?

Então ela ouviu umas vozes se aproximando, e ficou meio irracional. Onde estava sua varinha? Estava tonta, alguém a havia drogado? E por que diabo estava tão escuro daquele jeito?

As vozes se aproximavam, ela tinha certeza que as conhecia, mas... Doía o esforço de se lembrar direito das coisas... Os três adultos entraram no lugar, e ele se iluminou, assim como Rose, não por ver a mãe, a tia Gina e a madrinha Minerva, ela mal se deu conta da presença delas na verdade, apesar de amá-las demais é claro.

-Você acordou! – uma das mulheres disse.

-Ah, e aí está ele, eu sabia que ele tinha fugido pra cá...

Porém toda a sua atenção estava na figura torta dormindo na cadeira ao lado de sua cama da enfermaria, a alegria estava explodindo dentro dela os dedos estavam coçando para tocá-lo, os lábios formigando para...

Ela se jogou da cama e cambaleou pra trás, as outras três deram um gritinho pensando que ela ia cair, mas Rose sustentou-se no lençol da cama que cedeu alguns centímetros escorregando também, ela não se importou, estava tonta por causa das poções que deviam tê-la dado, mas estava tonta de alegria também.

-Rosalie... – só podia ser sua mãe, mas a garota estava surda, estava inebriada.

Rose se deixou cair ajoelhada aos pés da cadeira, ele estava TÃO BONITO, tão tão tão bonito, seus dedos pareciam fracos como nunca, como se estivesse tentando empurrar um pedra gigante,  ela forçou-se para tocar a maçã do rosto dele, o toque de uma pluma não seria mais leve, mas tocá-lo, tocá-lo fez ela explodir e Rose atirou os braços em volta do pescoço dele e o beijou.

-Rosalie Weasley! – ela não estava nem aí pra mãe, mamãe que fosse contar gnomos.

A risada abafada de Gina e o constrangimento de Minerva... Nada importava.

Thiago primeiro acho que estava sonhando, mas o gosto o cheiro eram reais, eram fabulosos. Acordou, e sorriu, seus narizes grudados, seus olhos presos juntos, ele sorriu.

-Oi amor – ela disse contente, e Thiago simplesmente a agarrou mais forte, prendendo-a com mãos de ferro, a beijou com mais vontade que nunca, a boca sedenta o coração explodindo.

-Thiago Potter! Rosalie Weasley! Parem já com isso! – Hermione ainda gritou, Gina não agüentou e explodiu em risadas.

...  

Ninguém precisou explicar o que havia acontecido naquela noite, o entendimento foi fácil e objetivo, todas as profecias estavam cumpridas, cada palavra dita estava correta. As prisões foram fáceis, arrumar a bagunça mais ainda, alguns ferimentos facilmente curados, algumas broncas dos pais (principalmente de Hermione para Rose “Como você pôde não me contar? Thiago? Eu...”  “Mamãe tenha calma, está tudo bem, eu o amo, ele me ama.” E Hermione tinha aceitado).

Agora ela estava radiante, apesar da última derrota eles ainda tinham sido classificados para final, e não foi nenhuma surpresa, tendo Rose e Thiago de volta que eles ganhassem a taça, menos ainda que ele fosse convidado a se juntar aos Tornados de Tutshill como apanhador.

Ao final das aulas, Rose tinha mudado de idéia quanto a ser uma auror, ela gostava de fortes emoções, mas queria um pouco de paz pelo menos por uns dez anos sem lutar com bruxos malignos. Thiago tinha certeza que  ela teria uma vaga em qualquer time de quadribol que quisesse, ela tinha feito nada menos que 40 gols na última partida do ano e impressionado muitos olheiros.

...

O vestido era amarelo com uma saia de babados, as sandálias, no entanto, eram roxas e as unhas estavam pintadas de prata púrpura. Os olhos miúdos cheios de lápis mal deixavam entrever a parte branca do glóbulo ocular. Mal podia acreditar que estava indo ao baile de formandos, como acompanhante é claro, só se formaria no ano seguinte, mas esses bailes eram uma espécie de mito... Diziam que não havia nada igual a uma festa de formatura de Hogwarts.

-OH. MEU. DEUS. – Lyana exclamou quando a colega de quarto saiu do banheiro.

-Tão ruim assim? – Rose disse rindo, ela sabia que não.

-Você está brincando? Você só pode estar brincando! Você é meio veela não é? Eu sabia, eu sempre soube, você está um estouro!

E ela estava mesmo. O vestido que era verde esmeralda abraçava cada curva de seu corpo evidenciando as lindas formas esbeltas, insinuando a curvatura de seus seios, arrastando no chão a saia que se abria a partir do quadril. Esmeraldas de verdade brilhavam nas suas orelhas completadas por brilhantes que ficavam a mostra com o cabelo semi- preso que ela usava, normalmente liso, hoje com os mais perfeitos e macios caracóis que podiam existir. Os sapatinhos vermelhos davam um contraste elegante ao traje e ela usava um batom tão vermelho quanto sangue, os lindos olhos castanhos bem delineados, com cílios cheios que lhe serviam de cortinas, a pele alva parecia resplandecente a luz do quarto, como uma lua, como uma estrela.

-Agora vamos eles estão esperando.

-Então Lya você e o Rich...?

-Não pergunte, eu não sei, só sei que ele é... Meu. – ela disse rindo.

Uma tontura familiar na cabeça, um pulo no coração, uma fraqueza nos joelhos... Ela o viu.

Ele era lindo, ele estava deslumbrante! Os cabelos penteados elegantemente com um leve topete, a elegância natural multiplicada pelo traje de gala bruxo negro como petróleo parecido com um smoking, as mãos para trás sorrindo com aquela profusão de lindos dentes brancos... E os olhos... Ah os olhos... (suspiros da autora huahuahauh)

Impulsos nervosos correndo por todo o seu corpo, ela tinha que parar de se atirar nos braços dele daquele jeito... Na frente dos outros pelo menos. Ele caminhou devagar pra perto dela e lhe estendeu o pequeno buquê para prendê-lo no seu pulso.

-Oi.- ele disse ainda sustentando o sorriso imenso.

-Oi – ela respondeu também rindo.

-Você está deslumbrante – ele deu o braço para ela e os quatro se dirigiram para o salão principal.

A decoração era completamente branca, não havia nada que manchasse ou sugerisse outro tom, das imaculadas toalhas de mesa as velas e os tapetes, tudo era branco gelo. Luzes como estrelas brilhavam por toda parte, vindas de lugar nenhum, como estrelas de verdade se materializando na frente de seus olhos. Um redemoinho de tecido laranja bateu no ombro de Rose com força, a garota se virou junto com Thiago. Os dois encararam o sorriso sínico de Linete, braços dados com um cara desconhecido.

A raiva subiu pela garganta de Rose, Thiago apertou com mais força seu corpo ao dela, também com raiva, mas tentando contê-la, sendo simplesmente ele, sendo cavalheiro, mas ele só tinha uma das mãos de Rose e a outra voou pelo ar, de punho fechado, e atingiu o rosto oriental em cheio. -Sua... Vaca! – Rose disse.

– Nunca, nunca mais chegue perto de mim, não olhe pra mim, não pense em mim, o chão começou a tremer um pouco sobre os pés deles, Rose andava fazendo esse tipo de coisa, e Thiago também...

Aquela altura toda a escola sabia da verdade, de como Linete tinha enfeitiçado Thiago, de como ele tinha primeiramente resistido a uma poção do amor... Um ótimo trabalho de redação da nova panfletista, Maysa Lohan, se vocês querem saber.

Majestosa como uma rainha Rose se virou e Thiago olhou para ela.

-Não fale nada – ela disse irritada.

-Você é muito engraçada sabia? – ele disse começou a rir dando um cálido beijo na ponta do nariz dela. – Gosto de suas esmeraldas...

-Elas são como seus olhos. – ela falou.

-Eu queria que você se lembrasse de mim quando as dei... Você foi muito difícil sabe? Você ainda é muito difícil pra falar a verdade... Eu tive tanto medo de perdê-la pra sempre...

-E, no entanto, foi isso que nos salvou, a todos. Não foi? Eu ser difícil e louca?

-Posso te perguntar uma coisa?

-O que? – ela perguntou um tanto alarmada.

-Esse batom... Vai borrar todo se eu...

-É mágico, eu sou uma garota esperta, só vai sair com um feiti... – não acabou a frase, foi cortada por um dos beijos de Thiago um dos beijos arrematadores, enquanto dançavam flutuando alguns centímetros acima do chão... Eles andavam fazendo coisas diferentes acontecerem magicamente, coisas extraordinárias.

-Eu amo você. – foi tudo que havia a dizer.

-Pra sempre e no que houver além. – Thiago completou, bem talvez não fosse tudo que houvesse a dizer afinal.