-Acho que deve ter sido alguém relacionado aos irmãos Corrow – Alvo disse.

-Scorpius você tem certeza que sua família não tem nada haver com isso? – Hugo perguntou meio envergonhado.

-Eu já falei que não Hugo! Acho bom vocês acreditarem ou eu vou me afastar disso tudo.

-Os Malfoy mudaram, se arrependeram, e o Sr. E a Sra. Malfoy são boas pessoas! – Lily protestou, a face quase no mesmo tom dos cabelos fulgurantes e a voz normalmente doce e calma alterada e forte de uma maneira que surpreendeu os outros.

-Lil está certa.- Rose disse querendo aplaudir a prima.

-Então... quem sobrou? – Agatha perguntou objetiva como sempre.

-Esse é o problema... Não podemos ter certeza – Thiago respondeu a frustração estampada no rosto.

-Como não? – Hugo insistiu – Todo o trabalho que tivemos para fazer essa lista...

-Nós não podemos descartar os que sobreviveram, não podemos descartar alguém desconhecido, não podemos descartar nada... – Thiago falou.

-Pensei que já tivéssemos concordado quanto a isso... – Rose falou um tanto contrariada.

-Mas estávamos enganados, pense bem! – Thiago objetou.

-Tudo bem, então quem sobra? – foi a vez de Richard se meter.

-Não temos como saber...

-Então basicamente estamos na mesma. – Scorpius disse.

-Não não, agora sabemos que vamos morrer! – Catherine disse, todos a olharam por um instante em silêncio até que Rose começou a rir e Kitty fez o mesmo.

-Elas estão doidas! – Rich disse encarando as garotas.

-Não há muito o que fazer com o que nós temos . – Rose disse se recuperando do ataque de riso – Mas precisamos estar preparados para um novo ataque – ela se levantou agora muito séria e começou a andar pra cima e pra baixo, a sala precisa continuava a ser o abrigo do grupo. – Sem querer ofender ninguém, mas todo mundo aqui sabe conjurar um patrono? Um feitiço escudo? Estuporar e essas coisas?

Todos se olharam.

-Certo, eu admito, meu patrono nem sempre é corpóreo, às vezes não passa de uma fumaça prateada. – Kitty falou de cabeça baixa.

-Tudo bem gata – Richard disse – Quando encontramos aquelas coisas eu sinceramente não consegui ter um pensamento feliz... Ei, no que você pensou Rô?

-Eu? Er... – ela olhou em volta corada, Thiago deu um sorrisinho convencido, tinha agora certeza que ela pensara nele – Na taça de quadribol.

-Eu tenho problemas com feitiços escudo – Hugo admitiu também.

-Quando eu estuporo alguém na aula só consigo balançar os cabelos da pessoa... – Lily disse.

-Alguém mais? – Thiago perguntou.

Ninguém mais se pronunciou.

-Certo, precisamos ter certeza que saberemos nos defender, primeiro fora das dependências da escola nenhum de nós deve andar sozinho, depois temos que nos afastar da floresta, e por último vamos praticar esses feitiços aqui uma vez por semana, certo? – Rose disse e os outros concordaram.

 Começaram naquela mesma noite a verdade era que os mais novos tinham mais dificuldades do que tinham admitido Richard, no entanto conseguia conjurar o patrono tantas vezes quanto queria.

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Era manhã de sábado, uma manhã surpreendentemente ensolarada. Rose se recusava a sair da cama, a semana havia sido exaustiva, dois treinos de quadribol, duas reuniões na sala precisa para praticar, fora os deveres e as aulas.

Os raios de sol atravessavam as cortinas e pareciam insistir para que ela saísse da cama, levantou-se e foi arrastando os pés até o banheiro, Agatha ainda dormia assim como as garotas com quem dividia o dormitório Thaiana e Lyana.

-Veja o lado bom Rose, pode ter o banheiro só pra você um tempão. – se pôs debaixo do chuveiro ainda falando consigo mesma – Droga! Hoje é o primeiro passeio!

-Está falando sozinha amiga? – Age acabava de entrar no banheiro bocejando.

-Poxa Age pensei que ia ter o banheiro só para mim! – a outra protestou através do vidro que as separava.

-Eu só vou escovar os dentes... Mas o que você dizia?

-Hoje é o passeio a Hogsmead.

-E daí?

-Ninguém me convidou.

-Eu vi Bryan Adams correndo atrás de você a semana inteira, e vi aquele loiro lufo também.

-Eles são ninguém pra mim.

-Então quem é alguém para você?

Rose não respondeu e ligou o chuveiro.

-Thiago, sempre Thiago... – Agatha resmungou saindo do banheiro.

-Ele precisa me convidar, vou me arrumar! – Rose pensou.

Agatha também tomou banho vestiu-se rapidamente e saiu para se encontrar com Alvo, iriam juntos ao povoado. Rose vestiu a calça jeans mais justa que tinha e passou meia hora andando de sutiã pelo quarto, de repente parecia odiar todas as suas blusas. Acabou acordando Lya quando derrubou um blush no chão, Thaiana apenas se mexeu, dormia até tarde quando podia.

-Reparo. – apontou para os pedaços de blush e eles se uniram – Desculpe Lya, não sei o que vestir e...

-Rose você está...

-Estranha? Feia?

-Eu ia dizer sexy, quero dizer suas roupas são sempre tão comportadas e essa calça não, acho que minha bata lilás ficaria incrível em você...

-Qual? A que tem um decote imenso? Não, não... – ela queria ser chamada para sair e lembrou-se disso, lembrou-se das roupas que Linete sempre vestia, lembrou-se de Thiago olhando os decotes de Victoire anos atrás – Pensando bem eu quero!

-Eu te empresto, mas você tem que me dizer quem é o garoto! – Lya podia ser muito boa em adivinhação, mas não era necessário ser vidente para saber que Rose se arrumava tanto pra um rapaz.

-Thiago. – Rose respondeu sem pensar, mas Lya era muito legal não espalharia.

-Potter? – a outra deu um gritinho.

-Não o trasgo que vive no subsolo do castelo! Lógico que é Thiago Potter! Vai me emprestar a blusa?

-Vamos negociar.

-Lya! Você disse que se eu falasse o nome... Tudo bem, o que você quer?

-Eu te empresto a blusa e você me apresenta Bryan Adams!

-Só isso? – Rose riu – Eu te apresento até Morgana, mas me ajuda hoje, sim?

-E a Agatha?

-Ela está com o Alvo em algum lugar, estou órfã de melhor amiga. – Rose disse fazendo bico.

-Tudo bem manhosa. – Lya respondeu rindo – A Thay vai dormir até a hora do almoço mesmo, ela não quis ir ao passeio. A blusa está na primeira gaveta, eu vou me arrumar.

A garota oriental entrou no banheiro e saiu quinze minutos depois o cabelo pouco abaixo dos ombros era liso e negro os olhos estreitos e a pequena estatura, faziam-na merecer o apelido de bonequinha japonesa que tinha, motivo de ter conquistado a antipatia de Linete Krum no quarto ano. Ela vestia uma saia de pregas com um suspensório moderno e uma blusa azul marinho, sem dúvidas uma das garotas mais antenadas de Hogwarts.

-Rose seu cabelo está tampando o decote! – ela reclamou.

-É que eu estou com vergonha de sair assim na escola.

-Nada disso! – Lya prendeu o cabelo da outra num rabo de cavalo frouxo deixando propositalmente alguns fios de cabelo soltos. – Espero que Bryan ainda esteja tomando café. – comentou e saiu saltitando, Rose ainda mirou-se no espelho mais uma vez antes de sair atrás dela.

Bryan não estava tomando café, mas assim que Rose e Lya colocaram o pé para fora do salão comunal...

-Fiu fiu! – lá estavam Bryan, Richard e um garoto pálido de cabelos pretos que Rose não lembrava o nome. Rose teve vontade de estirar língua como uma criança, mas se conteve Lya parecia encantada sorrindo com mais dentes do que ela sabia ter. Ela agarrou o braço da garota e foram juntas até os rapazes, o menino pálido não moveu um músculo, Richard beijou a bochecha de Rose e ia dar um selinho em Lya, os dois haviam tido um rolo, mas a garota lhe deu um empurrãozinho.

-Bom dia- Rose disse meio constrangida. – Bryan você conhece a Lyana?

-De nome – ele lançou um olhar malicioso para Richard, que fechou a cara – Mas não me disseram que era tão bonita, mais uma vez tudo culpa dos uniformes que escondem as garotas... – ele deu uma olhada na garota dos pés à cabeça, ela pareceu não se importar em ser avaliada.

– Prazer, Bryan Adams – ele disse dando um beijo na bochecha dela, Lya não era de corar e se intimidar quando queria algo.

-Lyana Harbor, mas pode me chamar de Lya.

-Richard aonde você vai? – Rose perguntou vendo o amigo se afastar.

-Procurar Thiago, aqui já deu o que tinha que dar.

-Eu vou com você. Lya você se importa?

-Pode deixar artilheira, eu tomo conta da sua amiga.

Rose esforçou-se para não gargalhar aquela situação era estranha e engraçada.

-Pensei que você detestasse o Bryan. – Rich disse.

-Não, detesto que ele dê em cima de mim, mas Lya pediu que os apresentasse.

-E você nem pensou em mim? Pensei que era minha amiga.

-E sou! Mas não sabia que vocês tinham algo sério, Rich se eu for me preocupar com todas as suas garotas...

-Não quero mais falar nisso.

-Olha lá a Age e o Al. – a garota disse calando-se sobre o outro assunto.

-Ótimo então você fica aí, você vai com eles não é?

-Não! - ela respondeu bruscamente – Quero dizer eles querem ficar sozinhos para namorar.

-E você pretende passar o dia sozinha já que entregou a Lya nas garras do Adams?

-Eu não posso passar com você?

- Comigo? Mas Thiago... Ah claro que você pode ficar CONOSCO. Mas eu tenho um encontro, você e Thiago vão estar sozinhos...

- Se ele quiser ficar comigo. – ela deu de ombros, contendo um sorriso por saber que Thiago também não tinha um encontro.

-Você FICARIA com ele? – Richard disse cuidadosamente pausando as palavras.

- Sim... Espere você está falando da mesma coisa que eu? – Rose perguntou entendendo o sorriso malicioso no rosto do rapaz.

- O verbo ficar é engraçado, não é? Você quer me dizer o porquê da roupa?

Ela deu de ombros e continuou caminhando ao lado dele.

Thiago estava sentado sozinho bem afastado do castelo, Rose imaginou se ele estava se escondendo de suas fãs. “Merlin como ele é charmoso!” estendido na grama, cabelos muito rebeldes camiseta preta e olhos cerrados, que se abriram revelando aquele verde esmeralda assim que ele sentiu o cheiro do perfume dela.

Sentou-se rapidamente aprumando a roupa e passando os dedos pelos cabelos, Rose não sabia se ele pretendia arrumar o cabelo ou fazer charme, mas certamente o resultado era a última opção.

-Oi primo. – ela disse no que pareceu um sussurro, -“droga além de tudo não consigo mais falar direito, eu sou uma idiota!”, estava desconfortável, alguma coisa a deixava assim perto dele, e as borboletas no estômago, odiava as borboletas no estômago.

-Oi linda... sei que é redundante, mas você está impecavelmente linda hoje. - não que ele se importasse muito com o q ela vestia, ultimamente ele só se importava com ela, e parecia que ela estava menos arredia, talvez fosse mera impressão, talvez não, afinal ela estava ali bem na sua frente agora, linda e sorridente.

Rose sentiu o sangue esquentar “merda agora eu devo estar vermelha como um pimentão!”, mas forçou um sorriso.

-Vamos indo? Acho que já está na hora. – Rich disse consultando o relógio - Ah Thiago nós temos um problema, Rose não tem com quem ficar lá hoje.

-Sério? Quantos convites você recusou flor?

Rose levantou os olhos encarando-o seriamente, aqueles olhos de gata que só ela tinha, olhos tremendamente devastadores. Como ele podia nunca se acostumar com a beleza de seus traços? Como ela podia parecer tão frágil e tão deslumbrante ao mesmo tempo? Ele não tentava mais responder somente aceitava que estava destinado a amar aquela criatura encantadora, mesmo que não a conseguisse.

E ela sorriu, sorriu de verdade, não que as borboletas tivessem sumido, mas ela estava feliz de estar com ele, uma felicidade que ela mal podia conter, como se todo o seu corpo só esperasse o momento de estar ali, como se seus olhos só esperassem para vê-lo, todo o resto se tornava obscuro quando estava com Thiago Potter.

-Ninguém que eu quisesse me convidou – a garota disse ainda sustentando o sorriso.

-Você intimida os caras legais sabe? – Rich disse num tom sério, mas esforçando-se para não rir, outra pessoa poderia ter se sentido constrangida em ficar ali naquela atmosfera de envolvimento, mas ele não.
 
-Richard por que você não vai atrás da Paola?- Thiago disse sem tirar os olhos de Rose.

-Sim senhor! – o rapaz fez um gesto como se estivesse batendo continência e saiu correndo.

-Rose... eu passei a semana inteira me perguntando se devia te chamar pra sair... Um encontro sabe? Um encontro de verdade. Mas você é tão difícil! Eu não entendi nada depois do natal você fugiu e ...

-Sim.

-Sim o que?

-Sim eu sou difícil e sim se você me perguntasse eu teria aceitado, mas se você não quer mais... – ela levantou-se fazendo o mesmo bico engraçado que tinha feito mais cedo pra Lya.

-Me dá uma chance? – Thiago agarrou o pulso dela com força.

-Não é essa a pergunta que você tem que me fazer Potter. – um sorriso maroto brincava nos lábios cor de maçã dela.

-Quer ir comigo a Hogsmead?

Ela colocou a mão no queixo e fingiu pensar, Thiago abriu um sorriso arrebatador.

-Quero sim!

-Então hoje você não é minha prima!

-Então hoje você é MEU – um impulso de coragem veio e as palavras saíram como se sempre estivessem esperando ser ditas.

Thiago laçou a cintura fina dela, envolvendo-a num abraço, olharam-se por um segundo, a felicidade cintilando nos olhos.

-Vamos logo! Estamos atrasados. – Rose disse, o rapaz entrelaçou os dedos dela, e ela gostou tremendamente daquilo, Thiago não era de andar de mãos dadas com garota nenhuma.