Capítulo 2: O Começo

Orihime se remexia por completo em sua cama, estava tendo pesadelos e como sempre, eram relacionados à luta de Ichigo com Ulquiorra e consequentemente, sempre apavorava a pobre garota. Doía lembrar da morte de Ulquiorra, ela sentia falta dele, não conseguia superar o que acontecera.

Não demorou muito e a garota acordara, assustada, sentando-se enquanto colocava a mão em seu peito.

– Ai ai ai, Orihime. Já era pra você estar acostumada com isso. - Dissera para si mesma, tristonha, de cabeça baixa.

Levantara devagar, ajeitando suas vestes de dormir, enquanto calçava seus chinelos. Descera as escadas lentamentamente, pois era tão distraída, que dá última vez, tomara um belo tombo. Seguia para a cozinha, estava prestes a pegar um copo d'agua, quando sentira uma reiatsu. Seu coração disparou.

"Não pode ser... essa reiatsu...só pode ser dele."– Pensara. - "Mas como isso é possível?"

Lá se ia uma Orihime correndo pelas escadas. Vestira rapidamente uma roupa e novamente descia correndo as escadas, por sorte, nenhum acidente.

"Por favor, Kurosaki-kun, espero que não o note...Por favor."

Orihime corria pela rua, seus cabelos esvoaçantes. Podia senti-lo, cada vez mais perto, já estava se sentindo cansada, correra por alguns minutos.

"Obrigada Tatsuki-chan, graças a você, meu desempenho físico está bem melhor."

Continuava correndo, quando derepente, notara uma figura sentada em um banco. O fitava com um certo receio, enquanto se aproximava.- "É ele." - Parara, o fitando. Estava ofegante.

– U...Ulquiorra-kun?

O homem no banco se levantara calmamente, virando-se para a garota, a fitando-a. Seus olhos profundamente verdes e inexpressivos, mas com uma leve ponta de surpresa.

– Estou surpreso que tenha me encontrado, mesmo estando no meu gigai.

– Su..sua reiatsu está fraca, mas... eu consigo senti-la, mesmo assim...

– Entendo. - O homem desviara seu olhar por um segundo para o lado, como se estivesse a pensar, logo voltando a olhar a garota a sua frente.

– Como está vivo, Ulquiorra-kun? Eu o vi...o vi desintegrar-se na minha frente, sem eu poder o tocar...Como? - Orihime estava confusa e não era para menos.

– É uma longa história, cuja qual, não lhe diz respeito. E pela milésima vez, não se refira a mim, como Ulquiorra-kun. Eu não sou um lixo, como você. - Seus olhos eram indecifráveis.

Orihime sentiu uma tristeza profunda ao ouvi-lo chama-la de "lixo".

– Desculpe. - Murmurou, fitando o chão. - Ahn, é...hm, por que está aqui? - Voltara a encarar o homem a sua frente, exitara ao se pronunciar, pois não sabia se devia perguntar.

– Não que seja de sua conta, mas estou aqui, digamos por acidente. Não estou conseguindo abrir uma garganta para voltar ao meu mundo.

– Oh! - Exclamou a garota, soava tão impossível isso à ela. - E onde pretende ficar, Ulquiorra- k...? - Se calou rapidamente, antes que cometesse o mesmo erro.

– Aqui mesmo. Suponho que esse "problema", não vá demorar e logo poderei voltar. - A olhava com sua habitual expressão fria.

– Ahn, você...não quer... passar a noite na minha casa? - "Droga, isso soou tão oferecido, droga..."– Corou no mesmo instante. - Digo, por que é perigoso, sabe, passar a noite assim... - Desviara o olhar para o lado. Ela tentou consertar sua pergunta, mesmo não obtendo sucesso, pois não fazia muito sentido "perigo" para um arrankar.

– Sou um Espada, mulher. E não necessito que sinta pena de mim. - A olhara com seu olhar mais gélido possível. - Você deve ter problemas, para oferecer abrigo à alguém como eu, que te sequestrou, te torturou e quase matou o homem pelo qual você nutri sentimentos humanos idiotas.

Orihime apenas o escutava, de cabeça baixa. Ela sabia que o Cuarto Espada tinha razão, mas não podia negar o que sentia por ele.

Ulquiorra abaixara levemente a cabeça, retirando a mão direita do bolso, fazendo com esta, sinal para que Orihime fosse embora.

– Vá embora, mulher tola. - Com o corpo esguio para o lado, a olhou com desdém e se sentara no banco, cortando qualquer possibilidade da menina dizer-lhe algo.

A menina apenas começou a andar, triste. Porém lembrara de algo, enquanto voltava para sua casa:

"Eu disse que estava disposta a tentar ensiná-lo a ter sentimentos...E é o que farei, esta é minha chance. Não desistirei de você, Ulquiorra-kun."– Apertou suas mãos, nas laterais do seus short, fortemente. Estava determinada.

Um leve sorriso brotara em seus lábios. Chegara em casa e fora direto dormir, o visitaria amanhã.

"Ulquiorra-kun..."

***

Acordara num pulo, a menina. Estava ofegante, havia sonhado, mas não se lembrava com o que. Levantou-se, tomou banho, fez a higiene matinal, vestiu-se com um vestidinho de cerejeiras, bem delicado e uma rasteira, não tinha aula hoje, pois era sábado.

Descera rapidamente as escadas, mas com cuidado, tomara café e saira em rumo da praça onde se encontrava o Espada.

Estava um dia bonito, de temperatura amena, o céu estava com poucas nuvens, seu cabelo brilhava com os raios solares, que o iluminavam e balançavam com leve brisa que o encontrava.

– Bom dia Ulquiorra-k... - Dissera alegremente ao Espada, que se encontrava sentado, de costas para ela, tapando a boca rapidamente, percebendo o erro que cometeria. Soltara um riso.

– O que quer? Eu não disse para ir embora? - O Espada a olhava de soslaio. - Quando eu disse para você ir embora, quis dizer para não voltar. - Voltara a olhar para frente.

A garota não ligou para as palavras ásperas do Arrankar. E o ignorando completamente, sentou-se do lado dele.

Sorriu.

– É, acho que eu entendi sim, Ulquiorra-kun. Mas...- Exitou. - Eu senti vontade de te ver. - Batia as mãos na coxa, nervosa.

– Agora tenho realmente certeza de que você tem problemas. Enfim, não me interessa seus motivos para ter vindo aqui, só quero ficar sozinho. - Ele não se movera um mílimetro sequer, desde que Orihime sentara ao seu lado.

–Você dormiu bem? - A menina o ignorou, fitando-o alegre. Percebeu que o Espada não responderia. - Você não cansa de ficar sozinho, Ulquiorra-kun? "Será que eu fiz certo em perguntar?"

– E você não cansa de me desobedecer e me perturbar, mulher? - Agora, ele a olhava. Estava com uma ponta de irritação, na voz. - Eu disse para parar de comparar com vocês, humanos. Eu mandei que fosse embora. - Desviara o olhar, novamente.

–Desculpe...- Murmurou, de cabeça baixa. - Eu só não queria que se sentisse tão sozinho. Eu sei que, no fundo, você se sente solitário...

Ela o fitava, enquanto levantava-se.

–Bom, eu vou deixá-lo em paz... Mas eu volto amanhã, Ulquiorra-kun. -Ela tinha um sorriso encantador, ele a olhava com sua face apática. - Eu não vou desistir de você, eu prometo.

"Tisc. Qual o problema dessa mulher?"

Orihime dera um beijo na bochecha do espada, de despedida e saira correndo. Fora tão rápido, que nem mesmo o Cuarto Espada, Ulquiorra, pôde prever.

Boquiaberto, ficara tão surpreso, que nem mesmo ele acreditou.

"Por que...por que esta mulher fez isso?"– Pensara alguns segundos, mas logo desvencilhou-se de tal pensamento, voltando ao seu normal.

***

Orihime já havia chegado em casa e ainda estava ofegante. O ato que fizera a um tempo atrás, soltou uma porção considerável de adrenalina em sua corrente sanguínea.

"Ulquiorra-kun, eu vou derreter toda sua camada de frieza, eu vou fazê-lo sentir..."

Sorriu.

Durante o resto do dia, não conseguira fazer nenhuma das suas tarefas rotineiras bobas, com concentração, como de costume. Passara o dia todo pensando no Cuarto Espada.

Quando chegara a noite, assistiu filme e logo fora dormir. Estava anciosa para que o dia de amanhã, logo chegasse. Já vestida com seus trajes de dormir e após ter escovado os dentes e lavado a face, aconchegou-se em sua cama, fechando os olhos com um leve sorriso. Logo dormira.