A Saga de Ares - Santuário de Sangue escrita por Ítalo Santana


Capítulo 26
Capítulo 24 - Guerra em Asgard: Mjölnir


Notas iniciais do capítulo

A guerra em Asgard começa e logo a neve fica coberta de sangue. Aliados poderosos vão aparecer em Asgard, mas nenhum aparentou causar desconforto a Deimos. Pelo contrario. O deus sanguinário ficou ainda mais contente. No santuário uma "barreira gigante" surgi para deter o avanço de Seiya.



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Capítulo 24 - Guerra em Asgard: Sagrado Mjölnir


Asgard - Extremo Norte da Europa

— Ataquem!! — gritou um soldado de Asgard, no topo da montanha. Uma chuva de flechas negras em chamas cruzou o céu indo contra os navios de Deimos. Draco bloqueou algumas flechas enquanto voltava a montar a serpente.

— Eles precisam ser detidos. — disse Deimos. — Se eles continuarem a disparar flechas contra as embarcações que carregam as bigas, elas irão afundar no mar gélido e a invasão ficará comprometida! Hayato! — gritou Deimos. — Derrube os arqueiros!

O berserker abriu o par de asas de sua Onyx e saltou em direção ao penhasco. Do alto, Hayato avistou centenas de soldados asgardianos armados com arco e flecha. Os soldados também avistaram o berserker e miraram suas setas flamejantes em direção ao subordinado de Deimos.

— Soldados!! Agora!!

A saraivada de flechas cortou o céu contra Hayato, com o fogo ardendo em suas pontas ignorando o vento gélido e cortante, mas o berserker de Abutre bloqueou o ataque com um forte bater de asas, paralisando as flechas flamejantes em meio ao percurso e as rebateu contra o exército de Asgard, usando seu poder psíquico. Dezenas de arqueiros foram abatidos, tingindo a neve branca com vermelho escarlate do sangue.

Enquanto o exército de Asgard era devastado, o navio que trazia a cavalaria atracou no altar dos sacerdotes de Odin e os berserkers começaram a descer dos navios. Em pouco tempo a cavalaria e todo o resto já estavam posicionados para subirem. Os navios que levavam a outra parte do exército com as bigas e quadrigas sumiram em direção ao leste, seguindo os planos de Deimos.

Hayato pousou violentamente arremessando com um forte deslocamento de ar os poucos soldados que haviam sobrevivido ao seu contra-ataque. Ele estava prestes a matá-los quando foi surpreendido por uma segunda onda de flechas zumbindo entre as nuvens indo em sua direção.

— Mas de onde está vindo esse ataque?!! — questionou o berserker.

O berserker ergueu uma barreira ao redor do seu corpo que bloqueou o ataque. Com os olhos aguçados, Hayato forçou sua visão para encontrar de onde veio o ataque. Distante da encosta do penhasco que dava para o mar, vindo do caminho da floresta sagrada de Asgard, a cavalaria do Palácio Valhalla cavalgava a toda velocidade de encontro ao exército de Deimos.

— Senhor Deimos, o exército do palácio Valhalla está vindo para cá!! — informou Hayato, telepaticamente.

Deimos sorriu.

— Insetos inconvenientes. — disse o deus, surgindo ao lado de Hayato acompanhado por Draco após subirem as escadarias. — Precisa pisá-los com mais força se quiser eliminá-los.

Deimos estendeu a mão e elevou o cosmo. Ele ia dizimar o exército de Asgard, mas antes que o deus agisse dois objetos cortantes passaram girando cortando o céu por cima de suas cabeças.

— Mas o que foi isso?! — perguntou Draco, olhando para trás. — Aquilo são lâminas?!

Deimos sorriu.

— Não. São dois machados. — disse o deus olhando por cima do ombro. As armas fizeram a curva ainda girando no ar e retornaram passando entre os deuses e o berserker, rente aos seus corpos. Um dos machados fez um risco na ombreia da onyx de Hayato. — Foi um ataque de provocação. — disse o deus observando as armas girarem lentamente apesar de elas percorrerem na velocidade da luz. Usando sua velocidade divina que supera a velocidade da luz, Deimos estendeu o braço e segurou no cabo de um dos machados. — Mas ainda assim foi capaz de danificar uma Onyx. Que tipo de arma é essa?

— Se não soltar o meu machado, vai perder o braço. — disse uma voz vibrante e forte. Deimos olhou para o exército que se aproximava e viu o responsável pelo ataque. Se aproximando com a cavalaria, um guerreiro deus montado em um cavalo branco se aproximava. Ele parou a uns vinte metros de Deimos e dos demais. Atrás dele centenas de soldados armados esperavam ordens para atacar. — Mjölnir! Venha!

O grande machado vibrou e se teletransportou, voltando a aparecer nas mãos do Guerreiro Deus.

— Quanta inocência em pensar que Asgard estaria despreparada para um ataque de guerra! — gritou o jovem. O guerreiro deus era um jovem de cabelo curto lilás claro quase branco, olhos azuis claros e pele branca, totalmente desprovido de sol. Tinha um corpo robusto, musculoso e apresentava duas finas cicatrizes na lateral do rosto. — Se apresentem! Quem são vocês?

Deimos sorriu com um sorriso torto.

— Não nego que me pegaram de surpresa, mas mesmo um país bem estruturado em questão militar não fica o tempo todo preparado para um ataque. Aquilo foi um ataque organizado, como se já esperassem a invasão. — Deimos deu um passo à frente e colocou as duas mãos para trás. — Sou um deus que guia o exército de Ares, o deus da guerra, desde a era mitológica. Meu nome é Deimos, o deus do Terror. O filho de Ares. Não pode enganar os meus olhos nessa questão. — O Guerreiro Deus não apresentou nenhuma reação mesmo sabendo que se tratava de um deus diante dele. Deimos ergueu a sobrancelha. — Responda guerreiro Deus! Como souberam do nosso ataque com antecedência?

Draco olhou de lado para Deimos.

— Está suspeitando que existe mais um traidor entre nós? — perguntou Draco.

— Não sou a pessoa certa a quem deva dirigir essa pergunta! — respondeu o Guerreiro Deus. — Apenas sou o general do exército de defesa desse país! Recebo ordens do homem que nesse momento auxilia a representante de Odin, aquele a quem chamam de "cérebro de Asgard". Um homem de mente brilhante por sinal. Não fico a questionar quando recebo uma ordem.

— Como faço para falar com esse homem? — perguntou Deimos.

O Guerreiro Deus sorriu e desceu do cavalo. Com um machado na cintura e o outro na mão, quando desceu do cavalo ele parecia ser ainda mais alto. Vestia uma longa capa branca presa em sua ombreira.

— Para chegar até ele vai ter que passar por mim, ou melhor... — ele apontou para os soldados e sorriu. — Por nós. — Ele tomou os machados nas mãos e elevou o cosmo. — Eu, Magni, o guerreiro deus de Phecda a estrela Gama, desafio vocês a passarem por nós.

— Não acho que tenha um traidor entre nós. Isso é impossível. — respondeu Deimos para Draco em um tom que o Guerreiro Deus não pudesse ouvir. — Apenas os beserkers e os deuses aliados sabiam do ataque. Nenhum desses trairia o senhor Ares, principalmente os berserkers.

— Mas e os soldados gregos que vieram conosco? — perguntou Hayato.

— Também não. Apenas foram convocados quando estávamos partindo. Eles só vieram saber quando estávamos em alto mar. Já evitei fazer discursos no Santuário para que nenhum cavaleiro ouvisse. — respondeu Deimos. — Temos que chegar diretamente nesse homem a quem chamam de "cérebro de Asgard".

Deimos elevou o cosmo e seu exército apareceu atrás dele vindo da escadaria onde os navios atracaram. De um lado, o exército de Asgard, e do outro lado o exército de Deimos. Atrás dos asgardianos se estendia um terreno aparentemente plano coberto por neve e ao fundo, após a floresta sagrada de Odin, estava o vilarejo e o Palácio Valhalla. Atrás dos berserkers estava à beira do penhasco e um mar gélido. O vento começou a soprar mais forte. Deimos sacou sua espada, Draco sorriu e elevou o cosmo, um cosmo flamejante, e Hayato abriu suas asas e elevou o cosmo.

— Desafio aceito! — gritou Deimos.

— Sabia que ia aceitar! Ataquem! — gritou Magni correndo na frente, seguido pelo exército.

Deimos e os berserkers gritaram e correram contra os homens de Asgard. Eram duas massas de soldados armados prestes a colidirem. As patas flamejantes dos cavalos negros dos berserkes derretiam a neve a cada galope. A terra tremia com o exército avançando, mas nada fazia o exército de Asgard recuar. Deimos saltou com um grande impulso que fez e neve levantar acompanhando o deslocamento do ar. De forma semelhante Magni saltou ao mesmo tempo e os dois se encontraram no ar e suas armas giraram e colidiram soltando faísca e um som de metal se chocando e rangendo. Enquanto isso o exército colidia. Um soldado asgardiano saltou contra um berserker que estava montado no cavalo e enterrou uma lança no pescoço do berserker.

— O seu machado conseguiu parar minha espada, uma arma divina. — Deimos falava com um sorriso frio e um olhar penetrante. — Não sabia que os Guerreiros Deuses eram tão fortes e portavam armas tão poderosas. — Ele girou a espada contra a lateral do corpo de Magni, mas o guerreiro deus foi rápido o suficiente para interceptar o golpe com o seu machado.

Magni sorriu.

— Sou um Guerreiro Deus autêntico. Escolhido pela Princesa Hilda com a benção da estrela Polares. Não sou como os outros Guerreiros Deuses que foram chamados sob o efeito do anel de Nibelungo. Aqueles coitados estavam tendo seus cosmos censurados pelos próprios robes divinos. — Aproveitando que a espada de Deimos permanecia em choque com o machado, Magni usou o outro machado para atacar, mas Deimos usou o braço livre para se defender. Sua onyx o vestiu por completo. O que Deimos não esperava é que o machado Mjölnir iria danificar a sua Onyx. A vestimenta sagrada rachou e despedaçou, causando ferimento no braço de Deimos, deixando seu braço ensanguentado. — E a minha arma é uma forma do martelo do deus Thor. Em outras palavras, estamos nivelados, deus do Terror. Sua arma divina contra a minha.

— Eu? Um deus grego, nivelado com um humano? — Deimos gargalhou e deu uma pesada no peito de Magni fazendo o Guerreiro Deus ir contra o chão e cair como um meteoro rasgando o solo. Deimos desceu com a espada, mas Magni se levantou armado com o machado na mão esquerda e o cosmo concentrado na mão direita sendo rodeado por vários raios.

— Hercules Titânico!! — ele disparou o golpe na forma de grande esfera cósmica de cor púrpura, mas com uma só mão o golpe foi parado por Deimos que o lançou para o alto. Aproveitado a brecha, Magni atacou novamente — Machado Mijionir!!! — O machado colidiu no peito de Deimos, trincando o peito de sua onyx e o arrastando para trás.

— Desgraçado!! — berrou Deimos.

— Venha, deus do Terror!! — gritou Magni

Draco e Hayato visaram avançar deixando que os berserkers cuidassem do resto. As chamas de Draco varriam os soldados de Asgard e em poucos minutos todo o campo ao redor do Deus Dragão tinha sido reduzido a cinzas. Hayato lutava com uma agilidade que era impossível para os soldados acompanhar ou se desviar. As garras afiadas rasgavam as gargantas e membros dos soldados, seu cosmo venenoso fazia outros caírem e sangrarem pelos poros. Hayato abriu suas asas fazendo um grupo de soldados serem arremessados para o alto, enquanto isso ele esmagava a cabeça de outro soldado pisando contra o chão.

O cosmo negro de Hayato se elevou e penas das asas de sua Onyx se soltaram. O seu cosmo se transformou em um poderoso vendaval que arrastava tudo ao seu redor. Os soldados foram sugados pelo vento forte e giraram no ar.

— Vendaval de sangue!! — As penas se transformaram em poderosas lâminas e começaram a estraçalhar os soldados que gritavam desesperados.

Magni estava lutando contra Deimos, mas olhou para trás quando o cosmo de Hayato explodiu e os soldados gritaram. A visão foi assustadora. Cabeça, membros, órgãos e sangue giravam formando um furacão vermelho. Hayato estalou os dedos e o vendável explodiu espalhando os restos mortais.

— Droga! — disse Magni, cerrando os dentes.

Deimos aproveitou a distração de Magni e se aproximou dele. A dor foi inesperada e fria. Magni apenas viu seu braço cedendo no chão segurando o machado e sentiu um líquido quente escorrendo. Quando olhou, viu que era o seu sangue. O Guerreiro Deus gritou e tentou colocar a mão na frente do ferimento, mas não podia largar o outro machado.

— Em uma guerra nunca olhe para trás. — disse Deimos, que estava ao lado de Magni, com o pé em cima do braço decepado do guerreiro deus. — Você disse que eu teria que passar por vocês. Certo?! Pois bem, os seus soldados foram todos dizimados e agora só resta você. Sendo assim... — Deimos girou a espada contra o pescoço de Magni, mas o guerreiro deus ergueu o machado e parou o golpe.

— Ao contrário de você, eu não vejo os meus soldados como objetos de derramamento de sangue. Cada homem daquele estava aqui para defender Asgard. O país deles. Eram homens que abandonaram suas casas, suas esposas, seus filhos... A família, para proteger a paz nessas terras gélidas. — Os olhos azuis de Magni se encontraram com os olhos vermelhos de Deimos. — Defender o país de pessoas como você. Um deus sem moral! — Magni empurrou Deimos e o atacou com o machado Mjölnir. Deimos se defendeu, mas agora sentia que os golpes de Magni estavam diferentes. Estavam mais rápidos e mais fortes. — Seu posto de deus não lhe dá o direito de brincar com as vidas humanas!! — O machado atingiu o ombro da onyx de Deimos, fazendo rachar e despedaçar. No céu trovões começaram a ecoar e raios a iluminar as nuvens nubladas.

— Você fala demais Guerreiro Deus! — Deimos se teletransportou e surgiu atrás de Magni. —Eu sou um deus e faço o que quero. Aceite sua inferioridade e morra!!

Deimos enterrou a espada nas costas de Magni, fazendo a lâmina romper o robe divino e atravessar o peito do guerreiro deus. Ele segurou Magni pelos cabelos fazendo ele ficar de frente para o palácio Valhalla.

— Olhe bem. Daqui a alguns minutos aquela floresta será dizimada pelas chamas de Draco e o vilarejo será reduzido a sangue e restos mortais por Hayato e meus berserkers. — Deimos se aproximou do ouvido de Magni e sussurrou. — Não posso me esquecer da princesa Hilda, claro. Não pude deixar de notar que você tem um grande respeito por ela, mas não se preocupe. Não vou matá-la. Ouvi dizer que é uma linda mulher. — Deimos sorriu. 

— Desgraçado! — disse Magni, com raiva, cuspindo sangue.

Deimos empurrou ainda mais a lâmina no peito de Magni. A ferida começou a fumaçar devido ao poder da lâmina. O deus então tirou a espada e chutou o Guerreiro Deus contra o chão, deixando Magni caído em uma poça de sangue.

— Hayato! Draco! Vamos! — disse Deimos, que seguia para a floresta, acompanhado dos poucos berserkers que sobreviveram ao confronto.

O céu voltou a trovejar e relâmpagos brilhavam entre as nuvens quando um raio surgia. Deimos parou de andar e sorriu. Ao olhar para trás viu Magni tentando ficar em pé. Com o braço esquerdo decepado, o Guerreiro Deus segurava o machado com a mão direita, mas quase não tinha forças para manter o machado suspenso.

— Quer continuar a lutar? — Perguntou Draco.

— Tolice! O que nesse estado um homem poderia fazer?! — disse Deimos.

— Isso é por Hilda!! — gritou Magni, erguendo o machado para o céu com muito esforço. Um raio desceu em direção ao mar e então houve uma explosão. Os berserkers arregalaram os olhos ao avistarem uma nuvem negra de fumaça subindo.

— O desgraçado destruiu o navio onde estavam os berserkers arqueiros! — disse Deimos com um sorriso sarcástico.

— E vocês são os próximos!! — gritou Magni.

Hayato cerrou o punho.

— Ora seu...

Hayato parou quando outro raio desceu, mas agora atingiu o próprio Magni, que ficou tomado pela descarga elétrica. Os raios se aglomeraram no machado e então a arma divina brilhou e se transformou em um martelo prateado com um cabo preto.

Sagrado Mjölnir. — disse Magni, e então desferiu um golpe no chão com o martelo. A terra tremeu e uma onda de destruição se propagou, fazendo o chão se partir. Uma descarga elétrica também se propagou e atingiu os poucos berserkers que ainda restavam, reduzindo-os a cinzas. Hyatou foi atingido e lançado para o alto e levou uma queda que abriu uma pequena cratera no chão. Draco apenas foi arrastado por alguns metros, mas Deimos mal se moveu. Apenas ergueu uma mão para deter o golpe. — Uma pena eu não estar em condições para usar todo o poder dele, mas estou satisfeito. — disse Magni sorrindo.

— Gastou suas últimas forças matando meus soldados. Idiota! Poderia ter concentrado o golpe em mim. — disse Deimos.

O chão começou a rachar ainda mais e pedras deslizavam na beira do penhasco.

— A minha intenção não era matar você com esse golpe. Desde o início apenas queria ferir você o máximo possível, mas não matar...

— Por que não?

Magni riu. Uma gota de sangue escorreu de sua boca.

— Porque quem vai fazer isso... É a pessoa que espera por você em Valhalla. — disse ele. O chão então cedeu e Magni acabou caindo junto com o deslizamento de terra. Deimos deu alguns passos apenas para conferir a altura da queda.

— Impossível sobreviver. — disse Draco se aproximando.

— Não importa. Vamos para Valhalla! — disse Deimos. — Levante-se Hayato!

Uma aurora brilhante surgiu no céu nublado chamando a atenção dos três.

— Uma... Aurora boreal?! Surgiu tão de repente. — disse Hayato, impressionado.

— "As Valquírias são virgens da guerra, montadas em cavalos e armadas com elmos e lanças. [...] — disse Deimos, sussurrando olhando para a aurora. — Quando elas cavalgam adiante em sua mensagem, suas armaduras derramam uma luz estranha que bruxuleia, que acende por cima dos céus do norte, fazendo o que os homens chamam "aurora borealis", ou "Luzes do Norte".

— Senhor?! — disse Hayato, contraindo as sobrancelhas.

— É um antigo verso sobre as Valquírias. Isso é uma aurora divina. Parece que temos uma divindade apoiando a representante de Odin. — respondeu Deimos. — Hilda é uma Valquíria. Uma guerreira de Asgard, mas que agora exerce a função de representante de Odin. Isso é um sinal de que ela me espera em Valhalla, mas não está sozinha.

— Então era dela que o Guerreiro Deus estava falando? — perguntou Draco.

Deimos se virou e começou a caminhar.

— Talvez. — Deimos sorriu e segurou firme o cabo de sua espada. — Não importa quem seja. Vai morrer também!! Vamos!

Deimos, Draco e Hayato seguiram em direção a floresta sagrada de Odin. Eles precisam atravessar a floresta para poderem passar pelo vilarejo e chegar finalmente ao palácio.

—...—


Santuário - Grécia

Seiya, Shun, Jabu, Retsu, Alkes e Nachi corriam na floresta indo para a saída do Santuário. Segundo Alkes e Asclépio, eles deveriam sair sem chamar a atenção dos soldados e chegarem ao porto do vilarejo sem serem notados. A saída da floresta seria em uma encruzilhada que une a entrada do Santuário com a entrada para o Vilarejo de Rodorio.

Eles estavam chegando próximo à saída da floresta quando Alkes fez sinal apara que eles parassem. Todos se agacharam e se esconderam nas arvores. Não podiam ser vistos. Por isso tinham tirado a armadura e unido elas ao cosmo da forma em que Asclépio ensinou. Eles agora estavam fora da barreira, então qualquer sinal de cosmo iria atrair os berserkers.

— Parece que não tem guardas nesse ponto do caminho. — Sussurrou Alkes. — Geralmente eles ficam um pouco mais a frente. O vilarejo fica logo do outro lado. Seguindo em frente. Vamos passar pela entrada do Santuário ao cruzar o caminho. Tenham cuidado. Vamos!

De um por um eles saltaram de dentro da floresta e saíram correndo em direção ao vilarejo. Alkes e Seiya iam na frente guiando os demais. Tentando ser o mais rápido possível sem precisar elevar o cosmo, eles passaram correndo na frente do caminho que levava para a entrada do Santuário. Shun sentiu algo, como uma ameaça, mas ignorou pensando que fosse apenas sua imaginação. Tudo estava ocorrendo bem até que lanças de gelo foram lançadas e soldados do Santuário apareceram armados.

— Não vão a lugar alg... — o soldado parou. Assim como os demais.

Ao avistarem Seiya os guardas ficaram paralisados. Não por medo, mas por respeito. Seiya era um cavaleiro lendário e era respeitado e admirado por todos pela sua persistência e pela sua força. Mesmo não sendo um Grande Mestre, Seiya era respeitado como se fosse um.

— Sabiam que isso é um ato de se rebelar contra o Senhor Ares, desertores? Devem saber que a penalidade para tal crime é a morte. — disse um jovem que saltou do penhasco e pousou na frente de Seiya e dos outros. — Eu sou Plancius, Cavaleiro de Bronze da constelação de Coroa Boreal. — Plancius também teve a mesma reação que os soldados.

— Apenas os Cavaleiros de Prata tiveram seus corações manipulados por Anteros durante a invasão. — disse Retsu, sussurrando para Seiya e Alkes. Ele ignorou os Cavaleiros de Bronze por achar que não tinha necessidade controlá-los já que é a patente mais baixa. Já os Cavaleiros de Ouro foram apenas convencidos quando se apresentaram.

— Senhor Seiya?! — disse Plancius, parecendo incrédulo.

— Plancius, não é? — perguntou Seiya e o cavaleiro de bronze acenou que sim com a cabeça. — Escute rapaz... Estamos em uma missão importante. Ares não é o deus ideal para governar a Terra. Temos que derrotá-lo.

— Derrotar o Senhor Ares?! — Plancius pareceu assustado ao ouvir isso. Com os olhos arregalados ele balançou a cabeça negando. — Não! Não! Me desculpe senhor, mas não posso. Nós... Não podemos.

— Ares não é o seu senhor. Você é um cavaleiro de Atena. — disse Jabu.

Seiya acenou com a mão interrompendo Jabu.

— Por que não pode? — perguntou Shun.

— Nossas... Nossas famílias. — respondeu um soldado. — O atual Grande Mestre...

— Anteros. — disse Alkes.

O soldado confirmou com a cabeça.

— Ele nos forçou a falar dos nossos familiares. Das pessoas importantes para nós. Disse que se algum de nós traísse o Senhor Ares, a nossa família seria capturada e torturada — explicou Plancius. — Aqueles que são órfãos não tem muito o que perder, mas aqueles que conhecem seus familiares... 

— Medo. Isso também tem a ver com Phobos, o deus do medo. — Sussurrou Alkes, para Seiya.

— Me desculpe senhor Seiya, mas o senhor e todos os outros estão presos em nome... em nome...

— Em nome do Senhor Ares, o deus da guerra!! — gritou um soldado berserker, que estava se aproximando vindo correndo da entrada do Santuário. Ele estava acompanhado de mais dois soldados. — Não hesite moleque! Mate logo eles!

O cosmo de Plancius se elevou e um ar gélido girou em seu braço concentrando em uma esfera na palma da sua mão.

— Encantamento boreal!! — Plancius liberou a esfera que explodiu em uma rajada de cosmo azul, disparando sequencias rápidas de soco congelante na velocidade do som.

Seiya não se moveu e recebeu todo o golpe parando o punho de Plancius com um só dedo.

— "Parou o meu golpe com apenas um dedo?! Incrível. Não! Ele nem se quer se esforçou para se desviar do golpe. Para alguém como ele a minha técnica não passou de um simples vento frio. Jamais conseguiria fazer algo contra ele. Nem mesmo um arranhão." — pensou Plancius, assustado e envergonhado.

— Não é uma técnica ruim, mas contra mim se torna algo inútil. — disse Seiya. — Afaste-se Plancius. Se não pode me acompanhar ou me deter, saia do caminho.

— Um Cavaleiro de Bronze parece que é inútil para deter um ex-cavaleiro de bronze. — comentou um soldado berserker.

Shun sentiu novamente uma ameaça se aproximando.

— Claro que é algo inútil. E uma piada de mal gosto por sinal. — disse um homem que apareceu através de teletransporte. Era um homem alto, forte, pele pálida, cabelo longo azul acinzentado e olhos laranja. Vestia uma Onyx negra. Sua cabeça era coberta por um elmo de cabeça de leão com chifres de carneiro. — Este homem é um cavaleiro lendário e provavelmente o mais poderoso entre os cavaleiros de ouro.

— Droga! — disse Jabu, ao avistar o berserker.

— Quem é você? — perguntou Nachi.

— Senhor Anatole! — disse um soldado berseker.

— Sou Anatole, o berserker de Quimera do exército do Medo.  Anatole sorriu e deu mais alguns passos, ficando a poucos metros de Seiya. — Olá Seiya! Pronto para morrer?

Alkes deu alguns passos.

— Como ficou sabendo? — perguntou Alkes. — Não é normal e muito menos coincidência que vocês estejam aqui. Como ficou sabendo?

Todos ficaram inquietos.

— Você é inteligente rapaz. Não estão sentindo falta de ninguém? De nenhum companheiro ou companheira de vocês? — Anatole observou a reação de cada e percebeu que de fato eles não estavam preocupados com nenhum companheiro faltante. — É... pelo visto não. Muito bem, saibam que foi a sacerdotisa Pavlin de Pavão quem me contou sobre o plano de vocês.

— "O que?!" — disseram eles em conjunto.

— Impossível! — disse Retsu. — A Pavlin está... — ele se conteve. Não poderia revelar que um navio esperava por eles no litoral.

Anatole ergueu uma sobrancelha para Retsu diante de sua hesitação.

— Então ela deveria estar em algum lugar?! — disse Anatole com um sorriso de deboche. — Mas eu lhe garanto que não vai estar. Ontem de noite aquela idiota sentiu um cosmo familiar e saiu da barreira. Eu a capturei e ela me revelou todo plano de vocês.

— Está mentindo! — disse Jabu. — Conheço a Pavlin. Ela jamais falaria, mesmo que a torturasse.

Anatole sorriu mais uma vez.

— Então é mentira que vocês estão indo para a Alemanha convencer Thanatos a ajudá-los a irem ao Tártaro para salvar Atena?!

Aquelas palavras foram como um soco em cada um. Não tinha como Anatole saber disso sem que um deles tivesse contado.

— Como você fez Pavlin revelar o nosso plano? — perguntou Alkes.

Acompanhado de uma risada Anatole se transformou em Alec. A reação foi de pavor. Seiya cerrou o punho e elevou um pouco do seu cosmo.

— Você a enganou dessa forma? Miserável! Onde ela está? Responda! Onde está a Pavlin? — o coração de Seiya batia rápido. Ele mesmo tinha dito que não iria perder mais ninguém nessa guerra.

— Morta! Obvio! — a resposta foi fria e direta.

— Desgraçado!

Vendo a reação de Seiya, Alkes o segurou pelo braço.

— Não podemos elevar o cosmo aqui. Caso contrário, os deuses vão nos achar.

— Tolice! Os deuses já sabem que estão aqui. Alguns assassinos foram enviados para matar vocês. E eu sou um deles, é claro.

O cosmo de Seiya se elevou intensamente. Shun novamente sentiu outro cosmo se aproximando vindo em alta velocidade.

— Então se é assim, não tem por que eu hesitar em matar você. — disse Seiya.

— Concordo plenamente. — Anatole saltou em direção a Seiya. — Morra Seiya! Impacto...!!

— Espere! — gritou um homem e todos se viraram. — Cabe a mim matá-los. Não se intrometa.

Era um homem alto, bastante musculoso com traços fortes, pele branca, olhos verdes e longos cabelos negros com duas mechas brancas. Trajando uma armadura de ouro, seu porte físico se encaixava adequadamente ao de um touro imponente e forte. Emanava um cosmo poderoso que chamou até mesmo a atenção de Seiya e Shun. O cavaleiro de ouro parou ao lado de Anatole e olhou de lado para ele.

— Não se intrometa. Eu recebi a ordem para matá-los. — disse o Cavaleiro de Ouro.

— E quem é você? — perguntou Alkes.

— Eu sou o cavaleiro de ouro de Touro, Ápis! — ele olhou para Seiya. — Vim aqui para matá-lo, Seiya. — Ápis colocou o elmo de Touro. O elmo permanecia com o chifre quebrado. Uma marca deixada por Seiya a qual Aldebaran fez questão que permanecesse na armadura. — Vista a sua armadura. Cavaleiro lendário, Seiya de Sagitário!

—...—

Curiosidades:

Magni: Na mitologia Nórdica ele é um dos filhos de Thor e seu nome significa "Força".

Ápis: Na mitologia Egípcia Ápis é o touro divino venerado como um deus. Símbolo de força, poder e fertilidade.


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Notas finais do capítulo

Grupo da fanfic no facebook: https://www.facebook.com/groups/562898237189198/

Nesse grupo você acompanha o lançamento dos capítulos e ainda tem acesso ao perfil e histórico de alguns cavaleiros.


Próximo capitulo: A guerra em Asgard continua. Um homem de personalidade fria espera por Deimos no caminho que leva ao Palácio Valhalla. Enquanto isso alguém aparece para deter Draco que esta prestes a dizimar todo o vilarejo junto com os berserkes demônios.
No Santuário Ápis e Seiya se enfrentam dando inicio a uma guerra de mil dias.


Capitulo 25: Alberich XV! Aldebaran, o eterno Touro Dourado!




Obrigado a todos que ainda permanecem aqui comigo e seja bem vindo você que está começando a me acompanhar. Lembre-se, opinião e sugestão são sempre bem vindas.



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