— Já falei para você me ajudar e não parar a cada cinco minutos em uma vitrine diferente. – Falei para Izzy que olhava uma blusa na Chanel.

— Desculpa, essas roupas estão lindas – ela falou – tudo bem, temos que ter foco. Presente para meu primo lindo.

— Sim – falei quase em desespero.

Era dia 22 de dezembro e eu não tinha ideia do que comprar para o Jace, ele não me dava nenhuma dica, bom, só quando ele disse algo sobre eu em uma fantasia de mamãe noel, mas não estava falando disso e sim de algo mais simbólico.

— Você disse nada de roupas e relógio, já que ele possui uma pequena coleção deles – ela disse e eu assenti.

O shopping estava lotado, não tão cheio quanto as ruas da Times Square, mas cheio, até o pessoal que tem dinheiro estava correndo atras do presente em cima da hora.

Izzy disse que ia ser melhor ir no shopping onde fomos de primeira vez que eu ganhei todas as roupas de marca possíveis pois não estaria tão lotado, mas claro que estaria.

— Nós não compramos a fantasia de Papai Noel pro Jace – falei batendo na minha cabeça. – Droga.

— Magnus disse que ia resolver isso, fique tranquila – Izzy falou e ela parou em outra vitrine, eu já ia brigar novamente com ela quando vi que era aquela loja de relíquias. – Essa loja é perfeita.

— Sim – falei e olhei a vitrine, havia diversos discos de vinil e relógios antigos e miniaturas de carro que são os clássicos.

Nós entramos na loja e olhamos tudo com cuidado, eram coisas muito lindas, Jace gostaria de tudo ali, foi ai que eu vi, era um toca discos, Jace sempre falou em sua paixão por vinil, mas nunca teve um toca disco, ele gostava do que pertencia ao seu vô, mas o mesmo estava quebrado e Jace não quis comprar outro.

Então eu achei aquele, era bem parecido com o do seu vô, apenas que possuía entrada para pen drive e cd, mas era todo de madeira clássica e grande, era lindo.

— Izzy, encontrei o presente – falei e ela sorriu olhando a caixa.

O presente de Jace era o ultimo que faltava para a lista da família, eu e Jace já havíamos comprado o da família toda, menos eu o dele e ele o meu, agora, tudo estava completo, pedi ajuda a Alec para levar o toca disco para o carro, já que acabamos encontrando ele perdido dentro do shopping procurando o presente para Magnus.

Hoje era dia 24 de dezembro e esse ano sei que Lilly terá o melhor natal que ela já teve, ela acordou essa manhã toda feliz e sorridente e disse que era véspera de natal.

Decidimos fazer uma comemoração diferente, enfeitamos nossa casa alguns dias antes, com uma grande arvore de natal com uma grande estrela dourada no topo, minha mãe, Izzy e a tia Maryse iriam fazer as comidas em suas casas e depois traze-las para cá, já que a ceia seria aqui. Eu e Jace tínhamos ficado com as bebidas e a sobremesa.

Lilly ficou o tempo todo na sala com Jace para não atrapalhar em nada na cozinha, ia ser uma festa de natal diferente do que todos estavam acostumados, minha mãe disse que no Brasil era assim que eles faziam, comemoram a festa na véspera e a meia noite eles entregam os presentes.

Jace e Lilly tiveram que me ajudar já que muitas pessoas iriam participar na nossa festa, Jordan, Simon, a família Lightwood, Magnus, minha mãe, o Luke, Valentim Morgenstern, sera uma longa e divertida noite.

Por volta de umas quatro horas, a casa estava arrumada, estávamos eu, Jace e Lilly deitados preguiçosamente no sofá, todos só iriam chegar as nove e ninguém pensou em se arrumar ainda, a lareira estava acessa e um grosso cobertor estava em cima de nós enquanto o Expresso Polar passava na tv, quando a campainha toca.

— Achei que sua mãe so vinha mais tarde – Jace falou enquanto eu levantava e arrumada meus cabelos que estava bagunçados no rabo de cavalo.

— Eu também – fui até a porta e la estava Sebastian e Aline parados na porta com uma grande sacola nas mãos e um grande sorriso falso no rosto. – O-oi.

— Olá Clary – Aline falou me dando um abraço apertado – Viemos deixar alguns presentes e desejar feliz Natal.

— Ah, tudo bem, entrem – falei e deixei eles passarem.

Jace estava de pe no meio da sala quando eles entraram, pelo menos não estávamos de pijama e sim com uma roupa quente e confortável.

— Oi Jace, feliz natal – Aline deu um abraço dele e se abaixou na frente da minha filha. – Hey pequena, feliz natal para você.

— Feliz Natal – Lilly respondeu com um sorriso grande e logo voltando a atenção para a tv.

Sebastian fez o mesmo, mas anunciou que tinha presentes.

Me sentei ao lado de Jace no sofá e Lilly do meu outro lado, Aline e Sebastian ficaram no outro sofá com a sacola aberta no chão ao seus pés, tirando de lá alguns embrulhos e entregando para Lilly.

Eram varias barbie’s e mais barbie’s e casa da barbie e coisas do gênero, acho que nunca ela iria conseguir brincar tanto com essas barbie’s. O que pegou de surpresa foi quando Sebastian estendeu uma caixinha pra mim, Jace olhou pra ele com raiva e eu peguei a caixinha.

Era uma pulseira, que possuía o nome da Lilly e uma bonequinha toda bonitinha.

— Brigada, é linda – falei sendo sincera, era realmente muito linda, Lilly ficou feliz ao ver seu nome na pulseira.

Jace ganhou um relógio dos dois, era um relógio de bolso e possuía um espaço para guardar foto. Ele agradeceu e o colocou ao seu lado.

Eles não ficaram muito, foi apenas para entregar os presentes e depois saíram.

— Vai usar aquela fantasia hoje a noite? – Jace sussurrou no meu ouvido, mordendo meu lóbulo logo depois.

— Sim, já que é a única maneira de você se fantasiar de papai noel – sussurrei de volta contendo um suspiro. Não vou comentar sobre isso, é muito pornográfico para o horário.

Me deitei debaixo do cobertor de novo, terminamos de ver o resto do filme que ainda passava e deixava Lilly com os olhos fixos na tv e Jace acariciando seus longos cabelos ruivos. Quando o filme acabou Lilly estava dormindo, ela estava bem ansiosa para esse natal, talvez fosse porque seria o primeiro natal de verdade que teríamos em família.

Os outros natais eram sempre iguais, desde que Lilly nasceu a gente tentava de tudo para ter um natal incrível para ela, mas nunca era a mesma coisa, não podíamos ter tantos enfeites natalinos, nem podíamos comprar tantos presentes. Izzy sempre foi um anjo praticamente, ela levava a maioria dos enfeites e sempre levava presentes demais.

Não gostava de depender tanto da minha amiga na hora do natal, não gostava dela querer gastar seu dinheiro comigo, mas ela insistia e acabava acontecendo.

Mas esse ano Lilly estava um tanto eufórica, e bem feliz, imaginando suas incríveis fantasias de princesa que tinha pedido para o papai noel, sei o que Jace comprou, apesar da lista de Lilly não ser tão grande, ele conseguiu duplicar a lista de desejo da minha pequena.

Ele pegou ela no colo e a levou para sua cama, enquanto eu me levantava e ia ate a cozinha ver como estava tudo, a comida estava toda pronta, so precisava levar ao forno para esquentar e as sobremesas perfeitamente prontas dentro da geladeira.

A arvore da casa era gigante, Lilly ficou louca quando Jace chegou com aquela arvore em casa e uma grande estrela para ser colocada no topo, na qual os dois fizeram questão de colocar, eu fiquei em baixo filmando aquele momento tão lindo.

Nevava bastante no momento que olhei para a grande janela da sala e imaginei o frio que fazia, a um ano se me falassem que finalmente minha filha teria um natal com direito a tudo que ela sempre quis eu fecharia os olhos e diria que estavam caçoando da minha cara e que por mais que eu quisesse, nunca iria acontecer.

Agora eu estou aqui, usando roupas incrivelmente quentes, com chocolate quente nas mãos dentro de uma casa enorme ao lado de uma lareira e uma arvore que para mim só existia em sonhos, isso parecia impossível para mim, mas aconteceu.

Jace me abraçou por tras, me fazendo ter um pequeno ataque no coração, mas relaxando algum tempo depois em seus braços, ele estava quente e tinha um cheiro incrível de morango, menta e chocolate.

“Aviso importante, todas as ruas serão fechadas hoje devido a tempestade de neve hoje, pedimos que ninguém saia de casa até pelo menos o dia seguinte, voltamos com mais informações em breve’ o repórter avisou e na hora eu peguei o meu celular e liguei para minha mãe.

— Mãe, a senhora ainda está em casa? – perguntei.

— Sim, nós íamos sair daqui a pouco, mas acho que não iremos sair. Não acredito que passarei o natal longe da minha pequena – ela falou e eu suspirei.

— Não acredito que vocês não conseguiram vir para cá – disse – amanha espero que tudo melhore.

— Vai sim meu amor – ela falou e escutei Luke chamar por ela ao fundo – tenho que ir, amanha nós fazemos nossa ceia e nosso amigo secreto.

— Tudo bem, te amo mãe – falei.

— Também te amo filha – ela desligou e vi que Jace falava com sua prima.

— Até amanha então – ele falou e desligou, se jogando no sofá. – Pelo menos amanha ainda é dia 25, teremos que voltar as tradições normais.

— Pelo menos tudo já está pronto, quero ver explicar para Lilly que o papai Noel só vira amanha – falei e ele riu – o que nós vamos jantar?

— Tem pizza que a Mary fez na geladeira que ela disse ser para casos de emergência – ele falou e eu concordei – nossa janta está pronta, nossa princesa dormindo e que tal você e eu, assim, ficar em uma banheira quente, com um vinho, e velas e aquecedor e musica e comigo e você, sem nenhuma roupa...

— Quero saber quando você ficou tão safado – falei e dei um tapa de leve no seu braço, o que arrancou alguns múrmuros dele.

— Desde que conheci você e essas suas curvas e essa sua boca e sabe, eu amo você – ele falou e se levantou, me abraçando.

— Eu também te amo – falei e dei um selinho em seus lábios – E a banheira.

— Está enchendo la em cima, vou pegar o vinho – ele falou e eu assenti.

Subi as escadas correndo e passei pelo quarto de Lilly e vi que ela estava tranquila, fechei sua porta com cuidado e subi para o nosso quarto, onde vi que o banheiro possuia as luzes reduzidas, milhares de velas e pétalas de rosa e a mini piscina estava quase cheia. Fechei o registro e coloquei os sais de banho na agua, junto com algumas pétalas vermelhas.

Jace me fazia relaxar e me sentir muito bem dentro dessa banheira.