Uma Razão Para Viver escrita por Veritacerum


Capítulo 9
Capítulo 9 – O Poder da Proteção


Notas iniciais do capítulo

Olá!!!! Muito obrigada a todos que comentaram e também aqueles que apenas leram. Matheus, maninho, ganhamos mais uma irmã!! Seja bem-vinda, San Snape!! Gostei muito dos seus comentários. Depois me mande uma mensagem sobre a sua fique, fiquei bastante curiosa e posso me juntar!!! Agora Boa leitura!!



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Capítulo 9 – O Sacrifícil de Lílian

Harry abriu os olhos bem de vagar depois de algumas horas. Ele estava se sentindo tão confortável, tão quentinho, que o simples fato de levantar o incomodava. Em seu sono ele não teve sonhos, mas assim que acordou, os fatos voltaram a sua cabeça. Ele, filho de Severo Snape? Era uma loucura, mas era uma realidade. Seu pai não era Tiago Potter, como ele sempre imaginou, mas sim o seu professor de poções, a quem ele havia falado mal e desejado que se explodisse com suas poções antes das provas.

Como a vida era irônica, não é? Quem diria que o morcego das masmorras havia gostado de alguém, quanto mais ter um filho. Harry sempre imaginou Snape como um homem solitário e amargurado, que o passatempo favorito era descontar pontos da Grifinória e intimidar os alunos com seu olhar maligno. Harry riu.

_ Qual é a graça?

Harry se assustou. Abrindo mais os olhos, ele viu Severo Snape sentado em uma cadeira ao lado de sua cama, o olhando com um ponto de interrogação. O garoto abriu a boca mas a fechou em seguida. Ele não poderia falar.

_ Nada, senhor – respondeu calmamente.

Snape continuou a lhe encarar e o garoto sentiu um leve formigamento em sua nuca. Não, ele estava lendo sua mente. O formigamento passou e o professor lhe olhou com surpresa.

_ A vida é engraçada, não é? – perguntou ele com a vóz arrastada.

Harry ficou surpreso ao perceber que o homem não ia brigar com ele e nem lhe humilhar. Ele deu um aceno e desviou os olhos. Ele não sabia se o professor estava bravo.

_ O que você tem, Potter?

Harry levantou os olhos para se fixar nos negros de Severo.

_ O senhor... – ele mexeu as mãos sem saber como dizer. _ O senhor ficou... Ficou bravo? Quero dizer, eu sei que não sou o garoto dos seus sonhos...

Snape ficou surpreso. Bravo por ter um filho com sua Lílian? De jeito nenhum. Pelo contrário: agora ele sabia que ele e Lílian eram ligados pelo sangue. Ele olhou mais atentamente para o garoto a sua frente. Ele não pôde se segurar. Um pequeno sorriso se formou nos cantos de seus lábios. Como ele não pôde perceber? Agora a criança tinha um pouco de suas características, mas o que mais chamava sua atenção eram os olhos. Ele se aproximou e percebeu que o garoto se afastou um pouco. Ele estava com medo dele. “Claro, fui eu que fiz com que ele sentisse medo de mim”, - pensou. Ele estendeu a mão e segurou os ombros do menino. Harry tremeu.

_ Você tem os olhos de sua mãe – disse o professor calmamente, sua vóz sem qualquer vestígio de raiva ou desprezo.

Harry piscou várias vezes enquanto tentava pensar em como a vóz de Snape se tornara humana. Ele ergueu os olhos e o encarou. Pela primeira vez, Harry o enxergou sem o rancor e o medo habitual.

_ Obrigado – disse em um tom baixo.

Snape ficou surpreso e largou os ombros de Harry para o olhar de frente.

_ O quê? – perguntou ele descrente.

_ Eu só... Eu estou lhe agradecendo por ter me dito, senhor – disse Harry baixinho. Claro que ele já havia ouvido isso mil vezes, mas nunca de Severo Snape.

_ Precisamos descer até a cozinha, o diretor está lhe esperando.

Harry teve uma expressão pensativa. O que Dumbledore ainda estava fazendo ali? O que mais ele teria de descobrir? Bem, seja qual for o motivo ele não teria chance de escapar. Respirando fundo, ele jogou as cobertas de lado e se pôs de pé. No mesmo momento o quarto começou a girar e ele se viu a dobrar o joelho, mas braços firmes o seguraram pelos ombros e o sustentou de pé.

_ O que está sentindo? – perguntou Severo, um leve tom de preocupação em sua voz.

Harry apertou os olhos e o encarou.

_ Está tudo girando – ele respondeu.

_ É porque você pôs todo o café da manhã para fora. Eu vou te levar até a cozinha e pegarei uma poção para aliviar a tontura.

Harry abriu a boca. Alguém estava preocupado com o seu estado de saúde? Não. Principalmente essa pessoa sendo Snape. Mas, ele lembrou, que o homem era o seu pai.

_ Não precisa, senhor. Eu posso cuidar disso... – outra tontura, mais forte. Harry agarrou os braços de Snape e respirou. _ Não posso fazer ninguém perder tempo comigo. Isso vai passar logo.

Snape ficou atordoado com o que acabara de ouvir. Em sua mente, ele agradeceu pelo menino estar de costas para si, do contrário teria visto a expressão em seu rosto.

Para a surpresa de Harry, Severo o levantou nos braços e saiu na direção da porta, ganhando um olhar incrédulo do rapaz.

_ Não se acostume.

_ De jeito nenhum – respondeu Harry.

Dumbledore os esperava de pé ao lado da mesa e seu olhar fixo em uma mulher parada ao seu lado. Harry estremeceu nos braços de Severo ao notar a estranha.

_ Não! – gritou ele com a voz trêmula. Seus dedos se prenderam como garras nas vestes do professor. _ Você disse! Você disse que eu não iria voltar para lá... Você prometeu... Você mentiu, claro...

Snape viu a decepção nos olhos verdes e inocentes que agora o encarava e lutava para segurar as lágrimas.

_ Eu não...

Mas ele não teve tempo de falar. Harry se atirou para o chão e saiu correndo da cozinha, seu corpo cambaleando para os lados.

Harry queria fugir, queria sumir daquela casa e daquela vida. “Ele prometeu”, - pensava ele enquanto corria pela sala de estar com Severo em seu encalço. “Mas o que esperar de Snape? Ele sempre me magoou e humilhou. Não iria ser diferente agora”.

Ele correu e correu pela casa, cada vez ficando mais cansado. Ao constatar que não conseguiria achar a saída da rua, ele virou e disparou escada a cima, consciente do professor atrás dele. Sem perceber, ele tropeçou no penúltimo degrau e caiu para trás.

Harry voou por alguns segundos até cair de lado no chão. Sua cabeça girou. Seus olhos se encheram de lágrimas e ele as deixou cair. Ele ouviu passos rápidos se aproximando e sentiu mãos firmes o virarem.

_ Harry, Harry!

Harry abriu os olhos para se assustar. Um desesperado Severo Snape estava ajoelhado ao seu lado, as mãos ainda em seu peito, uma expressão de culpa e desespero em seu rosto.

_ Calma, Severo – pediu Dumbledore se ajoelhando do outro lado de Harry.

Snape o fuzilou com o olhar. “Ele me pede calma agora?”.

_ Ah, ele caiu da escada? – perguntou uma voz feminina vindo da cozinha. Harry gemeu.

Snape se levantou tão rápido que nem Harry nem Dumbledore sabiam dizer como ele estava agarrando Petúnia pelo braço.

_ Você é um monstro! – sussurrou ele de forma sombria.

Petúnia pestanejou, mas não se mexeu.

_ E vocês – fez um gesto para ele, Dumbledore e Harry -, São grandes aberrações!

Snape ficou mais pálido.

_ Você... Não... Se... Atreva... A... Falar... Assim... Do... Meu... Filho! – disse ele ameaçadoramente.

Harry sorriu. Ele nunca imaginara que alguém fosse defende-lo neste mundo, ainda mais Severo Snape. Dumbledore viu o sorriso e piscou para ele.

_ Ele sempre foi uma carga! – gritou Petúnia, sua voz tremendo. _ Eu não pedi para cuidar dele! Eu não queria ficar olhando para ele todos os dias! Eu o odeio assim como odeio Lílian!

Ela foi longe demais. Falou a coisa errada. Snape pôs a outra mão em seu pescoço e o apertou, assim como o braço.

_ CALE A SUA MALDITA BOCA! – berrou ele, assustando os dois indivíduos agachados no pé da escada. Harry já havia se esquecido da dor.

Petúnia riu.

_ Está defendendo-a? Você ainda defende aquela sangue-ruim?

Os níveis de magia aumentaram com tanta violência que Harry tremeu e segurou a mão de Dumbledore.

_ NÃO FALE DE LÍLIAN COM ESSA PALAVRA! EU VOU...

_ Pare de me ameaçar e vai cuidar daquele moleque imundo que você chama de filho! Tome-o para você e me livre de sua presença suja!

Snape deixou o seu pior olhar, da época em que era Comensal, cair sobre a mulher.

_ Eu sou o pai dele.

Petúnia riu.

_ Sério? E onde é que você estava em todos estes anos? Onde é que você estava enquanto ele trabalhava e apanhava do meu marido? Ah sim, você não o quis!

Snape sacou a varinha e encostou a ponta no meio dos olhos de Petúnia, sua respiração descompassada.

_ NÃO FALE DO QUE NÃO SABE. MAIS UMA PALAVRA E VOCÊ NUNCA MAIS VERÁ A SUA MALDITA FAMÍLIA! E QUEM DISSE QUE EU NÃO QUERIA A CRIANÇA? JÁ QUE VOCÊ NÃO O QUER MAIS, PASSE-O PARA MIM!

_ Eu farei de bom grado! Fique com o monstrinho para você!

Antes que Snape falasse alguma coisa, um estrondo ecoou pela casa e uma luz branca apareceu. O chão tremeu e a luz continuava a sair do corpo de Petúnia, que estava assustada demais para falar. Snape estava tão perto de Petúnia, que o raio luminoso começou a entrar em seu corpo, ao mesmo tempo que saia da mulher.

Harry estava assustado. Ele não sabia o que estava acontecendo. Seus olhos encontraram os azuis de Dumbledore, onde ele se assustou ao encontrar um brilho de felicidade.

_ O-o que está acontecendo? – perguntou sem voz.

Dumbledore sorriu.

_ O poder de proteção de sua tia está passando para Severo – respondeu animadamente.

Harry não entendeu, mas não perguntou mais. Seus olhos voltaram para o meio da sala, onde Severo continuava a pressionar a varinha na testa de Petúnia enquanto a luz terminava de fazer seu caminho para dentro do corpo do homem. Quando tudo terminou, os dois adultos caíram no chão sem forças.

_ Não! – gritou Harry largando a mão do diretor e se arrastando para perto de Severo. Ele mordeu os lábios para sufocar um uivo de dor em sua perna e continuou indo para frente.

_ Harry, está tudo bem – disse Dumbledore em pé ao lado dele. _ Os dois estão bem!

_ EU NÃO QUERO SABER DELA E SIM DE...

Harry não se importava se ele tinha dito que se importava com Severo. Pro inferno com os malditos ressentimentos. Snape era seu pai, tinha o seu sangue e amava sua mãe. E isso era tudo que importava naquele momento.

Ele chegou perto dos dois no chão e estendeu a mão para tocar o rosto do professor, que abriu os olhos naquele momento para revelar uma surpresa e atenção em seus olhos negros.

_ O senhor está bem? – perguntou Harry suavemente, abaixando o rosto para mais perto de Snape.

Severo tremeu ao toque e as palavras do garoto. Nunca ninguém havia perguntado se ele estava bem, muito menos com essa voz. Claro que Alvo já havia feito a pergunta, mas era diferente. Era muito diferente. Harry perguntou em um tom de carinho... Não, como alguém poderia sentir carinho por ele? Quanto menos Harry. Ele estava bem ciente do que ele havia feito ao garoto nestes dois anos. Seus olhos se focaram em Harry e ele percebeu que o garoto esperava a sua resposta.

_ Eu estou bem, mas sou eu que deveria fazer essa pergunta.

Harry sorriu. Pela primeira vez em sua vida, o sorriso que ele deu a Severo não foi de maldade.


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Notas finais do capítulo

Então? Gostaram?? Comentem!!!!! BJS