Uma Razão Para Viver escrita por Veritacerum
Notas iniciais do capítulo
Olá, quero agradecer a Lys Malfoy, a Leticia, a Michy19mj e a todos!! Espero que gostem do cap
Capítulo 3 – Remorso
Depois de dois minutos em um pesado silêncio em que a raiva começava a se espalhar por todo o corpo de Severo, ele continuou a prender seus olhos negros nos azuis de Dumbledore, que sentia a fúria do professor subir a cada instante.
_ Por que? – perguntou Severo em um tom baixo, mas que fez os pelos do diretor se arrepiarem. _ Por que não me disse nada?
_ Tiago me fez prometer alguns dias antes de Harry nascer – respondeu Dumbledore calmamente.
_ Então ele sabia?!
_ Sim, ele sabia. Lílian se casou com ele depois que Tiago lhe prometeu que iria assumir a criança.
_ E por que ela não me procurou? – perguntou Severo, a raiva aumentando rapidamente.
_ Caro Severo, acha que Lílian iria procurar você depois que ganhou essa maldita marca? Acha que ela iria querer um jovem comensal da morte como o pai de seu filho?
Severo se levantou com violência e começou a andar de um lado para o outro, seu cérebro trabalhando rapidamente. Não podia ser... Por que ela não havia lhe dito? Se ela tivesse lhe procurado e contado que esperava um filho seu ele teria se desligado de Voldemort no mesmo minuto.
_ Por que fez isso? – perguntou ele novamente. _ Por que não me disse nada durante todos esses anos?
_ Já disse, Lílian e Tiago me fizeram prometer que não iria contar nada a você. Disseram que um dia Harry iria descobrir, mas eles mesmos iriam contar a ele.
_ Eles estão mortos! – berrou o professor com mais raiva ainda. _ Mortos!
_ Severo, apesar de minha idade eu ainda escuto como sempre, não precisa gritar.
O professor lançou um olhar em chamas para o diretor e continuou a andar de um lado para o outro.
_ Então pode me explicar como Po... Como Harry irá saber? – perguntou ele controladamente.
Dumbledore se abaixou em sua mesa e começou a revirar suas gavetas rapidamente, tirando um envelope vermelho de dentro.
_ Lílian deixou uma carta a ele – disse o diretor pousando o envelope no tampo da mesa. _ Quando ela e Tiago perceberam que iam ser mortos, escreveram essa carta e me entregaram, dizendo que só poderia revelar seu conteúdo quando Harry já fosse um rapazinho.
Severo se sentou e encarou o envelope com fúria nos olhos.
_ Você tirou o meu filho de mim, Dumbledore – disse ele perigosamente.
_ Não, eu não tirei – respondeu o diretor serenamente, os olhos azuis se prendendo nos negros de Severo.
_ Você viu, durante todos esses anos, você viu! – exclamou Severo, a calma rapidamente esquecida. _ Você viu eu humilhar o meu próprio filho! Você viu ele e eu nos odiarmos, você viu eu despresá-lo como se fosse um lixo e você ficou calado!
O diretor levou as mãos até o rosto, e a raiva de Severo só fez almentar. Dumbledore não tinha que se mostrar fraco naquela hora, quando ele estava pronto para pular aquela escrivaninha e socar cada parte daquele corpo velho.
_ Severo... – disse ele, a vóz levemente rouca.
_ Eu não tenho mais nada para falar com você, Alvo. Nunca pensei que diria isso, mas agora prefiro o barulho de caldeirões estourando do que ficar olhando para você.
O professor se levantou, arrumou as vestes e saiu em direção a porta. Mas quando girou a maçaneta, a voz do diretor soou as suas costas.
_ Severo, me perdoe, mas eu prometi a ela.
Snape se virou encarando os olhos azuis que agora estavam cheios de tristeza, e depois seu olhar caiu no envelope que continuava sobre a mesa.
_ E quanto a isto? – perguntou ele bruscamente.
_ Ficará comigo até que você decida contar a verdade ao garoto.
Se fosse pelo destino, ou pela sorte, Severo não saberia dizer; mas a sua próxima aula seria com a turma do segundo ano, a turma de Harry Potter. O garoto já havia saído da enfermaria de manhã, e Severo ouvira da Professora Minerva que ele estava de volta as aulas como sempre, e isso queria dizer que ele continuava a conversar com o senhor Weasley e não prestando atenção nas aulas.
Quando bateu a porta da masmorra, a primeira coisa que fez foi lançar um olhar a Harry, procurando alguma coisa em seus olhos, mas tudo que viu foi um olhar assustado como retribuição.
_ Hoje vamos preparar uma poção simples, e eu espero que pelo menos alguns de vocês consigam fazê-la sem dar algo de errado – disse ele com a voz fria como sempre.
_ Eu ainda acho que você deveria ter ficado mais um dia na enfermaria – disse Rony pelo canto da boca, ganhando um pequeno sorriso de Harry.
_ Que página que eu acabei de falar, senhor Weasley?
Rony levou um susto e se não fosse por Harry em suas costas teria caído. Severo parara a sua frente com o rosto mais gelado ainda, a proximidade era tanta que Rony conseguia sentir a respiração do professor.
_ Eu-eu não se-sei – gaguejou Rony.
_ É claro que não sabe, pois não parava de fofocar com o senhor Potter – respondeu Snape com frieza e se afastou.
Harry lançou um olhar de surpresa ao professor, pois o mesmo não descontara um mísero ponto da Grifinória. O garoto continuou a olhar o professor que sustentou o olhar até que o menino desviou seus olhos verdes, “os olhos de Lílian”, - pensou o professor enquanto andava entre os caldeirões sem realmente os enxergar.
Algumas semanas se passaram e tudo que Severo podia fazer era observar Harry mais de perto do que o garoto podia imaginar. Nestes dias o professor descobrira que o garoto não era exibido e sim que queria ficar o mais longe possível de onde tivesse muita gente, percebera que ele não era tão egocêntrico como ele imaginara e que não gostava da fama que tinha, como ele sempre fizera questão de dizer ao garoto. Harry não era tão inteligente como a Granger, mas também não era um cabeça-oca como Severo pensava.
Em uma conversa com Dumbledore naquela manhã, o diretor lhe contara que quando o garoto nasceu Tiago fizera fortes feitiços para que a criança se parecesse com sigo, mas esses feitiços iriam perder a potência quando ele, Severo, descobrisse a verdade e se extinguiriam quando Harry também solbesse.
O professor não fazia a mínima idéia de como o rosto do garoto iria ficar, e só de pensar nisso seu corpo tremia de curiosidade. Era até uma sensação engraçada, uma coisa que Severo nunca imaginou que iria lhe acontecer algum dia.
A cada dia que passava a sua idéia sobre Harry mudava, e ele passou a ver o garoto como ele realmente era, e não como queria ver, já que o idiota do Potter não era o seu verdadeiro pai. Harry era seu filho, tinha o seu sangue e o de Lílian e era isso que mais o alegrava. Uma criança saíra dele e de Lílian, e agora ele renovou sua promessa de proteger seu filho de tudo e de todos.
Um dia antes de os alunos irem em bora para as férias de verão, Severo sentia que tinha que contar; ele não aguentava mais ficar calado e tinha que chamar Harry e contar tudo, mas o diretor lhe convencera do contrário.
_ Deixe ele passar as férias em paz, quando as aulas recomeçarem você conta a ele – disse o diretor olhando-o por cima dos oclinhos de meia-lua.
O professor resolveu que aquele era o melhor para se fazer naquela hora, e não contou nada ao garoto,mas não tirou os olhos de cima dele até levar uma cotovelada de Dumbledore em suas costelas.
_ Quem sabe você não queira se levantar e dizer a todos que é o verdadeiro pai de Harry, Severo – disse ele baixinho.
_ Seu bom humor está perfeitamente bem como sempre, diretor – respondeu Severo rispidamente.
Não quer ver anúncios?
Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!
Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Notas finais do capítulo
Então?? O que acharam desse cap??? bjinhos!! P