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– Uma garota te beijar não é algo tão absurdo assim, Reyna. – Jason disse. Os dois estavam no refeitório da faculdade e Reyna tentava, desesperadamente, passar Piper para o outro.

– Jason, sabe muito bem que o problema não é esse. – A garota disse enquanto eles se acomodavam numa mesa.

– O quê? Ela é feia? – Jason zombou e Reyna revirou os olhos.

– Não, Jason! – Reyna perde a paciência com o garoto.

– Então ela é bonita? – O rapaz continuou a usar seu tom de deboche vendo, divertido, Reyna corar diante seu comentário.

– Desisto. – Reyna resmunga e volta a atenção para seu prato.

– Ok, Arellano. – Jason diz após um tempo de silêncio. – Você venceu. Eu aceito.

– Sério? – Reyna o olha atentamente, tentando achar qualquer coisa no rosto do rapaz que indique que ele só está brincando com ela.

– Sério, afinal, parece que tem uma garota bonita na jogada. E, claro, você vai ficar me devendo uma.

– Que seja. – Reyna dá de ombros. Ficar livre de Piper era mais importante do que dever um ou outro favor a Jason. Certamente, ele iria pedir que ela fizesse algum trabalho para ele ou algo do tipo.

– Então, me conte mais sobre essa tal de Piper McLean. – Jason pede e Reyna apenas suspira. Ia ser um longo almoço.

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Clarisse estava possessa! Ela queria espancar Lil até aquela garota cuspir o fígado para fora! Quem ela pensava que era para se intrometer assim? Quem disse que ela só queria levar Annabeth pra cama? E, se fosse mesmo só isso? Agora suas chances haviam caído de quase zero para zero. Ela ia dar uma lição a Lil assim que pudesse.

Entretanto, agora ela tinha de ser concentrar em outra tarefa: O campeonato que ia ter nesse fim de semana. Clarisse tinha por obrigação vencer. Mas, a atleta sentia que algo estava errado com ela. Muito errado, por sinal.

– Vamos, La Rue, o que está acontecendo com você? – O treinador a perguntou quando ela estava indo para o vestiário, assim que o treino daquela manhã tinha terminado.

– Ahn, nada, senhor. – Ela respondeu, mesmo sabendo que ele não engoliria.

– O que quer que seja, resolva antes que tire a vitória de suas mãos domingo.

– Sim, senhor. – Foi tudo que Clarisse se limitou a responder. O dia mal havia começado e tudo que ela queria era encontrar Chase para esclarecer algumas coisas.

A garota já estava chegando à sala de aula quando viu o motivo de seus problemas cruzando o corredor: Lil. Clarisse não pensou duas vezes antes de partir para cima da garota com tudo.

Rapidamente, a wrestler segurou Lil e a imprensou contra os armários. Clarisse estava bufando, enquanto a expressão que tomava o rosto de Lil era de puro pavor.

– Lil! – Clarisse gritou, já chamando a atenção de alguns alunos que passavam por ali. – Me dê um bom motivo para não arrebentar sua cara agora mesmo!

– Cla- Clarisse! – A outra garota gaguejava. – Do que você está falando?

– Você sabe muito bem! – Clarisse rugiu e bateu as costas de Lil contra os armários.

– Educação física de ontem? – Lil parecia mais confiante. Ela sabia que logo, logo, alguns professores chegariam e tirariam Clarisse de cima dela. – Clarisse, foi brincadeira. Afinal, o que você ia querer com uma garota daquelas?

Foi mais que o suficiente. Fechando o punho, Clarisse estava prestes a desferir um soco no rosto da outra quando o diretor e alguns alunos a separa de Lil.

– Já para minha sala, La Rue! – O homem gritou, mas Clarisse não se viu disposta a obedecê-lo.

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– Essa Piper me parece extremamente difícil. – Jason afirma enquanto caminhava com Reyna de volta ao prédio em que estudavam.

– Nem me fale. – Reyna diz apenas.

– Mas... Algo está estranho nessa história, Reyna. – Jason recomeça.

– O quê? – Reyna pergunta, já sabendo que Jason certamente estava procurando irritá-la de alguma forma.

– Se essa garota é tão ‘difícil’ assim, por que você, simplesmente, não deixa ela de lado? Ela paga acima da média?

– Não... É só... – Reyna se embola com as palavras, já sentindo o olhar divertido de Jason sobre ela. O que ele disse fazia sentido, mas algo dentro de Reyna queria realmente ajudar Piper. – Não sei. – Diante da resposta da amiga, Jason sorri.

– Ela beija bem, né?

– Ora, me poupe, Grace! – Reyna bufa e apressa o passo.

– Qual é, Reyna! Não vai ser a primeira nem a última vez que um professor tem um caso com um aluno.

Reyna já ia rebater quando o professor entra na sala. Ela apenas se limita a encarar Jason friamente e volta sua atenção às anotações no quadro. Ela já até tinha meio que se esquecido de Piper quando Jason a entrega um bilhete com os dizeres:

“ Me passe o telefone e os horários da bonitinha”

A morena olha para o rapaz, que lhe sorri jocoso. A principio, ela queria lhe dizer alguma coisa desagradável, mas achou melhor não render o assunto. Afinal, se Jason quisesse se aventurar com Piper, ela não tinha nada a ver com isso. “Boa sorte”, ela pensou antes de lhe entregar o bilhete.

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– Você poderia, por favor, acelerar o passo? – Uma Annabeth extremamente irritada chama a atenção de Piper.

– Que bicho te mordeu? – A garota responde de má vontade. Annabeth estava muito estranha desde ontem. – La Rue? – Piper sugeriu e viu a amiga ficar ainda mais arredia. “Péssima ideia”, a garota pensou.

– Não é nada. – Annabeth resmunga e continua andando.

– Ei, ei! Volta aqui! – Piper puxa a amiga pelo pulso. Era mais que óbvio que Annabeth estava escondendo alguma coisa. – O que aconteceu? – A garota pergunta à amiga num tom mais suave, vendo os olhos cinzas de Annabeth ficarem mais calmos.

– É só... Nada, Piper. – A loira tenta se desviar, soltando sua mão da de Piper e se encaminhando para o ponto de ônibus.

– Annie, que tal... Que tal você ir lá para casa? A gente pode ver um filme e você me conta o que aconteceu?

– Tudo bem. – Annabeth cede. Ela sabia que Piper não desistiria enquanto não arrancasse as respostas que queria. Piper apenas sorri.

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Já fazia um bom tempo que as meninas tinham terminado de ver o filme. Annabeth, mais uma vez, cedeu ao pedido de Piper e ligou para casa avisando que passaria a noite na casa da amiga. Assim elas teriam mais tempo para conversar.

– Olha, Annie, eu acho que, bem, você deveria ter dado uma chance para Clarisse se explicar.... – Piper diz.

– Eu não sei, Piper. No fundo, acho que a tal de Lil tem razão e... – Annabeth é interrompida pelo toque de um celular. Ela reconhece a música que Piper colocou. – Você não se cansa dessa música? Parece até Thalia com Green Day.

– Querida, Poker face é vida. – Piper mostra a língua para amiga e sai para atender o telefone. O visor mostrava o número de Reyna. Ela sentiu um frio lhe percorrer o corpo e suspirou fundo antes de atender.

– Piper McLean? – A voz do outro lado da linha não era, em absoluto, de Reyna. Era uma voz masculina.

– Sim, é ela. – Piper responde um pouco insegura.

– Piper, aqui é Jason. Sou um amigo de Reyna.

– Aquela idiota! – Piper chega ao quarto urrando, jogando o celular na cama. Annabeth apenas observa as reações exageradas da amiga.

– Vai, me conta. – A loira se obriga a desviar a atenção de sua leitura. – Quem te irritou dessa vez?

– Reyna! Aquela... Aquela! – A loira ergue uma sombracelha e lança um olhar meio irônico, meio inquisidor, à amiga.

– O que ela fez agora? Descobriu que você a enganou e não tinha teste nenhum? – A loira pergunta divertida.

– Não! Ela quer me repassar para um amigo dela! Como se... – Piper começa a dar voltas pelo quarto, o tom de voz indo do mais grave ao mais agudo em questão de segundos. – Como se eu fosse qualquer uma!

– Piper... – Annabeth a chama num tom suave. – Talvez, ela esteja sem tempo. Talvez percebeu que você é um caso perdido. – A loira piscou, provocando a amiga.

– Oh, sim! Talvez agora ela esteja ligando para Drew para poder ter alguém para esfregar os peitos na cara dela! – A loira não entendeu a última parte.

– Do que você está falando, sua louca? – Annabeth pergunta. Pelo visto, Piper tinha aprontado alguma coisa.

Piper apenas suspira e senta ao lado de Annabeth na cama. No meio de toda a confusão, ela meio que se esqueceu de contar à loira o ocorrido na biblioteca enquanto mais cedo.

– Eu... Eu a beijei. – Pela primeira vez em muito tempo, Annabeth vê Piper parecer envergonhada. A loira fez de tudo para reprimir um sorriso, pois sabia que a amiga se irritaria se percebesse o quanto ela estava se divertindo com a situação.