Time escrita por Becky Cahill Hirts


Capítulo 8
VIII - Juramento de Atena


Notas iniciais do capítulo

Corrigido: 31/03/2015
{O trabalhão que corrigir dá}



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[Big Girls Don't Cry - Fergie]

E o tempo... passou.

No começo poucas pessoas perceberam... Apenas Ártemis, e talvez Afrodite... Poucas pessoas notaram algo que estava claro e translucido, poucas pessoas perceberam o que estava acontecendo durante a noite nos aposentos olimpianos... Poucas pessoas...

Porém, a situação foi ficando séria... Alguns mortais notaram... Todavia apenas aqueles que costumavam pedir coisas para a deusa perceberam. E com o tempo... Toda a Grécia sabia...

Depois dos mortais saberem foi a vez dos deuses... Primeiro Hera, que notou a falta de uma “filha”, depois Hefesto, que via na deusa uma incrível fonte de amizade e admiração, Apolo, Ares, Deméter... Por fim todo o Olimpo, inclusive Zeus, notara a ausência da deusa dos olhos vibrantes...

Muito se foi dito, pouco se foi feito.

Todas as noites, após discussões intermináveis com o conselho, a deusa da caça, Ártemis, corria ao quarto de sua irmã. Dava-lhe colo, secava suas lágrimas, ajudava a juntar os pedaços de sua dor...

Todas as noites, após as discussões irritantes do Olimpo, outro deus também corria para seu quarto, sentindo a falta da sua motivação para viver... Todas as noites, depois deste tempo, ele sempre saia, bebia e ficava com qualquer mulher que o ajudasse a esquecer da loira dos cachos de veludo...

Por muito tempo, nada se ouviu sobre a deusa dos olhos tempestosos... Nada... Até o dia que ela saiu.

Time

O sol estava se deitando atrás de incríveis e belas nuvens cor de laranja, mais um dia terminara, e a noite chegava aos poucos... Bela e sublime.

A deusa olhou para cima enquanto andava pelas largas avenidas do Olimpo, observando sua amiga Lua levantar-se devagar, e ver os últimos raios de sol se lançarem, tentando alcançar algo que seria para sempre adverso.

Atena respirou fundo novamente, o conselho deve estar se reunindo... Pensou ela, esta na hora de encarar seus medos Atena, és ou não és a deusa da guerra?

Era difícil... Ela admitia, voltar a ver aquelas faces familiares, encarar todos com o nariz arrebitado, manter o orgulho após tudo que fez... Sumir não havia sido uma boa ideia, ela sabia, mas naquela época não poderia ter aceitado tudo como pode fazer agora... Naquela época ela não poderia fazer nada...Nada além de sumir.

Ártemis havia sido uma ótima amiga, ajudando-a e dando-lhe forças para continuar... A respeitando e entendo os seus motivos para chorar... Em momento algum a deusa sugeriu algo, deixando as ideias por parte de Atena, e a força, por parte da mesma.

— Deves apenas acreditar que estarei ao seu lado — disse ela a deusa, após a loira ter-lhe implorado alguma ajuda. — Não sei o que iras fazer, minha doce irmã, mas por favor, faça algo para ficar para sempre perto de nós... Sua família sente sua falta.

As palavras de Ártemis vinham-lhe a cabeça a cada cinco minutos... Era difícil para a sabedoria esquecer o orgulho, mas ela teria. Viver para sempre trancada era função de princesa, Atena era, e é, a deusa mais forte do Olimpo.

Andou mais rápido quando calculou que todos já deveriam estar sentados, chegando as portas do salão na hora em que Zeus disse:

— Então, estamos todos reunidos... Ou quase todos... — mas antes que pudesse acrescentar qualquer outra palavra a seu incrível discurso, Atena abriu as pesadas portas do monte Olimpo, fazendo barulho. Todos na sala se viraram... Apenas uma deusa não estava presente e poucos acreditavam que ela voltaria a aparecer. Porém, lá estava ela.

Atena vestia um vestido negro, com detalhes em dourado, cor que nunca foi sua, em vista que sempre gostou mais do prata, que lhe lembrava guerras brancas, mas o tanto o dourado, quanto o negro, teriam que respeitar seu poder esta noite, o vestido ia até seus pés, de forma que não era possível ver suas sandálias muito bem amarradas.Seus cabelos estavam presos de lado, com apenas uma porcentagem presa, em um coque, e a outra parte solta, caindo em cachos do lado direito de seu corpo; cabelos tão longos que chegavam as pontas em sua cintura. Seus olhos cinzas tempestosos estavam delicadamente marcados de preto, e ao adentrar no salão, deixou muitos deuses de... Digamos, “boca aberta”.

— Quanto tempo — cantarolou em sua voz suave, porém forte e decidida. Por mais que fosse difícil, Atena iria fingir... Iria fingir que estava tudo bem, e a sua fala não permitiria que nenhum deus ou deusa duvidasse da sua tremenda felicidade. — Como estava com saudade dessas caras confusas — riu-se a deusa, enquanto era encarada por quase todos os deuses, menos Ártemis, esta apenas a olhava com curiosidade. Poseidon, bem, não precisamos dizer que este estava com a boca no chão, de tamanha beleza que a deusa irradiava. — Peço perdão pelo meu atraso — continuava a deusa, se dirigindo apenas a Zeus e Hera. — Perdi o horário e acabei terminando de ler um livro a apenas alguns minutos, vim o mais rápido que consegui me mover— uma mentira, já que a deusa aguardou o dia inteiro, impaciente, para poder entrar naquele salão de maneira triunfal. — Será que posso ser perdoada? — perguntou, fazendo uma referencia para os dois, piscando para Hera com um dos olhos, que apenas riu e disse:

— Atena, sempre formal essa minha filha, claro que não tens problema o seu atraso — disse Hera, sorrindo amigavelmente. — Estivemos a sua espera por muito tempo.

— Peço perdão por isto também — disse Atena. — Se Ártemis, minha doce irmã caçadora, ainda não lhes tenha avisado, meu recesso foi devido a minha fraqueza — disse, fazendo alguns engolirem o ar, e não respirarem. Todos surpresos pela fala de Atena, até mesmo Ártemis. — Após dias e dias de trabalho acabei dormindo por alguns anos... Acordei semana passada, com tantos deveres para cumprir que só Zeus sabe... — disse ela, rindo um pouco. A desculpa da deusa acabou por convencer alguns deuses menores, mas vários olimpianos a encaram, claramente sabendo que esta escondia alguma coisa. Era praticamente impossível um Olimpiano se sentir tão fraco a ponto de dormir por alguns anos...

— Estas melhor da saúde? — perguntou Zeus, com uma ruga de preocupação entre os olhos, o que gerou sorrisos animados de Hera.

— Muito, obrigada pai. Mesmo assim, pretendo fazer uma visita ao meu irmão, Apolo, para ele checar como estou, se importa, maninho? — perguntou a deusa, de maneira menos informal, mas estava claro que ela não iria fazer visita nenhuma.

— Claro que não, pequena — disse Apolo, que também sorria, mas também havia percebido que não receberia visita nenhuma, Atena estava apenas sendo cordial. — Passe lá quando quiser.

— Ótimo — sorriu Atena — Sei que já estou atrasada, mas gostaria de dar um comunicado ao conselho — disse a deusa, com um olhar de submissão. — Posso?

— Claro, querida — disse Hera, sem pensar duas vezes. Atena manipulava todos com suas palavras, fazia os deuses fazerem o que queria como adulto que tira doce de criança.

— Héstia — clamou a deusa. — Ártemis — proferiu novamente — A vocês me dirijo.

— Tens certeza? — perguntou a deusa da caça, preocupada.

— Meditou sobre suas decisões? — continuou Héstia, observando a deusa da sabedoria com olhos atentos.

— Sim, estou pronta — tanto Ártemis, como Héstia sabiam do que se tratava, elas estavam acostumadas à juramentos.

— Então... —começou Héstia — Uma breve introdução do que acontecerá...

A visão de Atena ficou preta, e como aconteceu com Ártemis, Atena viu Estinge, e as consequências de quebras de seu juramento. Atena suspirou aliviada, ao ouvir as palavras de Estinge, mas se repreendeu por isso. Quando sua visão clareou de novo, Ártemis estava sorrindo para ela, um sorriso genuíno de fé, apenas um sorriso de apoio. Uma irmã.

— Eu, Palas Atena, deusa da sabedoria, estrategia em guerra, senhora das corujas, deusa da tecelagem, entre outras coisa, comprometo-me a permanecer virgem, sobre os termos impostos pelo Rio, até o fim de minha existência.


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Notas finais do capítulo

[revisado]
{*ri* como vocês aguentavam essa autora chata que só pedia reviews? Ainda bem que, espero, nunca mais farei isso.}