Time escrita por Becky Cahill Hirts


Capítulo 12
XII - Encontro


Notas iniciais do capítulo

[corrigido: 31/03/2015]



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[You Belong With Me - Taylor Swift]

Ártemis segurou em suas mãos o pote de vidro, e mostrou para a deusa da sabedoria.

— Isso não ficaria lindo na biblioteca? — Ártemis usava uma espécie de manto, deixando apenas seu rosto e algumas partes do cabelo de fora, iguais aos de Atena e de Afrodite. Era mais fácil assim, elas eram belas demais para olhos mortais, que logo as identificariam.

— Talvez com algumas velas dentro — respondeu-lhe Atena, arrumando mais uma vez seu manto. Ela tentava não ficar nervosa perto de mortais, mas desde o que aconteceu com Medusa, Atena sentia que se virasse a esquina, encontraria mais uma prostituta.

— Vocês duas, vamos! Tenho interesse em chegar ao meu templo antes do pôr do sol — chamou Afrodite, lá da frente. — Tenho cavalos esperando por nós.

Atena e Ártemis se olharam e reviraram os olhos, a tarde com Afrodite estava até sendo divertida, as deusas haviam ido em algumas lojas cujo Afrodite queria ajudar os donos, pagando bem mais do que o necessário por alguns produtos, porém Afrodite insistia que tinham que ir até seu templo.

— Vou levar este, obrigada — falou Ártemis para o jovem que estava na loja. O rapaz era alto e forte, e quando as deusas olharam para ele o mesmo deixou a boca abrir, o que as fez rir.

— Majestades — o rapaz fez uma breve mesura, sua voz tremia.

— Levante-se, homem — Atena ordenou, sua voz gentil e mortal ao mesmo tempo. — Não viemos lhe fazer mal, apenas aceite nosso dinheiro e em troca nos dê esse pote de vidro.

O rapaz ainda parecia meio tonto ao pegar um embrulho para o pote, as deusas perceberam o quanto ele se esforçava para deixar tudo perfeito.

— Para quem tenho a honra de entregar isto? — perguntou o rapaz, sem fitá-las nos olhos, encarando o chão.

— Você sabe para quem — Ártemis disse, colocando a mão no queixo do garoto e fazendo-o olhar em seus olhos. — Vá até o templo do meu irmão, diga-lhe que eu o mandei para lá e que quero que ele o treine, uma vida melhor lhe espera, rapaz. Só não me faça arrepender-me de confiar em você.

O jovem fez algumas mesuras, e as duas deusas saíram, prontas para seguir Afrodite.

— Treiná-lo? — Atena perguntou, assim que elas deixaram a banca.

— Eu só treino mulheres — respondeu a deusa da caça. — Mas Apolo treina qualquer um, se o pedido for meu, tenho certeza que aquele garoto virara um dos melhores soldados gregos de toda a história.

— Não duvido nada... Ao menos sabe o nome dele?

— Na verdade não, mas o tempo irá fazê-lo saber quem somos, e seria bom ter pelo menos um homem rezando por nós. — Ártemis disse isso rindo, e Atena a acompanhou.

— Mas vocês duas pretendem andar feito lesmas? — perguntou Afrodite, com ares irritados. — Vamos, vamos!

Time

— Uau! — Atena escutou Ártemis dizer, enquanto a boca da mesma se abria em um perfeito circulo.

O templo de Afrodite se localizava em cima de uma colina, aos seus pés, o mar batia nas rochas, e o sol ia se pondo logo atrás. A grama era incrivelmente verde, e as flores que cresciam ali por volta eram maravilhosas... Rosas, roxas, amarelas, vermelhas... Tudo era incrível e lindo. O templo em si era de um mármore branco, com doze colunas na frente e uma estátua grande da deusa do amor. A parte que mais encantara as deusas era a quantidade de pessoas que estavam ali, homens, mulheres, crianças, senhores... Todos os tipos de pessoas, com as mais diversas idades... Brincando, comendo, rezando... Era um dos lugares mais lindos e mais felizes que as duas deusas já haviam visto.

— Gostaram? — perguntou Afrodite, sorrindo.

— É lindo! — Atena conseguiu dizer. Ártemis apenas concordou com a cabeça, desde o Olimpo, aquele era o lugar mais lindo que elas haviam visto.

— Minhas sacerdotisas já devem estar vindo nos receber, mandei-lhes uma mensagem um pouco antes de chegarmos, mas elas me avisaram que estava acontecendo um torneio por aqui, então podem demorar um pouco... — Afrodite sorriu. — Nós podemos ver o tornei em breve, mas primeiro preciso que façam uma coisa por mim.

— O que seria? — perguntou Ártemis, enquanto Atena olhava o sol quase entrando para dentro do mar no horizonte.

— Atena, vá até a parte de trás do templo, e espere por nós lá, por favor.

— Hein? Por quê? — a deusa estava tão encantada com a beleza que não conseguia compreender as palavras de Afrodite.

— Apenas vá, preciso de Ártemis para outra coisa... Faça isso por mim, maninha? — perguntou Afrodite, piscando seus lindos olhos azuis oceanos.

— Ahn... Claro — respondeu a deusa da sabedoria. — Vejo vocês daqui alguns minutos...

Atena se afastou das deusas, andando no meio de mortais alegres e brincalhões... Algumas crianças brincavam de correr atrás de outras, algumas pessoas liam atiradas no sol e era tudo que Atena desejava fazer, deitar sua cabeça sobre o gramado verde e ler um bom pergaminho... Todo aquele lugar a deixava tonta.

— Desculpe! — pediu um menino, ao bater em suas pernas. — Eu estava correndo e não vi a senhorita...

Atena olhou para baixo, seus olhos cinzas nos olhos castanhos do menino. Ele tinha um lindo cabelo castanho escuro, e usava vestes gregas normais. Tinha em sua boca um pequeno sorriso de desculpas.

— Não tem problema — disse a deusa, ajoelhando-se para ficar do tamanho do menino. — Qual o seu nome?

— Heitor — o garoto respondeu.

— Meu nome é Atena, Heitor — disse a deusa, esperando que o menino ainda não soubesse muitas coisas sobre deuses.

— Como a deusa da sabedoria?

— Isso, exatamente igual a ela...

— Minha mãe diz que eu devo rezar para ela toda noite... Disse que desse jeito eu posso ficar mais esperto... Disse também que Atena é a melhor protetora se quero alguma coisa, que ela transforma seus inimigos em cobras... — ele deu um sorriso que foi acompanhado pela deusa, que ria muito internamente. — Ela disse, que se Atena me protegesse, ninguém tocaria em mim!

— Tenho certeza que sua mãe é muito sabia, Heitor.

— Então é verdade? Como eu faço para pedir para Atena me proteger? — os olhos do menino comoveram a deusa.

— Basta desejar e ela saberá... Se seu coração for limpo e puro, ela saberá de tudo que deseja... Atena honra e protege homens limpos, puros, de bom coração... Valentes guerreiros... Você é assim?

— Não sou guerreiro... Mas posso ser se isso agradar a deusa! — ele concluiu.

— Tenho certeza que Atena só quer te ver feliz, Heitor.

— Obrigada, senhorita. Que Atena proteja nós dois! — Heitor disse mais uma vez, antes de correr para longe, deixando a deusa da sabedoria sozinha novamente.

Time

O sol estava entrando no mar quando Atena chegou na parte de trás do templo de Afrodite, a deusa se sentou sobre uma pedra, observando o sol. Ela sempre havia gostado do mar, mas guardava isto para si mesma. A conversa com Heitor ficou na cabeça da deusa, e a mesma prometeu que o protegeria nem que fosse a última coisa que fizesse.

— Afrodite? — chamou uma voz máscula que Atena reconhecia mas não se lembrava de quem pertencia. — Afrodite você está aqui?

Atena virou-se bem em tempo de ver a pessoa que chegava. Atena mal conseguia acreditar no que via...

Seu manto caiu de sua cabeça, revelando seus incríveis cachos dourados, Atena sentia o sol queimar-lhe as costas, e sabia que não conseguiria fugir, em vista que suas pernas pareciam grudadas ao chão.

Mesmo que conseguisse, já era tarde demais.

Ele viu ela.

Time

Era impossível acreditar no que estava a sua frente... Poseidon tentou achar uma maneira lógica de entender aquilo tudo... Mas não conseguia.

O sol batia em suas costas quando ele a viu. Os cachos louros brilhando com o reflexo do sol, os olhos cinzas assustados...

E isso não era tudo... O seu vestido, azul como o mar em um dia calmo, totalmente diferente das túnicas que Atena usava no Olimpo. O vestido marcava embaixo do peito, caindo em uma cascata de tecidos azuis até os pés da deusa... Os detalhes em dourado mostravam o quão poderosa ela era... Atena lhe lembrava o mar...

E o mar era ele.

Time

Seus cabelos escuros estavam bagunçados, sua boca levemente aberta, como quem se espanta ao descobrir alguma coisa... Mas seus olhos... Seus olhos a convidavam para mergulhar naquela imensidão verde.

— A-Atena... — Poseidon gaguejou. Sua voz... A voz que Atena fizera tudo para esquecer, a voz que a perseguia em seus sonhos... A voz que ela tanto amava.

— Poseidon — saudou a deusa, surpresa de como sua voz saiu normal... A deusa praticamente tremia por dentro.

— E-eu... — Poseidon tentou desviar os olhos, provavelmente tentando clarear a mente. — Eu não sabia que estaria aqui... Desculpe-me se... Se... — ele não conseguia terminar, seus olhos voltaram para a deusa, e a mesma sentiu suas bochechas queimarem.

— Eu... Devo ir embora... — a deusa falou, tentando lembrar de usar sua mente e ignorar seu coração.

Porém a única saída era atrás do deus, o que dificultava muito as coisas. Atena andou normalmente, e quando pensou que finalmente estava livre, sentiu as mãos poderosas de Poseidon segurando-a.

— Atena... Eu preciso falar com você... — implorou o deus, os olhos verdes suplicantes.

— Creio que não sou capaz de falar com você agora, Poseidon — respondeu a deusa.

— Por favor... Não tomarei muito de seu tempo, eu só...

— Quero que todos os deuses escutem isso! — Atena e Poseidon ouviram alguém gritar dentro de suas mentes, uma voz feminina e nojenta. — Eu, Aracne, desafio Atena, deusa da sabedoria, em um torneio de tecelagem! Eu estou farta de ouvir as pessoas dizendo que eu não teço melhor que ela, e estou pronta para provar isso! Atena, onde quer que você esteja, me encontre amanhã, ao por do sol, na cidade de Atenas. E leve os deuses com você, quero ver quem é a melhor tecelã da Grécia.

Atena não conseguia acreditava nas palavras que ouvia.


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Notas finais do capítulo

[revisado]