Chained escrita por Hillary McKarter


Capítulo 12
Capítulo 12 - He's a Mystery


Notas iniciais do capítulo

Desculpem a demoraaaaa. Eu não desisti da fic. O capítulo de hoje prova que eu ainda quero torturar vocês com tanto mistério hahaha brincadeira. Espero que gostem
Beijos



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Quatro dias se passaram desde então. Era sexta-feira, dez horas da manhã, quando Elsa teve as primeiras notícias de seu pai desde o repentino e inexplicável sumiço dele. Gerda tentara ligar inúmeras vezes para ela, mas foi só na hora do lanche que a Rainha de Gelo conseguira atender. A garota não se surpreendera ao descobrir Hans também havia mentido quanto ao fato Paris e da Lua de Mel, pois Filipe tinha ido para Nova Iorque com Judith para resolverem alguns assuntos que envolviam a empresa, algo comum na vida de seu pai e algo que também seria normal para Judith depois deles se casarem. Em diversas ocasiões, haviam relatos de pequenos grupos de funcionários que tentavam tomar o controle do poder local falsificando papelada e vendendo imóveis como se fossem coorporações próprias trazendo prejuízo para Filipe e sua empresa. Era por essa razão que o senhor Mendes constantemente sumia algumas vezes e só dava notícias quando a situação estivesse mais calma podendo demorar semanas ou até meses. Elsa nunca se preocupara com tais sumiços antes. Vivia normalmente com ou sem a presença de seu pai em sua rotina: tocava piano, lia livros e conversava com Gerda sobre assuntos triviais de seu dia-a-dia. Mas desde que Hans aparecera em sua vida, tudo virara de ponta cabeça. Quando é que ela se tornara tão frágil? Tão sensível? Tão... Fraca.

            Não podia ser fraca. Não mais. Principalmente agora que ela sabia que algo de ruim vinha com a presença de seu meio-irmão doentio.

            A garota ouvi de longe os risos de Dia em meio ao grupo de meninas. Ultimamente Dia estava tentando coletar informações de Hans se comunicando com algumas amigas dele, mas até agora pouco descobrira - já que ninguém realmente conhecera sua verdadeira personalidade. Assim Elsa ficara sabendo de coisas inúteis como a cor favorita de Hans ser verde; seu prato preferido, macaronada e o seu número da sorte, 13. Nada realmente que a ajudasse a entendé-lo bem. Os olhos de Elsa então voltaram-se para Anna que conversava em meio a algumas garotas do grupo de amigas de Hans. A caçula dos Mendes continuava vindo constantemente em sua sala o que preocupara Elsa no começo, pois ela temia que Hans se aproximasse dela, mas no final das contas fez o oposto. Anna fizera tantas amigas que já não mais vinha para conversar só com o meio-irmão e Hans também parecia ocupar-se com outras coisas quando percebia que Elsa o observava. Talvez ele temesse que a primogênita contasse algo para Anna caso ele não se comporta-se, mas Elsa não tinha a coragem o suficiente para estragar a felicidade da irmã. Ela nunca vira Anna sorrir tanto e conversar tanto. Todo dia parecia uma festa para a menina e Elsa não destruiria aquilo.

            O sinal tocou e novamente Anna saiu correndo para sua sala despedindo-se rapidamente do pessoal. Dia voltou para seu lugar e começou a cochichar mais coisas trivias sobre Hans que ela havia descoberto. Elsa não prestou realmente atenção naquilo tudo. Estava cansada de se preocupar tanto com o que Hans queria todas as horas de seu dia. E falando no diabo... Hans sentou-se em sua carteira e deu uma piscadela para Elsa. Algumas garotas do outro lado da sala riram alto de uma piada que alguém contara e logo a porta se bateu com força contra a parede quando o professor entrou. Hans ainda deu uma última olhada para a loira e a rainha de gelo o fitou furiosa por alguns instantes até perceber uma pequena coisa preta e retangular no meio dela e do meio-irmão.

“Um celular!” pensou.

Era o celular de Hans que provavelmente caira de seu bolso quando ele sentara. O rapaz não parecia ter percebido diante de tanto barulho que ocorrera naqueles poucos segundos e agora mirava com atenção o que o professor falava. Elsa fez um pequeno movimento de se abaixar e pegou o aparelho do chão. Assim que apertou o botão do meio, a tela se acendeu e uma única mensagem surgiu diante de seu olhos.

“Esteja lá as 22 horas ou vamos começar sem você.”

Elsa se desesperou ao ler aquilo. Um plano! Hans esse tempo todo estava tramando um plano e Elsa mal suspeitara. Mas o que era? Tudo o que ela sabia era que seria as 22 horas e ele não estaria sozinho. Se não era Merida e Judith estava viajando com Filipe, então quem era? Aquele garoto a quem Hans contara seu plano? Ele parecia certinho demais para falar de um jeito tão informal quanto a mensagem presente. Talvez houvesse algum amigo de Hans na escola, algum aliado, alguém que também quisesse vingança...

—Você sabe que é errado bisbilhotar as coisas dos outros, não é?

Elsa sobressaltou-se ao ouvir a voz de Hans e seus olhos miraram rapidamente o meio-irmão que sorria forçadamente para ela enquanto sua mão direita esticava mostrando o palmo.

—O celular, por favor.

Elsa notou que trouxera o aparelho para junto ao peito que agora batia acelerado de susto como se ela tivesse feito algo errado. Seu rosto corou e ela sentiu-se frustada. Era Hans que estava tramando algo contra ela e agora ele a acusava de pegar seu celular como se fosse algum tipo de crime. Elsa devolveu o celular irritada e virou-se para seu livro tornando a lê-lo enquanto o professor de literatura voltava a falar sobre os clássicos americanos.

—*-*-*-

O dia passou mais depressa do Elsa esperava. O almoço tinha sido bom enquanto ela ouvia Dia falar e Hans não saira de sua vista em momento algum. Ele agia normalmente tentando não criar suspeitas para aqueles que não o conheciam, mas Elsa não se enganara mais. A tarde também fora tranquila apesar das aulas terem sidos um pouco puxadas. Agora Elsa já se dirigia para o carro acompanhada de Merida que aparecia sempre no fim do dia. Mesmo não demonstrando, a Rainha de Gelo notara que a ruiva estava em alerta o tempo todo e geralmente era seguida pelo mesmo garoto magricelo chamado Soluço.

—Descobriu alguma coisa sobre o besta do meu irmão, hoje? – perguntou Merida.

Elsa balançou a cabeça mirando o chão.

—Ele tem um plano hoje.

—Um plano?! – Merida arregalou os olhos. – Do que você está falando?

Elsa contou sobre a história do celular enquanto Merida ouvia silenciosamente andando com passos pequenos. Soluço olhava ao redor parecendo não prestar muita atenção na conversa enquanto ouvia com seus fones música alta de rock. Assim que Elsa terminou, a ruiva finalmente se manifestou.

—Bem, não me surpreende que ele vai sair. Ele sempre sai à noite, sabe? Essa semana também. Ele desaparece por cerca de uma hora e depois volta de seja lá onde. Desde pequeno ele faz isso. Não deve ser nada.

—Talvez... eu não consigo não me preocupar.

De fato, Hans saira algumas noites naquela semana. Na própria segunda ela desaparecera, mas logo de manhã já estava de volta. Terça também. E quarta Elsa não tinha certeza. Mas para onde ele poderia ir? Arendelle não era uma cidade nova para eles? E as pessoas dali? Elas não conseguiam reconhecer Hans como quase-filho de Filipe? Elsa nunca vira alguém com tantos segredos quanto Hans. O meio-irmão era um completo mistério para ela e até mesmo para Merida.

Assim que chegaram na saída da escola, Soluço se despediu da colega e seguiu seu caminho. Anna também já se dirigia para o carro enquanto conversava com alguma garota da sala da irmã. Assim que entraram no carro, todas ficaram em silêncio esperando Hans que demorou uns cinco minutos para chegar e fazer o motorista ligar o motor levando todos os quatro para casa.

*-*-*

Elsa tomou mais um gole do chá que Gerda preparou e virou a página do livro de detetive policial que estava quase acabando. Logo ela poderia escolher outro. O dia escureceu rapidamente e a noite chegava parecendo mais fria do que a anterior. Elsa não se incomodava realmente com aquele frio. Gostava de sentí-lo e por isso sempre havia pelo menos uma janela aberta em seu quarto. Ela ainda não estava em seu pijama, mas não faltava muito para ela colocá-lo. Era quase onze horas e amanhã ela queria acordar cedo para tocar o piano.

De repente, Elsa ouve batidas pesadas em sua porta que a sobressaltam. Nenhum empregado ou parente jamais batera daquele jeito. Uma pequena comoção começa a aparecer do outro lado da madeira e a garota não pode deixar de notar uma voz bem familiar para ela.

—Vocês não entendem! Eu preciso falar com Elsa! É importante!

—O senhor não tem o direito de ficar nesse corredor a essa hora. Se retire agora ou eu demito você e seu pai.

—PARE COM ISSO. EU...

Elsa toca na maçaneta e a gira abrindo a porta rapidamente. Do outro lado, ela mira os fios loiros de um rapaz alto e musculoso. Os lábios do jovem formam um breve sorriso.

—Elsa.

—Rock. – responde a Rainha de Gela com uma expressão dócil. – O que você está fazendo aqui? Espero que não seja pertubar o sr. Burton.

Tim Burton, o empregado noturno, enrijece a coluna e olha Rock mais severamente. O rapaz ignora tal gesto e pega na mão de Elsa.

—Eu preciso falar com você.

—É um pouco tarde agora.

—Não posso adiar.

—Quanto petulância! – resmuga Tim Burton revoltado. – Como ousa falar assim com a senhorita Mendes? Ela disse que é tarde então o senhor trate de...

—É sobre Anna. – Responde Rock sério.

Elsa sobressalta-se e o mira confusa. Rock faz uma breve reverencia entrando no quarto de Elsa e pegando um casaco mais pesado pendurado num gabite. Elsa fica sem reação assim como Tim. Rock volta coloca o casaco sobre os ombros de Elsa e pega sua mão arrastando-a para a saída da mansão com passos apressados. Rock tem pernas maiores e acaba dificultando Elsa em acompanhá-lo. A Rainha não entende o que está acontecendo.

—Rock! Rock! Por que você está...

—Eu trabalho em um bar da minha família para juntar dinheiro para a faculdade. – diz o rapaz interrompendo Elsa. – Lá, já tivemos muito problemas com pessoas bêbadas, grupos armados e adolescentes problemáticos. Esses últimos principalmente. Eles as vezes são menores e não sabem o que estão fazendo. As vezes é para agradar alguns “amigos” da escola, as vezes porque são desafiados. Isso não quer dizer que todos sejam maus ou que sejam ruins. Eles ainda são crianças e...

—Rock, pare... meu braço... está doendo. – Diz Elsa gemendo de dor.

O rapaz ao ouvir aquilo para repentinamente e solta a mão de Elsa se voltando para ela com um olhar triste.

—Me desculpe. Eu pensei em contar antes, mas eu não tinha certeza. Pensei que você soubesse ou que fosse a pessoa errada então...

—Eu não estou entendendo o que você está querendo dizer, Rock.

Rock suspirou e colocou as mãos nos ombros de Elsa.

—A verdade, Elsa, é que eu tenho visto sua irmã no bar da minha família a semana toda com uma tal de Tiffany e suas amigas.

Elsa arregalou os olhos.

—E foi só ontem que eu notei, mas... o Hans também está lá, só que ele chega depois que Anna vai embora. Ele conversa com as garotas sobre algo e bem, hoje...

— O que tem hoje, Rock? O que você sabe sobre hoje? – disse Elsa séria quase gritando.

Anna sempre fora bem em achar esconderijos e constantemente brincava de caça ao tesouro pela mansão. Talvez fosse dai que ela descobrira algum jeito de sair sem ser notada. E Hans... como ele conseguia sumir sem ninguém perceber mesmo não conhecendo direito a mansão? Mais um mistério. No entanto, naquele momento, Elsa não queria saber sobre mistérios e sim sobre respostas. Rock segurou um pouco mais forte os ombros de Elsa como se tentasse juntar coragem para falar. Demorou cerca de um minuto para ele finalmente mirar Elsa nos olhos e responder:

—Bem... O Hans e a Anna chegaram juntos a meia hora atrás. E a Tiffany já está lá.


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Notas finais do capítulo

Visa, visa, vish.... hauhauahuahau
Por favor comentem se gostaram ou não ^.^



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