Durante a madrugada, Mavi choramingou, Oliver levantou, preparou a mamadeira, trocou as fraldas dela, cantarolou pra ela dormir novamente, seria a vez de Felicity cuidar dela, mas ela parecia tão cansada enrolada no cobertor, ressonando suave e dormindo tranquilamente, que ele não a acordou e foi ele mesmo cuidar da filha quando a ouviu resmungar pela babá eletrônica.

Estar com a filha, era estar num campo florido de rosas e amor. Ele sentia-se totalmente entregue e apaixonado por aquele serzinho frágil.

Seu coração parecia pequeno pra tanto amor, por ela e pela esposa. Um engasgo de emoção fez com que ele sentisse as pernas trêmulas. Estava arrebatado de amor.

Depois de certificar que sua filha estava alimentada e aquecida, ele voltou para o quarto, adormeceu com o seu corpo protegendo a esposa em um abraço forte e acolhedor.

Ao acordar, Felicity estava sozinha, apenas uma rosa branca repousava onde horas antes o corpo do marido estava, notou que havia algo mais sobre o travesseiro, um pedaço de papel com o seu nome:

Felicity,

Em seus braços me perdi, no seu corpo me encontrei e em seu coração permaneci, porque eu te amo!

Quando acordar, venha tomar o café da manhã com a sua família.

Com amor,

Ollie.

Algumas lágrimas teimosamente molharam o papel, seu peito arfava de alegria e paixão, embevecida pelas palavras declaradamente apaixonadas que o marido havia escrito. Desenhou com os dedos pétala por pétala da rosa branca. Levantou-se. Animada por mais um dia em família.

Depois de um banho rápido, arrumou-se e foi de encontro à sua felicidade, a sua família amada, encontrou o marido de calça de moletom, sem camisa e de avental , uma visão gostosa de se olhar. Por alguns segundos perdeu-se nas formas arrendondadas de seu bumbum naquele moletom apertado. Tentadoramente erótico! Ele estava preparando ovos mexidos com bacon, a filha estava em seu carrinho agitando mãos e pernas tentando pegar o móbile de fadas pendurado acima de sua cabeça e Einstein perambulando pela cozinha, como sempre fazia durante as manhãs.

Pegou a filha no colo beijando-lhe a cabecinha, abraçando o corpinho macio com delicadeza entre seu corpo, aspirando o perfume de bebê, Mavi se agitou ainda mais na presença da mãe, usava um macacãozinho rosa com coelhinhos amarelos fofos e saltitantes, fazia bolhinhas gosmentas com a boca, era o seu jeito de dizer bom dia para a mãe, Felicity suspirou, secando a boca de sua menina. Einstein passou entre as pernas dela correndo afoito, ela riu e piscou para o Oliver que observava a cena enquanto cozinhava. Tão sexy o seu cozinheiro, pensava Felicity encantada.

Felicity deixou palavras não pronunciadas escaparem de sua boca como um murmúrio mudo:

— Eu te amo.—

Oliver soprou-lhe um beijo na direção de suas garotas.

Felicidade. Esse era o nome da sensação gostosa que florescia em seu coração. Felicidade.

Felicity aconchegou novamente Mavi em seu carrinho e devagar aproximou-se de Oliver, dando um beijo de bom dia, começou apenas com um roçar de lábios, vagarosamente absorveu sua respiração quente, sorveu seu gosto sem beijá-lo profundamente, sentiu seu corpo aceso sem tocá-lo intimamente... aos poucos a língua hábil de Oliver desenhava sua boca úmida. Era apenas um beijo, e nele continha um misto de amor, pecado e desejo.

Arfou.


Quase sucumbiu ao desejo novamente. Viver com Oliver era viver com o corpo sempre aceso. Em chamas! Pegando fogo.


— Dormiu bem, querida? — Indagou sorrindo.

— Como um bebê! — E ai se lembrou que era sua vez de ter cuidado da filha durante a madrugada. Enrubesceu constrangida. — Creio que dormi demais, desculpe por deixar que ficasse acordado com a Mavi. Ela deu muito trabalho a noite?

Ele beijou sua testa.

— Trabalho nenhum. E não precisa se desculpar, você passa o dia com ela, o mínimo que eu posso fazer é passar metade das noites com minha garota enquanto a minha outra garota dorme tranquila. — Piscou pra ela.

Ele era tão fofo, tão perfeito, tão seu.

Felicity sorriu novamente.

A filha fez barulhos estranhos no carrinho, a carinha retorcida, a boquinha unida. Estava aprontando e pelo cheiro era uma "confusão" bem grande.

— Não são meus ovos mexidos! — Oliver se justificou incerto, o nariz franzido, tentando sentir o aroma que subia da frigideira.

Felicity gargalhou pegando a filha e indo trocar suas fraldas.

Einstein pulava querendo provar a comida, provavelmente com fome de algo que não fosse a sua ração.

Felicity voltou com a filha cheirando a talco infantil.

O café estava pronto, delicioso. Os ovos mexidos com bacon preparados por Oliver estavam saborosos. Ainda bem que alguém sabia cozinhar naquela família — pensava Felicity alegre.


Café e amor era tudo o que se precisava numa manhã de sábado em família.