Hollow Spirit - Tudo termina onde começou escrita por SEPTACORE


Capítulo 9
Será que devo?




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É engraçado como vemos as coisas diferentes com o tempo. Tico dizia. Os dois se aproximaram tanto, que conversaram sobre várias coisas naquela noite no saguão. E isso vai de sentimentos, comida e mil coisas inimagináveis.

Ela chegou agora na escola e acha que manda em tudo. Isso me dá nos nervos, e ainda mais com essa coisa de querer ser amiga do Luiz, eu não tenho paciência, não mesmo. Letícia diz, eles inverteram os papéis e dessa vez ela deitara sobre o seu colo.

Esse tipo de menina, é sempre o pior. Mas relaxa, ela é só amiga dele e nada mais. A noite passara rapidamente, Tico nem vira, mas o relógio já marcava 3hrs da manhã e amanhã dia de sábado eles fariam uma prova cedo.

Vou pra cama. Boa noite, Tico. Letícia disse se levantando.

Boa noite. Uma segunda voz arranhara o ar da noite. A voz de Luiz ecoara pelo salão, ele estava lá o tempo todo.

***

Pov Matheus

Acordei com o pior despertador do mundo. Ele era um despertador em que você tira a foto de um canto da sua casa e vai dormir, no dia seguinte, o despertador só pode ser desligado se você for até o canto que você tirou a tal foto, e tira-la novamente. Eu não sei por que baixei isso, mas era uma ajuda para levantar, já que eu não durmo, eu hiberno. Quando levantei, a casa estava vazia, fui até a geladeira e lá tinha um recado. Fomos á sua tia, tentei-te acordar, mas você nem se mexeu. Mamãe te ama.

Passei a manhã inteira deitado no sofá, quando me dei conta que era sábado, entrei no computador e Americo estava online.

MATHEUSBLAKE: Andei pensando seriamente em pedir desculpas á Barbara.

AMERICOCHAVOSO123: Pensou só agora?

MATHEUSBLAKE: Que nome é esse? Meu Deus.

AMERICOCHAVOSO123: Estou indo pra sua casa agora junto com a Stefani.

Concordei e desliguei o computador. Quando saí do banho, a campainha tocou e abri a porta para a anã e o gigante.

Olá. Stefani diz e olhei pra baixo.

Oi, entrem. Sentamos no sofá e eles começaram a decidi o que faríamos.

A festa da irmã da Sara, semana que vem. Stefani diz.

Podemos ir. Digo.

A irmã da Sara não é aquela menina? Ele pergunta. Ela é bem benevolante.

Benevolente, Americo! Corrige Stefani e em seguida rimos.

Benevolante?? Seria tipo um volante do bem? Digo em meio às gargalhadas e Americo joga uma almofada em mim.

Barbara vai também. Stefani diz e o silêncio reina. Porém, ela não vai pedir desculpas.

Eu não estou contando com as desculpas dela. Digo.

Eu não disse que você estava. Ela está chateada, Math. É bom você se desculpar porque eu não gosto de vê-la assim. Eu também não, mas eu estou bem mal com essa coisa toda. Eu não quero voltar a ser o Matheus estúpido e idiota porque esfriei, porque deixei de acreditar no amor e nas pessoas. Não quero, e nem pretendo.

***

Pov narrador.

As provas correram bem no orfanato, todos voltaram na hora do almoço e estavam cansados de fazerem a prova. No refeitório encontravam-se Naty, Michael e Julia conversando.

Sinto falta do Felipe, aquele bambu, ele era realmente um bom amigo. Nem parece que já passaram dois anos desde a última vez que a gente se viu. Diz Michael.

Sim, passou tudo tão rápido. Sinto realmente saudades. Desde que a gente se resolveu depois da briga por causa do André, que nos tornamos bons amigos. Diz Julia.

É, ele faz muita falta. Concorda Naty tristemente.

Sempre nos divertíamos juntos. Onde a gente estivesse havia sempre lazer garantido. Comenta Julia com ar sonhador, lembrando-se dos bons momentos.

Julia! Não acredito que disse isso. Naty ri bastante.

Ai Naty, como você tem mente poluída. Diz Julia rindo junto com ela. Eu estava falando que nós sabemos sempre como animar as pessoas! Todos riram bastante, já tinham saudades de dar gargalhadas assim, como se de cada vez que algum órfão fosse adotado uma parte deles ficasse vazia. Realmente a Julia sabia como divertir as pessoas onde quer que estivesse.

Com licença. A diretora chegou do nada. Michael e Naty? Preciso falar com vocês. - Os dois trocaram olhares suspeitos um com o outro mas não comentaram nada. Disseram a Julia que já voltariam e partiram seguindo a diretora até ao seu gabinete.

Sentem-se, por favor. Disse a diretora.

Aconteceu alguma coisa? Pergunta Naty enquanto se sentava.

Bom, como já conversamos anteriormente, caso um órfão não seja adotado ao atingir a maioridade não pode continuar no orfanato. Deve procurar um emprego e um lugar para viver. Diz a diretora com tristeza. Como ambos vocês já são maiores, eu infelizmente não posso continuar com vocês aqui por muito tempo. E por isso queria saber como estão a correr as coisas desde a nossa última conversa sobre isto. Michael olhava o chão, o fato de todo este tempo ninguém o ter querido adotar deixava-o muito em baixo, mas estar longe do irmão deixava-o ainda pior. Naty ao ver Michael decide falar primeiro:

Bom diretora, como lhe disse da última vez ganhei uma bolsa para a Faculdade. Os pormenores estão quase todos acertados. Irei dividir um dormitório com outra aluna enquanto estudar lá e com o dinheiro da bolsa conseguirei pagar todas as minhas despesas.

E quando terminar os estudos, o que pensa em fazer? Pergunta a diretora.

Eu entrei em contato com o dono de uma padaria de lá e ele disse que estão a contratar alunos, por isso irei a uma entrevista quando chegar. Espero conseguir o trabalho! Disse Naty entusiasticamente. Quero começar já a poupar dinheiro para o futuro. Não sei se irei conseguir trabalho quando acabar a faculdade por isso é melhor poupar já por prevenção.

Isso é muito sensato da tua parte. Fico contente por ter conseguido esta bolsa, sempre foste muito estudiosa e esforçada e mereces com certeza este prémio. Vai-te ajudar muito no futuro. Afirma a diretora com um tom de voz emocionado. E tu Michael, tens novidades para mim? Michael, que até agora olhava fixamente o chão, levanta a cabeça. Tinha o rosto ligeiramente avermelhado porque não tinha conseguido nem metade do sucesso de Naty e depois do que a professora disse a ela, ele iria-se sentir um idiota falando do que tinha planeado.

Bem, eu não consegui bolsa, diretora. Diz Michael.

Sim, já tínhamos discutido isso da última vez. Diz ela impacientemente. O que eu quero saber é se já decidiste o que vais fazer? Nós não podemos manter-vos aqui por muito mais tempo.

Eu não consegui entrar em nenhuma Faculdade, e não tenho dinheiro para pagar uma privada. Michael fala evitando o olhar da diretora. Por isso arranjei um emprego num escritório de uma cidade aqui ao lado e pretendo juntar dinheiro até conseguir pagar uma boa Faculdade.

Fico feliz por isso Michael, não quero que sintas vergonha por não teres conseguido uma bolsa, desde que te esforces no futuro para conseguires entrar na Faculdade terei sempre muito orgulho em ti. Diz a diretora docemente e isso parece incentivar Michael.

Irei dividir um apartamento junto com um pessoal de lá, um deles é meu colega da escola e é um cara legal. Estou só esperando que eles me falem o dia para eu ir visitar o local e depois de tratarmos de toda a papelada eu irei-me mudar para lá. Disse Michael.

Ótimo! Exclamou a diretora. - Ainda bem que estão a conseguir resolver tudo. Estão dispensados por agora, podem ir. - Michael e Naty saem em silêncio em direção ao refeitório. Ao chegarem lá, decidem contar tudo a Julia. Primeiro ela ficou surpreendida, não querendo acreditar que iria ficar sem mais dois amigos junto dela. Depois, com a voz emocionada, falou-lhes do quanto iria ter saudades deles e de como eram importantes para ela. Seria algo difícil para Julia afastar-se deles, mas ela era uma menina forte e iria superar tudo com o tempo. Entretanto os dias foram passando, Michael finalmente resolveu o assunto do apartamento e Naty tratou do resto dos papéis que faltavam, e assim ambos estavam prontos para partir. Decidiram que iriam embora no mesmo dia, por isso na manhã de Sábado Michael foi chamar toda a gente para se reunirem no refeitório pois tinham uma coisa importante para falarem.

Algo importante? Você finalmente arranjou uma namorada? Julia diz a Michael, mesmo no fundo, sabendo realmente o motivo que foram chamados ali. Tico, Letícia, Luiz, Julia, Danilo, Augusto e Bruna chegaram junto a ele e sentaram-se.

Algo importante às 7h30m da manhã? Não poderia ser mais tarde? Augusto diz e os demais riem.

Vocês sabem, que assim como nós, também terão que ir embora do orfanato, caso ninguém vos adote. E como eu e Naty somos os mais velhos, chegou a nossa hora. A expressão de Danilo e Augusto fora de dormindo para acordado em questão de segundos.

E estamos indo agora, queríamos nos despedir de vocês, vocês foram mais do que uma família e esperamos encontra-los em breve. Ela abraça Julia que esconde a tristeza, embora esteja bastante triste com isso tudo.

Eu vou sentir sua falta, não esquece que onde estiver sempre terá lazer garantido. Ela sorri e Naty também. Todos se abraçaram e foram levá-los até a porta, quando o táxi havia chegado e a diretora já havia mandado todas as malas para dentro do carro, eles perceberam que era o momento.

Façam uma boa viagem. A diretora disse.

Não se percam. Letícia grita e sorri.

Seu skate está seguro comigo, Michael. Luiz grita e Michael sorri.

O táxi virara a esquina, sabe-se lá quantas esquinas viraria, quanto tempo demoraria, mas tinha um destino e este destino poderia mudar tudo.

***

Pov Matheus

Depois de uma semana pegando firme naquilo que chamamos de escola Que a propósito, consegui passar em engenharia - Hoje era sábado e seria o dia da festa da irmã da Sara. Americo vem falando disso desde o dia que marcamos, Stefani está animada com Lyn e Triza. Menos Sara, ela acha que iremos troca-la pela irmã. O que não vai acontecer.

Eu tentei dormir até mais tarde do que de costume, mas minha mãe pediu que fosse até o mercado para comprar uvas passas! Eu não entendo essa fissuração por uvas passas. Mas ela me acordou, tipo, umas oito horas da manhã para ir ao mercado e comprar isso! Quando cheguei com as uvas ela ainda reclamou que eu tinha comprado as uvas erradas.

Bom, como de costume, Americo veio me encher a paciência como todos os sábados. Ele iria ficar aqui em casa até a hora de ir à festa.

Oi, batata. Ele disse entrando e se jogando no sofá. Geralmente, quando Americo vem aqui, sempre vemos animes ou jogamos Resident Evil, que é o meu jogo favorito, e coincidentemente, é o jogo favorito dele também. Mas hoje decidimos jogar mesmo, e isso foi por toda a tarde.

Eu nem sei se tenho roupa pra ir a essa festa. Comento.

Ah, você é homem, veste uma blusa e sai. Ele diz concentrado. VOCÊ VAI MORRER, BLAKE! Matei o zumbi e continuei correndo.

Não necessariamente, mas eu preciso me arrumar bem, quer dizer, sei lá.

Por que se arrumar? Está interessado em alguma coisa? Ele diz com seu sorriso malicioso.

Não, mas.. MEU DEUS, AMERICO OLHA O TAMANHO DAQUELE BICHO! Berrei, mas ele não prestou atenção e acabamos morrendo.

O relógio marcara seis horas, então Americo subira para se arrumar.

Aqui na sua casa tem aqueles cheirinhos de banheiro? Ele diz.

Hã? Por que precisaria de um cheirinho de banheiro? Digo rindo.

Sei lá, é uma mania estranha.

Tem. Ele assente e entra no banheiro. Quando já estávamos arrumados fomos andando até a casa de Stefani a mesma estava com um vestido lindo e depois seguimos até casa da Lyn. Não fomos à casa de Triza, nem à de Barbara (porque primeiro elas iriam com a Sara e em segundo Barbara não entraria no mesmo carro que eu, nem se pagassem a ela). Americo pegara o carro de seus pais e fomos em direção a casa da Sara. Nunca havíamos ido lá, apenas Triza. E só para lembrar, ela não estava conosco. Então, usamos o google maps.

Vira nessa direita. Lyn diz.

Não! O Google maps diz que devemos virar na esquerda após o cruzamento. Digo, por mais que não confie no google maps, ele seria um melhor navegador do que Linna Chrystie.

Mas o MEU Google maps não diz isso.

O meu diz.

Quando chegamos lá o que foi um pouco difícil, já que tive que discutir com Lyn e decidir qual celular seguir a festa estava cheia, vários carros, pessoas da faculdade, amigos de Sara e, é claro, o garoto mais idiota que pode haver em toda HollowSpirit, Jean. É um dos garotos lá da escola, está no último ano e se sente o maioral. Eu já fui amigo dele, não sei onde eu estava com a cabeça. Mas a minha sala tem uma rixa com a sala dele, o que já acabou em guerra. Avistamos Sara juntamente à sua irmã, Marta.

Olá, que prazer revê-los. Ela sorri.

Muito bom te ver, porque o prazer vem depois. Americo sorri maliciosamente. Parabéns, Marta. Ele sai correndo pra abraçá-la e em seguida todos a abraçam.

A festa ocorrera bem, Americo ficou bêbado e Lyn também. O engraçado é que ela fica mais lerda do que o normal, só que uma versão lerda e feliz. Stefani ficou apenas observando junto a mim, Triza dançara com um garoto, e eu avistei Barbara, ela estava perto de Triza, trocamos olhares repentinos, eu queria muito falar com ela, muito mesmo. Ela se aproximou, estava crente que iria falar comigo, mas ela apenas se virou pra Stefani.

Vamos dançar? Ela disse.

Eu quero. Digo.

Stefani. Ela diz sem tirar os olhos de Stefani.

Agora não, Bah. Ela diz e Bah se senta ao lado dela e decido ir dar uma volta, eu não aguento mais essas coisas.

Avistei Sara, ela estava sentada, eu á observava, ela era realmente linda, usava um vestido vermelho com detalhes pretos e flores. Eu não podia negar que ela estava linda. Voltei para onde Stefani estava, ainda observava Sara.

Ela é linda, não é. Stefani percebe a encarada.

Sim, muito.

Por que não tenta a sorte com ela?

Por que não tenta a sorte com Americo? Rebato.

Ele é meu amigo.

Ela é minha amiga. Ela sorri e me bate.

Stefani fora comigo até a cozinha, peguei um copo de bebida para nós dois. Eu acabei abusando um pouco, e não, não queria ver Matheus Blake bêbado. Eu fico uma versão pior do que sou, e sim, isso é possível. Quando vira Sara, fora como ver Naty. Eu nunca senti uma aflição maior, eu queria abraçá-la e beijá-la, eu queria correr e levá-la comigo. Mas eu apenas cheguei até ela e puxei para um beijo. Ela retribuiu, era como se ela estivesse esperando por esse momento à um bom tempo. Nossos corpos se encaixaram, ouvi gritos, mas eu não liguei, eu só queria curtir aquele momento, ali, agora.


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