Hollow Spirit - Tudo termina onde começou escrita por SEPTACORE


Capítulo 27
A procura de Sara




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– Tem certeza que perderam a carteira aqui dentro? – Netto pergunta, após abrirem o bueiro adentraram o enorme subsolo. Era impossível de se perder algo ali sem entrar lá dentro.

– Sim, não sou tão burra a ponto de não saber onde uma carteira cai – Ana diz.

– É tão burra a ponto de perder a carteira do próprio irmão – André diz.

– Mas não é que parece? – ele diz. – É impossível ela ter caído dentro de um subsolo. Não há buracos lá em cima que saiam por aqui.

– Que seja – ela retruca.

– Só não entendo... - Netto questiona. – Por que seis pessoas procurando uma mínima carteira?

Todos param ao mesmo tempo, e se olham, tentando achar uma resposta.

– Vamos dizer que André nos deve uma grana, e dentro dessa carteira tinha um cheque - diz Leti. - Logo todos estão desesperados, porque dinheiro é dinheiro.

– Faça mais e pergunte menos – Lyn diz.

– Não acha que devemos contar a ele? – Áxel sussurra para Ana.

– Ele vai saber de qualquer jeito – Ana diz enquanto Netto estava lá na frente com Lyn.

– Jogo a minha carteira no chão e eu digo que achei. Fim – André diz e Ana concorda jogando a carteira de André um pouco a frente.

– ACHEI! – André exclama.

– Mas... Mas... Nós passamos por aí! – ele exclama, irritado.

– Acho que você não olhou direito – Leti diz. – Enfim, passa a grana. – André olha pra ela sem entender. – Aquela que você me deve – ela dá um breve sorriso.

André abre a carteira e entrega cem reais à Leti, mesmo sem estar devendo nada a ela.

– Então podemos ir embora? - Netto pergunta.

– Netto, estamos aqui com outro propósito – Áxel finalmente entra na conversa. – Minha namorada foi capturada, e achamos que ela pode estar por aqui.

– Sabia que não era apenas uma carteira – ele diz. – O mapa diz todas as saídas, podemos checar todas elas.

– Lyn e Áxel, vocês vão com o Netto – Ana diz. – Eu vou com a Leti e o André.

– Há uma saída logo ali – ele aponta a frente. – E vira para a esquerda. Encontramos-nos aqui. – Ele diz apontando pra baixo e o mesmo sai junto a Lyn e Áxel. Era ótimo ter escolhido um aluno da Eruptidus para os ajudarem.

***

Netto, Áxel e Lyn foram andando. Netto estava ligado ao mapa e não ligara para Áxel e Lyn que vinham logo atrás dele. Áxel foi à frente e Lyn acabou ficando pra trás, perdendo-se dos dois.

– Netto? – Ela disse, ninguém respondeu. Acabou-se virando para o lado oposto e continuou a andar.

***

Um pouco acima – literalmente – um grupo de estudantes tentava decifrar o subsolo. Vitória estava com um mapa, assim como Julia. As duas estavam apontando determinadas saídas para que Vivaldo e Michael tentassem ver algo, mas sem sucesso.

– Esse é o lugar onde eles entraram – Julia diz. – Fechem, porque quem sabe o suposto zelador tentará sair por ai. – Após isso, Fray fechara a entrada.

– Gente, o subsolo é composto por várias direções inclusive pra cima. Há vários formatos e muitos jeitos de se locomover lá dentro. Ele ocupa praticamente quase toda a quadra. E vocês sabem que a quadra é enorme. É muito fácil se perder aí dentro. Mas existe um porém, não há tantas saídas. Existe essa daí, que no caso, foi à entrada. E existem mais dezesseis – Erica diz.

– “Não há tantas saídas.” – Maria zomba.

– O que ela quis dizer é que se juntarmos mais gente, poderíamos colocar pelo menos uma em cada saída. Já que estamos em vantagem – Stefani diz.

– Tem seis de nós lá dentro, podemos achar que estamos em vantagem, mas vai que tem uns vinte deles lá dentro – Clara supõe.

– Pode ser que haja, Clara. Não temos visão biônica para vermos lá dentro, infelizmente – Caroline diz.

– Mas, como a Clara disse, seis de nós estão lá dentro. Eles podem estudar lá dentro, ver as saídas e entradas, as formas de se locomover e passar para nós. E na próxima vez, se houver uma próxima, entramos em maior número – Dio diz.

– Não haverá uma próxima, Dio. Sara está em perigo, precisa ser encontrada o mais rápido possível. Não temos tempo para planejar nada – Hanna diz.

– Ninguém aqui quer que haja outro assassinato, eu tenho certeza. Temos que estudar mais o subsolo, mesmo que seja daqui de cima, mas temos que ajudá-los de alguma forma – Dri diz, pegando a fita métrica. – Vou medir a área.

– Eu vou ficar nos mapas com a Julia. – Vick diz, Julia concorda.

– Precisamos de mais homens, sabe. Precisamos de pelo menos dezesseis homens para ficarem nas entradas – Maria diz.

– Homens? Isso é de comer? – Dani diz.

– Eu dou conta – Stefani diz. – Se você não dá, não é problema meu.

– Homens pra que? O pouco que temos dá conta. Aliás, vocês são mulheres, o sexo forte. Pra que homens? – Clara diz.

Lá de longe vinha Gabriela, Ricardo, Beto, Dan e Americo.

– Ótimo – Mick disse. –Ricardo, Beto, João e Vivaldo, Dan, Americo e eu vamos ficar um em cada entrada. Estaremos protegendo sete saídas. – Julia assente.

– Dez entradas – Clara diz, contando com ela, Dani e Stefani. Eles saem.

– Onze – Gabriela diz, pegando um pau de uma árvore que estava por perto.

Enquanto eles iam, Virgínia avistara lá do fundo, Gorran e Luiz andando por acaso, a mesma gritou chamando os dois para se juntarem aos demais. Treze saídas estavam sendo vigiadas.

Ficara apenas Virgínia, Maria, Duda, Julia, Dri, Hanna, Vitória, Gabriela, Dio e Caroline. Enquanto Dri calculava a área em um papel, Hanna e Gabriela usavam a fita métrica. Julia e Vitória, ainda apontavam os lugares determinados enquanto Virgínia, com um papel colante, marcava os pontos onde havia tubulações.

– Os pontos vermelhos, onde marquei, são tubulações. São as únicas formas de se locomover em cima, ou seja, rastejando – Virgínia diz.

– Maria – Duda diz. – Já que você não está fazendo nada, você pode farejar, já que você é uma cachorra.

– Idiota – Maria diz e continua marcando as saídas junto com Virgínia.

***

Nunca houve tanta curiosidade e suspense na sala da Dazer. Também nunca houve tanto aluno olhando para uma só pessoa.

A maioria esperava explicações de Felipe, que chegara do nada e disse pra André ir que Leti e Ana o esperavam. O mais estranho é que o mesmo tinha sofrido um acidente e estava em coma.

– Ok, dá pra parar de comer e nos explicar? - diz Ingrid.

Felipe larga a pizza no prato e começa a falar.

– Bem, Sara foi raptada por um zelador que tortura novinhas, depois ele a levou pro esgoto, Leti e Aninha estão atrás dela com um pessoal. Era pra eu estar lá, só que não era nem pra eu estar fora do hospital, então mandei André no meu lugar. Sté e Dane foram alertar a polícia, mas acho que elas não estão obtendo sucesso e já voltaram.

– Então precisamos ajudá-los - diz Guut.

– É, mas não sei o que fazer.

Passos ecoando pelo corredor anuncia a chegada de uma pessoa.

– Af, você acordou - diz Bah.

– Bom te ver também - responde Felipe.

– Não aguento ficar aqui sabendo que tudo isso está acontecendo - diz Max.

– Eu também não – diz Alj.

– Então vocês podiam pedir um mapa pros alunos da Eruptidus, pois conhecer o subsolo já é uma ótima forma de começar - diz Ingrid.

– Ok, vamos pedir - diz Max.

Ele e Aljarilla saem correndo pela porta.

– Também preciso ir - diz Felipe.

– Aonde vai? - pergunta Jay.

– Alertar os amigos da Sara, parece que Lyn só falou com Áxel, caso o contrário mais gente teria vindo.

– Eu vou também – Jay se junta a ele.

– Mas antes vou pegar minha faca, não me separo mais dela.

Felipe sobe correndo as escadas, e depois de uns minutos, retorna. Jay faz o mesmo e retorna com um martelo.

– Vocês podiam ficar armados - diz ele. - Não acho que o zelador tenha feito isso tudo sozinho.

– O que quer dizer? - pergunta Bah.

– O que muitos andam suspeitando – explica Jay - que pode haver assassinos entre nós.

– Nossa! Quem seria o filho da puta? - pergunta Ingrid.

– Talvez os filhos da puta - diz Elli.

– Enfim, fiquem atentos - diz Felipe, e sai calmamente da irmandade.

***

Tiago anda de um lado para o outro na sala cheia da Vebnus. Alguns alunos roem as unhas, o que não é um costume da irmandade.

Sara havia desaparecido, Áxel e Lyn estão procurando, e os alunos não podem fazer nada sem pistas ou informações, só que há um maníaco matando garotas na universidade.

Alguém bate na porta fortemente, o que é inútil, pois há campainha.

Ursinha atende a porta, e leva um susto ao ver Felipe, irmão de Linna, que tinha sofrido acidente e estava em coma.

– Espera! Você não estava morto? - pergunta Paulo, quando Felipe entra.

– Em coma, na verdade - ri Felipe. - Uma longa história eu estar aqui, mas tenho notícias de Sara.

Tico arregala os olhos e se aproxima.

– Diga logo!

Felipe conta toda a história rapidamente, gesticulando gestos e usando gírias e expressões que por sinal alguns não entenderam. Por fim ele diz que ela ainda está viva, e que alguns alunos foram resgatá-la.

– Santa Afrodite, que nada de ruim aconteça a ela - diz Ursinha.

– Quero ir atrás dela agora! - diz Tico.

– Mas espera, já tem gente indo atrás - diz Felipe.

– Não interessa, quero fazer algo.

– Eu também vou - diz Arthur.

– Eu também - diz Paulo.

– Beleza, mas aviso que vocês vão se perder - diz Felipe. - E é bom irem armados, um conselho.

– Armados? Não temos armas aqui - diz Sininho.

– Vocês cortam a comida com o quê?

– Facas.

– Então, só usarem.

– Mas facas matam - diz Brenda.

– Exatamente - diz Felipe, com brilho nos olhos.

– Ok, cada um pega uma faca, e vamos logo - ordena Tico.

Eles pegam as facas e as colocam em protetores antes de colocar nos bolsos. Felipe ri ao pensar que eles não vão durar um minuto no subsolo.

– Você pode nos dizer onde fica a entrada mais próxima? - pergunta Arthur.

– Claro.

Os garotos se encaminham para a rua. Perto do bueiro, encontram Clara.

– Com licença, Clara – Felipe diz.

– Espera, onde pensam que vão? – ela diz.

– Entrarmos aí dentro pra salvar a Sara – Paulo diz, obviamente. Ela sai da frente e Felipe e Paulo abrem a tampa do bueiro por onde os outros haviam entrado antes.

Eles começam a descer a escada, e de última hora, Felipe diz:

– Que se dane minha saúde, vou com vocês.

E então, Felipe tampa o bueiro, e a escuridão toma conta de tudo.

Até eles ligarem as lanternas dos seus celulares.

***

– Onde está a Linna? – Netto diz, olhando pra trás.

– Não sei – Áxel diz.

– Você não presta atenção! Sabe como ela é lerda.

Os dois já checaram a entrada e estavam voltando para o lugar determinado, na esperança de acharem Lyn. André, Leti e Ana já estavam fazendo o mesmo, os três pegaram a reta seguindo para o lugar marcado.

– Pra que ficar checando entrada? Ah, por favor. – Questiona André.

– Para vermos se não há armadilhas ou o próprio zelador – Ana explica. – Ou quem sabe, a própria Sarinha.

– Se eu fosse um assassino, esconderia aqui em cima – André diz, batendo na tubulação.

– É CLARO! – Leti grita. – Se a Sara estiver amarrada ou algo do tipo, é claro que ela não estaria aqui, na cara do povo. Ela pode estar aí em cima. Caralho, você é um gênio.

– Leti, não podemos simplesmente nos enfiar aí – Ana diz. – Nem sabemos se eles estão aqui dentro desse subsolo, vai ver estamos aqui como trouxas.

– Podemos sim, quem é você e o que fez com Ana Pfeifer? – Leti diz.

– Eu sou um bruxo, tá? – André diz. – Não sei você.

Os três chegaram ao lugar marcado, logo viera Netto e Áxel, sem Lyn.

– Cadê a Lyn? – Ana disse ao mesmo tempo em que Netto e Áxel.

– Uai, ela estava com vocês – André diz.

– Ela sumiu do nada! – Áxel diz.

– Ok. Precisamos focar em uma coisa – Ana diz, apontando pra cima.

– No céu? – Netto diz. – Só se for pra pedir misericórdia pra Deus.

– Não, animal. Na tubulação – ela diz. – Achamos que Sara pode estar aqui. ACHAMOS. Mas não podemos entrar lá agora...

– E nem sabemos a entrada.

– E pode ser que não exista apenas a gente aqui dentro – André diz. – Portanto, devemos prestar muita atençã...

Antes que André pudesse terminar a frase avistou um vulto.

– O que foi isso? – ele pergunta.

– Isso o que? – Ana diz, virando-se de costas, mas eles são surpreendidos por seis caras encapuzados com roupas estilos ninjas, e cada um carregava uma espada.

– Ai caralho, eles são muitos, e estão com ES-PA-DAS – Leti fala se apavorando.

– Vamos correr. AGORAAAA! – Netto grita, e ambos saíram correndo pela única saída que não tinha nenhum “ninja”, mas a corrida foi em vão, pois os homens conseguiram os imobilizar. Junto a eles havia o zelador e uma Sara amarrada e machucada. Os levaram até uma parte ampla do subsolo e os amarraram.

– Onde está aquele garoto... – O zelador quebra o silêncio, rindo. – Qual é mesmo o nome dele? Ah... Felipe! A próxima vítima, não é rapazes? – Ele diz, apontando a faca para os demais, os mesmos riram.

– Solta ela! – Áxel diz.

– Eu não gostei daquele ali, tampe a boca dele. – Um dos caras amarrara um pano na boca de Áxel. – Mas, eu gostei dessa daqui. – Ele se aproxima de Ana. – Esses olhos verdes, esse rosto tão bem cuidado, awn. – Ele passa a faca pelo rosto de Ana.

– Saia de perto de mim, seu resto fecal – ela diz com raiva, tentando chutar o zelador, mas não houve resultado, suas pernas e seu corpo estavam bem amarrados.

– Nossa, pra que essa rebeldia?! Quem está com a faca sou eu! – Ele diz, rindo. Logo se aproxima de Sara e passa à faca em seu ombro, ela não tinha mais forças pra gritar, mas Áxel, mesmo com o pano, se contorcera de ódio. Fora os gritos de Ana, Netto, André e Leti, tentando, de alguma forma, impedi-lo. – Vocês são tolos, os alunos da Dazer sempre tiveram essa mania de se meter onde não eram chamados! Eu não me lembro de ter feito mal nenhum a vocês, ainda... Eu estava apenas terminando o que minha mãe começou, mas aparecem adolescentes que se acham os adultos tentando desvendar os segredos de Hollow Spirit... – Ele dá uma risada, irônica. – Ah, por favor! Ninguém descobriu, não é hoje que vão descobrir.

– Sabe de nada, inocente – André sussurra.

– O que você disse, meu rapaz? – Ele segurava a faca com as duas mãos, brincando com ela.

– Você ouviu. Não se faça de surdo, seu velho estúpido – André diz.

– Velho estúpido... – O zelador o imita, rindo.

– É melhor do que chamar de zelador, não acha?! Um nome meio inapropriado pra um assassino.

– Parece que o nosso rapaz quer se juntar a essa moça aqui – ele diz, apontando pra Sara. – Pegue ele.

André é encaminhado para o lado de Sara. O zelador encara André por alguns segundos.

– O que vai fazer? – André diz, rindo. – Vai me matar? Você é bom nisso.

André é jogado em um canto da sala com as mãos e pés amarrados, o zelador pega um chicote de cinco cordas e começa a caminhar em volta do mesmo.

– Onde foi sua coragem agora, meu rapaz? – O zelador fala, e o medo começou a tomar conta do rosto de André, sua feição muda em questão de segundos, o pânico era visível em seus olhos. – Vamos ver se você vai ter coragem de me enfrentar com isso. – O zelador começa a chicoteá-lo, as lágrimas desciam dos olhos de André.

***

Havia barulho no subsolo, a maioria era de dor e agonia. Mas quem passava pela rua principal da universidade nem imaginava o que estava acontecendo há alguns metros abaixo.

– Odeio esses policiais que ficam com a bunda presa no sofá comendo rosquinhas o dia todo - diz Dani.

– Minha vontade é de torturá-los - responde Sté. - Como não podem fazer nada?

– Pois é, Téfis.

O som de vozes conversando chama a atenção delas. No jardim da Eruptidus, alguns alunos analisavam mapas no chão, e entre eles, estava Max e Aljarilla.

– O que eles estão fazendo ali? - pergunta Dani.

– Não sei, vamos descobrir.

Ao se aproximarem, percebem mapas e mais mapas, todos iguais ou parecidos aos que Ana havia mostrado antes de entrarem no esgoto.

–... E tem uma saída aqui - diz Carol. - A mais próxima, que é por onde eles devem ter entrado.

– Onde está o Netto? Ele entende desses mapas - diz Lucas.

– Ele está no esgoto - Dani diz, e os alunos da Eruptidus ficam preocupados. - Mas está seguro, há alunos da Dazer com eles.

– Agora que eu me preocupo - ri Erica.

– Ok, o que estão fazendo? - pergunta Sté.

– Não está óbvio? - diz Vivian. - Estamos estudando os mapas e achando as prováveis saídas por onde o tal zelador pode escapar.

– Risquem essa aqui - aponta Victor. - Fica perto da Dazer, ele não iria pra lá.

– Gente, acho que sei por onde ele vai sair - diz Triza, que respira fundo e continua. - Provavelmente, ele passou por esse duto, e como ele só pode ter seguido em frente, foi pelo único caminho que não daria a volta e retornaria.

– E onde fica a saída para esse caminho? - pergunta Aljarilla.

Triza segue com o dedo até uma parte aberta, que tem uma placa com a palavra "galpão".

– Hoje ele está abandonado - diz Erica. - Então é um ótimo lugar para fazer coisas proibidas.

– Af, nos descobriram - ri Max.

– Vamos alertar a polícia - diz Victor.

–Já tentamos, não adiantou - diz Sté. - Agora tudo está em nossas mãos.

***

– POR FAVOR, PARE COM ISSO! – André gritava, o terror começou a invadir todos ali naquele lugar. Ana se mexia de um lado para o outro, tentando se soltar, lágrimas escorria dos olhos de Netto.

– Vamos, cadê a sua coragem? – o zelador gritava enquanto usava o chicote nas costas de André que já estava sangrando.

– Você é um monstro – Netto diz e o zelador volta sua atenção a ele.

O zelador enfiara a mão em seu bolso e tirara um pacote, idêntico ao de Tang.

– Ué, vai fazer Tang em momentos como esses? – Netto pergunta.

– Amarrem a boca dele. – O zelador diz apontando para Netto. O zelador anda até ele. Abrindo o pacote, puxou o cabelo de Netto, fazendo-o olhar para cima, introduziu todo aquele “pó” que estava lá dentro, em seus olhos. O pó era químico, Netto começara a se espernear e não conseguia coçar por estar amarrado. –Mais algué... Você tem uma cara de criança! – O zelador diz, rindo e olhando para Áxel.

– Você deve ser o namorado dessa aqui... Vocês fazem um bom casal, sempre via vocês juntos pelos corredores e eu pensava: será que ela já liberou pra ele? – A sua risada ficava mais alta. – Mentira. – Ele se encaminha até a bolsa, prestes a retirar algo, mas logo para um instante e pensa. – Você me lembra a minha infância, sabe. Festas de crianças sempre tinham aqueles fantoches pendurados na parede... E as crianças chegavam espancando aquele negócio só pra ter o doce que lá estava. Eu poderia fazer isso com você, sabe? É um sonho que eu tenho desde moleque, mas ela estar presa... – ele aponta pra Sara – já é uma grande tortura pra você. – Áxel se contorcera só de ouvir isso.

– Torturar pessoas presas é fácil, se você me soltasse não faria metade das coisas que está fazendo com eles – Ana diz, agora que estava livre pra falar.

– A solte – o zelador diz. – Aproveitem, e soltem aquela ali, também.

Ana e Leti foram soltas, mas não sabiam por onde começar. Estavam rodeadas por mais de dez homens.

– Vocês quatro – ele aponta para os quatro mais fortes. – Lutem com elas, peguem aquelas armas de choque, quero ver o show ficar interessante – ele diz, mas logo olha o relógio. – A hora da partida. Ah... Sempre é difícil! Sempre tenho que perder o melhor do show. Foi bom brincar com vocês, mas eu tenho que terminar um serviço com essa aqui – ele diz, rindo.

– NÃO! – Leti gritou.

Ana e Leti se encaram, as duas tinham forças, mas não tanta. O zelador fora embora com a metade dos caras e sobraram apenas quatro. Dois correram para cima de Ana, assim como dois para cima de Leti. Ana conseguira se esquivar metendo um chute no meio das pernas de um, mas logo fora atingida por uma arma de choque e caíra no chão. Leti tentou dar um murro no peito de um dos caras, mas parecia o mesmo que dar um murro em uma parede. A mesma passou por debaixo das pernas de um deles quando estava prestes a ser atingida por uma arma de choque, mas antes de se levantar, fora atingida pela mesma. Era uma pressão muito alta, o choque paralisava a pessoa na mesma hora. As duas estavam paradas no chão, um dos caras deu um chute em Ana, o mesmo imitou em Leti.

– Você pisa na cabeça desta? – Uma voz grossa de um dos caras ecoou e apontara para Ana.

– Com prazer – ele se vira pra ela. – Bons sonh...

– DEPOIS DA TEMPESTADE VEM A BONÂNCIA. – Uma voz ecoou, muito alta até, todos olharam, inclusive o cara que estava prestes a pisar na cabeça de Ana, mas ele é atingido por um martelo, esse martelo era de Jay. Logo em seguida, Felipe chegara com sua faca, seguido por Tico, Arthur e Paulo. Um dos caras correra para cima de Felipe, mas o mesmo atirou a faca em sua barriga. Um dos outros dois fora em cima de Tico, o atingindo com a arma de choque e o mesmo caíra duro. Paulo e Arthur se olharam.

– Atingir o Tico é como me atingir, sabe como é, né – Paulo diz olhando para cima. – E só porque você é grande não quer dizer que eu não possa fazer isso. – Ele mete um chute nas pernas do mesmo e Felipe golpeia por trás fazendo com que o mesmo desmaiasse. O último tentou fugir, mas Arthur acertou a faca em sua perna, o mesmo correra mancando.

– FUJA MESMO, NÃO QUERO TE ATINGIR COM O MEU HADOUKEN! – Arthur gritara.

– Hadouken, uma faca, no caso – Paulo diz. - O Tico duro, socorro – Paulo disse, rindo. Olhando para Tico, que não conseguia se mover. Leti e Ana já conseguiam se mover, soltando Netto, que estava com os olhos vermelhos e André, estava inconsciente. Paulo soltara Áxel, que estava intacto.

– O que fizeram com o André? – Felipe disse, surpreso, soltando o amigo.

– O zelador usou um tipo de chicote... – Leti disse.

– Foi horrível! Eu tive vontade de ficar no lugar do Dré – Ana diz.

– Arthur, leve o Tico – Felipe diz. – Eu vou levar o André...

– Leti, você está bem? – Jay pergunta. – E você, Ana? Conseguem andar?

– Mano, foi como morrer por alguns segundos – Leti diz e Ana assente.

– Paulo, leve a Leti – Jay diz. – Eu te ajudo, Ana. – As duas saem andando.

– Pra onde foi o zelador? – Felipe pergunta. – Ele estava com a Sara?

– Sim... – A voz de André ecoara. – Bem do nosso lado, a centímetros! E eu não pude salvá-la.

– Você estava amarrado, não se culpe – Netto disse.

– Ele fugiu, como sempre – Leti diz. – Parece que ele sentiu, sabe?! Que vocês estavam chegando e tal...

– Então ele foi embora, mas foi horrível, ele torturando o André, fazendo isso com o Netto... – Ana completara.

– Mas eu cheguei surprise mãe da foca com o meu martelo e minha frase genial e nós salvamos vocês – Jay diz. – Agora vamos achar aquele filho da puta e eu vou meter meu martelo bem na cara dele – Felipe começara a rir e logo Tico voltara a sua consciência.

– SARA! – ele gritou.

– Vai assustar quem tem coragem, infeliz – Arthur disse.

– CADÊ A SARA?

– Você foi acertado por uma arma de choque antes mesmo de gritar Sara – Paulo disse. – Não chegamos a tempo de salvá-la. Mas calma, logo acharemos ela e o infeliz do zelador.

– Ah, tem outra coisa... – Ana diz. – São mais de vinte carinhas do tipo daqueles quatro. Não são só eles não... Parece que ele tem um bando de gente com ele, e não são poucos!

– Eu me lembro de Lyn ter entrado com vocês... – Felipe questionara e logo um gelo viera no coração de todos os cinco.

***

Linna não sabia onde estava e nem sabia onde ficava nenhuma saída. O frio do subsolo pairou. Já estava à noite e ela não sabia. O escuro também exalava, mas o que ela mais queria era sair dali e encontrar os seus amigos. O subsolo era grande, ela não escutara nenhum passo, nenhum grito ou nenhuma voz vindo de nenhum lugar. Mas fora como um sinal dos anjos, ela ouvira passos, vindo de não muito longe. Mas logo viu que esses passos pertenciam a um garoto todo de preto. Linna ficara aliviada por um tempo, mas não conseguia distinguir quem era. Então apenas o seguiu. Foi surpreendida quando esse tal garoto chegou a um lugar onde havia mais cinco garotos usando a mesma roupa que ele.

– E então? – a voz do garoto ecoara.

– Não conseguimos capturar o tal garoto que ele pediu – o primeiro cara, que estava sem mascara, disse.

– Mas torturamos uns que vieram xeretar por aqui. – O outro riu.

– Ele ainda quer que busquem o Felipe? – Linna já havia ouvido essa voz em algum lugar.

– Sim, você vai ajudar?

– Claro, já estou de saco cheio dessa demora, por que ele não mata logo a garota?

– Você tira a casquinha dela e depois quer que ele a mate? Bom garoto você – o de mascara diz e os outros riem.

– Já que terminamos a missão, posso tirar essa mascara, ela me deixa suado. – O menino tirara a mascara, e Lyn foi tomada por um pânico, talvez parecido com Ana, que foi atingida por uma arma de choque, foi quase a mesma sensação, ela viu o tal garoto que tirara a mascara e nunca imaginara que atrás de uma mascara preta, estaria Matheus.


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