Hollow Spirit - Tudo termina onde começou escrita por SEPTACORE
Notas iniciais do capítulo
BAZINGAAAA
Os raios de sol entram no dormitório, agora quase vazio, onde Sara Santos e Lyn dormem. Sara é a primeira de toda a irmandade a acordar, seguida por Lyn.
– Vou tomar banho primeiro, batata - diz Sara.
– Ok. Logo depois eu entro.
Após um longo tempo no banheiro, Sara sai já vestida, perfumada e maquiada. Vez de Lyn usar o banheiro, e Sarinha desce à cozinha, onde também é a primeira a chegar. Ela liga a cafeteira e começa a fazer torradas.
Depois de um tempo fatiando pães, ela os coloca no forno e desliga a cafeteira.
Ouve passos de alguém chegando. Normalmente é Brenda, que é a segunda a chegar. Sara serve seu café em uma xícara, e congela. Ao se virar e deparar com um sujeito ruivo.
– E... Ed Sheeran? - gagueja Sara, e deixa a xícara cair.
– Good morning, how are you? – pergunta ele, dando um sorriso de canto à ela.
Sara fica sem reação, mas depois de um tempo, responde:
– Well. I’m a big fan of you – ela diz ainda boquiaberta.
– Thanks. Do you need help do clean this things?
– Oh, no. I clean that it myself.
Passos ecoando no corredor anunciam a chegada de alguém. Vick aparece na cozinha.
– Oi Sara, oi Ed She... - Vick para e congela assim como Sara, não acreditando no que vê.
– Oh my god, is it really happening? - diz Vick - Ed, what do you do here?
– I'm doing an exchange program and I'll be here for a few weeks - ele diz - I needed a place to stay and chose this fraternity. Hey there, do you need help with that coffee?
– No. Unless you want... - diz Sara, limpando o chão. - ... Unless you want to play some music for us.
Ed ri durante um tempo e depois responde:
– I’ll take my guitar.
Quando ele volta, várias pessoas se reúnem na cozinha, desacreditadas com a visita. A não ser Áxel, que ficara de canto, tomando café de braços cruzados e observando Sara encantada enquanto Ed tocava.
Ele acaba de cantar Lego House e todos se recolhem para estudar. Muitas garotas queriam ficar ali com o músico, mas tinham teste hoje e não podiam faltar.
– É tão fã dele assim? - diz Áxel para Sara, após Ed subir para seu dormitório onde ficará sozinho.
– Sim.
– Ah, deve estar contente em estar sob o mesmo teto que ele.
– É sim. Mas na verdade, eu já estava contente.
– Sério? E por quê?
– Porque já estava sob o mesmo teto que você.
Ela o beija e, de mãos dadas, eles deixam a mansão.
Assim como todas as fofocas da universidade, a notícia de que Ed Sheeran está na universidade se espalhou na velocidade de um foguete. E por falar em foguete...
– Pode bombear! - diz Rick para Américo, que começa a encher a garrafa com ar usando uma bomba de bola. Eles queriam fazer o foguete na garrafa para o seminário de física que se aproximava.
– A explicação fica comigo então? - pergunta Liz.
– Claro! Você não tem força para bombear o ar - diz Americo.
– Ah sim. Deve estar acostumado a fazer esse movimento.
Eles riem, e tomam um susto quando o foguete decola em direção ao telhado da Eruptidus.
***
– Acho que aqui deve bater mais sol - diz Érica.
– Mais pra esquerda fica melhor - diz Éder.
Eles e Álvaro criaram um painel de energia solar para o seminário de física.
– CUIDADO! - grita Álvaro, ao avistar uma garrafa voando em direção a Éder e Érica.
Erica abaixa o painel rapidamente por questão de segurança, mas a garrafa atinge Éder e o derruba do telhado.
– Ah! Éder, você está bem? - pergunta Érica, se apoiando na beira do telhado. Por sorte, Éder caiu em cima de um monte de arbustos.
– Considerando que caí de uma altura de 17 metros, estou!
– Ufa. Vou falar seriamente com quem lançou essa coisa.
– É um foguete de garrafa - diz Álvaro. - De onde será que veio?
Ele e Érica olham para o único lugar de onde ele pôde ter vindo.
No jardim da Eruptidus, Caroline, Vivian e Lucas montavam seu pequeno e complicado gerador de energia eólica. Carol grudava as hélices com cola de contato, Vivian montava a estrutura e Lucas ligava o fio de cobre no gerador.
– Tomara que dê certo - diz Carol.
– Confia, já fiz essa experiência vezes o suficiente pra ela não falhar - diz Lucas.
– Bem, algo me diz que vai dar certo também - fala Vivian. - Não tem mistério.
– E quem fica com a explicação? - pergunta Carol.
– Posso ficar - diz Vivian.
– Mas eu também quero - fala Lucas.
– Mas você vai cuidar da parte do transporte de energia.
– Ah, verdade.
Eles continuam seu complicado projeto, enquanto Maria, Natália e Dan ainda nem pensaram no que fazer.
– Podíamos fazer aquele de esfregar o balão na cabeça - diz Maria.
– Hm, na cabeça é? – Dan ri maliciosamente.
– No cabelo, quis dizer.
– Bem, isso temos de sobra - Dan joga sua franja pro lado.
– É, mas não vão usar o meu - diz Sofia -, não gastei dinheiro comprando Loreal pra isso.
– Ok, agora só falta o balão - diz Maria - e a explicação. Já que seu cabelo não será usado, pode explicar, Nati.
– Tudo bem, desde que não seja algo complicado.
***
Após uma semana inteira de testes e exames, os alunos da Dazer enfim podem descansar. Eles se reúnem, como sempre, na sala central da irmandade onde fazem de tudo.
– Nossa irmandade está perdendo a dignidade – diz Bah.
– Como? – pergunta Ingrid, que estava lixando suas unhas.
– Bem, disseram que na geração passada isso era mais agitado.
– Agitado? Olha essa sala. Tem pessoas fazendo de tudo, talvez até sexo.
Barbara ri, depois fala seriamente:
– Podíamos fazer uma festa, sei lá.
– Festa? Até que não é uma má ideia.
– Eu ouvi a palavra festa? – Leti diz, saindo de trás de uma cortina azul escuro, do nada.
– Sim, vamos fazer uma festa.
– Podia ser festa à fantasia – diz Isadora, que estava observando a conversa –, com pessoas bêbadas fantasiadas.
– Sim – diz André, também chegando do nada. – E devemos convidar as pessoas das outras irmandades, não é?
– Pra que convidá-los? – pergunta Ingrid.
– Para ostentarmos.
Todos riem por um curto tempo, e depois Ingrid desabafa:
– Ok. Mas não consigo imaginar eu frequentando a mesma festa que os nerds da Eruptidus.
– Tem razão – diz Bah – Mas não acho que muitos deles venham.
– E se vierem, não vão durar muito – diz Leti.
Mais uma vez todos riem, e logo a ideia da festa começa a se disseminar pela mansão.
***
Matheus não sabia que Naty havia ido embora. Ele passava pelos corredores e era obrigado a ver Michael passando com ela, mas dessa vez ele estava sozinho. Matheus cogitou no fato dos dois ter terminado, mas por que eles terminariam? Logo Matheus parou de pensar nisso e foi até a aula. Mal pôde sentar na sua mesa e já fora surpreendido pelo reitor.
– Matheus Blake? – o reitor disse. – Posso levar ele, professora?
– Pode sim... – ela diz. – Ah, reitor, o senhor sabe-me dizer onde foi Natali?
– Ela foi transferida para Oxford, minha querida – ele diz e a professora assente. Essas palavras pareceram um rombo no coração de Matheus, mas ninguém precisava saber. Então ele seguiu o reitor.
– O que eu fiz? – pergunta Matheus, assustado pelo chamado do reitor.
– Reunião com os representantes.
Os dois entraram em uma sala e lá estavam: Americo, Ingrid e Sara.
– Olá, eu chamei vocês aqui porque ninguém me entregou os símbolos na hora marcada! – ele diz. – E se fosse de urgência, o que eu faria?
– Eu estava estudando para as provas, senhor – Matheus diz.
– Eu estava ocupada. – Sara diz, mas se lembra que passou a metade do dia com Ed.
– Eu não estava fazendo nada, é que eu não queria ir entregar mesmo. – Ingrid diz.
– Expliquem o desenho, vocês trouxeram o exemplar aí? Primeiro a Dazer.
– Sim, por incrível que pareça eu trouxe o exemplar. O símbolo da Dazer é uma espécie de garra. Eu não vou explicar porque tem o desenho e o senhor não é cego – Ingrid diz entregando o desenho á ele.
– Agora a Vebnus.
– Ã... O símbolo da Vebnus é uma estrela com um óculos, para mostrar que todos que lá residam são uma estrela – ela diz. Matheus a olha e sente saudades. – Aqui o desenho.
– Agora a Mercure.
– Bom reitor. Pensamos em algo legal, sabe? Até porque nossa irmandade é legal – ele diz rindo e todos o encaram. – A nossa é uma bomba. Eu não sei explicar, mas olha o desenho e você vai entender.
– Agora, por último, a Eruptidus.
– Reitor, pensamos em uma ampulheta. Não tem significado, nem nada. Somente para mim, mas ela pode lembrar o tempo que temos a estudar, a crescer na vida.
– Muito bem representantes. Hoje à noite os símbolos estarão nos corredores.
Eles assentiram e saíram da sala.
A noite chegou e todos estavam saindo de suas últimas aulas. O corredor estava com os símbolos das irmandades e todos pararam por um instante.
– Que tipo de símbolo é esse? – goza Ana, olhando o símbolo da Mercure. – Tomara que exploda lá dentro.
– Olha só o da Vebnus, socorro – Letícia diz.
– Como se eles fossem uma estrela – Jay diz.
– E essa ampulheta? Ai meu Deus! – Stefani diz.
– Ampulheta? Esse é o da Eruptidus, né? – Felipe diz.
– Sim – Ana diz sem entender por que o amigo não estava zoando. – ERUPTIDUS, FÊ.
– Sim, eu sei – ele não havia zoado porque sabia mais do que qualquer um o significado daquilo.
Logo todos foram para suas demais irmandades e dormiram, amanhã seria um longo dia, como esse.
***
– A festa ainda está de pé? – Ana pergunta a Bah e Leti.
– Ô se está! – Bah diz. – Estamos organizando algo bem direitinho.
– Tecnicamente, a Bah não fez nada até agora – Leti diz.
As três estavam no salão da Dazer, fazendo o dever de ultima hora.
***
– Podem entrar – o reitor abrira a porta.
– Bom dia, senhor – um garoto alto, loiro entrara.
– Olá! – outro garoto, usava um boné.
– Bom dia, senhores. Vocês são Roberto Diniz e Max Feliciano? Sejam bem vindos.
***
A aula é interrompida quando o reitor abre a porta, chamando por Ana e André.
– Aconteceu alguma coisa, reitor? - pergunta André, preocupado.
– É... Bom, vamos até minha sala - diz o reitor.
Chegando lá eles faz um sinal para se sentarem e os mesmos obedecem.
– Bom, eu recebi uma ligação de vossa mãe agora e... - aquilo estava sendo complicado para o reitor, por mais que estivesse acostumado a dar más notícias. - O pai de vocês faleceu hoje, durante a madrugada, de derrame cerebral, como ela não pode dar a notícia pessoalmente por estar no Canadá, ela ligou e mandou-lhes avisar que ele os amava muito - e após dizer isto, lágrimas automaticamente começam a cair sobre o rosto de André, mas nada no de Ana. Ela estava parada, olhando para o nada, em choque.
Os dois se levantam e andam em direção à porta. Ana volta para a aula e André se direciona a irmandade Dazer, aos prantos. Ele passa pelos corredores até chegar ao seu quarto ouvindo perguntas como "O que houve?", "Por que está chorando?", e até mesmo "Bebê chorão" seguido de gargalhadas, mas nada importava, ele só queria ficar sozinho.
Ana não consegue ficar na sala, ela estava atormentada com a voz do reitor em sua cabeça, repetindo e repetindo as mesmas palavras sem parar “O pai de vocês faleceu hoje”, então ela pega seus materiais e se retira da sala, em silêncio. Estava confusa, e precisava de seu irmão mais do que nunca naquele momento.
– Dré... – diz Ana, segurando o choro ao ver o irmão sentado em frente à janela, olhando para o quintal da Dazer.
– Oi – ele diz, enxugando as lágrimas que não paravam de cair.
Ana o abraça e o mesmo nem pensa em recusar, um abraço era tudo que estava precisando naquele momento. E os dois ficaram lá, abraços, conversando sobre o que fariam. Como dariam apoio à mãe. Como veriam seu pai pela última vez.
– Acho que a última vez que vi papai, foi nas férias de verão, quando fomos para lá – diz André.
– Papai é... – ela ainda não estava acostumada com aquilo. – Era um homem de negócios, você sabe – diz Ana, tentando acalmá-lo. E funcionou, depois disso eles ficaram apenas parados em frente à janela, olhando para o quintal destroçado da Dazer.
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– Bom dia, como está você?
– Bem, eu sou uma grande fã.
– Obrigado. Você precisa de ajuda para limpar isto?
– Ah, não. Eu limpo.
– Ai meu Deus, isso está mesmo acontecendo? - diz Vick – Ed, o que você está fazendo aqui?
– Estou fazendo um intercambio e ficarei aqui por umas semanas - diz ele - Precisava de um lugar pra ficar, escolhi essa irmandade. E aí, precisam de ajuda com o café?
– Não. A não ser que queira - diz Sara, limpando o chão. - A não ser que queira tocar uma música pra gente.
– Vou pegar meu violão.
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