Lisa

 

Lavei meus rosto inúmeras vezes, tentando afogar as duvidas. Eu estava bêbada e devo ter imaginado coisas, o Seth é meu amigo, ele é melhor do que qualquer homem que já conheci. Ele nunca tentaria me beijar sabendo de tudo que eu passei. Ele não é desse tipo.

 

Sai do banheiro, decidida a fingir que nada tinha acontecido. Eu não perderia a amizade dele. Respirei fundo e caminhei ate a cozinha. Seth estava sentado na mesa comendo cereal. Ainda só de short, meu coração deu uma leve batida. Seth me olhou e apontou a cadeira que estava vaga em sua frente.

 

Assim que me sentei comecei a comer o cereal. Seth comia rapidamente me olhando entre uma colherada eu outra. Eu não estava com fome, meu estomago ainda estava embrulhado. Consegui engolir algumas colheres, e depois tomei o leite que havia sobrado na tigela, afastando o cereal com a colher.

 

“Vou ficar aqui hoje, não quero ter que arrumar nenhuma bagunça.” Seth murmurava enquanto comia o resto do cereal.

 

“ A leah não vai gostar nada disso.” Seth sorriu, deixando algumas gotas de leite escorrer pelo seu queixo.

 

“Seu nojento!” Me levantei da mesa gargalhando.

 

Coloquei na pia os pratos, não estava afim de lavar agora, talvez mais tarde. Me espreguicei fechando os olhos, e quando os abri encontrei um olhar penetrante, carente e doloroso. Seth se corou levemente quando se pegou me olhando.

 

Virei para a pia, me apoiando. Estava tudo rodando, mas eu não estava tonta. Eu esta entendendo, um turbilhão de coisas fazendo sentido. Eu não me enganei, ele realmente queria me beijar, e o pior de tudo ele não é o único a cometer esse erro.

 

Eu não posso corresponder, eu não posso deixar ele me machucar desse jeito. Eu não posso. Tenho que terminar com isso de uma vez. mas não tenho coragem. Eu preciso dele, preciso ficar perto dele.

 

Minha boca abriu pata deixar as palavras saírem, mais não ouve som. Minha voz ficou pressa dentro do meu peito. Respirei fundo, e caminhei ate a sala, me sentando no sofá. Não sabia como agir, eu o queria por perto e ao mesmo tempo não o queria ver mais.

 

Seth apareceu na sala, ainda meio tímido com a situação. Mas o sorriso singelo me alegrou.  

 

“Cadê minha roupa?” eu gargalhei sem perceber.

 

“Não sei.. onde você pôs?” me ergui, indo ate o banheiro procurar.

 

“Não lembro.” Ele coçava a cabeça.

 

Nos rimos e começamos a procurar as roupas, eu também não achava as minhas. Encontrei primeiro a camisa do Seth, ele estava olhando o banheiro, então vesti a camisa dele rapidamente. Mas o cheiro dele me acertou como um tapa, cortando minha respiração.

 

“Achou?” Ele entrou sorrindo no quarto.

 

Não sabia como disfarçar o espanto, então optei por sorrir.

 

“Eu sou o Seth, o lobo amarelo!” tentei imitar a voz dele, não deu certo.

 

“É areia! E me da isso aqui.” Ele estendeu a mão para mim e começou a rir.

 

“Não! Vai ter que sair daqui com um dos meus vestidos.” Eu subi na cama, ficando mais alta do que ele.

 

“Eu saio de short.” Ele deu os ombros.

 

“Ai ta com medinho de mim.” Eu debochei dançando em cima da cama.

 

“Eu? Eu sou um lobo de linhagem!” Ele tentou me segurar pela camisa.

 

“Eu sou um lobo assustado.” Não terminei a frase e meu corpo já estava sobre a casa e sob o Seth.

 

O ataque foi rápido. Minha respiração falhando e o Seth rindo. Me mantendo pressa sob seu corpo. Ele segurava minhas mãos e prendia minhas pernas com as suas. Não tinha como me mexer, eu não queria me mexer. Seth parou de rir e me olhou assustado.

 

“Estou te machucando?”

 

“Não.” Sentia o coração do Seth bater acelerado dentro do peito.

 

“Nunca mais brinque comigo mocinha.” ele riu.

 

“ O Seth virou homem!” A voz do Embry  me  assustou.

 

O seth saltou de cima da cama rapidamente, me sentei assustada.  A Leah apareceu na porta ao lado do Embry que gargalhava. Ela me olhou assustada, mais guardando um riso para ela mesma.

 

“Embry! Nós estávamos brigando.” O Seth rosnava, tomado pela vergonha.

 

“O nome disso é outra coisa.” O embry riu e a Leah o acertou no estomago.

 

“Seth, nós ficamos preocupados. Vocês sumiram ontem a noite.”  A Leah se sentou ao meu lado. Eu ainda paralisada com a situação.

 

“Eles tinham coisa melhor para fazer...” O Embry não conseguia conter a risada.

 

O seth me olhou, e encontrou a vergonha nos meus olhos. Logo se levantou e puxou o Embry para fora do quarto. Ouvi o Embry reclamar um pouco, mas logo não conseguia mais ouvir os dois.

 

“O que vocês estavam fazendo?” A Leah me olhou confusa.

 

“Brincando.”

 

“Mas era só brincadeira?” Ela me olhou nos olhos.

 

“Não sei.” Senti as lagrimas se acumulando.

 

“Você gosta dele?” Leah me acomodou em seu colo.

 

“Só como amigo.” Leah apertou meus braços com uma força desnecessária.

 

Senti meu mundo querer quebrar, mais o abraço a Leah impediu que isso acontecesse. Respirei fundo e sequei as duas lagrimas que ousaram cair. Sentei-me, encarando a Leah.

 

“Vai almoçar aqui?” Perguntei sorrindo e me levantando para trocar de roupa.

 

Um furacão estava acontecendo dentro da minha cabeça, eu gostava do Seth mais não sabia o quanto nem como. Eu queria ficar ao lado dele, mas não posso. Leah percebeu que eu não estava sendo coerente nas minhas atitudes, mais não comentou.

 

 

POV – Seth

 

“Todo o bando sabe que você esta apaixonado.” O Embry estava me deixando irritado.

 

“Isso é motivo para você fazer o que fez?” eu rosnava.

 

“Eu pensei que tinha tomado coragem e feito o quem que ser feito.”

 

“Machucá-la?” me sentei.

 

“Beijá-la.” Ele estalou os lábios.

 

“Não viaja Embry! Eu não posso! Não posso machucá-la outra vez! Ela não vai suportar.” Eu lancei minha cabeça nos joelhos.

 

“Você não vai machucar ninguém, você ama essa garota.” Ele se sentou ao meu lado.

 

“Ate quando?” Ele percebeu do que eu estava falando e levantou minha cabeça.

 

“Seth, mas é dela que você gosta agora. Aproveite.” Ele tentava me animar.

 

“Você viu como a Leah era, não quero que a Lisa fique assim.” Embry se estremeceu.

 

Ficamos em silencio por alguns minutos. O Embry também tinha esse medo, de abandonar a Leah, ou dela o abandonar. Mas era diferente. O Embry sabe que a Leah o ama, ele vê isso quando ela esta como loba, ela só não admite. Eles correm os mesmo riscos.

 

A imagem da Lisa chorando pelo Steven veio na minha mente e ficou, paralisada. Não conseguia pensar em outra coisa, so no quanto ela sofreu. não quere ver essa cena se repetir, mas esta ficando difícil me conter.

 

“Ainda tem o Steven.” Eu me levantei, caminhando devagar apara a casa dela.

 

“Ele não vai ficar com ela.” Embry socou meu ombro.

 

“Ela o ama.” O soquei de volta.

 

“Tem certeza?” Embry me olhou pela ultima vez e abriu a porta.

 

As duas estavam na cozinha, Leah estava rindo de um jeito que eu adorava. Ver minha irmã feliz me deixa feliz. Lisa estava coma roupa suja de chocolate. Ela é um verdadeiro desastre na cozinha.

 

Embry abraçou a Leah, ela o socou e voltou a mexer na bacia. Lisa me olhou sorrindo e levantou uma colher.

 

“Brigadeiro.” Ela sorriu.

 

“Vou comer só o da Leah.” O Embry fez cara de nojo.

 

“Pode parar! O meu é delicioso.” Lisa riu e bateu com a colher no ombro do Embry.

 

assim que acabamos de almoçar comemos o brigadeiro, que incrivelmente estava uma delicia. Estava sentado na mesa vendo o Embry e a Leah lavarem a louça enquanto a Lisa guardava.

 

“O Jared vai levar alguns filmes la para casa hoje, ta afim de assistir?” Leah convidou a Lisa.

 

“Ok.” Ela sorriu.

 

“Vou dormi la.” Embry beijou o rosto da Leah que fez uma careta.

 

“Não vai não, amanha tenho que trabalhar. Não vou passar a noite ouvindo vocês dois.” Lisa gargalhou.

 

“Você tem ronda.” Leah me lembrou. “ E você tem uma casa agora.” Ela me lembrou outra vez.

 

“Posso me mudar para la então Leah?’ o Embry brincou.

 

“Nunca.” A leah rosnou.

 

Eu tinha uma casa. Ao Lado da casa da Lisa. senti meu peito apertar. Mas não tinha como escapar. respirei fundo e via a Leah deixar a esponja de lado.

 

“Vamos?” Ela olhou para o Embry.

 

“Ainda tenho que me trocar.” A lisa se manifestou.

 

“Depois você vai com o Seth.” O embry respondeu pela Leah e a puxou para fora da casa. Ele me paga.

 

A Lisa me olhou timidamente, e se levantou, caminhando ate o quarto. me ajeitei na cadeira, pondo os pés em cima da mesa. Cruzei meus braços atrás da cabeça e sem perceber comecei a imaginar a Lisa tomando banho. Quando percebi mudei de pensamento na mesma hora.

 

Seria tão mais fácil se eu não precisasse dela como preciso... droga não vou conseguir.

 

Como eu posso ser tão idiota a esse ponto? Eu não mereço nem olhar para ela. Eu não passo de uma criança que nunca brincou e quer brincar sem se importar com o que vai acontecer com o brinquedo.

 

Minha cabeça ficou confusa ate a hora que o cheiro invadiu a sala, junto com ele veio a certeza, eu sou fraco. me desequilibrei e acabei caindo, Lisa gargalhou. Ela estava deslumbrante, os cabelos soltos moldurando o rosto pálido, o vestido lilás entrando em contraste com o cinza dos olhos profundos.

 

Me levantei as pressas, arrumando o cabelo.

 

“Vai tomar banho aqui?”

 

“Não, não tenho roupa.” Ela sorriu e pegou a chave.

 

“Quando vai se mudar?” ela parou em frente a garagem vazia.

 

“Hoje. Vamos ter que ir andando.” Ela fez uma careta, e começou a andar.

 

“E suas coisas?” Ela me abraçou, ainda arrepiada.

 

“Trago aos poucos.” Ela riu.

 

Já tínhamos andado metade do caminho, quando começou a chover, rapidamente a chuva apertou e nos tivemos que correr para dentro das arvores, tentando escapar da chuva forte. Seu vestido logo ficou molhado e colado ao corpo, ela estava correndo na minha frente, e movimento dos quadris estreitos era lindo.

 

Assim que ela se virou soltei um gemido, os seios estava praticamente a mostra. Ela não percebeu o que eu estava olhando, e abriu os braços na minha direção. Seus lábios estavam azuis. O frio a consumia.

 

Assim que a envolvi em meus braços, vi seus arrepios de desfazerem, não demorou e seus lábios já estavam rosados. As vezes seu corpo ainda ousava tremer. E quando isso acontecia, eu a prendia ainda mais forte. A chuva nos atingia devagar, era filtrada pelas copas das arvores.

 

Ter-la em meus barcos pela segunda terceira vez em tão pouco tempo fez o meu corpo gritar. eu a desejava, eu a amava. Cada segundo ficava mais difícil me manter sob controle, eu estava a ponto de beijá-la. E se isso acontecesse eu teria que lidar com as conseqüências, conseqüências essas que seriam acompanhadas de lagrimas crescentes.

 

A face dela se ergueu, os olhos me perseguindo tentei desviar o olhar, não consegui. Eles me prendiam a ela. Os olhos enfim foram fechados. Tarde de mais.

 

Por algum motivo, tudo sumiu na minha mente. O vazio se fez presente. Meu coração completamente atordoado, e então senti os lábios macios nos meus. Por instinto meu abraço ficou mais apertado, puxando ela ate mais perto.  O que eu mais temia aconteceu, ela correspondeu ao beijo.

 

Meu pecado havia sido concretizado.

 

 

POV – Lisa

 

Fui impaciente e invadi a boca dele com a minha língua. Ele me abraçava de um modo completamente desconhecido. Nossos lábios de moviam em perfeita harmonia, e então a certeza me atingiu. Meu coração já pertencia a ele, de um jeito novo e diferente. Mas era dele. Não tinha como esconder eu desmanchar.

 

Me vendo presa a ele, presa novamente a um lobo. Meu coração acelerou, não pelo beijo e sim pelo medo. Ele me deixaria a  qualquer momento. As lembranças do Steven me inundaram, fazendo meu peito doer. Me soltei do Seth as pressas e corri.