Immensity escrita por miojo


Capítulo 14
Imensidão




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O único pensamento que eu possuía nesse momento era de ir ate em casa e vender minha moto, para poder comprar a passagem e ir para a Inglaterra trás da Lisa. mesmo que eu tenha que rastrea-la pelo seu cheiro, eu vou encontra-la.

 

 

Me firmei de pé no chão, tornando inúteis os esforços do seguranças, ele me olharam assustados. Eu balancei os braços, forçando eles a me largar. E eles fizeram, me encarando.

 

“Eu sei o caminho.” Eu disse serio e sai andando pela porta do aeroporto. A brisa trouxe com ela o cheiro que fez meu coração parar.

 

Olhei ao redor procurando pela fonte do cheiro tão familiar. E então avistei, o pequeno vulto sentado atrás de um dos carros, a leste. A direção oposta da que eu vim. Meu coração golpeou meu peito, me forçando a correr ate la.

 

Com a minha proximidade o pequeno anjo se levantou, se virando em minha direção. O sorriso pequeno nos lábios, os olhos cinzas. A Lisa não tinha partido. Meu impulso de correr so aumentou, e eu já estava parado diante dela.

 

Minha respiração pesada, falhando, enquanto eu observava os olhos repletos de luz.

Ela lançou os braços em torno do meu pescoço, me puxando para ela. me beijando. O beijo mais delicado e mais quente que eu já recebi. Minhas mãos já estavam em sua cintura, tornando inexistente o espaço que tinha entre nós.

 

Eu não tinha mais medo, eu estaria com ela o tempo que me fosse permitido estar. Eu seria dela o tempo que ela quisesse. Meu coração pertencia a ela, e isso não poderia mudar. Eu a amava.

 

Ela parou o beijo, se afastando e me encarando.

 

“Eu te amo.” Ela disse sorrindo. Três palavras... que fizeram qualquer sofrimento valer a pena.

 

“eu te amo Elizabeth! Eu te amo.” Eu e puxei novamente, invadindo sua boca com ânsia.

 

“Eu não tenho medo, você tira o medo de mim.” ela disse entre o beijo.

 

“Você é a única razão dos meus temores. Ficar sem você.” Olhava os lábios rosados, esperando pelos meus.

 

“Vamos voltar.” Eu sorri, ela me deu a mão.

 

“Não tenho para onde ir.” Ela gargalhou.

 

Ela tinha entregado a casa.mas isso não seria problema, ela tem uma casa com o cheiro dela.

 

“Isso não é problema.” Eu sorri, era só isso que eu conseguia fazer, sorrir.

 

“Suas malas?” eu perguntei notando que ela so estava com uma mochila.

 

“Estão a caminho da Europa, so devem voltar amanha ou depois.” Ela gargalhou.

 

“Ok.” Eu a abracei, não conseguia ficar longe dela, nem por mais um minuto.

 

“Espero que tenha dinheiro para o táxi, eu não trouxe carteira.” Eu me encolhi, mesmo ela sendo tão rica não gosto dela pagando as coisas.

 

“Como você chegou aqui?” ela juntou as sobrancelhas.

 

“Como Lobo.”

 

Ela me encarou por alguns segundos, para depois sorrir.

 

“Você consegue me carregar? Digo como lobo?” ela estava mordendo os lábios, o que significa medo.

 

Ela tem medo de mim quando estou como lobo, ela tem medo de qualquer um que esteja como lobo. Ate da Leah. Por que ela quer montar em mim agora? Eu não queria provocar medo nela. Ela poderia se assustar e não querer mais ficar.

 

“Você não precisa...” ela me calou com o dedo indicador.

 

“Você consegue ou não?” ela estava com os olhos brilhando, indicando a felicidade. Não consegui negar.

 

“Ok, eu consigo.” Eu tentei sorrir.

 

“Então vamos.” Ela colocou as mãos na cintura, sorrindo.

 

“Não é assim, não posso explodir no meio de um estacionamento.” Eu gargalhei a puxando pela mão para dentro da floresta.

 

“me espera aqui.” Eu pedi, ela negou com a cabeça.

 

“Eu quero ver.” Ela pediu.

 

“Não é uma coisa agradável.” Na verdade eu estava com vergonha de me despir na frente dela.

 

“Eu suporto” ela disse seria.

 

Meu rosto devia estar vermelho a uma hora dessas, mais eu retirei a bermuda sem ergueu os olhos, e deixei o meu corpo tremer explodindo o enorme lobo areia. Quando já estava como lobo ergui os olhos, encarando a pequena menina, ela estava encostada em uma das arvores com os olhos arregalados. Seu coração estava pulsando com força, e ela tinha dificuldades para puxar o ar para dentro de seu frágil peito.

 

Me arrependi de ter aceito me transformar na frente dela, eu já assisti tantas vezes os outros se transformarem, e sei que não é uma cena agradável. Ainda mais para quem já foi atacada por um de nós.

 

 

Lisa

 

Meu coração estava apertado, o lobo estava diante de mim, me encarando. Eu tinha medo, era um monstro. Eu estava tremendo, mas eu tinha que aceitar que aquele era o Seth. E foi mergulhando dentro dos olhos do lobo que encontrei a mesma doçura dos olhos do Seth.

 

Fechei meus olhos virando meu rosto para o lado, esticando uma de minhas mãos ate tocar o focinho do monstro a minha frente. E meu coração falhou, a mesma sensação de quando eu toco o Seth humano. O medo todo foi esvaziado do meu peito, eu estava limpa. Livre.

 

Devagar fui abrindo meus olhos, enquanto o lobo se aproximava mais de mim. eu me sentia segura, embora minhas pernas estivessem tremendo. Eu caminhei ate o lado de Seth, ele me seguia com os olhos tão humanos para um monstro. Ele curvou o corpo, para tornar mais fácil a minha escalada.

 

Me sentei em suas costas, agarrando seus pelos com as mãos e afundando minha face em sua nuca. Não queria ver as arvores quase se chocando em nós. Ele começou a caminhar, mas eu não ergui os olhos. Me concentrava nas batidas exaltadas do meu coração. Não percebi que ele já estava correndo.

 

Sentia meu corpo se chocar com o dele a cada passo, e isso me deixava ainda mais feliz.

 

Eu não tinha mas medo de sofrer, não se eu sofresse como conseqüência de viver um amor curto mais intenso ao lado do Seth. Valeria a pena cada lagrima derramada. O vento corria pelas minhas costas, jogando meu cabelo contra meus rosto. Mas nada me incomodava. Eu estava com o Seth, só isso me importava.

 

 Quando o lobo parou, que eu ergui minha cabeça. Estávamos na floresta ainda, mas já avistava a casa do Seth. Ele se abaixou, eu escorreguei pela lateral de seu corpo, parando de pé ao lado do grande lobo, eu sorri agradecendo a ele por isso.

 

Eu amava aquele lobo, mesmo o temendo. Se minha vida vai ser entregue ao Seth, tenho que aceitar o que ele é. Um lobo. Eu respirei fundo enquanto ele se afastava, não demorou e ele voltou vestindo apenas a bermuda. Eu sorri, seu corpo é lindo.

 

Ele me envolveu em seus braços, me conduzindo ate a sua casa, eu sabia o que me esperava. Uma curta ou longa historia de amor.  O sorriso ia crescendo em meus lábios a cada passo, eu estava tomada por uma sensação única, que me provocava arrepios na espinha, será essa a tal felicidade?

 

Seth me abraçava sorrindo, nossos corações estavam em choque. Nós paramos em frente a porta da casa. Eu suspirei fundo, com esse passo eu entraria em um mundo escuro, no qual eu não sou nada ou ninguém além de uma peça no grande tabuleiro da magia. Apenas mais uma que errou ao cruzar com um lobo, mas que aprecia a cada segundo esse erro fatal, fazendo dele o guia de sua vida.

 

Há menos de três meses estava chegando em La Push, buscando respostas para um namoro terminado sem explicações. Nesses três meses meu coração passou por fases, na primeira a esperança, em seguida a decepção, depois a dor do abandono, para ser confortado pela amizade, surpreendido pela confusão, depois mergulhou no desconhecido. Encontrando em fim o amor.

 

Isso é amor, depender do sorriso de alguém para te fazer sorrir, depender de um abraço para se sentir inteira. E quando isso acontece, o simples fato de sua pele tocar a dele já te faz tremer. Os pensamentos se misturando, formando um emaranhado de sentimentos desgovernados com apenas um olhar. O doce som de sua voz pronunciando palavras pequenas e simples, que ditas com sentimentos se tornam o mais belo discurso.

 

Meus olhos deixavam lagrimas escapar, eu tinha sim encontrado no Seth esse sentimento nobre. O amor.

 

“enquanto eu te amar, você não pode me deixar.” Ele me pediu.

 

“Eu nunca vou te deixar.” Eu sorri, não esperei resposta, sabia que ele não prometeria algo que não pudesse cumprir.

 

Seth me abraçou, me beijando com veracidade, explorando cada centímetro da minha boca com a língua, me fazendo perder o ar. Ele não largou a minha cintura enquanto abria a porta com a mão livre, me puxando para dentro.

 

Estava entregue por inteira ao momento, a porta bateu atrás de nós com força. mas não me incomodou. Continuei me entregando ao Seth. Ele caminhou me conduzindo ate que minhas costas tocaram a parede do corredor.

 

Sem retirar seus lábios apenas um momento dos meus, ele retirou a minha jaqueta rapidamente a jogando no chão. Ele me pressionou contra a pare, me beijando ainda mais ardentemente. Meu corpo em suas mãos, inteiramente sendo entregue.

 

Seth segurava meu rosto entre suas mãos quando soltou meus lábios.

 

“Eu te amo, eu não quero nunca te perder.” Ele sussurrava com os olhos fechados, rosando o nariz em minha face.

 

“Não, vai. Mesmo se não me amar, eu serei sempre sua. Meu coração já é seu.” Eu sorri, o beijando.

 

Não seria como foi com o Steven, eu não conseguiria esquecer, nem arrancar o Seth do meu peito. Ali é o lugar dele, mesmo que ele não possa me amar, eu sempre o amarei.

 

Seth soltou meu rosto e desceu as mãos pelo meu lado, alcançando minha cintura e minha coxa. Seu aperto era forte e ao mesmo tempo delicado. Minha pele já gritava pela dele, ansiava pela dele. Seth retirou minha camiseta delicadamente. Sentia seus músculos tocarem minha barriga e meus seios quando ele me abraçava, minhas mãos deslizavam pelo seu peito.

 

Suas mãos alcançaram meus seios. Desabotoando meu sutiã, que caiu pelo meu lado direito. Minha respiração já estava falha, e a do Seth também , ele arfava em meus ouvidos, explorando meu colo com os lábios para depois alcançar meus seios.

 

Nunca tinha me entregado tanto assim a alguém, nem mesmo ao Steven, ele sempre tentava, mais eu não permitia. Tinha medo. Na época não sabia o porquê, agora eu sei. Eu estava esperando o Seth chegar, só ele é capaz de me fazer mulher.

 

Seth me ergueu do chão, passando minhas pernas por sua cintura. sua boca voltou a encontrar a minha, e ele começou a andar, nos íamos batendo nas paredes. Enquanto eu deslizava minhas mãos pelas costas do Seth, tentando o aproximar ainda mais de mim. Meus tênis caíram pelo caminho.

 

Assim que entramos no quarto, Seth me colocou sentada sobre a cômoda. Meu corpo já estava suado. Meu coração parecia não caber dentro do meu peito. Seth retirou minha calça a deixando cair sobre seus pés. Ele ainda vestia a bermuda, e isso me incomodou. Me lacei para frente, descendo da cômoda, ficando de pé em sua frente.

 

Não ousava desviar meus lábios dos dele, minhas mãos tremulas alcançaram o cós da bermuda, abrindo o botão e o zíper, não precisei forçar para retira-la, ela deslizou, caindo sobre minha calça no chão.

 

Seth me ergueu novamente, e logo em seguida senti minhas costas tocarem o colchão, eu estava completamente entregue à algo novo, a algo acima de tudo que já tinha vivenciado. Meu corpo gritava por isso, e eu não queria prolongar ainda mais essa necessidade.

 

Eu não senti dor, ou incomodo. So a sensação de estar sendo completada, preenchida por quem ama. Minhas mãos apertavam as costas do Seth, sua nuca, enquanto suas mãos percorriam minhas coxas, meus seios. Eu arfava, quando ele passava a beijar meu colo.

 

Por um momento pensei que não fosse mais suportar, uma bola se formava dentro de mim, esmagando tudo o que encontrava. Meus olhos se fechavam, minhas mãos agarraram com força os cabelos do Seth. E então eu explodi.

 

Diversas cores, diversos sons, diversos sabores, diversos sentimentos, diversas sensações. Tudo misturado em um único momento, um momento mágico. Repleto de amor, repleto de vida. A maior prova que dois seres podem se amar, podem se completar. O êxtase, o estado mais próximo da morte, onde tudo se apaga, deixando apenas dois corpo submersos ao desejo, se alimentando um do outro.

 

Eu acreditei que era certo esse amor, tão lindo esse sentimento, que nem a magia dos lobos teria coragem de interromper. Era certo e justo a gente se amar. eu encontrei nos braços do Seth, a tranqüilidade, a felicidade.

 

Seth

 

A lisa, estremeceu em meus braços, desfalecendo em seguida. Eu tinha dado a ela, o que ela havia me pedido antes e eu tinha negado. A vendo pertencer a mim, me deixei pertencer a ela. Explodindo em puro êxtase.

 

Das outras vezes, nunca tinha sido tão real, tão divino. Um corpo pequeno e frágil tinha me proporcionado o maior prazer já alcançado. Eu amava acima de tudo aquela garota. E não consegui agir de outra forma a não ser mostrar isso a ela.

 

Deixei meu corpo cair ao lado do dela, a puxando para meu peito. Nossos corpos molhados pelo suor, o cheiro dela ainda mais forte, mais evidente. Ela logo adormeceu. Ela nunca tinha pertencido a ninguém, eu fui o primeiro. Como me arrependo de ter me entregado aos prazeres da carne antes, de não ter esperado amar alguém. Teria sido mágico como agora, e não físico como foi.

 

Não consegui adormecer, passei a noite velando o sono sereno da minha amada. A cada leve movimento de sua respiração, eu me sentia ainda mais completo. Enfim eu me tornei homem. Com essa pequena criatura que agora dormia profundamente em meus braços. Ela me ensinou a amar, me ensinou a ser amado.

 

Passadas algumas horas, ela começou a se mexer. Estava acordando, dei espaço para ela se virar, como ela parecia desejar, mais ao em vez disso, ela se aproximou ainda mais de mim, me abraçando, deslizando as mãos pelo meus peito. Eu suspirei, com o desejo voltando. Ela não sabia o quando me despertava.

 

O cabelo desalinhado foi delicadamente posto para trás das orelhas, pelos meus dedos. E então ela ergueu a face, ainda com os olhos fechados. Devagar, ela começou a sorrir, para so então abri os olhos.

 

No momento em que encarei os olhos cinza,  meu coração falhou. Todas as cores imaginadas estavam presentes naquele par de olhos, uma onda atravessou todo o meu corpo, como se fosse areia escapando pelos dedos. Nesse momento eu morri. Para logo em seguida renascer, tendo tudo em minha vida sendo reconstruído em torno dela. Ela era a minha razão de existir.

 

A sensação de ter a água invadindo seu corpo quando você esta se afogando é o mais próximo dessa sensação, porém, agora ao em vez de buscar o ar e ser invadido pela água, você busca o ar, e é invadido por pequenos choques que são provocados pelo cheiro cítrico da Lisa.

 

Era como ter uma floresta inteira dentro de seu peito, se espremendo para ser refletida dentro de olhos cinzas, meu coração voltou a bater, so que acelerado, como nunca havia ficado antes. Tudo ao meu redor não tinha mais sentido, não tinha mais vida. Só o que importava era aquele pequeno sorriso nos lábios rosados da Lisa.

 

Era isso que eu era, uma conseqüência daquele sorriso simples. Minha vida se baseava nisso. Meu peito se apertou ainda mais, relaxando em pequenos gritos em seguida. Tinha uma orquestra inteira na minha cabeça, repassando cada segundo que eu tinha passado ao lado dela. Cada palavra dita.

 

Todo o medo de deixá-la, de ser o responsável pelas lagrimas dela tinha sido condenado a inexistência. Ela era a minha prometida, a minha vida, a minha magia.

 

Eu precisei encontrar o amor, para entender o amor. Descobri de um jeito natural a beleza da mágica por trás do imprint. Aceitar correr riscos, para desfrutar de tamanho amor. Lisa preenchia todo o meu ser, o perfume dela estava em mim, o gosto dela estava em mim.

 

Ela piscou, me privando apenas uma fração de segundos de me encontrar dentro dos olhos dela.

 

“Eu nunca vou te deixar.” Eu prometi, sabendo que cumpriria.

 

Ela sorriu abertamente, abrindo os olhos. E novamente eu me perdi na imensidão cinza.

 

 

Meu caso era perdido Te conheci e pude perceber Seus olhos tão aflitos Intimamente lindos Com você eu pude enxergar E também pude cantar Tudo mudou com você Meu rumo, não meu e sim o seu

Não há mais tempo disposto a te esperar Não há um motivo pra eu te ver chorar Não há nada que faça voltar atrás Eu sei, quando vi mal pude acreditar.

Era mais que um amigo Eu sou sem graça sem ti vê Planos em vão, em conflitos Assim me via sem você Corria sem sentido Em busca de um abrigo Tudo mudou por você Meu mundo, não mais meu mas seu

(Mixtape – Meu mundo)

 

 

 

FIM

 


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Notas finais do capítulo

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