Immensity escrita por miojo


Capítulo 13
Partida - parte 2




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“Queria guardar seu gosto.” Ele sorriu e jogou as chaves da casa que eu tinha o dado em minhas mãos.

 

“O que?” eu ergui as chaves.

 

“Não posso aceitar.” Ele me beijou outra vez. e eu estremeci.

 

 

 

 

 

“como assim?” Foi um presente!” eu bati os pés.

 

“Acho que não tem mais nada seu comigo.” Ele deu os ombros.

 

“Seth!” Eu me senti culpada pela camisa na minha mala, mas não pensei em entrega-la.

 

“A, te entregaria meu coração, mas preciso dele.” Ele sorriu acariciando o peito e saiu andando.

 

“Seth!” eu gritei, correndo atrás dele.

 

“Lisa para!” ele se virou segurando meus ombros, bem em cima dos hematomas, eu me contive para não gemer. “Eu não posso te amar, e você não quer me amar, é só isso. Eu consigo entender.”

 

“Fique com a casa.” Eu implorei.

 

“Não posso.” Ele me soltou se virando.

 

“É como pagamento, pelos almoços, pelas horas que passou comigo.” Eu estiquei as chaves.

 

“então você esta me comprando?” ele me olhou serio.

 

“Não! Eu só quero que você aceite!” eu implorei com os olhos. “ Você pode vender, alugar, dar para alguém! Mas fique com ela.” eu pedi.

 

“Tudo bem, mas eu nunca vou entrar nela novamente.” Ele disse serio, pegando as chaves com desdenho das minhas mãos.

 

“Por que?” eu dei um passo em sua direção.

 

“Ela tem o seu cheiro.” Ele se virou e saiu correndo. Eu gelei.

 

Por que ele tinha que ser lobo? Ele não podia simplesmente ser humano? Se eu tivesse certeza que ele não me abandonaria por qualquer uma. eu poderia tentar me apaixonar.

 

Entrei e comi o marmitex, como ele havia pedido. Não consegui engoli mais de duas garfadas, meu estomago estava revirando de ansiedade. Assim que terminei me sentei encostada na porta. Esperando ele voltar, de algum modo eu achava que o Seth  voltaria. Mas ele não voltou, e eu acabei dormindo.

 

Quando acordei me assustei, me levantei rápido de mais apara alguém que estava a dois dias sem comer e cai de joelhos. Meu corpo estava fraco, me levantei novamente, devagar dessa vez. os armários estavam vazios, e meu estomago deu sinal de vida. Fui ate o banheiro, e escovei os dentes e lavei o rosto. Passei um pouco de maquiagem para esconder o hematoma que já estava azulado, não resolveu muito. então peguei meu casaco e caminhei ate a lanchonete onde o Quil trabalhava para comprar café.

 

Assim que entrei ele veio me atender.

 

“Francesa, você vai mesmo embora?” eu respirei fundo.

 

“É eu vou.” Eu o abracei.

 

“eu gosto de você, você é uma ótima amiga.” Ele disse me erguendo do chão.

 

“Você também Quil, um ótimo amigo.” Eu sorri.

 

“Você já ficou sabendo?” ele apontou uma cadeira no balcão, assim nos podíamos continuar conversando.

 

“Do que?” eu me sentei apontando para a maquina de expresso.

 

“A Kita.” Meu corpo tremeu, o Steven podia ter feito algo a ela, podia ater machucado.

 

“ela fugiu de casa.” Ele disse me entregando o copo de café.

 

“Como?” eu não havia entendido direito.

 

“Vai querer ovos ou bacon?” ele me perguntou.

 

“Os dois.” Ele sorriu.

 

“ela fugiu com o Steven, Colly reconheu o cheiro deles ontem a noite. Eles foram para o sul.” Ele bateu no meu braço sorrindo.

 

“Você não precisa mais ir.” Ele me entregou os ovos com bacon.

 

“Eu realmente tenho que ir.” Mas não posso negar que me tranqüilizei saber que eles ficariam mais protegidos sem ele por perto.

 

Acabei meu café, paguei e sai. Quil me abraçou mais algumas vezes, me dizendo o quando me adorava. Eu chorei novamente. Deixar amigos como ele para trás doía dentro de mim, era horrível.

 

Quando cheguei em casa, embry e Leah estavam lá. Ela com os braços cruzados, protestando a minha partida. Eu a abracei com força.

 

“Você não falhou, estou inteira não estou?” ela revirou os olhos e me abraçou.

 

“Você é a única amiga que eu tenho.” Ela me abraçou ainda mais forte.

 

“Você é minha melhor amiga, minha irmã. Obrigada por tudo.” eu sorri

 

O Embry me tirou do chão me rodando.

 

“Tu é gata, muito maneira, tem certeza que vai embora?” ele piscou para mim, me fazendo gargalhar.

 

“Embry, eu tenho que ir. E você é um tremendo gato.!” Ele sorriu e me pos no chão.

 

“vamos te levar no aeroporto.” Leah disse entre os dentes.

 

“Só vou tomar um banho.” Foi rápido, rapidamente estava pronta para deixar a minha casa.

 

“Vamos?” Embry já tinha posto minhas malas no carro.

 

“E o Seth? Ele não vem?” Eu queria me despedir dele.

 

“ele disse que não suportaria.” Leah me abraçou. Eu chorei.

 

E foi assim todo o caminho ate o aeroporto, eu chorava com força. e a Leah tentava me acalmar. Meu peito doía, era como se estivesse sendo arranhado. Comecei a me controlar quando chegamos no aeroporto.

 

 

Seth

 

 

Estava deitado no sofá comendo frango e assistindo televisão. Não queria chorar, não queria sentir esse vazio. Eu tentava me manter inteiro, mas era quase que impossível. Ser obrigado a desistir de um amor não é fácil, ainda mais para quem nunca amou desse jeito.

 

Uma batida fraca na porta, afastei a bandeja com o frango e procurei o cheiro no ar. Billy. Me levantei secando o rosto, so para garantir que lagrimas não estivesse ali. Abri a porta com calma, não queria demonstrar o tormento em que me encontrava.

 

“Olá Seth, pode me da uma ajudinha?” ele pediu apontando para o degrau na entrada.

 

“Claro.” Eu puxei a cadeira, o colocando dentro da casa da Leah, agora minha outra vez.

 

“Frango.” Ele sorriu, eu o conduz ate o sofá, o posicionando ao lado, e me sentando.

 

“Quer?” entreguei a bandeja com frango, ele pegou uma coxa e me agradeceu com a cabeça.

 

“O Quil me disse que a Elizabeth esta indo embora.” Ele começou a falar, senti um ódio pelo Quil, já era difícil passar por isso sozinho, não precisava ter mais ninguém aqui para ver.

 

“É, aqui não é o lugar dela.” Eu mudei de canal.

 

“Eu penso que ao seu lado seja o lugar dela.” Billy largou o frango, me encarando.

 

“Não, ela já foi deixada uma vez, não quero fazer o mesmo.” Continuei encarando a televisão.

 

“Você a ama?” fui obrigado a olhar para o ancião ao meu lado.

 

“É. Acho que amo mais do que devia.” Eu bufei.

 

“E vai deixa-la partir?” Ele ergueu uma das sobrancelhas.

 

“Ela quer ir, ela quer fugir desse sentimento. Ela não quer sofrer.” Lancei o controle sobre a mesa, erguendo meus braços para cima, dando ênfase as palavras.

 

“Você já disse a ela que a ama?” o semblante dele não se abalava.

 

“Para que? Amanha eu posso ter meu imprint.” Eu lancei minha cabeça sobre os joelhos.

 

“Um único dia, pode valer mais do que uma vida.” Billy acariciou minhas costas.

 

Um dia, grande coisa. Assim que isso acabasse ela estaria chorando por minha causa, e a ver chorando acabaria com todos os meus dias. De que iria adiantar? Ter ela em meus braços por tempo indeterminado, e depois o sofrimento. E o pior e que eu não irei compartilhar desse sofrimento, meu coração estará repleto pelo imprint, me impedindo de chorar por ela.

 

“Você não viu como ela estava quando ela descobriu do Steven?” Eu ironizei.

 

“Ela não o amava de verdade, ele foi o primeiro namorado, o primeiro menino que demonstrou interesse por ela. ela só estava acostumada.” Ele deu os ombros.

 

“E sofreu daquele jeito.” Revirei meus olhos.

 

“Garoto, quando você a viu sorrir verdadeiramente pela primeira vez?” eu parei para pensar.

 

“quando eu a fiz sorrir.” Billy entortou a cabeça, erguendo as sobrancelhas.

 

“Você não acha que ela mereça ser amada?” ele me perguntou afastando a cadeira do sofá.

 

“Claro que merece, mas por alguém que não a vá deixar.”

 

“Você nunca levou as lendas a serio não é?” Ele me olhou furioso.

 

“Claro que levei. O que isso tem haver?” cocei meus cabelos.

 

“As lendas dizem, que ALGUNS dos lobos tem imprint. Nessa geração, foi muito comum, quase todos tiveram, mas sempre existe aqueles que encontram o amor sem precisar dessa magia.” Ele sorriu para mim.

 

As palavras me invadindo, ALGUNS se repetindo na minha cabeça, as possibilidades, os riscos, as recompensas. Tudo estava desligando de mim, menos o rosto angelical da Lisa. eu poderia ama-la, para a vida toda. Era um risco acreditar que eu seria exceção, mas era um risco que eu estava disposto a correr.

 

“Então eu posso não ter o imprint?” me ergui do sofá correndo.

 

“É isso que as lendas dizem.” Billy sorriu, enquanto eu atravessava a sala correndo.

 

Ela já devia estar no aeroporto, parei diante do carro. mas logo essa idéia foi frustrada, ele não chegaria a tempo. Começai arrancar a camisa, depois o tênis e corri ate a floresta, tirando a bermuda e a segurando com a boca. Não teria tempo de amarar. Comecei a correr, levando minhas pernas ao maximo, e distancia era razoável, eu teria que praticamente voar para consegui chegar a tempo.

 

 

 

LISA

 

Já estava no portão de embarque, minhas malas já tinham sido carregadas no avião. Leah segurava o choro, e Embry nos abraçava.

 

“Cuide bem dela.” Eu ordenei a ele, que bateu continência.

 

“Você volta?” Ela me perguntou. Não consegui mentir.

 

“Não, mas espero vocês na Inglaterra.” Eu tentei sorri, mas falhei.

 

“Te amo Leah.” Eu a abracei. Ela enfim soltou as lagrimas.

 

“Obrigada.” Ela me apertava em seu peito.

 

“Eu  e que agradeço, você cuidou de mim.” Eu sorri, dessa vez com facilidade.

 

“Você me trouxe de volta a humanidade.” Ela brincou, me soltando.

 

“Te amo Embry.” Eu o abracei, ele me apertou com força de mais, foi difícil respirar.

 

Passei pelo portão sem olhar para trás, não queria guardar essa lembrança. A fila estava pequena. Uma senhora parou ao meu lado, era de idade avançada.

 

“Bom dia.” Ela sorriu com a voz fraca.

 

“Bom dia.” Respondi.

 

“O que te trouxe aqui?” ela sorria.

 

“Um amor mal resolvido.” E ri das minhas próprias palavras.

 

“Resolveu?” ela me olhava com os olhos azuis profundos.

 

“Sim.” eu sorri.

 

“Você ainda o ama?” ela me olhou serenamente.

 

Não, eu nunca o amei. Não da forma que eu amo o Seth. Não tenho mais motivos para mentir, nem tentar me enganar ainda mais, eu amo o Seth. Com todas as minhas forças.  Esse é o sentimento que eu não conhecia, o sentimento imenso que tomou conta do meu pequeno peito. Foi isso que me manteve viva.

 

Tudo dentro de mim estava tremendo, eu tinha acabado de descobrir o amor verdadeiro, e estava deixando ele para trás. Sendo covarde o suficiente para fugir, com medo de mais tarde sofrer. Passar alguns dias com ele não compensaria o sofrimento? Não.

 

Não quero ser massacrada pela dor outra vez, não quero ver tudo se repetir. Mas o ar chega a faltar quando eu penso em não ter mais o Seth. Meu coração estava acelerado, eu estava surda, não escutava nada ao me redor, apenas as palavras do Seth, as frase risonhas, as brincadeiras.

 

“Senhorita, a passagem por favor.” Um rapaz me pediu, me trazendo de volta. Eu entreguei as passagem e comecei a  andar em direção ao avião. Não estava mais avistando a senhora dos olhos azuis.

 

Eu sou medrosa, sempre fui. E meu maior medo agora é de ser outra vez abandonada, pode ser amanha, pode ser daqui a uma semana, um mês, um ano, uma década... mas um dia eu serei. E é essa certeza que me faz caminhar em direção ao avião.

 

O vento trás um papel de chiclete, que bate em minhas mãos. Eu consigo o pegar no ar e ler o que dizia a embalagem.

 

Viva um dia de cada vez.

 

Eu fecho os olhos  e tento não pensar nisso, amassando o papel e me direcionando a escada do avião.

 

 

 

Seth

 

 

Minhas patas estavam doendo, mas eu havia chegado ao aeroporto, me transformei ainda correndo, vestindo a bermuda. Corri pelo estacionamento do aeroporto procurando o carro do embry, não encontrei. Invadi o saguão do aeroporto como doido, procurando a Lisa.

 

Encarei o painel dos vôos, e meu chão saiu dos meus pés quando li o letreiro. O avião dela tinha decolado há sete minutos. Tudo girou, e eu estremeci. Tinha sido tarde de mais, ela tinha partido.

 

Os seguranças vieram me tirar do saguão, eu chorava, sem ter vergonha de expressar meu sofrimento. Eles me carregavam para fora, enquanto eu deixava. Não tentava impedir.

 

O único pensamento que eu possuía nesse momento era de ir ate em casa e vender minha moto, para poder comprar a passagem e ir para a Inglaterra atrás da Lisa. mesmo que eu tenha que rastrea-la pelo seu cheiro, eu vou encontra-la.

 


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Notas finais do capítulo

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