Gêmeas Em Chamas. escrita por giovanacanedo


Capítulo 2
Well, baby.




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POV Clove Everdeen:

Nunca me importei com o que todos diziam sobre eu e minha irmã, Kat. Eu achava que era perca de tempo se importar com o que pessoas alheias a sua vida diziam sobre você ou sobre suas escolhas, na verdade, eu ainda acho.

Mas minha mãe não pensa assim, e ela é quem manda perante a lei.

Kat está tendo um ataque aqui no nosso quarto. Está dizendo que isso deveria ser crime e que a gente deveria ir a polícia, eu sei, são pensamentos irracionais para uma adolescente de dezessete anos e que teve as melhores notas escolares em toda a sua vida, mas para Kat perder é um crime. E para mim também. Mas eu me "conformei" melhor do que ela, afinal, o que poderíamos fazer com nossa mãe? Nada.

Nossa vida toda fomos acostumadas a ter tudo e todos independente do contexto e do rumo da história da outra pessoa, sempre foi assim desde que nossos pais começaram a cair no barraco de socialites da Capital, isso é: Papai é podre de rico, mamãe também, os dois são herdeiros de empresas incrivelmente ricas e dignas de palmas. Mas o casamento deles ia de mal a pior, e as brigas por motivos idiotas eram de baixa escala de nível e também de alta escala de gritos, o que acabava assustando as duas meninas gêmeas de apenas seis anos e seus Bebês também gêmeos de apenas um ano. Prim e Rue, nossas queridas.

E como um ato de querer ajudar a gente a se conformar com as brigas, eles nos davam tudo e todos, tínhamos mais brinquedos do que poderia ter em uma fábrica, tínhamos mais roubas do que tem em uma loja de roupas, tínhamos mais animais do que poderia haver em um abrigo para animais. E tudo isso não era repreendido por ninguém. Afinal, quem repreenderia a irmã do presidente e seu marido? Ninguém.

Mas isso acabou estragando a gente, eu assumo, mas não mudo. Nós acabamos sendo malvadas e por isso acabamos em tal situação desesperadora para nós: Nós temos que nos mudar para a cidade mais chata do país – Toominst, ou se preferir, Distrito 12, o lar dos descompensados e acomodados. Ou também o lar dos drogados e dos loucões.

Tanto faz.

Kat está irada, ela e eu tentamos de tudo: Choramos, ameaçamos, fizemos birras, xingamos, quebramos e depois eu me conformei, havia então usado todas as nossas armas para nossa mãe. Era bem mais fácil com o papai, era só a gente se fingir de santas por um ou dois dias que ele esquecia e depois nos enchia de presentes e nós voltaríamos a nossa vida normal. Mas mamãe era diferente, ela também era idêntica a nós em seu jeito.

A questão é, eu puxei a mamãe em aparência e Kat ao papai.

Kat loira.

Eu morena.

Prim loira.

Rue morena.

Normal.

Mas uma coisa que todas nós puxamos da mamãe é sem dúvidas o gênio.

O que é nosso é nosso. O que não é vai ser. O que é proibido não é apenas para a gente. O que não deve deve. O que deve, fazemos. O que pode não ligamos. O que não pode... Fazemos de tudo para ter. Somos assim. Esse é um defeito hereditário para mulheres da família Everdeen.

Agora lá vamos nós. Eu, Kat, Prim e Rue para uma cidadezinha idiota.

– Viss, Kat...? - Chamaram nossas menininhas.

– Sim, princesas? - Perguntou Kat se esquecendo que estava para ter um ataque e que iria para o fim do mundo.

Well, é assim que funciona.

– Mamãe mandou vocês pegarem as malas, nós já vamos. - Falou Rue, como sempre, decidida e parecendo comigo. Sempre firme.

– Oh, meninas, já vamos. - Falou Kat pegando Rue no colo e eu pegando Prim e rodando.

– Tá, tchau maninhas. - Falaram e saíram pulando.

Eu e Kat nos entreolhamos.

– Vamos fazer o inferno com aqueles caipiras? - Falou.

– Vamos. - Respondeu, maldosa.

E assim começaria essa história.


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