Meu Idiota escrita por marishaya


Capítulo 14
Meu acordo com um Collis.


Notas iniciais do capítulo

tão bom poder postar na data marcada!
Espero que gostem.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/483068/chapter/14

Os acontecimentos foram bem agitados; eu meio que nocauteei Henrique quando soube sobre o casamento e minha inesperada visita até o evento.

Que era para impressionar os avôs dele ou algo assim...

Mas por que diabos, eu conseguiria impressionar alguém?

Foi quando depois de quase termos um acidente pois eu estava xingando o motorista de tudo qualquer nome, fui arrastada por Kylliana até um deposito na cozinha dos Collis.

–Meus avôs têm o Henrique como herdeiro legitimo e mais velho, o resto dos primos são de terceiro e segundo grau e eu, por isso estão vigiando Henrique a um bom tempo e perceberam que ele não tem maturidade suficiente para ter a empresa no testamento, o que convenhamos os velhotes estão certos. –concordei meio interessada nessa história de novela mexicana- Valerie ficou muito irritada com os sogros, faz tempo que aquela vaca está de olho no dinheiro e obrigou Henrique a encontrar uma garota/namorada e tentar ser mais certinho possível, então isto foi direcionado á você, filha de amiga da família, garota complicada mas perfeita para persuadir os vovós e então Valerie abriu a boquinha alegando que você começou a namorar com o querido Henrique, irá pro casamento de Bridget.

Estou processando todas as informações.

Avôs de o Henrique o achar um irresponsável: Ok

Nova namorada de Henrique: Ok

Nova namorada de Henrique sendo eu: Error

Ir pra um casamento da irmã de Henrique: Error

Sou boa mesmo em persuadir as pessoas, mas os avôs do Collis?

Tenho que falar que Henrique é um bom garoto, responsável, gentil etc?

Estão querendo que eu minta!

Valerie é realmente uma vaca e eu pensando que era uma mulherzinha legal só meio fútil mas que ajuda fundos de caridades como uma boa ação.

Tudo um disfarce.

Aquele “gostei muito de você” era mentira também.

Ela estava calculando tudo: fazer-me bater em Henrique para achar essa loucura é culpa dele-parte dela é já que é um grande vadio irresponsável-.

Não que eu esteja reclamando de ter batido nele, na verdade eu adorei bater naquele braço duro, eu queria que pelo menos fizesse um hematoma sei lá.

Duvido muito, Henrique tem músculos de anos, acho que vou virar nadadora pra ficar com um corpo em forma que nem ele, o abdômen flexionando quando se levanta da piscina...

Verônica FOCO.

Balancei a cabeça para tirar a imagem da cabeça e fazendo cara de poker face pra Kya.

–Quando tempo Henrique sabe disso?

–3 meses, –O QUE?- o plano principal era ele te conquistar ou algo assim, mas sabe como ele é, decidiu apelar para seus encantos e persuadir sua mãe, que foi bem fácil por sinal.

Ela estava de frente pra mim, seu rosto iluminado pela luz fraca do depósito.

Ela é parecida com Henrique, tipo demais.

Só que ela tinha uma beleza mais angelical, os olhos agitados de criança, muito diferente dele.

E é muito gata, até percebi as olhadas que Êvan dava.

–Por que você ta me olhando assim? –ela retrucou, ri e balancei a cabeça.

–Você e o ótario do seu primo são bem iguais, só que você tem cara de anjo enquanto ele cara de putão –Kya riu e balançou a cabeça.

–Cara que conquista muitas garotas, alias por que você ainda não está conquistada?

–Tenho juízo...

–Ou é lésbica...

–N-não, oh deuses, não sou lésbica só que seu primo simplesmente não me atraí, não faz meu tipo - dei uma risadinha constrangida, que conversa estranha, minha vontade era de pular em cima dessa garota catar aquela chave sair da casa de Henrique me trancar no meu quarto e nunca mais ver a luz do dia.

–E qual seria seu tipo?

–Nem eu sei meu tipo...ah céus –resmunguei- vamos voltar pro assunto?

–Certo - ela percebeu que eu estou nervosa, deu um sorriso. - Olha Verônica eu não te conheço direito ainda e tal, mas sei que no fundo você é uma garota generosa.

Tão nova tão iludida.

–E seria realmente legal da sua parte ajudar a família Collis, vovós perderam o pai de Henrique para seus próprios negócios como médico e o único jeito de não perder a empresa das mãos da família para desconhecidos é Henrique... Além do mais, você realmente quer ficar suas férias inteiras em casa fazendo porcaria nenhuma?

–Quero –ela fingiu não me ouvir e continuou.

–E você tem aquele trabalho de literatura certo?

Como ela sabe disso... que droga Êvan.

–Você teria um dez se escrevesse sobre sua viagem a Escócia!

Se bem que é verdade, preciso de notas melhores pro próximo bimestre se não vou passar mais um ano na escola pois repeti e...ELA DISSE ESCÓCIA?

Acho que ouvi errado, dei um tapa na minha cabeça.

–Escócia? Que?

–É, o país sabe? Vai ser lá o casamento de Bridget, imagina que maravilha você no castelo de Edimburgo, as fotos, documentários, seria manchete da escola!

Minha cabeça processava, eu iria pra Escócia: tudo pago, garantiria minha nota, seria queridinha dos avôs do Collis, iria conhecer finalmente Bridget e vai que algum príncipe de sétima sucessão ao trono me queria?

Ta, isso eu forcei muito, viajei.

Pense bem Verônica, se tu não acertar por bem, vai ser obrigada pela mamãe.

–Eu aceito com algumas condições.

Depois de expulsar Kya do deposito, roubar uma caneta e um bolo de papel higiênico rabisquei minhas condições:

1° Não gritar ou xingar Verônica Dafoe, tratada como dama.

2° Doritos todo dia acompanhado de uma Box de The OC.

3° Levar Verônica pra onde quiser, visitas a cidade.

4° Sem apelidinhos idiotas como; vírus, vermelhinha, tampa de coca-cola, foguetinha, menstruação de primeiro dia, red-capert, pica-pau e outros.

5° Não forçar Verônica Dafoe a se vestir do jeito que não quer.

6° Não levar nenhuma garota escocesa ou turista, qualquer piranha que estiver lá para cama. (se sou namorada não quero ser corna; ou você perde seu amiguinho e contrato quebrado)

7° Tente não ser um idiota. (o que é meio impossível, mas enfim)

8° Não ser tão amiguinho com minha mãe esse mês.

10°

Os últimos eu coloco depois, me senti tão mais leve, colocando exigências que sempre quis que Henrique cumprisse.

Talvez eu estivesse exagerando na parte do doritos e do Box The OC...que se dane preciso disso e terei!

Melhor ainda quando cheguei no salão e encontrei todos a minha espera.

Que triunfante.

Henrique estava no balcão se levantou rápido, entreguei o papel e ele passou os olhos rápido arregalando logo em seguida.

–The OC?

Um Estranho no Paraíso, não assistia MTV? –resmunguei revirando os olhos, ele me encarou bravo e colocou o papel em cima da bancada.

–Verônica você já está abusando!

–Baixa suas bolas Henrique, que fique claro que sou a sua única solução pro planinho idiota da sua mãe.

–Prefiro alugar prostituta, já comentei isso com Valerie... te tratar como dama? Argh!

–Prostituta? Ela iria mudar o nome pra Verônica Dafoe? Olha que isso é crime hein, tomara que ela seja ruiva natural, caramba nem exigi tanta coisa assim, para de latir!

Aqueles olhos azuis claros me encaravam com inexpressivos, calculando e pensando, mesmo com o maxilar com bandage e o canto da boca inchada –faço estragos- o filha de uma vaca continua parecendo um ator teen gatão.

Ai. Meus. Deuses.

Estou parecendo a Morgan pensando assim.

–Se eu fosse você aceitaria qualquer condição desta lista, priminho.

–Sua prima é tão sábia Henrique, porque você não é igual? –falei com um sorrisinho, sinto-me foda.

Sua cara inexpressiva se tornou uma careta e repetiu baixinho.

–Qualquer coisa.

***

–Não, não e não - Êvan batia a cabeça na batente da porta dos quartos de hospedes, o puxei aqui depois de discutir algumas coisinhas com Henrique.

Convencer Êvan a ir conosco estava sendo mais difícil que Vector, que por outro lado adorou a idéia e exclamou um “quero conhecer umas escocesas ruivinhas” acho que meu maninho tem uma certa queda por ruivas, me pergunto se é por causa da garota da foto...

Enfim, Êvan está sendo mais complicado, ele sempre é.

–Você que é culpado disso tudo!

–O que? –se virou fazendo uma careta.

–Isso mesmo.

–Ah claro, sou o diabo interno de Valerie Collis e decidi que era melhor escolher Verônica Dafoe para ser a garota ideal pro seu filho só por que eu acho divertido…

–Foi você que falou sobre comédia romântica, você estava fazendo suposições e se tornaram realidade, é macumba?

–É visão de futuro - disse irônico

–Além de diabo interno tem bola de cristal?

Ignorou meu comentário e ficou andando pelo quarto em ziguezague e me encarou dando um sorrisinho malicioso, lá vem.

– Então você encaixa tudo isso como comédia romântica? Então á romance entre vocês dois, sinto-me traído por você não ter me dito nada –pos a mão no peito e fez cara de sofrimento, quase o soquei tão forte que daria um belo corte no maxilar igual com o do Henrique.

–Que Mané romance, cala boca e aceita logo ir - resmunguei jogando o travesseiro fofo no chão com força me imagina fazendo isso com Êvan só que o jogando pela janela.

–Eu vou, só estava te testando –se sentou do meu lado e o encarei entediada, que bastardo- além de que quero levar Kya para maus lençóis.

–Sei muito bem desses lençóis, de hotel principalmente, - o olhei do mesmo que ele alguns minutos atrás, maliciosa - mas Kylliana é muito esperta, não vai cair nesse seus joguinhos, nem na lábia de político, querido.

–Veremos, Dafoe, veremos –deu um sorriso daqueles que promete encrenca, odeio e odeio essa cara, mais um motivo para eu ficar atenta a tudo.- E eu duvido você não cair nos lençóis de Henrique Collis, esclarecendo: duvido você não cavalgar nele loucamente até o fim do mês.

O olhei horrorizada, eu deveria não me sentir tão surpresa pelo vocabulário sujo que Êvan usava, mas fiquei ainda mais horrorizada por ele achar que vou fazer amor ou algo do tipo com Henrique.

Ta, isso é loucura.

Mas se um Êvan me diz apenas tenho que rezar de Jeová pra Zeus que não aconteça isso e não irá acontecer.

–Veremos.

–Deveríamos apostar, nunca mais apostamos alguma coisa, estou me sentindo em abstinência, por que você não é uma amiga legal e me ajuda com isso?

Dolse e seus joguinhos, cadê a quietancia dessa pessoa.

–Por que a última vez deu um rolo? Além de que você é um jogador filha da puta que prevê o futuro, não é legal isso.

–Na verdade vou ser mais um cupido do que ter que algumas premonições –resmungou e estendeu a mão pra mim, olhei desconfiada.- Desistindo de uma promissora aposta Srta. Dafoe?

–Você vai perder mesmo, se fode.

–50 pratas e cantar no Rolled se perder.

Se bem que por 50 pratas vale à pena, e eu sabia que não iria pra cama com Henrique, então de boa.

Apertei a mão daquele diabinho.

–Quero que cante baby one more time da Britney Spears - sorri animada, Êvan revirou os olhos.

–Que beleza, quer que eu visto saia também?

–Claro, o look completo do clipe...

–Coreografia também...

–Com certeza!

Nós olhamos e rimos depois.

–Trouxa

–Você é mais, querida, pensei que mandaria eu dançar Madonna ou algo do tipo igual a última vez...

–Ah não, não tem um Justin Timberlake pra dançar com você, não tem graça assim - resmunguei e ele tacou travesseiro em mim, me joguei na cama ao seu lado e ficamos encarando o teto branco do quarto, era tão legal refletir um pouco, se sentir calma depois de uma confusão daquelas, de sentir os grilos, a brisa da noite, sorri.

–Er, desculpe interromper qualquer que for o momento –disse o ser dos meus pesadelos, palmas pra quem sabe que é Henrique Collis.

Parecia que tinha acabado de sair do banho, usava uma bermuda de flanela e uma camiseta branca de dormir, os cabelos molhados levemente secados que dava um ar rebelde.

Por que será que quando tento secar meu cabelo ele não fica assim?

Preciso saber os segredinhos de Henrique.

–Eu estava refletindo a minha bela vida, tava tão bom –Êvan bocejou, levantando os braços, me sentei de perna de índio na cama.

–Enfim, as passagens estão aqui, quero vocês acordados ás 8:00 em ponto e é isso –jogou as passagens pra gente, catei a minha que já ia caindo da cama.

Destino para Escócia.

Minha primeira viagem internacional.

Será que era uma boa hora pra entrar em pânico?

Se eu descobrir nesses dias que eu tenho aerofobia?

Vôo realizado 01/07.

–O QUE? AMANHÃ? –berrei pro Henrique que se assustou e deixou o celular cair- Mas eu nem aproveitei minhas férias, começaram há três dias!

–Foi o vôo mais rápido pra lá...

–Pois desmarque!

–Verônica você vai e pronto, sendo amanhã no seu primeiro dia de férias ou não - bufou, mostrei o dedo do meio pra ele e me dirigi até a saída, com um Êvan falando de meus maus modos por nem falar boa noite para dois cavalheiros.

Preciso arrumar minhas malas.

Preciso ligar pra dona Amelia.

Preciso ler TUDO sobre avião e sua segurança, panfletos sei lá.

Preciso andar logo nessa rua por que está frio e vou pegar uma gripe lascada.

Cheguei lá em casa resmungando catando uma mala grande no closet e me arrastei até o quarto, Vector não estava lá acho que dormia no quarto dos meus pais.

Coloquei todas minhas roupas empilhadas do jeito bagunçado que só eu tenho a proeza de deixar, sério!

Meu guarda-roupa era como um caos, você abria e caía tudo em você, roupas amassadas, uma meia sem par, um taco de beisebol –que bateu na minha testa- e uma vez encontrei uma fatia de pizza perto dos sapatos.

Anotem aí: nunca abrir o guarda-roupa de Verônica Dafoe.

Fiz duas malas, uma só com roupas e a outra com uso de higiene e acessórios.

Peguei meu celular ligando pra dona Amelia.

Atendeu depois de quatro caixas postais, ouvi risinhos ao fundo.

–Oi mãe - ela falou algo abafado para alguém, revirei os olhos, deveria estar se divertindo com papai.

Olá Verônica, que importuno não ter ligado ontem– quem em pleno século 21 fala importuno? Minha mãezinha e seu clube do livro.

–Er, okay, –me joguei na cama cheia de roupas sujas sabendo que quando voltasse ela iria ter um treco ao ver a cama desarrumada- então, só liguei pra avisar que amanhã vou pra Escócia com Henrique para ir no casamento da irmã dele e...

–Eu sei

–Por que achei que você não sabia e...Você sabe? Como assim? Eu descobri hoje que iria ir!

–Você sempre é a última a saber, Henrique já tinha conversado comigo e autorizei você ir, alias o pai de Henrique que deu ideia juntamente com a Valerie, fazia tanto tempo que não via os dois juntos, foi um reencontro magnífico!

–Mas...o que...senhor –Amelia estava mais adiantada que eu, até imagino esse reencontro de velhos, em um restaurante chiquê, com minha mãe tomando vinho branco rindo histericamente e meu pai contando piadas.

–Eles falaram que você é uma garota adorável, fiquei muito surpresa que quase engasguei com o vinho e comentaram da viajem alegando que seria um prazer ter você junto a eles, além de ser uma ótima amiga para Henrique– suspirou sonhadora, Amelia sabia da minha imensa aversão por Henrique, mas deve ter concordado com os senhores Collis e rido, sabia que no fundo o que ela mais queria era que eles dissessem fosse à verdade, que eu era uma amiga pra Henrique e que sou uma garota adorável.

–Okay, só liguei pra avisar mesmo, tchau – desliguei rápido antes que Amelia fale mais.

Olhei pro lado com vendo minhas malas prontas, uma parte de mim estava ansiosa pelo vôo, viajar internacionalmente era tão magnífico ainda mais sendo pra um lugar tão cheio de cultura como Escócia.

Porém, a outra parte queria ficar trancada naquele quarto bagunçado olhando pro pôster na parede da frente mofando.

Não sabia qual dessas estava certa.

Mas sabia que alguma confusão estava por vir... Talvez anos de convivência com Êvan me fez clamar tanto assim por problemas, meu amigo é realmente um gato preto.

Dormir jogada em meio de tralhas não é legal, sentia minhas costas praguejarem enquanto me dirigia junto com um carrinho cheio de malas esperando em uma fila para embarque, alias era a terceira fila naquela manhã, a primeira foi pro check-in.

Em nossa frente havia uma mulher segurando com força a mãozinha de um menino com seus oito anos que era hiperativo, seu modo agitado e de sempre precisar tocar em alguma coisa deixava bem claro e isso estava deixando a mãe maluca.

Henrique fez um grande favor de nos reservar a primeira classe, até me imagino bebendo champagne de taça rindo das piadas de Êvan.

Que estava bem agitado aquela manhã, o que me fazia dar um tapa nele e resmungar sobre ser nove horas da manhã de sábado e ele estar parecendo o garotinho da frente.

Vector estava calmo, bebia seu café forte e Kylliana também, mas ria dos resmungos de Êvan sobre muitas pessoas do aeroporto daquela manhã.

Henrique estava do meu lado com jornal e atraia olhares, também com aquele jeans azul escuro apertado camiseta escura de manga e um cachecol bem charmoso, é claro que atraia atenções.

E eu principalmente por estar em seu lado, apreensiva com um folheto na mão com o título Por que (quase) não faz sentido ter medo de avião, realmente espero que isto me ajude pois vou lê-lo a viajem inteira.

–Fico muito impressionado com a quantidade de pessoas com mau humor que estão por aqui, quase conseguem passar Verônica, aquele cara no telefone está falando palavrões que é um estrupo pros ouvidos, vou chamar um padre.

–Como se você nunca tivesse mau humor ou xingasse muito alguém certo Êvan –respondeu Henrique.

–Xingo por que tenho motivos caro Collis, assim como Verônica te xinga tendo muitos motivos, são coisas naturais –passou um carrinho cheio de brinquedos, o garotinho da nossa frente arregalou os olhos- Agora vou comprar um violãozinho para tocar pra vocês.

–Ah não, Dolse volte aqui - tentei o chamar mas já estava conversando com o vendedor do carrinho, o menino da nossa frente correu até eles e catou o violãozinho de Êvan.

Olhei pra frente da fila e só faltavam mais cinco pessoas, a mãe da criança tentava o puxar para segunda classe mas ele estava determinado a pegar o violãozinho de Êvan.

–Vou lá

–Ah não Verônica, fique aqui isso vai dar confusão, ainda mais você... –Henrique tentou puxar meu braço meio que ignorei a formicação o encarando, minha sanidade advertia que esse não era o momento certo para socá-lo por ter me tocado, talvez em outro.

–Mas...

–Verônica, eu quero mesmo entrar nesse avião, sentar na poltrona, relaxar, não ter problemas essa viajem inteira e eu sei que se você se meter vai acabar dando problemas, então se aquieta aí nos braços de Henrique que eu vou - fez um discurso Vector marchando pra perto de Êvan e o garotinho.

–Seu irmão é um gato, tão confiante... –Kya mordeu os lábios olhando pra bunda de Vector, também olhei tendo que concordar, Vector tem a genética boa e tem mais bunda que eu.

–Nunca imaginei que Kylliana Collis antiga coroinha e Verônica Dafoe iriam olhar tão taramente para bunda de alguém... –disse Henrique passando a mão nos cabelos os jogando pro lado ficando perfeitamente bem, por que será que meu cabelo não fica assim? Se eu tentar fazer isso capaz dele virar um capuz.

–Não fique com ciúmes –falou sua prima rindo- a sua também não é de se jogar fora.

Arregalei os olhos que tentei esconder o riso, Kylliana era tão formal ao mesmo tempo tão divertida que era desconcertante.

Era a terceira vez na manhã que dizia alguma coisa constrangedora, seu jeito chamou atenção em Êvan.

Que alias, está vindo em nossa direção com o violãozinho, enquanto Vector conversava com a mãe da criança dando um pirulito - essas semanas ele não me deu pirulito, me senti ciumenta-.

–Essa criança me enervou, foda-se calmaria - Êvan jogou o violão no meu colo e se virou pra trás cruzando os braços parecendo uma criança mimada.

Vector chegou logo atrás com um sorriso zombeteiro.

–Êvan pare de frescura e se aquiete você quase jogou o menino na lagoa se não fosse eu.

Olhei para cada um deles.

Êvan, o palhaço.

Vector, o mandão.

Henrique, o idiota.

Kylliana, a anormal.

E eu... A grosseira.

Essa viagem vai dar um problemão.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

A fic não está em tempo real, então Verônica está de férias junto com Henrique Collis enquanto nós estamos estudando/trabalhando/cursando :c que sortuda!
O próximo não tem previsão mas em breve postarei.
Se comuniquem comigo leitoras fantasmas aushuahsu