A Recém-Chegada escrita por Stormborn


Capítulo 8
Peculiaridades e familiaridades


Notas iniciais do capítulo

Yep, estou aqui de novo seus lindos! Leiam as notas finais o/



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/482221/chapter/8

Pov. Nico di Angelo

O encontro dos dois irmãos foi no mínimo engraçado: ficaram se olhando por um longo tempo, até que Silena tomasse a iniciativa de contar sobre sua vida e Percy por fim fez o mesmo. O filho de Poseidon a definiu como “um projeto de Annabeth”, o que eu discordo completamente. Ela é única – a Lena, não a Annabeth. Desculpe Annabeth.

Não demorou muito para que ela fosse encaminhada para o chalé de Poseidon – apesar de ainda não ter sido reclamada, obviamente ali era seu lugar. Acabei observando tudo atentamente – escondido nas sombras, sabe como é... Vantagens de ser filho de Hades.

Fiquei imaginando por qual motivo me surpreendi pela bagagem da menina ter mais livros do que roupas ou outras coisas consideradas importantes pela sociedade em geral – ou os filhos de Afrodite, bem... Tirando a Piper.

Pobre Percy, eita livros pesados e, caso estejam se perguntando, deixei que ele levasse tudo sozinho... Se não estragasse meu disfarce, eu soltaria uma risada maléfica. Como ele não é muito ligado em coisas relacionadas como arrumação ou decoração de ambientes, ele resolveu sumir antes que sobrasse para ele.

– ...Lembre-se, maninha, sinta-se em casa – aquela é sua cama – ele apontou para uma cama de solteiro decorada com conchas – E quem sabe depois você possa ir a praia conversar com o Tyson do jeito que ensinei!

– É só ter força no pensamento, certo? – ela riu.

– Sim, isso mesmo. Eu te vejo no jantar, vou te apresentar uns amigos meus depois. – o garoto beijou-lhe a bochecha esquerda.

– Hã... Tudo bem, até depois maninho! – ela acenou.

Assim que ele fechou a porta, ela começou a se descabelar. Literalmente.

Nada vai dar certo, nada e...– ela esperneava e chutava malas menores já vazias.

– Por quê? – perguntei

Droga, lá se foi meu disfarce.

AAAAAAAAHHHHHHHHH! – ela gritou.

AAAAAAAAHHHHHHHH! ESPERA, ESPERA É O NICO! – tentei acalmá-la.

–Você ainda parece uma menina gritando! Não faça isso nunca mais.

–Tá bom... O quê? Ah, sim eu sou um garoto que parece uma menina que fez você dançar a dancinha da vitória! – dei de ombros.

– Não precisa jogar na cara! – ela falou com desdém.

– Para com isso Bianca, eu... – Ah, não... Bianca.

– Quem é Bianca? – perguntou Silena, os olhos curiosos.

– Ela é... – minha voz falhou.

– Ela é sua namorada? – ela pronunciou a última coisa como se fosse algo horrível.

– Ela não é ninguém! Ninguém, entendeu? - me aproximei do seu rosto fuzilando seus olhos verdes com raiva. – Nunca mais diga esse nome. Nunca.

– Desculpe... Eu não... – ela murmurou baixo.

– Que se dane! – esbravejei.

Bati a porta com força ao sair e meus olhos ardiam por conta de lágrimas que eu tentava segurar.

Ninguém entende como é, nem mesmo ela.

Trombei com o Valdez na porta do chalé. Que maravilha.

– Sai da frente, labareda ambulante!

– O que é, tá nervosinho? Não fala nesse tom comigo não! Não sei se percebeu mas eu não sou a Deméter! A Silena está no chalé dela? – ela falou num tom levado.

– O que você quer com ela? – minha carranca estava evidente

– Ordens do Quíron, passeio pelo Arsenal, as Forjas... Um passeio cof cof romântico cof cof pelas Forjas! – ele pegou um pouco de graxa no bolso do cinto de ferramentas e passou no cabelo.

– Fique a vontade, idiota. Sejam felizes você e a miss simpatia. Ah, faça o favor de entregar isso para ela... – estendi a carta da mãe dela e uma foto das duas (que eu havia pegado emprestado).

– A carta tudo bem, mas a foto... Eu preciso disso mais do que ela... Hehe. – ele colocou a foto no bolso do cinto enquanto assobiava.

– Tanto faz! – sai correndo desta vez, antes de cogitar a hipótese de matá-lo.

– Parece que alguém precisa de uma caixa de cereal com brinquedos para ficar feliz! – ouvi ele berrar ou longe, com ar sarcástico.

Por Hades, eu vou me vingar.

Pov. Silena Callegari

O que deu nele? Foi só uma pergunta... Eu achei que ele fosse diferente! Burra, burra! Ouvi batidas na porta. Estou tão depressiva que nem sequer fiz questão de esconder que estive chorando.

– O que você quer? Eu... Leo!?

– Oi para você também, gracinha! – piscou – Espera... Que cara é essa? É culpa do projeto de zumbi, certo? – ele fez uma careta.

– Em partes... – respondi – Você ainda não me disse o que quer...

– Bem, eu vou levá-la num passeio ao maravilhoso Mundo do Leo... As Forja e o Arsenal, antes que me pergunte foram ordens do chefe! E, é claro, como eu sou o Leo... Eu vou te fazer sentir melhor!

Ele estendeu o braço. O que mais poderia dar errado?

Enquanto íamos até as Forjas, ele me contava de seus feitos heróicos construindo o Argo II numa missão contra Gaia.

Quando passamos das Forjas, eu comecei a me preocupar.

– E as Forjas, garoto?

– O Bunker 9 é muito melhor que as Forjas... – Você vai adorar! E tem o Festus também! Desde que Hefesto o consertou, ele protege o Bunker.

– Quem é Festus, Leo?

– É uma surpresa... – ele pegou minha mão quando entramos numa floresta e sumimos de vista.

Logo, estávamos na frente de uma espécie de colina. Leo produziu fogo com as mãos e tocou nas rochas, fazendo a entrada do Bunker se revelar.

–Desde quando? – arregalei os olhos

– Desde sempre... Certos filhos de Hefesto produzem, controlam e são imunes ao fogo! Legal, né? – ele exibiu um sorrisinho carente.

– É... – ergui as sobrancelhas.

Ele rapidamente me puxou para uma mesa de trabalho onde haviam protótipos e esferas... Pelo que parecia, eram manuscritos do próprio Arquimedes! Não preciso dizer que fiquei fascinada com e ele se sentindo com a bola toda, explicando cálculos e coisas de engenharia como se fosse coisa de criança. E ele era engraçado, era bom estar com ele.

– Buford, traz um café para a moça que vamos demorar aqui! – pediu ele.

Na mesma hora, uma mesa ganhou vida e saiu voando em direção ao Acampamento. Não demorou a me trazer café.

– Obrigada, Buford... Aliás, Leo, como você sabe que eu gosto de café? – perguntei.

– Eu não sei explicar, mas algo me dizia que você gostava de café... É uma conexão! – ele exclamou contente.

– Hã... – eu tirei os cabelos do ombro, porque estava ficando quente.

– Espera, para! – ele ordenou.

– O que foi?

– Seu colar... Não é normal. É grego, bronze celestial... Se eu tocasse poderia... – ele encostou o dedo indicador no colar em formato de tridente e pousei os dedos sobre ele tentando descobrir o que tinha de anormal.

De súbito, eu estava em outro lugar.

Era uma oficina que eu nunca tinha visto na vida, cheia de ferramentas em prateleiras de madeira, mas tinham duas crianças brincando em meio ao chão... Estavam desenhando, eram um menino e uma menina.

Só quando a imagem ficou mais nítida pude perceber... Eu era e menina e Leo era o menino.

Uma caixa de giz de cera estava próxima de nós e parecíamos felizes.

– Olha, Lena! Eu desenhei você!

– E eu te desenhei Leo! Promete que nunca vai esquecer de mim?

– Prometo!- ele disse, rindo.

– Jure, é importante! – cruzei os braços, dando de ombros. – Que tal pelo Rio Estige? Mamãe diz que os gregos achavam esse Rio bem importante!

– Tá bom, mas só se você jurar comigo! – propôs ele.

– Certo, juntos no três! Um, dois, três!

– Juro pelo Rio Estige! – falamos em uníssono.

Ouviu-se um raio no céu. Mas não nos importamos e continuamos a desenhar. A imagem sumiu e voltamos ao Bunker.

– Você viu o que eu vi? – falamos juntos.

Ambos assentiram.

Pela minha sorte atual... Lá vem encrenca.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado, disse outras vezes e direi de novo: adoro vocês, leitores lindos! Sou movida a review, então se odiou, gostou ou detestou... Enfim, se leu, me manda uma review. Até a próxima e obrigada por terem lido e, também, pelos novos acompanhamentos, novos favoritamentos - essa palavra existe? o-o - e comentários...

Beijos,

Jheny.