O garoto da Casa ao lado escrita por MihChan


Capítulo 25
Mao se declara e... Tomoya ganha uma chance?


Notas iniciais do capítulo

~Yo :3 Gente, olha que horas a anta aqui -eu- vem postar o capítulo? Eu sou uma inútil! Eu sei! ~mimimi~ Pra quem não percebeu ainda, daqui pra frente essa fic vi ter muito mimimi, então espero que todos vocês gostem de drama hue u-u Se não gostarem... GOMEN NASAI!



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Sakura PVO on

Estou muito preocupada com o Yue. Fazem dois dias desde o ocorrido, e ele não apareceu na escola. Me sinto culpada pelo que aconteceu... A culpa foi minha... Não é?

Hiromi PVO on

Eu cheguei na escola atrasada, como sempre nos últimas semanas. Agora mais do que tudo, eu evito Haru e ele me evita. Na verdade eu não sei o que acontece... Tudo bem depois de tudo que aconteceu, mas agora ele está mais estranho... Parece que eu fiz alguma coisa que ele não gostou. Quando eu o vejo ele me manda um olhar penetrante que me deixa até com medo.

– Yo! – vi Tomoya parado em frente o portão de entrada. Estava escorado na parede com as mãos nos bolsos e com a mochila no ombro. Sorriu.

– Hã... Está tudo bem? – sorri um pouco confusa.

– Eu precisava te ver o quanto antes! – abriu um sorriso largo. Corei. – Não fique tão encabulada... – ele mexeu na franja desviando o olhar envergonhado – Isso me faz sentir um pervertido! – dei risada.

– Isso você é! – inclinei a cabeça para o lado.

O sinal soou anunciando a primeira aula. É mesmo! Eu estou atrasada!

– Bai bai! – gritei acenando e saí correndo.

Como a sala dele não é para o mesmo lado da minha, ele seguiu na direção oposta. Depois daquela estranha declaração, eu pude conhecer mais o Tomoya. Ele é um pouco fechado, mas é uma pessoa maravilhosa... E consegue ser fofo quando quer. Corei um pouco com o pensamento. Passamos bastante tempo juntos. Na verdade, ele parece me procurar o tempo todo. Haru? Ele parece não se importar, mas Otani me contou que ele fica muito bravo. Aquele idiota!

Arrastei a porta da sala ofegante. Tive sorte de o professor não estar na sala ainda. Me dirigi ao meu lugar encarando meus pés.

– Eh? – olhei para a carteira atrás da minha. Estava fazia.

– Haru não veio hoje. – Natsume respondeu sem ao menos eu perguntar alguma coisa. A encarei e continuei calada.

Me sentei em minha carteira assim que Ryo-sensei entrou na sala. Ele começou a passar matéria. Fitei de canto a Sakura. Ela tinha conseguido falar o que realmente sentia, mas estava mal por Yue. Ele também anda faltando as aulas e Mao leva suas anotações à ele. A mesma fez questão de ajudar seu “chefe”, como ela o chamou por ele ser o presidente do conselho estudantil. A aula passou bem rápido, talvez porque eu não prestei atenção.

– Minna-san, - Yano-sensei apareceu na porta - todos para o vestiário! Vistam suas roupas de banho. Faremos uma coisa diferente hoje. – ele sorriu animado.

O verão está chegando... Já não está tão frio e parece que já começaremos as aulas de natação. E só pra constar, não é exatamente como nos animes e nos mangás. As aulas são separadas, (Tipo, os garotos das garotas) e eu agradeço muito por isso!

Me troquei no vestiário e fui a última a sair.

Consciência: Pessoa lerda é assim mesmo...

Veio me atormentar já, sua enxerida?

– Eto... Por que estamos todo juntos? – disse me escondendo atrás da Natsume envergonhada.

– O sensei disse que essa aula será tipo um laser, então poderemos todos nos divertir juntos! – Yumi respondeu alegre.

– Eu não quero! – choraminguei.

– Vamos logo! – Natsume berrou e logo depois apitou bem no meu ouvido me assustando – Eu estou responsável por essa bagaça! Garotas contra garotos no vôlei! – apitou novamente e todos correram para a piscina.

– Você é assustadora, Nat-chan! – falei com as mãos nos ouvidos e algumas lágrimas nos olhos por causa do susto e a dor aguda.

– Rápido! – ela apitou novamente eu corri para a água.

–--H---

– Uh... – suspirei sentada no banco do vestiário. Já tinha trocado de roupa e terminava de secar meu cabelo. Como sempre... a última. Mas estávamos no intervalo de aula ainda.

– Hiromi? – ouvi alguém e me virei procurando o autor da voz.

– Otani-kun? – arregalei os olhos – Seu hentai! – apontei o dedo indicador um pouco assustada.

– Calma! – ele balançou as mãos no ar. – Eu vim colocar um pouco de juízo na sua cabeça. – se sentou ao meu lado.

– Sabe que não deveria estar aqui né? – perguntei séria e ele acenou sorrindo – Como assim? - falei me referindo ao "colocar juízo" de a pouco.

– Você e o Haru precisam voltar! – ele fez bico.

– Otani-kun... – comecei suspirando – Foi ele que terminou comigo. Eu tentei me aproximar e ele se distanciou. Ele anda estranho. Achei que estávamos progredindo pelo simples “oi” que tivemos normalmente. Mas do nada ele começou a me ignorar totalmente e a fingir que eu não existo. E ele ri alto quando eu o vejo... Talvez isso seja um aviso de que ele está bem sem mim. – minha garganta está doendo. Acabei falando tudo que estou sentindo –bem resumido-.

– Ele acha que você e o Tomoya estão tentando alguma coisa juntos. – o ruivo disse encarando os pés e eu arregalei os olhos.

– Mas... Por que?

– Ele viu alguma coisa como uma declaração... – ele completou. Levei as mãos a boca surpresa.

– Era... por isso que naquele dia, ele estava por perto e disse que entendia... – murmurei para mim mesma.

– Eh? – Otani pareceu não entender – De qualquer forma... Ele quis se afastar e tentar mostrar pra você que ele está bem. Que está tudo bem com ele, e que você não precisa ficar com pena e não seguir em frente. – ele me encarou.

– Eu...

– Ele está mal, Hiromi-chan. – me interrompeu – Por favor, vá vê-lo hoje. Você tem como desculpa, que está apenas levando as anotações de hoje. – ele piscou e sorriu.

– OTANI! – ouvimos uma voz monstruosa antes que eu pudesse dizer qualquer coisa. O ruivo saiu correndo e desesperado.

Fiquei o intervalo inteiro nas arquibancadas do ginásio, rabiscando em meu caderno e pensando no que o Otani disse.

– Talvez eu deva ir vê-lo? – sussurrei.

Desci alguns degraus e fui para a sala buscar meu obentô.

Mao PVO on

Procurei a Sakura por todo lado e não a encontrei. Pensei em procurá-la no clube de música. Ele já tinha sido desfeito a muito tempo, mas haviam muitos instrumentos por lá e eu já tinha a visto por lá árias vezes.

Arrastei a porta e encontrei a garota de cabelos rosa. Ela sorriu gentilmente ao me ver e continuou mexendo em uma velha flauta.

– Você gosta de música? – perguntei me aproximando.

Droga Mao! Vá direto ao ponto! Se você ficar enrolando, não vai ter coragem de dizer o que veio fazer aqui.

– Hai! – ela respondeu sorrindo e seu sorriso logo se desfez.

– Sa-chan... Eu... – ela me encarou e eu travei.

AHHHH! Reuni tanta coragem para vir aqui e não vou conseguir falar? Se eu não disser, não conseguirei me perdoar nunca mais!

– Pode falar, Mao-chan! – ela me encarou como se já soubesse porque de eu estar ali.

– Eu... Eu vou conquistá-lo! Gomen. – falei de uma vez, abaixando a cabeça e fechando os olhos com força.

– Você é uma boa amiga, Mao-chan! – senti sua mão acariciar meus cabelos.

– Você não está zangada? – levantei meu rosto e a encarei.

Ela fez uma longa pausa. Parecia estar procurando a resposta certa. Por fim ela me encarou e sorriu.

– Yue-kun é uma ótima pessoa. Eu escolhi o Eriol, mas isso não quer dizer que eu queira que o Yue-kun fique triste por isso. Eu quero que ele siga em frente!

– Você acha que eu consigo? – perguntei insegura.

– Eu já havia percebido que você sentia alguma coisa por ele à muito tempo. Pensei que nós não nos daríamos muito bem por ele gostar de mim. E mesmo assim, você não levou isso em consideração! – ela sorriu novamente.

– É um pouco difícil... – sorri sem graça – Eu sentia inveja de você... Por ser o modelo de garota perfeita. Eu sabia que até você dar uma resposta definitiva a Yue, ele nunca olharia pra mim. – desviei o olhar.

– Não diga isso! – ela inflou as bochechas irritada – Você é uma garota maravilhosa! Você é forte, inteligente, um pouco tímida e muito bonita! Se você não se acha o modelo de garota perfeita, não devia achar isso de mim. – ela soprou a flauta e se assustou um pouco com o barulho. Ri.

– Você é bem sincera. – sorri e ela devolveu o sorriso.

– Cuide bem dele! – ela sorriu radiante.

– Pode deixar! – sorri e saí da sala correndo.

Suspirei pesadamente. Consegui! Yue-kun, espero que me aceite!

Sakura PVO on

– Wah! A Mao-chan é uma garota brilhante! – limpei a poeira de um antigo violino.

Fico feliz por ela ter tomado a iniciativa. Espero que dê tudo certo. É certo se aproveitar de um momento frágil de uma pessoa para se aproximar? Eu não sei, mas a odiaria se deixasse seus sentimentos em segredo.

– Dê tudo de si! - sussurrei sorrindo.

Guardei as coisas em seus devidos lugares saí da sala. Fui em direção a classe, o sinal logo bateria e terminaria nosso intervalo. Entrei na sala e vi Hiromi sentada em sua carteira, mexendo em seu celular, apoiando o queixo com uma das mãos e um olhar pensativo.

– Mi-chan? – ela me encarou surpresa – Estou atrapalhando?

– Eh... Não. – ela sorriu.

– Está tudo bem? – perguntei me sentando na cadeira a frente que estava fazia. Ela sorriu forçadamente.

– Eu estou confusa! Uns falam uma coisa, uns falam o oposto e eu fico no meio disso tudo sem saber o que fazer! – ela bufou e eu a olhei sem entender – Oh, gomen ne. – ela suspirou e abaixou a cabeça.

– Quer conversar sobre isso? – perguntei – Sei que não sou a melhor pessoa relacionada a sentimentos, mas eu estou preocupada com você e disposta a ajudar! – sorri e ela retribuiu, logo desabando em lágrimas.

Provavelmente, ela estava segurando a muito tempo...

Hiromi PVO on

Expliquei tudo a Sa-chan. De certa forma, ela me passava confiança e eu senti que deveria contar tudo a ela.

– Tomoya-kun? – ela perguntou surpresa.

– Hum. – acenei que sim.

– Eu desconfiava... – ela sorriu – Os irmãos provavelmente tem o mesmo gosto por garotas.

E ainda tem mais isso... Até pouco tempo eu não sabia de toda essa história. Maya me contou num trabalho em grupo. Foi um choque. Talvez seja por isso que eu me sinto tão bem perto do Tomoya. Ele me lembra muito o Haru... Por isso eu acho que não conseguiria alguma coisa com o Tomoya-kun... Por ele me trazer tantas lembranças do Haru.

– Siga seu coração! – sorriu novamente.

“Siga seu coração!” “Siga seu coração!” “Siga seu coração!” Isso ficou rondando a minha cabeça até o final da última aula.

Mao PVO on

O sinal tocou e eu arrumei minhas coisas o mais rápido que pude. Sai correndo até a porta, mas parei bruscamente, voltei correndo e abracei a Sa-chan. Ela corou um pouco e retribuiu o abraço.

– Arigatou, Sa-chan! – murmurei encolhendo os ombros e sorri.

– Ganbatte ne, Mao-chan! – ela serrou os punhos e sorriu.

Me despedi da outras garotas e segui com meu planejamento. A casa de Yue era um pouco longe da minha, e da escola também. Eu teria que pegar condução. Fui até o ponto de ônibus e não demorou muito até que um passasse. Fui ensaiando o caminho todo, e juntando coragem para falar a ele.

– Talvez não seja uma boa ideia... ele acabou de ser rejeitado pela garota que gostava... Talvez isso prejudiquei... - murmurei um pouco.

Eu desci num ponto próximo a casa de Yue e segui até a mesma. Juntei coragem para bater na porta, mas puxei a mão de volta. Todas as vezes que eu fui ali, nunca tinha sentido essa insegurança.

– Mao-nee? – a porta se abriu.

– Kyah! – me assustei e me agachei no chão me encolhendo.

– Daijoubu? – Sayuri-chan perguntou ainda segurando a maçaneta da porta.

– Eto... Gomen nasai. – me levantei – Seu onii-san está? – perguntei sorrindo para pequena menina.

– Hai! – ela disse animada – Onii-san, sua namorada está aqui! – ela me puxou pra dentro e saiu me arrastando até o quarto de Yue.

Abriu a porta sem ao menos bater. Escondi o rosto com as mãos.

– Suzuki? – ele pareceu surpreso.

– *cora*

– Onii-san, você é um pervertido! Coloque uma camisa! – Sayuri disse e ele percebeu que estava sem.

Ele ficou em seu quarto para pôr uma roupa e eu voltei para sala com sua irmã mais nova. Ela ficou me encarando e logo depois começou a mexer no meu cabelo, como sempre fazia.

– Eh... Desculpe pela demora, Suzuki. – Yue disse aparecendo um pouco envergonhado.

– Pelo última vez... Me chame de Mao. – sorri.

– O que te trouxe aqui... Mao? – ele perguntou e eu corei muito.

– Mao-chan! – Sayuri me repreendeu – Você estava pensando em fazer coisas pervertidas com meu onii-san? – corei mais ainda e Yue também.

– Não é nada disso, sua monstrinha! – Yue disse – E não insista nesse papo de a Mao ser minha namorada. Você sabe que não temos esse tipo de relação! – ele a repreendeu parecendo irritado.

Fiquei desapontada. Talvez ele não sinta mesmo nada por mim. Eu acho que não devo dar o primeiro passo agora.

– Fique sabendo, que se não for a Mao-nee, eu não aceito nenhuma outra garota como cunhada! - ela empinou o nariz e saiu da sala pisando duro. segurei a risada.

– Então... – ele disse e eu sorri e mostrei o caderno.

Sayuri-chan, foi para casa de uma amiga e eu e Yue ficamos sozinhos na sala. Estávamos usando a mesa de centro para estudarmos.

– Seus pais...? – puxei assunto.

– Estão em uma viagem em Nagasaki. – respondeu.

Ficamos em silencio. E ele começou a parecer contrariado enquanto folheava o caderno.

– Mao... Mas não tem quase nenhuma anotação... – ele disse folheando mais o caderno.

Apertei a minha saia. Suspirei e o encarei.

– Yue-kun, eu gosto de você! – falei sem o encarar. Não obtive resposta.

Levantei meu olhar vacilante. Ele me encarava um pouco corado.

– Mao, eu...

– Apenas aceite meus sentimentos... – desviei o olhar.

– Arigatou! – voltei meu olhar pra ele e o mesmo sorria.

– Eu sei que você gosta da Sa-chan e eu entendo seus sentimentos, mas por favor, não fique desse jeito. Isso me deixa mau, baka! – ralhei e ele riu.

– Nós... podemos tentar... – acariciou o topo da minha cabeça.

– O que? – o encarei.

– Eu já fui rejeitado, agora eu posso te ver de um jeito diferente. – sorriu gentilmente. Me irritei.

– Não brinque comigo! – alterei um pouco o tom de voz – Não pense em me usar para esquecer... – ele colocou o dedo indicador nos meus lábios.

– Eu não disse para irmos pra cama agora ou algo do tipo! – falou um pouco irritado e eu corei – Eu disse para nos aproximarmos apenas. – sorriu gentilmente de novo, mas tinha uma pontada de irritação.

– Como queira... – falei um pouco corada.

Talvez esse seja o princípio de alguma coisa...

Hiromi PVO on

Fiquei até um pouco mais tarde na escola pensando se deveria ou não ir até a casa de Haru. Como se fosse longe da minha né... Estava na biblioteca com a Yumi, estudando para a prova final de português.

– Mi-chan? – ela fez cara de cachorrinho que caiu da mudança. Ri – Você se importaria se eu fosse agora? – ela apontou para a saída – Combinei de encontrar meu darling, porque ele já vai voltar pra casa semana que vem. – falou chorosa. Lembrei do garoto que conhecemos no festival. Matsui Aoki. Ele apareceu numa hora inusitada. segundo ele, teve uns dias de férias da escola e resolveu fazer uma surpresa para a namorada.

– Hai, hai. – falei fingindo não dar importância. Ela riu e deu seu famoso abraço "like lutador de sumô".

Depois que ela saiu, eu fechei o livro e fiquei encarando o nada. Enfiei meu rosto nas mãos e suspirei derrotada por não saber o que fazer. Levantei decidida. Estava trocando o sapato para então ir embora.

– Hiromi...? – ouvi alguém me chamar.

Fechei meu armário e encarei um loiro que me encarava.

– Yo Tomoya-kun. – sorri um pouco.

– O que foi? – ele perguntou notando meu nervosismo.

Fiz uma longa pausa. Devo contar a ele?

– Eu acho que vou ver o Haru... – falei sem encará-lo.

– Você estará livre mais tarde? – ele perguntou parecendo ignorar o que eu disse a pouco.

– Mas eu acabei de falar que... – ele me interrompeu.

– Eu queria passar um pouco mais de tempo com você. – dessa vez ele não desviou o olhar. Me encarou como se não quisesse que eu fosse ver o Haru.

– Eto... – sorri sem graça. Ele me estendeu um pedaço de papel.

– Se mudar de ideia, me ligue. Eu vou estar esperando. – sorriu, acenou e foi andando na direção da saída.

Encarei o papel por alguns instantes e o guardei na minha mochila. Rumei para casa. Para casa de Haru.

Fui o caminho todo pensando no que conversar com o Haru. Depois que ele viu a declaração de Tomoya, acho que nossa relação ficou mais difícil. Eu queria falar pra ele tudo que estou sentindo, mas tudo que ele faz é complicar mais e mais as coisas...

Cheguei a frente da casa e encarei por alguns minutos tomando coragem para bater na porta. Haru que abriu. Estava com uma roupa casual. Parecia meio sonolento. Ele deixou a porta aberta e caminhou até o sofá se deitando de uma forma que não podia me encarar.

– Hã? Estou incomodando? – perguntei sem graça ainda de pé em frente a porta.

– ...Na verdade está! – ele respondeu seco. Me surpreendi um pouco com aquelas palavras, mas o que eu poderia esperar dele? Ele estava sendo frio ultimamente.

– Hã... Gomen... – tirei os sapatos e entrei sem permissão – Mas eu vim te trazer minhas anotações... – me abaixei ao lado do sofá. Haru estava de costas - Você sabe, as provas finais estão chegando e... – ele virou bruscamente e nossos rostos ficaram muito perto. Ele tinha uma expressão de assustado igualmente a mim. Provavelmente não tinha percebido que eu estava ali.

Pegou de forma indelicada o pequeno caderno das minhas mãos e se sentou desviando o olhar para o caderno.

– Que letra feia! Você nem parece uma garota! – ele disse. Meu rosto ficou quente.

– Hã?! Eu venho trazer as anotações pra você e é assim que você me agradece? – perguntei indignada ficando de pé.

– Eu não te pedi nada. – ele me encarou sem expressão.

– ... – me sentei ao lado dele no sofá de cara feia. Tecnicamente ele não tinha pedido nada, mas eu moro ao lado dele, o que custava eu trazer?

Ele fechou o caderno e o colocou na pequena mesinha de centro e me encarou.

– Você não vai ir embora?

– Está me expulsando? – falei sorrindo debochadamente.

– Bom... Você veio trazer suas anotações... Já o fez. – disse.

– ... – suspirei pesadamente encarando minhas mãos sobre os joelhos – Você anda muito difícil de lidar, sabia? – virei meu rosto para encará-lo. Ele estava muito perto. Me assustei um pouco e ele riu da minha reação.

– Por que... Você só não me deixa em paz? – ele disse quase e um sussurro encarando o chão.

– ! – o olhei um pouco sem graça - Como a-assim?

Autora PVO on

– Você está com o Tomoya, não está? – Haru falou no mesmo tom de voz.

– N-Não... Eu não e-estou... – tentou explicar a menina dos cabelos pretos. Ele riu como se estivesse zombando da mesma.

– Pare de mentir! – a olhou com um sorriso sarcástico. Embora ele quisesse que aquilo dito por ela fosse verdade.

Tudo que ele dissera até agora, foi somente para fazê-la querer de afastar dele.

– Baka! – a garota se levantou do sofá bruscamente e deferiu um tapa no rosto do rapaz. Ele levou a mão até o rosto e sorriu como se tivesse conseguido o que queria. Isso a deixou mais nervosa – O que você acha que está fazendo? Você adquiriu alguma personalidade extra agora? – ele viu algumas lágrimas escorrerem pelo rosto dela. Ele se odiaria por isso mais tarde...

Ela não esperou resposta, apenas pegou sua bolça e saiu daquele lugar o mais rápido que pode deixando a porta aberta. Ele caminhou até a porta a fechando com toda sua força, logo depois dando um forte soco na mesma e alguns chutes.

– Não desconte na porta o tamanho da sua burrice! – sua mãe apareceu emburrada e meio chorosa acariciando um gato amarelo nos braços.

– É o melhor a ser feito... – ele sorriu sentindo seus olhos lacrimejarem.

Depois de tudo que aconteceu, insistir naquele romance só os machucaria. Ele poderia estar sendo egoísta agora, por defender isso que só ele acredita, mas num futuro próximo talvez todos o entenderia.

Hiromi entrou em seu quarto se desmanchando em lágrimas, enquanto seus avós batiam na porta desesperados. Ela não contara nada a eles. Não queria os preocupar com coisas tão bobas, segundo ela.

– Querida, o que está acontecendo? – Aika pronunciou do outro lado da porta parecendo preocupada.

– Quem foi o idiota que te fez chorar? Vou castrá-lo agora! – Shin disse parecendo nervoso.

Em outro situação ela daria risada disso, mas no instante ela só queria chorar e talvez até castrar o idiota que a fez chorar...

– Por favor... Só me deixem sozinha um pouco. – ela disse tentando parecer o mais convincente possível e deu certo... Ela ouviu os passos se distanciando e alguns murmúrios inaudíveis.

"Siga seu coração!" - Ela ouviu a voz da amiga e se lembrou do que a mesma disse.

– Seguir o coração...? - sussurrou.

Ela se sentou na cama refletindo um pouco, então se levantou e se dirigiu a sua mochila pegando um pedaço de papel meio amaçado, enxugando as lágrimas e discando em seu celular o número que nele estava.

– Alô? Hiromi? – ela ouviu um certo loiro do outro lado da linha.

– Eu... estou livre...


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Notas finais do capítulo

Gente, por algum motivo desconhecido, o Nyah! está cortando minhas notas ;~; Então eu vou agradecer aqui, as pessoinhas que comentaram o capítulo anterior e as duas pessoas lindas que favoritaram: One of a kind (Ela é kpopper! *W* ~morri~) e Miss diva (Linda :3) ~Ja ne



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