O garoto da Casa ao lado escrita por MihChan


Capítulo 24
Os verdadeiros sentimentos de Maya, a declaração de Tomoya e a decisão de Sakura.


Notas iniciais do capítulo

~Yo :3 Eu não demorei muito né? Graças a RayRay-chan, a história será um pouco prolongada XD Ela pediu para Hiromi passar mais tempo com o Tomoya e tal... Okay! Agradeço as minhas lindas que comentaram o capítulo anterior



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– Espere... – eu ia sair do vestiário quando ouvi Maya, parei e olhei novamente para a loira, que continuava sentada no chão e com o olhar baixo.

– O que quer? – peruntei.

– Gomen ne... – ela soluçou um pouco.

– Eh? – franzi o cenho.

– Eu fui uma completa idiota! Fui um tipo de vilã, que conseguiu destruir a vida dos mocinhos.

– O que está falando? – arregalei os olhos. – Isso é algum tipo de piada? – sorri de canto.

– Eu pensei que se te afastasse do Haru, conseguiria ele pra mim. Eu... estava errada. – sorriu ainda sem me encarar – Só ganhei um enorme peso, por ter destruído a felicidade de quem não merecia. Do garoto que eu eu dizia amar tanto... – voltou a chorar.

– Não vou cair nesse truque, Maya... – ela me interrompeu.

– Não é nenhum truque! – me encarou – Já faz um mês que tudo aconteceu... Eu percebi o tamanho da burrada que eu fiz...

Estava surpresa com tudo que ela dizia. Parecia sincera. Seria mesmo... que ela tinha se arrependido?

– Achei que te provocando agora, conseguiria que você voltasse para ele. Que se esforçasse para tê-lo de volta... – abaixou o olhar - Eu mereci todos esses tapas... – sorriu de novo – Eu merecia muito mais realmente. – levantou o olhar e me encarou novamente – Não peço que me perdoe, mas quero que saiba que eu estou arrependida de verdade.

Ela levantou e passou por mim. Provavelmente foi para a enfermaria. Como eu estava usando um anel, tinha arranhado bastante seu rosto e sua boca sangrava. Me sentei no banco novamente.

Ela... se arrependeu. Me sinto um pouco mal agora... Se arrependeu um pouco tarde, não? Eu acho meio improvável voltarmos a essa altura. Tudo que eu mais queria era que isso nunca tivesse acontecido. Que desde o começo, nunca tivéssemos passado da amizade. Nada disso teria acontecido. E eu já não aguento mais esse dilema na minha cabeça “isso nunca teria acontecido”. Eu vou acabar pirando!

Saí do vestiário um pouco atordoada. Tem tanta coisa acontecendo de repente. Fui até o jardim da frente, e me sentei em um banco de pedra.

Tomoya PVO on

Estava passeando pela escola como sempre, e vi Maya entrar na enfermaria um pouco machucada. Ela é uma peste, mas eu me preocupo com ela... apesar de não parecer. Entrei na sala e a vi sentada em uma das camas, lavando uns ferimentos no rosto com álcool e soltando alguns gemidos de dor.

– O que quer seu idiota? – sempre gentil...

– O que aconteceu? – perguntei sem encará-la.

– Hiromi... – disse.

Arregalei os olhos e a encarei. A Hiromi fez aquilo com ela? Aquela baixinha que parece ser tão frágil? Ela estava realmente brava assim?

–... – Maya soltou uma risada – Por que está tão assustado? Eu disse que a provocaria. – colocou alguns curativos nos arranhões.

– Não achei que ela faria isso. – suspirei.

– Eu queria que ela fizesse isso! – ela levantou com um pulo – Não vai me livrar da angústia de tudo que os fiz passar, mas já me sinto bem melhor. – ela sorriu.

– Baka! – revirei os olhos e ela riu.

– E você? – ela inclinou a cabeça para o lado. Senti vontade de rir, mas me segurei.

– Eu o que? – me fiz de desentendido.

– Sei que estava sentindo coisas pela Hiromi... Pode ser sua chance. – ela deu de ombros por fim.

– Claro que não! – gargalhei.

– Pare de ser fingido! – ela fez bico – A mim, você não engana! – cruzou os braços e me encarou como se esperasse uma resposta.

– Eu... Já desisti. – ela abriu a boca em um “o” surpresa.

– Antes mesmo de se declarar?

– Eu percebi que eles foram feitos um para o outro, só resta largarem de serem bestas e voltarem.

Sorri e Maya me olhou mais surpresa ainda. Até eu me surpreendi. Era muito difícil eu sorrir, por fim Maya também sorriu.

Sai da enfermaria e fui tomar um pouco de ar. Vi Hiromi sentada em um dos bancos, um pouco distraída. Me aproximei e me sentei ao seu lado sem dizer uma única palavra. Ela me percebeu, mas também não disse nada.

– Vi a Maya. – falei encarando nada em especial.

– Hm. – ela parou de ler alguma coisa em seu celular por uns instantes.

– Vocês realmente não vão voltar? – dessa vez a encarei.

– Provavelmente. – ela sorriu forçadamente.

– Você está bem? – perguntei.

– Se disser que estou, com isso tudo acontecendo, estarei mentindo. – ela fechou o celular e encarou o nada.

O sinal anunciando o final da primeira aula tocou. Hiromi se despediu acenando e eu continuei sentado ali. Apesar de eu querer me convencer que não sinto nada por ela... antes de desistir realmente, preciso fazer uma coisa!

Sakura PVO on

Queria tanto poder ajudar a Mi-chan. Tudo que ela está passando é tão confuso pra mim. Natsume diz que devemos ficar ao lado dela e apoia-la; Yumi diz que ela precisa de um banho de loja, para melhorar o astral; Mao diz que ela precisa é parar de “mimimi”, e voltar logo para o Haru; já eu, não faço ideia do que fazer ou dizer a ela.

As coisas não são tão simples assim, e todas nós sabemos. Mas só queremos que ela volte a ser a garota sorridente e um pouco lerda, que ela sempre foi.

Entrei na sala e me dirigi ao meu lugar. Vi meus dois problemas entrarem um pouco depois. Abaixei a cabeça frustrada e envergonhada. Até agora, eu não dirigi uma palavra se quer a eles. Não tenho coragem nem de encará-los. Eles se aproximam, e eu me afasto. Acho que eu tenho medo... Medo de magoá-los.Tenho que resolver isso o mais rápido possível.

Haru PVO on

Intervalo:

Eu e a Hiromi quase nem nos falamos. Ela me evita o máximo possível e eu a entendo. Depois de tudo isso, é meio difícil agir normalmente. A Maya também não anda mais como era antes. Quando me vê, apenas sorri um pouco sem graça. Eu não a desprezo nem nada... A culpa foi minha, e não dela.

– Oe! Cara! Haru! – fui tirado de meus devaneios por Otani. Ele parecia irritado.

– O que foi? – falei desviando o olhar irritado também.

Ele só anda me dizendo que eu fui um idiota. Que entreguei a Hiromi para o Tomoya. Que ela gosta de mim, e que só estou fazendo ela sofrer mais ainda... e blá-blá-blá. A mesma coisa que todo mundo fala.

– Você vai ficar aí no mundo da lua, ou vai agir? Baaaaka! – me mostrou a língua.

– Cara... – comecei.

“Eu só sei fazê-la sofrer. Ela não vai ficar bem comigo. Eu sou um idiota! Blá-blá-blá, mimimi” – o ruivo fez uma péssima imitação de mim e eu ri um pouco. – Todo mundo já sabe que você é um idiota, mas ela gosta de você como você é. – ele olhou para algum lugar e eu segui seu olhar parando na Hiromi e suas amigas. Nossos olhares se encontraram e ela desviou rapidamente.

–... Não acho que... – fui interrompido novamente.

– Cala a boca e faz alguma coisa logo! – ele ralhou.

Hiromi PVO on

Eu não consigo me concentrar em nada e para meu azar, as provas estão chegando... Se eu ficar de recuperação, estudarei o verão inteiro e digamos que eu não quero.

– Argh! – protestei. – Por que ninguém me avisou que teríamos teste de matemática? – perguntei baixinho para Natsume, que me encarou assustadora me fazendo me encolher um pouco.

– Nós te avisamos! Mas você anda mais alienada que tudo! – ela sussurrou irritada, voltando sua atenção para a folha a frente.

– Asumi-san e Shimisu-san, parem de conversar ou serei obrigada a tirar o teste de vocês. – Koharu-sensei disse gentilmente.

– Gomen nasai. – falamos juntas.

–--H---

– Wah! – Yumi exclamou feliz da vida – Eu acho que fui muito bem! – sorriu – E vocês?

– Eu... possivelmente... – Sakura sorriu, e Natsume só mostrou seu polegar num sinal de positivo e sorriu também. Me encararam.

– Hum... – olhei para cima, procurando o que falar – Digamos que, eu não quero ver o resultado desse teste. – ri sem graça e elas deram risada.

Todas as aulas passaram depressa, e tudo que eu queria era ir pra casa.

Mas por alguma razão, eu tive que ficar para uma reunião do conselho com a Mao. E não faço ideia do motivo, só me disseram: "Nós vamos na frente. Fique para ajudar a Mao, onegai!"

Estamos caminhando em direção a sala do conselho estudantil. Mao estava agitada e mantinha um sorriso de quem tramou alguma coisa em seu rosto. Estávamos prestes a chegar na sala, mas ela parou e encarou o chão por alguns segundos.

– Pode ir embora, Mi-chan. – ela sorriu.

– Eh? Como assim? – perguntei.

– Gomen ne, mas eu vou ter que ficar mais um pouco depois da reunião. É melhor você ir agora. - disse.

– Mas eu ia ficar para...

– Não se preocupe. – ela acenou e saiu correndo pelo corredor afora.

Fiquei encarando por onde ela havia ido a pouco, sem entender muito bem. Suspirei e fui em direção aos armários. Troquei o tênis e fui sair.

– Hey! – ouvi uma voz conhecida e me virei. Haru estava sentado encostado a uma parede, perto do armário de Otani e acenava pra mim.

– Yo. – falei envergonhada.

– Você ainda está por aqui? – ele perguntou e logo depois ficou um pouco sem graça.

– Parece que sim. – sorri de leve.

Ficamos em um silêncio incomodo sem nos encararmos. Engraçado... Tínhamos tanto assunto...

– Eu... já vou indo. Bai bai. – falei e comecei a caminhar.

Haru PVO on

– Merda! - protestei baixinho encarando o chão.

Estamos mais distantes que tudo. E eu tenho que controlar para não agarra-la e pedir para ficar comigo pra sempre... Está cada vez mais difícil! Suspirei pesadamente.

Meu celular vibrou.

“E aí? Falou com ela?

Otani”

Mensagem desse maldito?! Onde ele está? Eu estou aqui esperando por ele! Disquei seu número e chamou algumas vezes, até que ela tendesse.

Alô? – falou despreocupadamente.

– Onde está, baka?! – berrei.

Oe! Estou em casa! – disse tranquilo.

– Nani?! – soei indignado arregalando os olhos.

Não importa! Falou com ela? Hiromi-chan? – ele perguntou.

– O que exatamente? – falei sem entender.

AHHH Seu trouxa! Armamos tudo isso pra você tomar iniciativa e se resolver com ela, e você resolve bancar o lento?! – se irritou.

– Eto... Armaram?

Hai! Alguém tinha que te ajudar a voltar com ela.

– Você me fez ficar te esperando aqui para isso?

Exatamente!– percebi ele ri abafado.

– Eu vou te matar! – berrei irritado e ele gargalhou.

Desliguei e segui em passos firmes para sua casa. Aquele baixinho!

Hiromi PVO on

Por que meu coração não consegue se acalmar? Só tivemos uma simples conversa, que nem se pode se considerar uma conversa realmente. Cada palavra que sai da boca dele, por mais insignificante que seja... me faz ver que eu não vou conseguir esquecê-lo tão cedo.

Parei em frente a minha casa e encarei a de Haru por alguns instantes. Kagome-san abriu a porta como se já soubesse que eu estava ali, sorriu me fitando e fez sinal para que eu me aproximasse.

– ! – corei e desviei o olhar.

– Não se preocupe. - ela sorriu gentilmente. Respirei fundo e andei até ela.

Ela deu espaço para que eu entrasse e fechou a porta assim que eu passei. Nos dirigimos até o sofá, sentamos e ela ficou de cabeça baixa suspirando como se estivesse desapontada.

– O que eu faço com vocês? – ela sorriu desanimada – O que houve exatamente eu não sei... Mas vocês vão mesmo continuar assim? Haru gosta muito de você, sabia? – ela deu uma pausa longa.

– Não sei... – falei baixo percebendo que ela queria uma resposta.

– Vocês deveriam se acertar de uma vez! – disse calmamente. Me encarou e fez cara de choro, me agarrando logo em seguida – HARU BAKA! Como ele perde uma garota dessas? Ele só pode ser idiota! Ele é gay? É isso?! – ela começou a falar coisas aleatórias.

–Calma Kagome-san... – tentei sorrindo sem graça – Não é esse o caso...

Haru PVO on

Estava passando em frente a uma loja de conveniências, quando vi Kyou um pouco ofegante e com muitas sacolas em mãos.

– Yo. Vai uma ajuda? – me aproximei e ela me fitou e sorriu. Peguei algumas sacolas.

Ela parecia inquieta com alguma coisa. Chegamos a sua casa ela me disse que queria conversar. Esperei sentado em um sofá, olhando todo o espaço que estava em meu campo de visão.

– Gomen nasai, Haru-san! – ela fez reverência parada a minha frente.

– Não foi nada...

– Não é isso! Maya causou problemas a você e sua namorada... – ela sorriu de forma acolhedora.

– Ah... – abaixei o olhar.

– Não deixe que a burrada que a minha sobrinha fez, destrua seus sonhos com a garota que você ama! – a encarei surpreso e ela sorriu novamente.

– Hai... – refleti um pouco. - Eu... a amo...

– E com certeza, ela também ama você! Não espere muito, você pode perdê-la sem ao menos perceber. Não a deixe partir, se você pode fazê-la ficar.

Me levantei determinado e agradeci a Kyou por ter aberto meus olhos. Onde será que ela está agora? Hiromi, me espere por favor!

Tomoya PVO on

Estava andando com meus amigos sem um destino definido.

– Poderíamos ir a um fliperama. O que acham?

– Ótima ideia!

– Sério? Sério?

Conversavam animadamente entre si. Desviei o olhar por alguns segundos e vi uma garota conhecida passar apressada para algum lugar, a poucos metros de mim. Por impulso resolvi segui-la.

Autora PVO on

Hiromi passou andando rapidamente por uma das partes movimentadas do bairro. Ela queria muito encontrar Haru. O que faria ou diria ela não sabia, mas ela queria vê-lo, disso ela tinha certeza.

Um certo loiro a seguia sem que ela percebesse. Ela parou e apoiou as mãos nos joelhos e suspirou um pouco. Depois levantou-se e olhou ao seu redor.

“O que ela está fazendo?” Pensou Tomoya um pouco curioso.

Ela deu alguns pulos para frente, numa forma muito infantil. Estava um pouco angustiada por ter resolvido falar com Haru abertamente, e agora ele ter sumido.

“Droga!” Ela pensou parando em frente ao templo Tsuki Ai.

O loiro finalmente se aproximou dela.

– Tomoya? – ela se surpreendeu ao vê-lo. Ela apenas acenou. – O que faz aqui?

– Hum... – ele pensou um pouco. Não poderia simplesmente falar que estava a seguindo. – Nada...

– Ah! – ela exclamou e ele ficou surpreso pelo compreensão dela.

– Oe... – ele começou baixinho.

– Eu preciso ir Tomoya. Estou meio ocupada no momento e... – ela ia começar andar, mas o loiro segurou seu pulso a fazendo olhar um pouco assustada para o mesmo.

– Só... me ouça... Onegai shimasu!* - ele disse sem encará-la.

– Hm. – ela respondeu que sim acenando com a cabeça.

Eles caminharam para um pouco mais afastado da entrada do templo, já que estava muito movimento perto do mesmo. Pararam e Hiromi permaneceu encarando Tomoya.

– Então... – ela o incentivou.

–... Sei que não se sente dessa forma por mim, mas... – Tomoya começou encarando os pés um pouco nervoso. – Mas se eu não disser isso, sinto que vou me arrepender futuramente.

Ela o escutava atentamente e tinha uma expressão de confusão em seu rosto. Ele se aproximou roubando um beijo da mesma, que arregalou os olhos ainda mais assustada.

...

Haru já tinha passado na casa de Hiromi e ela não estava. Passou em sua casa e sua mãe disse que ela estava procurando por ele. Ligou para cada uma das amigas dela, mas nenhuma sabia onde ela estava.

Ele passou pelo centro do bairro. O lugar mais movimentado e cheio de lojas. A procurou por ali mas com aquele tanto de gente mesmo se ela estivesse ali, ele não a veria.

Seguiu caminho chegando ao templo Tsuki Ai. Ela não parecia estar por ali. Haru seguiria para outro lugar, mas ao continuar o caminho viu seu irmão conversando com alguém. Ele se aproximou dessa pessoa e a beijou.

– Eu gosto de você! – Tomoya encarou a Hiromi. Estava um pouco corado e ela matinha a mesma reação. – A resposta Hiromi... – depois de alguns minutos percebendo que ela não diria nada, ele chamou sua atenção.

“Hi... ro... mi?” Haru fez-se em seu rosto uma expressão mais assustada do que a da menina que recebeu a declaração. "Não a deixe partir, se você pode fazê-la ficar." Ele pensou e continuou a prestar atenção nas pessoas que estavam ali.

– É... hum... Eu... – ela gaguejou e Haru pode ver que ela era mesmo.

Ele seguiu caminho para casa um pouco cabisbaixo. Parecia que ele a perderia. Certamente ela já partiu, e ele não pode mais fazê-la ficar.

Hiromi PVO on

– Gomen ne. – sorri sem graça – Mas eu não me sinto desse jeito por você... – respondi abaixando a cabeça e encarando meus pés.

– Hai! – ela sorriu gentilmente. – Eu já estava preparado para isso... Mas, você poderia olhar para frente? – ele perguntou e eu olhei para frente. Olhei para ele.

– ? – fiz uma expressão confusa.

– Olhe para mim também de agora em diante. – ele sorriu corado. Corei um pouco também. Ele acenou e andou na direção oposta a minha.

Comecei a andar muito confusa. Posso falar agora, que sou a confusão em pessoa! Como assim olhar para ele também? Ele quis dizer... da mesma maneira que eu olho para o Haru?

– Haru... – murmurei parando de andar e encarando o céu.

Dirigi meu olhar pra frente novamente. Vi alguém que parecia muito com Haru, andando mais a frente. Arregalei os olhos e corri o mais rápido que pude.

– HARU! – gritei e a pessoa parou e olhou para trás surpresa. – Haru... eu decidi que... – comecei sorrindo.

– Eu já sei. – ele sorriu. Mas não me parecia um sorriso sincero.

– Eh? – meu sorriso desapareceu.

– Não precisa se preocupar. Nós não tínhamos mais nada mesmo, não é? – sorriu de novo – Fico feliz que esteja seguindo em frente.

– Demo... Iie! – balancei a cabeça negativamente – Do que você está falando? Você está confundindo tudo! Pare de fazer coisas assim, baka!

– Ja ne. – acenou e começou a andar.

“Espera...” Eu queria poder gritar isso, mas por algum motivo, eu não tive coragem.

Outro dia – Terceira aula – Kaito:

O professor piradinho da cabeça é quem está dando aula agora. Sinceramente, eu queria ir embora. Estou tão confusa. Talvez ele sirva para ser meu psicologo... Dizem que psicólogos são doidos, pra ele já é meio caminho andado.

Pedi para sair da sala e ir beber água. Saí e lavei meu rosto e fiquei encarando a pia por alguns segundos. Voltei para sala e meu olhar e o do Haru se encontraram. Ele desviou imediatamente para seu caderno. Eu não sei o que deu nele. Ele nem me cumprimentou normalmente hoje. E essa história de olhar com outros olhos para o Tomoya... Estou muito confusa! Haru você está complicando tudo, seu boboca!

Autora PVO on

Eriol estava andando normalmente pelos corredores na hora do intervalo. Ele pensava em Sakura e na forma que ela vinha o tratando.

– É da Sa-chan! – Yumi gritou passando correndo com Hiromi, Natsume e Mao e jogaram um pedaço de papel para Eriol. Fariam a mesma coisa a seguir com Yue.

“Vá para o terraço. Precisamos conversar.”

Era o que estava escrito no papel. Eriol e Yue se dirigiram ao local marcado no papel. Chegaram ao local juntos.

– O que faz aqui, seu intrometido? – Eriol gritou já impaciente para Yue. O mesmo mexeu os óculos com um sorriso superior.

– Você é idiota? – seu sorriso se desfez – É claro que ela chamou nós dois aqui, seu babaca! – berrou.

Eriol refletiu e achou que aquilo fazia sentido realmente. Finalmente olharam na direção da garota de cabelos róseos, que tinha uma gota enorme em sua cabeça e uma expressão séria.

– Vocês já devem saber porque os chamei aqui. – ela abaixou o olhar e eles concordaram – Eu sou uma garota difícil para sentimentos... – sorriu gentilmente os fazendo corar de leve – Foi muito difícil tomar a essa decisão...

Eles estremeceram um pouco. Seria agora ou nunca! A decisão dela era o que eles estavam esperando a muito tempo, mas agora eles perceberam o quanto tinham medo da resposta dela.

– Eu decidi que... Eu gosto muito de vocês dois e verdadeiramente, eu jamais machucaria nenhum dos dois, mas eu... – ela dirigiu seu olhar para Yue e ele não a ouviu pelo tom baixo que ela falou e pelo vento que soprou fortemente na mesma hora, mas conseguiu ler seus lábios: “Me desculpe.” Ele sorriu um pouco desapontado. No fundo ele sabia que aquela seria a escolha dela.

– Daijoubu!* - falou animadamente. Mas no fundo não era esse seu sentimento no momento.

– Yue, eu... – ela começou mas ele balançou a cabeça negativamente sorrindo compreensível. Sakura sentiu uma enorme vontade de chorar e não segurou suas lágrimas.

Yue seguiu para porta, a abriu e desceu as escadas o mais rápido que pôde. Correu até a classe pegou a mochila, seguindo para seu armário, trocou o tênis e foi para casa. Talvez ele só quisesse ficar sozinho... Provavelmente, ele choraria pelo resto do dia e metade da noite.

Sakura se ajoelhou no chão chorando. Eriol se dirigiu a ela e a abraçou, a acolhendo.

– Eu... Eu não queria que isso acontecesse... Era por isso que eu não queria dizer nada e... – a rosada disse entre soluços. – Eu sou uma pessoa horrível!

– Ei! – Eriol colocou a mão em baixo do queixo dela, levantou seu rosto a fazendo o encarar – Não diga isso! Nunca mais! – sorriu da maneira mais linda que Sakura já tinha visto e então ele a abraçou novamente.

– Eriol-kun... – ela disse abafadamente por causa do abraço.

– Hum? – ele disse sem a soltar.

– Já estamos a muito tempo assim. Minhas pernas estão doendo. – ele a soltou imediatamente e sorriu sem graça. Se levantou e a ajudou a se levantar.

Eriol pegou na mão de Sakura gentilmente e entre laçou seus dedos. Ela encarou suas mãos e o olhou sem entender muito bem.

– Somos namorados agora, hai? – ele sorriu se inclinando pra frente e a encarando. Sakura levou a outra mão a boca e sem o encarar concordou, muito corada.

Ele andou mais a frente, tirando a mão da boca dela e a beijando de surpresa. Ela se surpreendeu um pouco, mas retribuiu o beijo.

– Ei, não faça coisas assim de surpresa! – ela disse em um tom infantil o encarando.

– Tudo bem. Afinal, eu sou seu namorado agora! – ele sorriu radiante a fazendo corar de novo, de novo e mais uma vez.


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Notas finais do capítulo

Aula da Hiromi -sensei:
Onegai Shimasu - é difícil traduzir ao "pé da letra" para o português, mas aqui foi colocado como uma forma de dizer "faça, por favor"
Daijoubu - Está tudo bem/ tudo bem.
~> Como podem ver, Eriol ganhou a "enquete" e o coração da Sakura XD O que acharam do capítulo? Comentem.
~Ja ne.



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