Acordei bem cedo, mais cedo até do que o normal. Hoje quem faria a limpeza da sala seria eu e a Yumi... Que beleza, ein? Na verdade seria o Yue, mas ele tem um certo privilégio por ser o presidente do conselho estudantil.

– Que injusto! – protestei.

Fui para o banheiro, tomei banho, vesti o uniforme, um casaco preto com corações brancos e desci. Peguei somente uma maçã e me despedi dos meus avós.

– Ohayo! – ouvi a vos de Haru e sorri automaticamente.

– Eu disse que não precisava ir comigo... Nem é seu dia de limpeza hoje. – fiz biquinho e ele sorriu.

– Eu queria acompanhar minha namorada! – disse pegando em minha mão e eu sorri.

Seguimos conversando nada muito importante até chegarmos na escola. Yumi se encontrava em frente ao portão.

– Ohayo! – ela acenou e sorriu.

– Estava esperando? – perguntei.

– Hai! Minha parceira de limpeza. – ela mostrou a língua sapeca.

Entramos e folgado do Haru nem pra ajudar. Quando eu pedi, ele apenas disse “Segundo minha namorada, hoje não é meu dia de limpeza!” e sorriu zombeteiro. Me arrependo por ter dito isso...

E o legal, é que o apagador não estava na classe e agora eu me encontro rodando a escola, em busca de um apagador.

“Em busca de uma apagador” daria um ótimo filme, né?

Consciência: Não!

Sempre simpática...!

Parei em frente uma pequena salinha onde o faxineiro guardava as coisas de limpeza. Provavelmente, ali teria um apagador.

Tomoya PVO on

Estava andando pelos corredores, pois ainda não estava em horário de aula e eu acabei chegando muito cedo. Virei e vejo uma baixinha com cabelos pretos, meia atrapalhada.

–Yo. – falei e ela tomou um pequeno susto.

– Quem...? – se virou rapidamente – Ah! Yo, Tomoya-kun! – sorriu.

– O que está fazendo? – perguntei e em sua mão, uma pagador atraiu minha atenção.

– Eu estava procurando por isso. Preciso ir. Bai bai! – falou.

– Ei! – chamei, ela parou e me encarou, desviei o olhar.

– Hum? – ela me incentivou a falar. Joguei um pequeno chaveiro e ela segurou.

– Eu ganhei isso, mas... achei muito feminino... – continuava sem encará-la.

– Kawaii! Arigatou! – sorriu.

– Não é como se fosse um presente... – falei um pouco envergonhado.

– Hai, hai! – acenou e seguiu para sua sala.

Fiquei a olhando até que não pudesse mais vê-la. Coloquei as mãos nos bolços e segui para minha classe também.

O que eu estou fazendo?

Hiromi PVO on

Voltei e terminamos a limpeza da sala, depois de Yumi quase me matar por ter demorado tanto e Haru ficar emburrado depois da minha justificativa.

Logo os alunos foram chegando e o sinal tocou, anunciando a primeira aula.

– Façam qualquer coisa aí... – Sophia-sensei deu de ombros entrando na sala.

– Eh? – fiz cara de pastel estragado.

– Como assim?! – Natsume se pronunciou. – Nós temos provas na semana que vem! –completou.

– É mesmo.... – ela cerrava as unhas – Estudem o caderno e pronto! – disse e uma azulada bufou inconformada.

Ela nos manda estudar o caderno, mas no meu só tem uma cópia e milhares de rabiscos... Se pelo menos ela passasse alguma matéria *gota*

–--Quebra de tempo---

– Como vamos fazer isso? – Sakura perguntou olhando os gatos rasgarem o sofá da Mao.

– Ei, ei! Meu sofá! – a mesma gritou.

– Não faço ideia! – Eriol deu de ombros.

– Eu vou te matar... – Natsume murmurou cerrando os punhos – Eriol! – gritou e saiu correndo atrás do mesmo, que já tinha dado no pé.

É...!

– Haru? – chamei a atenção do mesmo – Alguma ideia?

– Podíamos construir um aparelho de inteligencia artificial, e implanta-los nos nekos! Assim eles nos obedeceriam sem nenhum problema. – ele falou com tom de cientista maluco.

– Sugoi! – Maya exclamou e Haru sorriu convencido.

– Tá brincando né? – Otani perguntou.

– Não! – ele disse.

– Isso é ridículo! – Yue afirmou.

–... – suspirei derrotada – Vamos fazer um treinamento. Vou chamar algumas pessoas, para serem nossos clientes de mentirinha. – peguei meu celular.

Logo ouvimos o sininho da porta tilintar.

– I-Irashaimasse! – Sakura gaguejou corada.

– Arigatou gozaimasu! – Kyou sorriu.

– Tia? – Maya perguntou surpresa e Kyou apenas sorriu.

– Aqui é bem bonito! – ela disse visualizando todo o lugar.

– Claro que é! – Yumi sorriu – Deseja ver nossos nekos?

– Hai! – Kyou exclamou.

A albina a guiou para o espaço onde estavam os gatos. Separamos os lugares, para não ter perigo de pelos nos alimentos e outros problemas...

– Oh! – novamente o barulho do sininho.

– I-Irashaimasse! – Sakura gaguejou novamente, mas um pouco mais segura.

– Kawaii desu ne! – Kagome-san exclamou olhando o lugar.

– Posso ajudar? – Haru sorriu para sua mãe.

– Quero conhecer o lugar, onegai. – ela retribuiu o sorriso.

Logo, as outras pessoas que chamei foram chegando. Meus avós, a própria Ryou e Tomoya-kun e seus amigos.

– Por que ele está aqui? – Haru disse um pouco irritado.

– Porque eu chamei. – falei e ele ficou sem expressão.

Maya PVO on

– Totemo kawaii*! – minha tia exclamava olhando os gatos.

– Hai, hai! – apenas dei de ombros.

– Maya... – ela começou – Você ainda nutre aquele amor pelo Haru-san?

– ... – corei e fiz biquinho desviando o olhar.

Por que ela quer saber disso agora?

– Eu vi que ele tem namorada, e parece gostar muito dela. – ela acariciava um gatinho em seus braços – E como eu te conheço bem, sei que você vai fazer o possível e o impossível até conseguir o que quer...

– Tia, eu...

– Só quero dizer, que pense bem no que faz. – ela colocou o gato de volta em sua caminha e sorriu para mim.

Já nem tenho mais certeza do que quero... Haru parece tão feliz. Eu sempre jurei pra mim mesma, que nunca perderia pra ninguém. Mas agora que eu penso melhor, será mesmo que devo colocar toda a felicidade que o Haru tem em jogo, por um capricho meu? Além de tudo, ele sempre foi meu amigo, e tudo que eu sempre quis foi a felicidade dele... Mesmo que isso possa custar a minha.

– Maya-chan! – Luka acenou sorrindo.

Ela pode ser cabeça de vento, mas é minha melhor amiga.

– Hai! – respondi me aproximando.

– Vamos ficar com um neko desses! – seus olhos brilharam.

Será que isso é a “síndrome dos nekos” que a Hiromi comentou? Mas isso é ridículo!

– Atchim! – Hiromi espirrou.

(Nota: nos mangás, quando alguém fala de certa pessoa, essa certa pessoa espirra.)

– Claro que não! Gatos dão muito trabalho! além do mais, minha tia tem um monte de gatos e acaba sobrando pra mim também, já que eu moro com ela. – suspirei pesadamente.

Fitei Haru que estava conversando com sua mãe e Hiromi. As vezes eu queria estar no lugar dela! Ser ela! Porque parece que é só pra ela, que ele sempre vai olhar.

Sakura PVO on

– Estou t-tão insegura! – murmurei pra ninguém em especial.

– Vai dar tudo certo! – Yue tocou meu ombro sorrindo e eu retribuí o sorriso.

– É claro que vai! A Sakura é muito kawaii e é a pessoa certa para fazer a recepção! – Eriol falou encarando Yue.

– Eu... é... *cora*

– Eu acho muito mais! Ela é bem bonita também, não acha? Com certeza atrai clientes! – Yue alterou seu tom de voz atraindo os olhares de todos.

– Minna, eu...

– Pois eu também acho e ainda acho mais! Tudo isso daqui vai bombar, só por causa dela! – Eriol disse igualmente alterado.

Saí do meio dos dois que não pararam de discutir. *suspira*

– Sendo disputada por dois bonitões! – Yumi falou sorrindo maliciosamente pra mim.

– Eh? – fiquei confusa.

– Minha amiga é muito pura pra entender! – Yumi disse e me deu um abraço sufocante.

Tomoya PVO on

– Poderia me mostrar os gatos? – perguntei me aproximando da Hiromi, mas sem encará-la.

– Claro! – sorriu.

– Eu vou te mostrar. – Haru disse passando frente da Hiromi e me encarando.

– Gomen, mas eu preferia a baixinha. – falei o provocando.

– Não a chame assim! – Haru disse calmamente, mas parecia irritado.

– Gomen nasai! – fiz reverência e abri um sorriso sarcástico. Ele cerrou os punhos e eu fiz o mesmo.

– Okay! – Hiromi se meteu no meio de nós dois, sorrindo amarelo e empurrou Haru um pouco pra trás – Eu mostro os nekos pra ele, hai? – sorriu fitando meu otouto* que desviou o olhar pra baixo.

– Faça o que quiser! – saiu e ela ficou o olhando confusa.

– Fiz alguma coisa errada? – ouvi-a murmurar.

A baixinha me guiou até os gatos, e informou nome, idade e raça (Se ele tivesse alguma) de cada um.

– Você está mais bonita que o normal! – falei.

O QUE? Eu falei isso alto? Ela ouviu?

A fitei e ela continuava a falar dos gatos. Parece que não... Ainda bem. Ela sorria acariciando os gatos. Seu sorriso é tão lindo, que se eu não me segurar, acabarei falando besteiras.

Não que eu goste dela, Eu não gosto... Ou será que... Não! Eu faço essas coisas para irritar o Haru... Não, é?

Hiromi PVO on

Todos foram embora e já está escurecendo.

– É como podem ver, o “Eriol-san”, acabou de nos colocar em uma roubada!– Natsume soou impaciente e Otani a abraçou forte por trás, para que ela não assassinasse o Eriol. E ela continuou se debatendo furiosa.

– Alguém tem mais alguma ideia? – Mao, que passou a tarde toda sentada em seu sofá, com uma aura maligna a sua volta, perguntou.

– Podíamos implantar um aparelho de inteli... – Haru começou com a mesma ideia doida e eu o interrompi.

– Acho melhor continuarmos contando com a ajuda do pessoal, para o gatos se acostumarem com mais pessoas. – Otani sugeriu.

– Eu também acho! – concordamos.

– Pra mim tanto faz! – Maya desviou o olhar.

– Vamos dar nosso melhor! – Sakura nos animou.

Autora PVO on

E os dias passam:

– Isso é tão constrangedor! – Hiromi sorriu sem graça se referindo a roupa que sua avó fez.

– Eu achei uma graça! – Yumi sorriu.

– Eu concordo com as duas! – Sakura sorriu corada.

– Vocês estão lindas! – Yue disse olhando diretamente Sakura que corou e desviou o olhar.

– Eu também acho! – Haru sorriu largo.

– Digo o mesmo de vocês. – Natsume disse fitando os garotos.

As roupas das garotas era um vestido azul claro e rosa, com um avental branco por cima, colado na parte de cima e bem solto da cintura até o joelho, na parte de trás uma rabo, na cabeça orelhinhas e no pescoço um colar com uma patinha.

Os garotos era uma típica roupa de garçom branco e preto, com um rabo atrás, orelhinhas na cabeça e uma patinha na camisa.

– Irashaimasse! – Sakura cumprimentou alguns clientes que sorriram de maneira não muito inocente para ela, e fizeram Eriol bufar irritado.

As tarefas foram divididas de forma que, Sakura e Eriol ficam ao lado da porta como um tipo de recepcionista, Mao ficou no caixa, Natsume, Haru e Luka ficaram no balcão com os lanches, e Hiromi, Maya, Otani, Yumi e Yue mostram os gatinhos e cuidam para que nenhum pire.

– Posso ajudar? – a nossa querida baixinha sorriu gentilmente para um casal de meia idade.

– Pode sim, querida! – a senhora respondeu sorrindo. – Sabe, nós gostamos muito de gatos mas não temos nenhum, poderia nos levar até os seus?

– Hai! – ela sorriu.

Enquanto isso, Eriol se irritava com todos os garotos que cantavam a Sakura, Yue também, Yumi papeava mais que tudo, Mao fuzilava os gatinhos que rasgavam seu sofá, Luka chupava pirulito, Haru atendia os clientes, Otani jogava em seu jogo portátil, Maya e Hiromi atendiam os clientes e hora ou outra se encaravam e Natsume gritava para todos trabalharem.

O expediente acabava cedo, pois eles são jovens e tem seus estudos para cuidar e querem se divertir.

Yumi propôs um karaokê, o que não deixou Hiromi muito contente por causa do último acontecido. Mas Maya andava mais quieta e bem pensativa, então ela resolveu arriscar.

Como sempre escolheram uma mesa, cantaram -tentaram- algumas músicas e conversavam aleatoriamente.

Maya não fez nada e isso deixou a Hiromi bem intrigada.

Hiromi PVO on

Andamos de mãos dadas até em casa.

– Esqueci minha chave! – eu disse.

– Seus avós já estão em casa? – Haru perguntou.

– Hai! – toquei a campainha.

– Poxa! Achei que acharia uma desculpa pra você dormir comigo. – suspirou e logo depois abriu um sorriso malicioso.

– Pare de falar besteiras, baka! – mostrei a língua.

Meu avô atendeu o portão depois de alguns minutos e eu me despedi de Haru que seguiu para sua casa.

Cumprimentei minha avó e subi, indo diretamente tomar um banho, me troquei e dormi.
–-----H------

Os dias foram passando, semanas... E nosso café realmente fez mais sucesso que fracasso. Com a ajuda de nossos amigos, tudo foi bem mais fácil. Já tínhamos dinheiro o bastante para decorar a sala no dia do festival e quase todos os gatinhos, já tinham um novo lar. Decidimos que fecharíamos o café uma semana antes do dia do festival. Porque as coisas não são como em filmes e desenhos, que no final tudo dá certo. É uma grande responsabilidade e todos nós temos apenas 15 anos, e apesar da Natsume ser bem madura, ela mesma disse que não era brincadeira.

Em pleno sábado, estamos na escola. Decoramos a sala no mesmo modelo que fizemos na casa da mao, só que sem as paredes rosas. Separamos um lugar para colocar o gatinhos, fizemos um tipo de cercadinho. Como os nekos são pequenos, assim já basta. E fizemos todo o resto.

– Está tudo pronto! – exclamei.

– Estou um pouco envergonhada... – Mao disse.

– Usar aquelas roupas aqui não vai tirar pedaço de ninguém... – Yumi cortou o drama que estava prestes a começar.

– Pois eu acho que vai. – Natsume disse fitando de canto, Yue e Eriol que se encaravam mortalmente.

Fomos todos para a casa da Mao, após trancarmos a classe. O inspetor deu a chave para o representante de turma de cada classe, para ter certeza que tudo estaria em perfeita ordem no outro dia.

– Vou sentir falta das trapalhadas de vocês aqui! – Yumi disse caindo na gargalhada.

– Eu também sentirei falta do Neko Café... – Sakura parecia querer chorar.

– Foi muito divertido! – Luka sorriu.

Todos começaram a se manisfestar.

– Chega! Estamos parecendo velhos! – Natsume sorriu. – Ainda temos mais dois anos para nos aturar.

– Hai! – sorri.

–-----H------

Cheguei em casa determinada a fazer o que eu ainda não tinha coragem.

Tomei banho, e cloquei um vestido branco e uma sapatilha vermelha. Fui até a casa de Haru.

– Poderia me acompanhar à um lugar? – sorri, ele retribuiu e assentiu.

Chegamos em um cemitério, depois de pegar uma condução e andar um pouco. Entramos e eu me dirigi ao túmulo dos meus pais. Me ajoelhei e coloquei uma flor branca sobre eles.

– Agora que eu parei pra pensar, depois do que aconteceu com vocês, minha vida mudou muito. Mesmo quando estavam vivos, eu nunca tive muitos amigos. – comecei - E agora eu tenho e verdadeiros. No começo eu queria morrer e me afundar em um poço sem fundo, mas acabei sendo resgatada por um completo estanho, o garoto da casa ao lado. – ri abafado - Eu sinto muito a falta dos dois, e queria que estivessem aqui comigo. Foi muito difícil me acostumar estar sem vocês, mas eu sei que devem estar felizes porque... porque... – comecei a chorar. Haru que estava em pé se aproximou e me abraçou.

Sempre me diziam que para todo túnel escuro, havia uma luz no fim... O Haru é a minha luz.

Levantei minha cabeça de modo que pudesse encará-lo.

– Koishiteru!* – sorri e o abracei novamente.