Lovesick escrita por Mary Anne Snow


Capítulo 4
Snowflakes and Cupcakes


Notas iniciais do capítulo

Olá Olá!
Mais um capítulo! :)
Espero que gostem!


** Tem links que podem ver **



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Acordar ao som do despertador mais irritante do mundo sem dúvida que não dá com nada, muito menos quando sabes que apenas dormiste umas meras quatro horas, após uma longa noite enfiada nas urgências que não pareciam parar nem um minuto.

Levantei-me da cama do quarto para os médicos descansarem e dirigi-me à máquina de café, pressionando o botão para o café duplo, era a única que coisa que me poderia manter acordada durante o próximo turno. Olhei-me ao espelho e reparei que tinha o cabelo bagunçado e a maquilhagem borratada, mais parecia que tinha ido a uma festa da faculdade. Retirei do meu cacifo uma escova e após pentear o meu cabelo decidi apanha-lo num puxo, logo de seguida retirei a maquilhagem e coloquei apenas um rimel, anti-olheiras para não assustar os pacientes e um eyeliner.

– Bom dia, já por aqui Dr. Hayes? – ouvi Donna perguntar assim que sai do quarto.

– Dormi cá, nem valia a pena ter ido a casa. Assim posso controlar aquele meu paciente que está entre a vida e morte. – admiti enquanto caminhava com ela pelos corredores.

– O Dr. Edwards devia colocá-la apenas nas consultas, nas urgências vai acabar por chegar à exaustão. – disse demonstrando alguma preocupação.

– Não se preocupe, eu estou bem. Além do mais daqui a nada tenho uma semana de férias à minha espera. – sorri, lembrando-me das semana do natal e ano novo que estava quase a chegar e onde iria ter oportunidade de voltar a casa, e que já tinha combinado com o meu chefe logo à minha chegada.

– Espero bem que a aproveite! Agora vou cuidar dos meus recém-nascidos. – disse sorrindo maternalmente e com um brilho no olhar característico das mães.

Assim que cheguei ao quarto onde o meu paciente se encontrava reparei que estava acordado o que era uma alegria, visto ter sofrido um acidente de carro que o poderia ter morto muito facilmente e ele tinha sorte de não ter ficado em coma.

– Bom dia, vejo que já está acordado. – sorri, como médica era sempre aconselhável ter um sorriso na cara e demonstrar empatia pelos doentes.

– Sim, mas ainda sinto muitas dores, principalmente na cabeça. – afirmou com uma voz rouca.

– Isso vai passar depois de tomar a medicação que lhe receitei. Agora vou só fazer um teste muito simples só para ver se teve algum problema neurológico, ok? – assim que ele assentiu eu comecei a fazer e vi que estava tudo bem, apesar de ter sofrido vários traumas e ter sido operado de urgência à cabeça devido aos estilhaços que se encontravam por todo o lado.

– Está tudo bem com ele doutora? – ouvi um voz femina perguntar assim que sai do quarto.

– Familiar? – questionei.

– Ex- namorada, acho eu. – disse sorrindo fracamente. – Tinhamos acabado de ter um discussão enorme e ele saiu de carro... – pequenas lágrimas iam escorrendo no seu rosto. – Sinto-me tão culpada...

– Não se sinta. Ele está bem, podia ter sido pior. – tentei acalma-la. – Vá falar com ele afinal estar ali sozinho não lhe faz nada bem e ver uma cara conhecida nestes momentos é o melhor.

– Obrigada. – e abriu a porta fazendo com que Michael, o meu paciente abrisse um sorriso de orelha a orelha.

Fiquei alguns segundos parada a vê-los conversar até que decidi ir até à receção da enfermaria ver se tinha alguma consulta.

– Danielle tenho alguma consulta? – perguntei à enfermeira de serviço.

– Tem apenas três. Aqui tem os ficheiros dos pacientes. – informou-me enquanto me entregava as capas.

– Obrigada. – sorri e caminhei até à sala de espera e chamei pelo nome do primeiro paciente. – James Scott. – vi um pequeno rapazinho levantar-se e vir ter comigo com o seu pai, deduzi, logo atrás.

– Podem se sentar. – informei assim que cheguei ao meu gabinete assim eles fizeram. – Então James que se passa contigo? – perguntei carinhosa.

– Dói-me a barriga e tenho muito calor. – disse com a sua voz um pouco chorosa.

– Muito bem. Então primeiro vamos ver tens febre pode ser? – ele assentiu e deixou-me colocar na sua boca um termómetro. – Há quanto tempo ele está assim? – perguntei ao pai.

– Ontem começou a ganhar febre e mesmo dando-lhe um medicamento ela continua a subir. Como não sabia o que mais podia fazer resolvi trazê-lo cá hoje.

– Fez bem, à primeira vista parece-me apenas um reação alérgica a algo que comeu, tem tido diarreias e vómitos? – o pai negou. – Normalmente as dores de estômago e a febre estão associadas também a uma intoxicação alimentar, mas como não tem vómitos vamos descartar isso. – retirei o termómetro e anotei a temperatura nos meus rascunhos. – Ele queixou-se de mais alguma coisa?

– A mim não, Jamie diz à doutora se tens dói-dói em mais algum lado.

– Sinto ‘michão nos olhos. – disse coçando com a mão.

– O mais provável é ser uma gripe passageira, vou-lhe receitar um remédio para a febre e um antibiótico, caso ele comece a tossir e com dores de garganta dê-lhe este xarope. – ia dizendo enquanto escrevia a receita.

– Muito obrigado doutora. – sorriu dando-me um aperto de mão.

– Adeus Jamie e as melhoras. Aqui tens um presente por teres sido tão valente. –sorri entregando-lhe um chupa-chupa.

– Obrigado. – agradeceu sorrindo.

*

A semana passou a correr entre consultas, emergências, operações e noites mal dormidas, finalmente chegara a minha folga e por fim tinha calhado ao fim-de-semana, livrando-me assim das confusões de sexta e sábado à noite no hospital.

– Até domingo Donna. – disse à saída do hospital.

– Veja se descansa e se diverte um pouco. – afirmou sorrindo.

Senti a brisa gelada que anunciava a chegada do Inverno, assim como os primeiros flocos de neve, encolhi-me no meu casaco e ajeitei o cachecol que a cada passo que dava se enchia de pequenos pontos brancos. Apanhei o autocarro que passava perto de minha casa e observei as ruas pelas quais ia passando, vi crianças a saltar de alegria por verem a neve. Era tudo tão diferente de New York, na cidade em que nascera as pessoas apenas seguiam os seus percursos normais e nem prestavam atenção ao que se passava ao seu lado, as crianças eram acompanhadas pelas suas amas ou pelos seus irmãos mais velhos.

Mal reconheci a rua onde morava desci do autocarro juntamente com outras pessoas e aproveitei para ir buscar algo doce para comer quando chegasse a casa, entrei numa confeitaria e olhei para o expositor acabando por escolher dois cupcakes e quatro macaroons de diferentes cores.

Depois segui caminho e entrei no meu prédio, subi as escadas até ao segundo andar onde procurei as chaves para abrir a porta, minutos depois assim o fiz e entrei no lugar a que chamava de casa. Pousei a pequena caixinha que trazia comigo e encaminhei-me até ao meu quarto onde pousei a carteira e o casaco e a roupa do trabalho para poder ir tomar um duche relaxante.

Após o banho vesti uns leggins quentinhos bege e uma t-shirt branca e uma camisola de malha cor de pérola um tanto comprida, finalizando o look com umas botas UGG. Sequei o meu cabelo e ajeitei os meus caracóis indo depois até à sala barra cozinha onde coloquei a minha sobremesa num pequeno prato.

Ouvi Damon cumprimentar o vizinho do andar de baixo e depois os seus passos a subir as restantes escadas até que cessou esse som para ouvir as chaves até que por fim a porta bateu. Liguei a televisão e fiz um chocolate quente para acompanhar com os cupcakes, acabei por voltar a desligar a tv e peguei no prato com os doces e no chocolate quente e sai de casa batendo na porta do meu vizinho.

– Hey, és servido? – perguntei com um sorriso na cara assim que ele abriu a porta.

– Como posso resisitir a chocolate quente num dia destes? – sorriu. – Entra.

Assim que entrei dei de caras com a sua sala, onde se encontrava um prateleira cheia de livros, um plasma, um sofá basicamente quadrado, entre outras pequenas coisas. A casa dele era igual à minha apenas a decoração é que era diferente.

– Fica à vontade, eu vou só tomar um banho e trocar de roupa. Volto já. – disse entrando no pequeno corredor com acesso ao quarto.

Fiquei alguns minutos a ver tv, embrulhada na manta que ele tinha no sofá e bebi um pouco do meu chocolate até que Damon voltou e me fez companhia, emanando o seu perfume que eu tanto apreciava. Acabamos por ver um filme juntos enquanto conversavamos e riamos das consultas caricatas que ele tivera durante a semana enquanto comiamos os cupcakes e os macaroons.

Ficamos assim até que ambos adormecemos devido ao cansaço do longo dia de trabalho, eu com a cabeça encostada ao seu ombro e com o braço esquerdo sobre o seu peito e Damon com a sua mão direita em cima da sua barriga ambos aconchegados com a manta que nos mantinha quentes assim como a lareira que se encontrava acesa.


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