HIATUS - This Love escrita por Pequena Stiff, SheWolf


Capítulo 10
Nine


Notas iniciais do capítulo

Lembrando que: só os reviews daqui serão respondidos, ok? Se não me sobrecarrega...
Beijinhos, espero que tenham gostado pessoal.
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Edit da SheWolf: capítulo betado :3



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[...] Estanquei no lugar e, soltando um lamento desesperado pela minha garganta, escorreguei até o chão. Abraçando novamente minhas pernas, eu finalmente disse:

— Eu não sei, Naruto, não sei. Em um dia eu estava feliz, pois meu afilhado tinha nascido e, no outro, ela estava se jogando para cima de mim no escritório. Eu neguei durante um tempo, mas depois... Eu fui sucumbindo. Ela ia com roupas curtas, e eu não dizia mais nada. Ela se apoiava na mesa pra me mostrar o decote, e eu olhava. Um dia ela veio me entregar alguns papeis para assinar e se sentou no meu colo quando me explicou o que eu devia fazer. Eu deixei. Não fiz nada. Eu fiquei excitado, cara, percebi que eu era um homem, e havia uma mulher se esfregando em mim. Uma mulher que não era a minha. Sei que deveria ter feito algo, mas não fiz. E quando eu assinei, e ela se virou para se despedir, ela me beijou e eu não aguentei. Eu a fodi em cima da minha mesa. Ela saiu dali, sem dizer nada, e eu fui para casa me sentindo sujo, jurando que não faria de novo. Mas no outro dia, ela fez a mesma coisa, e eu também. E foi assim, até que eu comecei a ficar até mais tarde, pra poder ter mais tempo transando com ela. Não passava disso, sexo. Só. Ela me convidou para ir até o apartamento dela, e foi a primeira vez que eu menti, dizendo que haveria uma viagem de última hora, e dormi fora.

"No outro dia, eu cheguei em casa e não conseguia olhar para Sakura. Aos poucos, eu fui me afastando. Não a procurava mais, nem ela a mim. E foi assim, até as proximidades do aniversário do Dei-kun. Eu estava tão atarefado com a festa dele que me afastei um pouco de Karin. E me aproximei de Sakura. No dia da festa, eu me senti tão bem. Como a muito não sentia. Eu e Sakura dormirmos juntos naquele dia e, na segunda-feira, quando eu voltei para o escritório, Karin invadiu minha sala, me atacando. Quando eu tentei negar, ela disse que se eu continuasse com aquilo, contaria tudo para Sakura. Mesmo eu sabendo que ela já sabia, eu não consegui pensar em Karin, aquela vaca imunda, chegando perto da Sakura. Eu tinha tomado uma decisão, sabe? Eu iria me afastar da Karin e tentar o meu casamento com a Sakura de novo. Nem que pra isso tivéssemos que sumir durante um tempo. Mas aí ela me contou que estava grávida. Sei que era o momento certo pra terminar tudo de vez com a Karin, e ficar com a Sakura, sabe, mas eu não consegui. Eu só conseguia pensar que eu havia engravidado minha mulher, depois de ter transado com outra alguns dias antes. Eu só conseguia pensar que, naquele momento, um bebê indefinido havia sido feito por um pai leviano e que não merecia-o. Eu fiquei com raiva de mim. Por colocar outra pessoa, um ser inocente, no meio daquela situação. E foi aí que eu fiz coisas das quais mais me arrependo. Eu insinuei, para Sakura, um aborto, Dobe. Eu não disse com todas as letras, mas... Para um bom entendedor... Ela não disse nada naquele dia, mas não fez nada do que eu insinuei também. E o tempo foi passando, e eu me afastei completamente de Sakura. Eu não conseguia chegar perto dela por conta da culpa. De tê-la traído, de tê-la engravidado, de ter insinuado uma coisa hedionda a ela. Eu me sentia culpado por tudo. Até olhá-la me machucava. Ela estava radiante. Quando descobriu que seria uma menina, nossa, eu nunca havia visto-a mais feliz.

"E foi aí que a Karin descobriu que a Sakura estava grávida. Minha vida havia virado um inferno. A Karin se afastou de mim, sexualmente falando, mas estava todos os dias me atormentando verbalmente, dizendo coisas horríveis, e só alimentando ainda mais a minha culpa. Ela dizia que minha filha seria um lixo igual a mim, pois ela foi feita sem amor. Eu sabia que não era verdade, mas se você está com medo, tudo o que te disserem só vai aumentá-lo. Foi o que ela fez. Dizia que se eu não tomasse uma decisão, me deixaria de vez, mas antes teria certeza de que meu casamento estaria arruinado. Quando a Mei nasceu, eu fiquei sabendo só depois de ela estar no hospital a um dia. A Karin havia desligado meu celular, mas, antes, bloqueado o número de Sakura nele. Quando eu tive coragem de voltar pra casa, a primeira coisa que eu vi foi Sakura, sentada na cadeira de balanço do quarto da Mei, com ela no colo, e Deisuke brincando no chão. Eu sabia que não tinha o direito nem de olhar aquilo. Meu filho disse naquele dia que Mei se acostumaria com o fato de eu sempre estar ocupado, porquê, antes disso, Sakura havia dito que eu não tinha tempo de entrar no quarto e vê-la, pois estava ocupado. Mas eu não dei nem o direito a minha filha de se acostumar com a minha presença. Eu só consegui olhar pra ela, de verdade, depois que ela começou a dormir sozinha, acordando poucas vezes de noite, pois eu ia até o quarto dela observá-la dormir, quando ninguém podia ver. Eu nunca a peguei no colo, sabe. E eu quero ela nos meus braços, Dobe, quero muito. Quero ver o sorriso dela, mas não por foto, que é pouco. Quero-o dirigido a mim, como Deisuke fez tantas vezes. Quero ver como ela é. Sabe, o jeito. Se ela se parece com a Sakura, ou comigo. Quero estar do lado dela quando ela der os primeiros passos. Queria poder ser a primeira palavra dela. Quero trocar uma fralda dela, e brincar, dizendo que ela está podre por dentro, como eu sempre fazia com o Dei-kun. Quero que ela me molhe quando eu for dar um banho — abracei a mim mesmo, como se estivesse com Mei em meu colo. — Quero poder fazer parte da vida dela. Queria ela eufórica me esperando atrás da porta quando eu chegasse em casa, eu quero minha filha, cara. Quero dizer pra ela que eu a amo muito. Mas eu sei, sei que não tenho o direito.

Foi quando eu percebi que não estava mais contando nada para ele de verdade, só estava colocando pra fora minhas angústias. Olhei para ele e percebi que ele estava com lágrimas nos olhos. Ele me disse:

— Senta aqui no sofá, Sasuke.

Levantei-me e segui até lá. Respirei fundo quando me sentei, continuando:

— Retomando ao assunto, e não aos meus lamentos de pai desesperado e idiota...

— Você não é idiota...

— Não me interrompa. Depois que eu comecei a visitar a Mei de noite, eu percebi que nada do que a Karin havia dito era verdade, sabe. Minha filha era perfeita, cara. Eu comecei a me afastar. E estou assim desde então. Me afastando. Mas parece que não foi o suficiente. Eu os perdi ainda assim. Eu liguei essa madrugada pra ela, mesmo. Eu não quero vê-la na minha frente nunca mais, Naruto. Eu não sei o que eu seria capaz de fazer. Por que ela fez aquilo comigo, ein? Sei que fui errado, eu sei, mas, droga, eu fui fraco. Só fui fraco.

Eu não sabia mais o que dizer, e o silêncio perpetuou por um tempo. Naruto disse:

— Nossa, Teme, eu... Sinceramente... Estou espantado. Não sabia que... As coisas do seu ponto de vista poderiam ser assim. Entenda... Eu não estou dizendo que você está certo. Muito pelo contrário. Você continua sendo o mais errado... Mas... Não sei o que dizer.

Ele se calou, eu percebi que sabia, sim, o que ele precisava dizer:

Me fale sobre ela.

Ele me olhou e encontrou a afirmação em meus olhos quando continuou:

— Ela é linda, cara. Como o mundo todo sabe. Eu chamo ela de Temezinha, sabe. Ela é igual a você. Em tudo. Geniosa e insuportável. Tudo tem que ser do jeito dela. Quando ela ri, às vezes perde até o folego, o que é engraçado, depois do desespero de tentar fazê-la respirar. Ela é sincera em tudo, e você sente isso. Ela me adora, mas só quando não tem ninguém por perto. Como você. E já sabe ficar em pé. Tem alergia a corante vermelho, o que fez com que ela ficasse internada quando começou a comer. Ela não pode com nada industrializado que tenha corante vermelho. Deixa eu ver...

Enquanto ele pensava, eu soube que eu saberia ainda de tudo sobre a minha filha por conviver com ela. Eu precisava deles. E eu os teria de volta.

— Acho que é só.

Ele sorriu e me olhou. Olhei-o de volta e, suspirando, eu disse:

— Sabe, dói muito saber disso pela sua boca.

Ele assentiu, compreendendo. Eu acho que ele estava pensando no filho dele, e como seria se fosse o contrário. Ele entendia.

Ficamos em silêncio durante um tempo, e foi quando ele disse:

— O noivo dela traiu-a, sabe.

Não entendi, e olhei pra ele com duvida nos olhos.

Ele continuou, esclarecendo minhas duvidas:

— O noivo da Karin, ele a traiu.

Olhei-o surpreso, e ele continuou:

— É, eles estavam juntos a bastante tempo. Moravam juntos e tudo mais, aí de um dia pro outro, a vida dela havia virado de cabeça pra baixo. Ele aparentemente havia engravidado uma moça, e ela descobriu. Aí ele a deixou, expulsou-a da casa deles, e foi morar com a tal moça onde eles moravam antes. Ela ficou acabada. E foi aí que me pediu ajuda, e eu ofereci. Depois daí, você já sabe. Mas ela sempre foi meio problemática. A mãe e o pai morreram quando ela era nova, foi criada pela nossa vó, e sempre deu muito problema. Saía, bebia, não voltava, respondia todo mundo, culpava o mundo pelos problemas dela. Quando ela conheceu o Deidara, ela mudou muito. Ela gostava dele de verdade. Aí ele fez isso tudo, e ela meio que pirou. Uma vaca, na minha opinião. Problemas não são desculpas para arranjar mais problemas.

Não disse nada, não havia o que ser dito. Eu sabia disso, pois o que existia entre nós não passava de algo carnal, mas aquilo com toda certeza havia me chocado um pouco. Deixando pra lá esse assunto, eu respirei fundo e disse:

— Não me importa, cara, eu quero que ela se foda, de verdade.

Ele sorriu e disse:

— Bom, Sasuke, eu tenho compromisso hoje. Espero realmente que você não quebre mais nada aqui. Vá deitar, pensar, e...

— Não. Eu vou atrás da Sakura.

Ele respirou fundo e, aparentemente, pensou bem nas palavras antes de dize-las:

— Vocês precisam desse tempo, Sasuke. Ela precisa disso. Ela não vai te receber, mesmo se você encontrá-la.

Meu peito se apertou ainda mais. Ele se levantou e se dirigiu à porta. Eu sabia daquilo, mas, ainda assim, doía escutar. Eu disse, tentando convencer a mim mesmo:

— Mas eu preciso encontrá-la, pra ver se ela está bem... Eu preciso falar pra ela que eu... Sinto muito.

Ele me olhou compadecido e disse, sério:

— Ela sabe disso, Sasuke. E ela está bem. Eu estive com ela hoje. E ela precisa desse tempo.

Olhei-o, incrédulo. Então todo esse tempo ele sabia onde ela estava? Cretino! Levantei-me, pronto pra disparar palavras acusadoras pra ele, quando ele disse:

— Você sabe que não estou errado, Sasuke. Ela é minha melhor amiga também. Precisa de mim, assim, ou até mais do que você. E, no fundo, você sabe que não adianta procurá-la agora. Esfrie a cabeça, sei lá. Viaje. Fique uns dias fora. Dê esse tempo a ela, Sasuke. Ela precisa muito.

E simplesmente saiu, me deixando ali, parado, sem reação alguma. Me sentei de volta. Ele tinha razão. Ele sempre teve.

Me larguei no sofá, relaxando.

Olhei em volta, e vi a sala parcialmente quebrada. Percebi que, por mais que precisasse deles para estar inteiro, eu precisava consertar as partes que podia sozinho, primeiro.

Eu não iria mais me dar para nenhum deles pela metade.

O Deisuke merecia o pai dele de volta.

A Mei merecia conhecer o pai dela, mas um pai do qual ela pudesse vir a se orgulhar um dia.

E a Sakura... Ela merecia o Sasuke do colegial que ela aprendeu a amar. Merecia o marido dedicado e o pai exemplar que eu fui um dia. Ela merecia ser amada incondicionalmente.

E só dando tempo ao tempo eu poderia fazer isso.

Me levantei e saí do escritório.

Mas mesmo com toda a minha convicção, quando cheguei ao corredor dos quartos principais, percebi que levaria um tempo até estar inteiro de novo.

Me dirigi ao meu quarto e, pegando o travesseiro de Deisuke, a almofada de Mei, e o travesseiro da Sakura, fui para o lado da cama que não estava molhado, deitei e chorei. Mas com a certeza de que nunca, em hipótese alguma, eu desistiria deles.

Although it hurts, I'll be the first to say that I was wrong
Oh, I know I'm probably much too late
To try and apologize for my mistakes

When i was your man-Bruno Mars


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Notas finais do capítulo

Beijos, até mais pessoal.