The Last Flame of Fire escrita por Bea


Capítulo 30
Capítulo 30 - Especial - Daisuke Part.2


Notas iniciais do capítulo

Hey o/.Estou lançando esse capítulo um pouco antes do Natal. Não sei se vou conseguir ter tempo para escrever mais outro capítulo esse ano, sabe, correria de Natal e Ano Novo, sem contar que Pokémon Omega Ruby está simplesmente tirando minha vida, o jogo está espetacular!
Então, desejo a todos, antecipadamente, um feliz Natal e Ano Novo! ^^



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Eu e Rickard, assim que saímos do quartel, caminhávamos para o local onde se encontrava o nosso alvo. Rickard não me deu muita informação do nosso alvo. É, parece que eu teria que ficar na curiosidade.

Caminhávamos em silêncio para o lugar e o sol já começava a desaparecer no horizonte, provavelmente eram umas cinco horas da tarde.

– Garoto, eu mesmo decidi que nessa missão eu estarei indo apenas como supervisor, quero ver se você consegue realizar a missão sozinho. – Rickard disse, com uma expressão calma. Quando estamos apenas treinando ele normalmente é bem alegre, mas ele é bem diferente durante as missões, é como se ele mudasse para outra pessoa completamente diferente.

Como se ele tivesse colocado uma mascara para esconder sua outra personalidade.

Eu apenas concordei com a cabeça silenciosamente.

Teríamos que caminhar ainda bastante para chegar no local que precisávamos, pelo que Rickard me disse. Suspirei novamente e apenas ganhei um olhar de Rickard por isso.

Infelizmente tenho que admitir que isso é um hábito mesmo, eu preciso parar com isso. Suspirei novamente, inconscientemente e apenas reparei depois...

Ugh...

...

Chegamos ao lugar e eu não pude evitar me surpreender ao ver que era... Uma escola. E de alguma forma ela me era familiar... Resolvi ignorar esse pensamento.

“Essa não...” Eu pensei, já me lembrando de que a Equipe Rocket algumas vezes já mandou matar... Crianças.

Eu não queria fazer isso, mas ou eu cumpria o que Giovanni me mandava fazer, ou eu nunca mais veria minha mãe.

Deixei Rickard seguir na frente, já que ele sabia quem era o alvo, e eu apenas o segui. E provavelmente já terminaram as aulas da tarde e da manhã, então porque estávamos aqui? Será que nos atrasamos e o nosso alvo já foi embora?

Rickard se virou pra mim e fez um sinal para que eu parasse quando nós estávamos perto do portão da escola. Mesmo tão tarde ainda havia os seguranças da escola no portão, teríamos que pular o muro. Fomos para a parte de trás da escola, aonde não havia ninguém e começamos a planejar como pular o muro já que o mesmo tinha aqueles arames farpados em cima.

– Você foi treinado pela Equipe Rocket, conseguira passar por isso sem problemas, vai lá logo, garoto. – Disse Rickard pra mim e eu revirei os olhos e bufei.

O muro tinha lá pra três metros, e era daqueles estilos de tijolos a mostra. Dei um salto me impulsionando na direção do muro e apoiei um pé em um tijolo e segurei com as mãos em outro mais acima, após isso apenas escalei colocando os pés em tijolos mais altos mais uma vez, e então apenas me impulsionei pra cima, segurando na beirada do muro, apoiei novamente os pés em tijolos mais altos. Jogar-me daqui pra dentro do colégio não me machucaria, já que a altura é de apenas três metros, mas se eu caísse de modo errado... Eu poderia ter um bom braço ou pé no mínimo torcidos, o que nos atrasaria na missão.

Certo, respirei fundo e prendi a respiração e me impulsionei com os pés e mãos pra cima e me joguei para o outro lado, virado de lado, passei por cima do arame e logo cai no outro lado. Cai deitado de lado e nada meu torceu, mas mesmo assim soltei um grunhido assim que acertei o chão. Logo me levantei e esperei Rickard passar. Ele fez tudo que eu fiz só que com muito mais velocidade e ainda por cima caiu de pé...

Já indo para o prédio da escola, decidimos entrar por uma das janelas que estavam abertas, parando em um corredor, voltei a seguir Rickard, tentava andar com os passos mais silenciosos que eu poderia.

Quando eu ainda estava fora do prédio vi que algumas salas do prédio ainda estavam com a luz acessa, e notei um pouco de barulho, então me lembrei de que essa escola coloca em detenção de tarde aqueles que fizeram algo que a escola considera errado, talvez nosso alvo ainda esteja aqui sim.

Passávamos pelos corredores até o momento, silenciosos, mas quando íamos virar um corredor, escutamos passos e vozes vindo na nossa direção. Minha intuição foi praticamente me jogar pra dentro de uma das salas vazias. Rickard fez o mesmo, só que indo para a sala ao lado da que eu entrei.

Os passos se aproximavam cada vez mais até que eu pude perceber que a direção que a pessoa vinha era essa sala.

“Você só pode estar de brincadeira... Eu e minha ótima sorte...” Olhei em volta e vi alguns armários de madeira em fileira na sala com um espaço entre eles e a parede, me movi agachado rapidamente pra lá e fiquei atrás dos armários, e logo escutei os passos já dentro da sala.

“Vai, vai embora logo. Cai fora ser humano, vai pra outra sala, só cai fora daqui!” Eu torcia mentalmente, mas a pessoa começou a mexer em uns papeis e eu até pude escutar um barulho de uma cadeira sendo arrastada...

“Alguém só pode estar me jogando azar, só pode. Agora a pessoinha ali vai querer ver papel logo agora que eu estou escondido aqui!” Eu segurei minha vontade de dar um tapa na minha própria cara.

Eu já estava ficando cansado de esperar a pessoa sair e então o celular da pessoa tocou. E aliás... Que raios de música era aquela daquele toque?!?

Felizmente, depois de alguns segundos falando no telefone a pessoa levantou da cadeira e saiu da sala.

“Glorifiquemos!” Eu sai de trás dos armários e estiquei minhas costas. Assim que sai no corredor já vi Rickard novamente, voltei a segui-lo até o alvo da missão.

Chegamos em uma sala vazia no segundo andar e Rickard entrou, eu já não estava entendendo mais nada, mas resolvi só seguir ele e pronto. De lá ele apontou pra janela.

– O alvo está lá fora, no pátio, aqui você vai usar sua habilidade de arremesso de armas. – Rickard entregou três facas de arremesso para mim e eu apenas andei até a janela, com a mesma inexpressividade de sempre. Mas, quando eu olhei pela janela e vi quem era o alvo, que estava sentado em um banco eu simplesmente congelei.

Será que realmente é quem eu acho que era? Não poderia ser outra pessoa... Tudo bem que as minhas memórias daquela época são meio ruins, e que ela mudou... Mas eu a reconheceria. Não, eu não poderia fazer isso...

A pessoa que estava lá embaixo, e que era o alvo... Era Katsumi. A Equipe Rocket estava tentando novamente mata-la...

Mas por quê?! Eu não entendo o porquê de eles quererem tanto acabar com a Katsumi.

– Eu... Eu... – Gaguejei. – Eu não posso matar ela! – Cochichei irritadamente me virando para Rickard. – Eu conheço ela! Ela é minha amiga, eu não posso fazer isso!

– Daisuke, você não entende que isso é uma missão grande que Giovanni nos deu?! Não podemos simplesmente deixar a missão de lado só porque você conhece ela!

– Não! Você não entende que ela foi minha primeira amiga? Eu não vou fazer isso! – Eu já estava quase gritando.

– Tudo bem, sem você não vai fazer, pirralho, eu faço! – Rickard disse nervosamente, apesar da sua expressão tranquila. Ele estava indo em direção da janela e eu pulei na frente dele.

– Não! Eu também não vou deixar você fazer isso! – Ele fez uma expressão furiosa e apertou o cabo da faca de arremesso com força, mas logo ele suspirou e passou uma das mãos pelo rosto.

– Garoto, você realmente não sabe a gravidade disso, não é? E você sabe muito bem com quem aconteceria essa ‘consequência’ não é? – Rickard disse baixo e quando ele tirou a mão do rosto, vi novamente sua expressão normal, mas era fácil perceber a tristeza na sua voz. Eu apenas abaixei a cabeça.

– Eu... Não conseguiria ser uma das causas pela morte da Katsumi. Me desculpa... – Eu disse triste, eu sabia que teria uma consequência, mas eu simplesmente não conseguia.

Rickard soltou uma risada seca e por um momento eu até pensei que ele estivesse a ponto de chorar.

– Tudo bem, Daisuke, vamos voltar... – Ele disse. Eu apenas abaixei a cabeça e senti vergonha de mim mesmo.

Por ele ser meu supervisor, ele que seria culpado por eu não ter cumprido a missão. A consequência aconteceria com ele. E eu tenho muita consciência de que essa ‘consequência’, na Equipe Rocket, pode chegar até a ser morte. O que eu fiz é como se eu tivesse escolhido uma vida dando outra em troca. E eu escolhi Katsumi.

Mas eu infelizmente não poderia fazer nada.

Eu não conseguia fazer nada.

Me desculpe... E, obrigado por ter aceitado minha escolha.

Obrigado por ter dado sua vida pela da minha amiga, alguém que você nem sequer conhece.

...

Voltamos para o quartel em silêncio e assim que chegamos lá Rickard apenas me disse para que eu fosse para o meu quarto. Eu apenas abaixei a cabeça e obedeci. Chegando lá, eu me arrumei como sempre. Tomei banho, me vesti e então olhei para o relógio, dez e cinquenta e dois. Me sentei na cama e comecei a pensar.

Talvez amanhã eu nem sequer o veja mais... Senti lágrimas nos meus olhos. Eu já havia perdido meu pai. Agora é como se eu estivesse perdendo um pai novamente.

Por que eu simplesmente não tive a coragem de ir para o Giovanni antes dele e dizer que a culpa foi minha? Eu morreria e provavelmente eles matariam minha mãe também, mas isso tudo não vale a pena! Eu sei que até minha mãe sabia disso, afinal, ela praticamente disse isso naquela carta.

E então, um pensamento percorreu minha mente. E se... Eles já a mataram? E se tudo que eu fiz até agora, todas as pessoas que eu matei só pra salva-la, foram em vão?

Em primeiro lugar, porque eu aceitei matar todas aquelas pessoas, em troca apenas de uma vida? Mesmo sendo a vida da pessoa mais importante pra mim...

Uma vida não vale a morte de tantas outras! Não importa de quem seja, uma vida não vale tudo isso...

Porque eu fiquei tão desesperado pra salva-la? Qual a resposta pra essa pergunta?

– É tudo que eu quero saber! – Eu falei alto, quase gritando e então percebi já as lágrimas caindo dos meus olhos logo que eu encontrei a resposta para minha pergunta.

Medo.

O que eu tenho é medo de ficar sozinho, só o pensamento já me dá arrepios. Após já ter perdido meu pai, se eu perdesse minha mãe, o que eu faria? Para quem eu iria? Quem ficaria junto comigo? Tantos pensamentos passavam pela minha cabeça que eu nem sabia em qual eu me focava.

Eu comecei a rir, ainda com as lágrimas caindo dos meus olhos. Uma risada cansada.

O que o medo não leva um ser humano a fazer, não é?

Pois se o meu maior medo me levou a querer retirar várias vidas, apenas para conseguir, uma, uma mísera vida.

Dezenas de vidas em troca de uma mísera vida.

Uma... Única... Vida...

Levantei da minha cama repentinamente e chutei o guarda-roupa.

O que eu fiz com o que poderia ter sido minha vida?! Se minha mãe me mandou não procura-la, provavelmente o que ela queria dizer é que provavelmente ela já estava morta e não queria que eu acabasse com minha vida. Tudo bem que eu estaria vivendo meu medo, eu estaria sozinho, mas temos que ser fortes e enfrentar nossos medos pra viver!

Senti mais lágrimas escorrendo pelo meu rosto e bati de leve com a base do meu punho no armário.

Mas eu tinha que ser um covarde! Eu tinha que ter agido como um covarde! E olha oque minha covardia me levou a fazer! Ela me levou a matar!

O que eu fiz?! Eu provavelmente deixei minha mãe triste por ter matado por ela, assim, colocando o peso de tantas vidas no ombro dela. E novamente, por minha covardia e medo de ficar sozinho, eu não admiti a culpa por algo que eu fiz, e graças a isso, vou perder mais uma pessoa, vou perder mais alguém que é importante...

Soltei mais uma curta risada triste, com a cabeça abaixada.

Parabéns pra mim. Com medo de ficar sozinho, eu acabei realizando meu próprio medo, vou perder o segundo ‘pai’ que tive e, agora vou ficar realmente sozinho.

Acho que eu estava tão desesperado em não ficar sozinho, que eu não percebi que eu não estava sozinho.

Eu sentei na cama novamente.

Eu sinto como se eu estivesse enlouquecendo.

Olhei para o relógio novamente. Onze e cinquenta e nove. Mas o ponteiro grande já terminava sua volta e então... Meia-noite.

Eu apenas fechei meus olhos. Gritos, gritos após gritos.

Gritos de homens, mulheres, crianças... Mas então um grito diferente e eu arregalo meus olhos.

Um grito sufocado de um homem... Ou melhor, um grito de Rickard.

Mais gritos.

Eu novamente em anos começo a ter dor de cabeça graças a aqueles gritos, minha cabeça latejava. Eu me joguei na cama fechei os olhos com força e tampei meus ouvidos com as mãos, mas mesmo assim eu escutava os gritos em alto e bom som, parecia que eles tinham grudado na minha mente.

Todos aqueles gritos.

E agora, eu definitivamente estava sozinho. Meu maior medo... Eu estava passando por ele.

Será que alguém poderia me considerar corajoso por estar enfrentando meu maior medo mesmo depois de ter sido um covarde tantas vezes? Soltei uma risada. Duvido.

Os gritos continuavam e eu apertava as mãos mais fortemente nos meus ouvidos cada vez mais.

Não, eu não quero ficar sozinho... Não...

... “Espera, e se minha mãe ainda estiver viva? Então... Eu não estarei sozinho, não é? Eu... Tenho que continuar na equipe Rocket, apenas assim posso saber se ela esta viva ou não...” Eu pensei, dando um sorriso desesperado, e novamente minha covardia me dominou me fazendo continuar nesse inferno.

Eu definitivamente estava enlouquecendo.

Flashback off*

Continua...


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Notas finais do capítulo

Era pro capítulo ter ficado com lá pra suas 1.500 palavras, mas eu tinha que ter meu momento dos sentimentos ali no meio né, mas acreditem, foi necessário. Próximo capítulo quando sair será a batalha do Daisuke!
Quero agradecer a todos que estão lendo a história esse ano! Obrigado!
Até ^^



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