The Battlefield - O Campo de Batalha escrita por Jessyhmary


Capítulo 14
Capítulo 13 - Quando Tudo Está Turbulento


Notas iniciais do capítulo

Oi galera! Preciso dizer que esse capítulo me surpreendeu bastante! Vamos ter um rumo bem louco pela frente :D
— Loving!

#BoaLeitura



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De longe, Bahrein parecia apenas um arquipélago como qualquer outro: pequenas extensões de terra cercadas por água. Para May, no entanto, estava mais para um quebra-cabeça desmontado, em pedaços. A madrugada foi longa para todos, principalmente para Melinda. Contudo, o sol das dez horas avisava à tripulação que estava na hora do desembarque. Skye estava um pouco tensa com o pouso em Manama – pois sabia que era aquele lugar que escondia os medos de Melinda – e procurou passar um tempo com ela nos momentos antes de desembarcarem. As mãos dela estavam frias e a sua garganta parecia estar completamente seca, ela precisava ficar um pouco sozinha. May pediu para todos descerem porque ela precisaria estacionar o avião em outro lugar, e assim aconteceu. A equipe ficou esperando no primeiro hotel que encontraram. Estava um clima relativamente tenso.

– Você não devia estacionar aí. – Uma voz não esperada ecoou dentro da cabine.

Melinda virou-se num milésimo de segundo esboçando um golpe e desfazendo a ação logo em seguida ao perceber que nem todos haviam descido do avião.

– Ward! – Ela gritou ofegante.

– O que foi? Te assustei? – Ele sorria com o canto da boca.

– Não! Não me assustou... Só pensei que estivesse sozinha.

– Espera aí – Ele aproximou-se o suficiente para ver as maçãs do rosto dela ligeiramente úmidas por baixo daqueles óculos que não estavam ajudando em nada. – Você... Você está bem?

– Você ouviu as histórias, Ward. Estamos aqui onde tudo começou.

– Não vai acontecer a mesma coisa dessa vez. – Ele disse baixando o tom de voz, se odiando por ter entrado na cabine daquela maneira.

– Eu estou bem.

– Não, não está! – Ele sentou-se no banco do co-piloto, virando-se de frente para ela. – Nem eu estou bem com isso! Eu...

– Eu já lhe disse para não deixar seus sentimentos tirarem o melhor de você, Ward. Está lhe tirando do seu foco...

– Eu sei muito bem qual o meu foco! – Ele a segurou pelo braço, nada sutil, como se soubesse que aquilo não doeria nada na Cavalaria.

– Não, não parece que você sabe. A missão...

– Não me trate como se eu fosse um cadete, May. Estamos no mesmo nível aqui.

Ela ficou calada. Sabia que ele estava tentando ajudar. Sabia o quanto estava sendo difícil para ele tomar aquela atitude porque ela sabia como ele tinha um certo receio em pisar em solo desconhecido. Mas ele estava se arriscando. E ela não conseguia se desviar disso.

Eu estava desabando. E lá estava ele, descumprindo minhas ordens somente para ficar ao meu lado e eu o estava desprezando. Afastando-o contra a minha vontade. Como poderia descer daquele avião daquela forma? Como inspiraria confiança a Coulson naquele estado? Eu parecia um morcego tentando voar à luz do dia e estava ficando cada vez mais difícil de enxergar alguma coisa, mas ele estava bem ali na minha frente. Com o seu terno azul marinho que eu nunca admitiria que caía-lhe perfeitamente bem. Os cabelos negros que deslizava suavemente ao toque das suas inquietas mãos também preocupadas comigo. Tudo dentro dele estava assim. Turbulento. Essa era a palavra para o momento. Estava tudo fora de controle, mesmo que eu tivesse prometido a Skye que ficaria bem. Era mais difícil do que eu havia calculado. Não podia falhar dessa vez.

– Olha – Ele esvaziou o peito, deixando o ar sair com dificuldades do pulmão – Não precisa falar nada, May. Eu sei que isso é difícil pra você. Só quero que você saiba que no que depender de mim, nós entraremos naquele prédio, pegaremos aquele cara e sairemos desse lugar o mais rápido possível. Pode pelo menos acreditar em mim?

– Tinha uma criança, Grant. – Ela disse, depois de passar alguns segundos travada. – Eu não pude...

Ela engoliu o choro. As lágrimas foram até os seus olhos, mas não se deixaram cair. Ficaram esperando o aval daquela que estava sentindo o seu corpo retornar àquele monte de cinzas chamado Bahrein.

– May...

– Ela estava indefesa, e tinha dois caras apontando uma 9 mm pra ela... Eu tentei, Ward...

– Eu sei. Eu sei que tentou. – Ele segurou as mãos dela e as dele estavam tão geladas quanto as de May. – Não pense nisso agora, tudo bem? Melinda, olha pra mim... – Ela levantou o rosto e as lágrimas finalmente rolaram. – Vai ficar tudo bem, okay? Nós faremos tudo para que ninguém se machuque. Agora vamos, equipe está nos esperando. Você já encontrou um bom lugar para estacionar, não precisa mais ficar dando voltas.

– Obrigada. – Ela conseguiu esboçar um sorriso sem graça, porém era o melhor que ela conseguia fazer naquele momento.

– Não precisa disso. Você sabe que eu estou aqui por você. Mesmo que eu não te conheça direito, e você fique me deixando por fora das coisas... E por mais que você pareça sempre tão forte, e eu...

Ela se aproximou dele, se desvencilhando do cinto do seu assento e o beijou sem cerimônias, bagunçando levemente aquele cabelo tão intocavelmente alinhado que ela amava em secreto. Ward ainda engoliu uma palavra ou duas até entender o que estava acontecendo e depois de alguns segundos aterrissou na Terra novamente. Ela era forte como a Cavalaria, sempre seria. E Ward ficava pensando se conseguiria aguentar a pressão de estar ali sempre que ela precisasse. Aquele momento, porém, compensava todas as horas que ele passou tentando desvendá-la. Era como uma merecida recompensa que ele havia conquistado com muito esforço.

Os dois resolveram sair antes que Coulson mandasse Skye e Fitz-Simmons ir busca-los no avião. Seguiram até os seus aposentos e haveriam de ficar apenas um dia naquele hotel, para não levantar suspeitas. O Agente Kalil mandou um envelope lacrado com todas as informações que Skye havia listado e começaram a traçar alguns perfis de quem poderia estar envolvidos diretamente nisso. A novidade foi que a busca levou a dois homens. Um deles era Ian Quinn que já estava detido, e o outro era um assassino mercenário que batia exatamente com os fatos e as atribuições.

– Localização? – Fitz perguntava, tentando eliminar os últimos suspeitos.

– É aqui mesmo, em Bahrein. – Skye respondia, desclassificando mais cinco candidatos – Temos um vencedor. – Ela deu uma pausa, dando espaço para a tensão preencher a sala – Nosso fantasma é um tal de David Hanif Ai-Tsung. Parece familiar para alguém?

– Pra mim. – May estava pálida – Ele é o meu pai.


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Notas finais do capítulo

Realmente... Moooito turbulento! kkk

— Comentários e sugestões são sempre bem-vindos! :)