Your P.O.V.

– Ai, cara... NÃÃÃÃOOOOOOOOOO!! - Essa sou eu, me lembrando do momento em que eu concordei em ir viver na casa daquele vampiro idiota, relaxado, tarado, pervertido e-- Péra... "tarado" e "pervertido" são as mesmas coisas...? Eu acho que não, porq--- AAAAAAAAH! Pára de pensar em coisas desnecessárias como essa, (S/N)!! Você tem que focar em como você vai sobreviver naquele lugar por mais ou menos 3 meses!

– Sim, sim! - falei em voz alta fazendo uma expressão determinada e cerrando meu punho em frente ao meu corpo. - Hum... Deixa eu ver... ARMAS!! Muitas armas! Assim aquele vampiro não vai tocar um dedo em mim! Sim!!

Dito isso eu fui até minha mochila e procurei por armas. Qualquer tipo de arma. E encontrei apenas minha pequena adaga.

– ........... Vou precisar de algo mais intimidador... - As esperanças estão me deixando!! Saudades um arsenal de armas de todo tipo... Saudades...

Ah! Fionna deve ter um arsenal de armas enorme!! Vou pedir algumas emprestadas! E depois disso estou pronta para a batalha!!!

Mais tarde naquele mesmo dia...

– MARSHALL LEE!!!! - Fionna gritou assim que chegamos numa caverna enorme e escura. Logo meus olhos se adaptaram à escuridão e pude enxergar uma pequena casa de madeira bem no meio da caverna.

– MARSHAAAAAAAAAAAALL!!! - Fionna gritou mais uma vez assim que chegou perto da porta. Bateu uma vez. Sem resposta. Bateu outra vez. Nenhuma mudança. - MARSHALL LEE!!!!! - Fionna gritou o mais alto que podia.

– Tá, tá... Tô chegando... - escutei uma voz masculina, era calma e foi seguida de um longo bocejo. Passou-se um tempo e ninguém veio abrir a porta. Enquanto Fionna batia o pé esquerdo impacientemente, eu estava observando um pássaro que havia chegado perto de mim, voando pela caverna.

– Grrrr... - Fionna rosnou impaciente - MARSHALL LEE! ABRA AGORA ESSA PORTA OU EU VOU DERRUBÁ-LA!!

Fionna esperou 3 segundos pela resposta, mas sua paciência tinha se esgotado. Fionna deu um salto seguido de uma voadora na porta de madeira, que caiu com suas dobradiças quebradas.

– Ei, ei! Eu já estava indo abrir! - Falou um vampiro flutuando, apontando para a porta caída, com uma expressão raivosa e de sono. Usava uma regata cinza e uma calça de moletom azul. Ele deveria estar dormindo... - Vocês vão pagar pela porta! Ou ao menos consertá-la. É o mínimo que podem fazer por atrapalhar me soninho de beleza.

– "Beleza"... Acho que esse sono não está funcionando... - falei para mim mesma. O vampiro olhou para mim com raiva, mas deixou o insulto de lado.

– Você estava sendo muito lerdo só para vir abrir a porta! - Fionna disse cruzando os braços.

– Nós consertaremos antes mesmo de irmos. - disse Cake que agora estava em seu tamanho normal.

– "Irmos"? Vocês vão pra algum lugar? - Marshall Lee perguntou em um tom de curiosidade. - E o que isso veio fazer aqui também?

Ele se direcionou para mim apontando sem se importar com minha presença.

– Até parece que eu queria estar aqui também, seu idiota!! E eu tenho um nome! É (S/N)! - eu disse me inclinando para frente, na direção do vampiro mal-humorado. Ambos com expressões desafiadoras, exceto pelo fato de que Marshall sorria, como se achasse graça de minha reação.

– Era sobre isso que queríamos falar com você... - Cake disse nos separando antes que nos matássemos. Marshall pareceu confuso.

– É que... Eu e Cake temos que ir em uma aventura, iremos buscar um ingrediente para um projeto de Gumball... - Fionna começou a explicar.

– Gumball, é? Você faz mesmo tudo pelo cara que gosta, hein... - Marshall disse com um meio-sorriso em sua boca interrompendo Fionna, esta agora corada e com raiva.

– C-Cala a boca! Isso não tem nada haver com o assunto! - disse corada enquanto Marshall soltou uma pequena gargalhada. - Emfim... A viagem vai ser longa e perigosa, vai durar no mínimo 3 meses... Nós não queremos levar a (S/N), porque ela é nova aqui e não queremos que entre em perigo. Também não podemos deixar ele em casa sozinha por tanto tempo, e ela não quis ficar no castelo com Gumball...

Marshall foi até a geladeira e pegou uma tigela de morangos. Ele voltou até a sala ainda escutando Fionna falar.

– ... Por isso não tivemos escolha a não ser pedir para ela ficar com você aqui... - Cake concluiu com simplicidade, enquanto eu me escondia atrás de Fionna.

– Não. - Marshall falou seco. Cake e Fionna estavam com expressões de raiva profunda, como se prometessem que iriam matá-lo se não concordasse.

– ... Tá, tá! Eu estava brincando! Nossa! Você não tem senso de humor não é? - Disse ele depois de um momento com o rosto levemente vermelho. Aposto que não tava brincando, não... Mas ficou com medo de Cake...

– Ótimo! - disse Fionna mudando completamente de humor, dando lugar a um sorriso fofo. - Eu sei que vão se dar bem logo, logo!

– Até parece... - dissemos eu e Marshall juntos. Nos entreolhamos em desgosto.

– Já arrumei a porta, Marshy! - Cake disse num tom de bebê, tirando a poeira de suas mãos.

– N-Não me chame assim! Minha mãe que tem uma mania de falar assim comigo... - Ele disse com o rosto um pouco rosado. - Tão rápido assim?!

– Eu tenho habilidades... - Disse Cake se gabando.

– Bem, nós já vamos. Temos que pegar a estrada! - Fionna falou alegremente passando pela porta recém-consertada, seguida por Cake.

– Não se preocupe, querida! Logo, logo estaremos de volta! Você nem vai sentir a nossa falta! - Cake acrescentou ao ver minha face de tristeza.

– Vou sentir saudades de vocês, sim... - eu disse num tom triste, enquanto corri para abraçar Fionna e Cake.

– Você vai ficar bem! - Fionna tentou me confortar, logo depois subiu nas costas de Cake, que agora estava em sua forma de viagem. - Marshall vai te proteger!

Fionna piscou para mim e eu corei levemente. As duas deram uma risadinha quando Marshall ficou confuso.

– Marshall! - Fionna chamou sua atenção. - Cuide bem dela, hein!

– Se não... - Cake o lançou o olhar mais ameaçador que ela conseguiu.

Marshall colocou sua língua para fora enquanto mostrava para Cake que não estava nem aí para sua ameaça de morte. Cake ficou a cara.

– Tchauzinho!! - as duas falaram juntas e sorrindo, enquanto acenavam e se distanciavam da casa do vampiro.

– Tchau... - eu disse num tom desanimado e preocupado, enquanto acenava para elas, até elas desaparecerem de vista.

Um silêncio eterno reinou.

Marshall, então, deu meia-volta e foi flutuando para dentro de sua casa. Eu nem notei sua ausência. Estava ocupada demais pensando em como seriam esses próximos meses, vivendo com um vampiro que eu mal conheço, e ainda assim odeio. Em como Fionna e Cake estariam em sua viagem.

– Ei, baixinha! - ouvi uma voz nas minhas costas. - Você vai entrar ou não?

Eu não respondi, apenas passei pela porta enquanto Marshall a segurava. Senti como se ele estivesse me seguindo com os olhos. Depois que eu passei, Marshall fechou a porta e veio em minha frente. Ele colocou seus pés no chão, e olhou para mim.

– Então... - ele disse quebrando o silêncio. - Você quer dormir no sofá ou na cama?

Eu fiquei confusa com a pergunta.

– No sofá. - respondi depois de alguns segundos.

– Tem certeza?

– Sim.

– Absoluta? - ele disse sorrindo.

– ... Claro...

– ... - ele ficou me olhando por um tempo com uma expressão curiosa. - Tá bem. Mas tem uma coisa...

– O quê?

– Por que você quer dormir no sofá? A cama é mais confortável, e você é a hóspede.

– ... Porque eu acho que o dono da casa é quem deve dormir no lugar mais confortável... - eu estava muito duvidosa por essa pergunta.

– Hum... Interessante... - ele disse pensativo.

Eu fiquei o observando, pensado no porquê daquela pergunta, e no porquê ele disse que era interessante.

Meus pensamentos foram interrompidos pelo barulho de alguém mexendo em minha mochila.

– Ei, ei, ei! Tá levando minha bolsa pra onde? - eu perguntei, pegando minha bolsa de suas mãos.

– Ué, eu ia colocar ela no quarto. - Marshall disse com simplicidade. - Não vou deixar você bagunçar minha casa com suas coisas jogados por aí.

– Então deixa que eu levo! Onde é o quarto?

– Por aqui. - ele disse e foi andando, subimos umas escadas, ate chegarmos em uma porta. Ele a abriu e eu entrei. Era um quarto muito bagunçado, quase não se enxergava o chão. Depois diz que não quer a casa bagunçada...

– Você não arruma isso, não? - eu disse olhando o quarto todo.

– Não. - ele sorriu.

Eu fui até uma mesinha, tirei as coisas que estavam em cima dela e pus minha bolsa em cima. Não estava mais escutando nenhum barulho. Marshall deve ter ido lá para baixo.

Quando senti uma mão em meu ombro. Me virei rapidamente, tirei minha adaga do bolso e a apontei para o suspeito.

– Uou! - Marshall disse com as mãos levantadas. - Abaixa isso, garota.

Eu abaixei a adaga.

– Só pra avisar, você vai precisar de muito mais do que a sua faquinha para me enfrentar. - ele disse com um meio-sorriso. - Você não trouxe nada mais ameaçador?

– ... - Eu me virei e guardei a adaga em meu bolso rapidamente. Cruzando os meus braços. - Me desculpe se eu te decepcionei! Eu só tenho essa "faquinha"!

– Por que não pediu umas armas da Fionna emprestadas?

– Eu pedi! Mas... - eu murmurei a última parte.

– Mas o que? - ele perguntou colocando sua mão direita atras de sua orelha.

– Mas elas... - murmurei mais baixo.

– Não ouvi ainda... - Ele tá de brincadeira comigo!

– MAS ELAS NÃO DEIXARAM, PORQUE ACHARAM QUE EU IRIA ME MACHUCAR! - gritei muito alto com o rosto vermelho, deixando-o quase surdo. Marshall pulou para trás em surpresa.

Depois de uns instantes, Marshall começou a gargalharcomo se não houvesse um amanhã.

– HAHAHAHAHAHAHA! Elas disseram que são perigosas demais para você! - ele continuou rindo com suas mãos segurando sua barriga. - Acham que são demais pra você! HAHAHAHAHAHAHA!!

Eu fiquei em silêncio, só esperando ele parar de rir, minha face estava um pouco vermelha.

Depois de uns minutos ele foi parando de rir. Tirou duas lágrimas de seus olhos de tanto rir.

– Ai, ai... - Ele disse suspirando, aliviado. - Bem... Já está ficando tarde, melhor você ir dormir. Eu vou tomar um banho, depois você vai tomar o seu.

– Tá certo. - Marshall me mostrou onde é o banheiro e eu tomei um banho. Ainda bem que não teve nenhum imprevisto enquanto eu tomava banho. Vesti meu pijama. Uma blusa longa com mangas compridas branca, com um short curto vermelho.

Fui até o quarto guardar as minhas coisas. Assim que entro no quarto, me deparo com um Marshall Lee sem camisa e com uma bermuda cinza, sentado na beira da cama, enxugando seu cabelo com a toalha.

Eu soltei um grito muito fino, pelo grande susto. Rapidamente cobri a minha boca com a minha toalha. Meu rosto estava corado. Marshall, ao ouvir o meu grito, olhou para mim. Parecia que ainda estava coletando as informações, então finalmente entendeu e cobriu seu corpo com um travesseiro que estava ali perto.

Ambos ficamos em silêncio. Eu completamente corada. Fui até minha bolsa e guardei as minhas coisas. Dei passos rápidos até a porta.

– Belo pijama. - ouvi alguém falar nas minhas costas. Me virei, ainda corada. Marshall deu um meio-sorriso, me fazendo corar mais um pouco. Virei-me e fui até a sala de estar.

Depois de uns minutos escuto alguém descer as escadas.

– Ei. - Marshall fala para chamar minha atenção. - Acho que você devia dormir na cama.

Levei um susto.

– Por quê? - Perguntei curiosa. Ele tá tentando ser gentil comigo?

– Porque eu não quero que você durma no sofá. Ele não é nada confortável. Eu já estou mais acostumado de cochilar ai, e eu não me deito, eu praticamente flutuo sobre a cama. - ele disse coçando a parte de trás de sua cabeça. - Vai logo antes que eu mude de ideia!

Ele virou um pouco seu rosto. Eu dei um leve sorriso.

– Obrigada. - e subi as escadas. Senti seus olhos me seguirem a cada degrau que eu subia.

Cheguei no quarto. Deitei-me na grande cama e me cobri com o cobertor. Virei minha cabeça no travesseiro macio.

– Que cheiro bom... - falei para mim mesma. O travesseiro cheirava muito bem, embora eu não conseguisse distinguir que cheiro era. Era um cheiro familiar e muito gostoso.

Eu sinto que será um loooooongo tempo vivendo aqui... Mas, talvez nem seja tão ruim assim...