Um Diário Nem Tão Querido escrita por The Reaper


Capítulo 17
Adivinha?


Notas iniciais do capítulo

Mais um capítulo. Espero que gostem. Está maior que o comum se vcs prestarem atenção. Fiquei meio empolgada ao ver que mais um pessoa favoritou. Valeu Anne, valeu pessoal! Vcs são demais!!!! Obrigada pelos comentários tbm rsrsrs riu muito com eles!!!
Boa Leitura!!!



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Bati a porta do carro com força. Como é que podia uma coisa dessas? Já não bastavam todos os meus problemas diários? Eu ainda tinha que lhe dar com uma completa maluca?

–Já chega – disse para mim mesma – eu não vou ter que aturar essa criatura de novo. Não importa o que a minha mãe diga, eu não vu sair desse carro até estarmos em casa.

Passados uns bons minutos notei que a minha mãe caminhava na direção do carro (para minha sorte a tal Maggie não estava com ela mas, por outro lado ela estava com o tal diário na mão) . Ela entrou, sentou-se no banco do motorista e não disse mais nada.

–Ela te disse? – perguntei por fim.

–Se você quer saber eu não acho que seja algo ruim, pelo contrário Sue pode ser uma coisa muito boa. Escrever é uma atividade libertadora.

–Mãe pode parar – disse irritada – você já está falando que nem ela, só falta o brilho assustador nos olhos.

–Você tem uma outra solução? – indagou a minha mãe no mesmo tom.

–Bom, saiba que eu tenho uma ótima solução – respondi – irmos para casa e esquecermos essa história toda. Se o que eu tenho é loucura eu não quero saber como denominar o que essa “psicóloga” tem.

Minha mãe balançou a cabeça teimosamente.

–Você sabe muito bem que não podemos apenas fingir que nada aconteceu. Mesmo porque você acredita firmemente no que me disse pela manhã. Eu sei disso.

–Se eu disser que inventei tudo você deixa isso para lá? – pergunte esperançosa.

Ela me lançou um olhar que dispensava qualquer resposta. Eu suspirei, me dando por vencida.

–Então eu vou ter que escrever em um diário idiota? Sério mãe, sinceramente é ridículo.

–Sim, você vai – respondeu ela decidida – no final das contas pode ser bom pra você... para nós.

**********************

Após chegarmos em casa minha mãe foi para o quarto dela e me deixou sozinha com o maldito diário na minha mão. Minha primeira ideia foi de dar um sumiço naquilo, mas desisti, afinal não adiantaria muita coisa fazer isso. Resignada, fui para o meu quarto e se me surpreender notei que Vincent estava lá com um sanduíche na mão.

–Me deixa adivinhar – disse enquanto fechava a porta atrás de mim – você não trouxe esse sanduíche de casa, trouxe?

–Me deixa adivinhar – retrucou ele sarcástico – você não teve uma tarde muito boa, teve?

–Você sabe? – perguntei surpresa.

–Depende –foi sua vaga resposta – do que você está falando?

–Do diá... – estava prestes a dizer, mas mudei de ideia. Eu não iria dar a ele mais um motivo para me encher o saco – do dia péssimo que eu tive graças a você.

–Susan, Susan – disse ele falando como se reprendesse uma criança – não se deve guardar rancor desse jeito, ainda mais por algo com tão pouca importância como uma mentirinha.

Senti o meu sangue ferver. Não perca o foco Susan, pensei. É isso que este sanguessuga metido a besta quer.

–Foi por isso que veio? – perguntei fingindo desinteresse – me aborrecer com ofensas infantis?

Bingo, pensei orgulhosa de mim mesma.Ele ergueu a sobrancelha levemente surpreso.Depois voltou a sua expressão marota de sempre.

–Infantis? Ora, ora a senhorita Armstrong tem uma língua um tanto afiada – disse ele enquanto se erguia da minha cama onde estava acomodado – mas devo admitir que tem razão, temos assuntos mais importantes para tratar no momento.

–Você havia me dito que bruxas existiam – comentei.

Ele estreitou os olhos.

–Sim.

–E que você tinha uma missão.

–Uma missão simples; rastrear, extrair informações e matar os envolvidos – terminou ele.

–De quem você está falando? – perguntei alarmada.

–Não vai saber muito mais que isso – disse ele dando de ombros – só mantenha em mente que se cooperaras coisas vão ser bem melhores.

–E se eu não cooperar... – disse, curiosidade sobrepondo o medo.

Ele esticou a mão esquerda enrolando um cacho do meu cabelo no dedo dele.

–Você vai cooperar Susan, acredite.

Engoli seco. Os olhos dele tinham mudado de novo e suas presas estavam expostas.

–O que eu tenho que fazer? – perguntei.

–Por enquanto nada. Quando chegar a hora eu lhe darei as instruções necessárias e você as seguirá fielmente.

Assenti levemente com a cabeça. Por alguma razão que eu não sabia explicar eu sabia que iria fazer exatamente o que ele tinha dito.

–Pare! – disse me afastando dele – eu sei o que está fazendo.

Ele sorriu divertido.

–Você tem uma mente poderosa Susan. Isso pode ser muito útil para mim.

Então eu tinha imaginado certo. Ele realmente tentou me hipnotizar.

–Pense pelo lado bom docinho. Se der tudo certo eu sumo dessa cidade o mais rápido possível, deixando você, sua querida mãe , sua tia esquisitona e seu gato pulguento livres para sempre.

Meu humor melhorou bastante depois desse comentário. Mas ainda tinha uma coisa.

–Vincent.

–O que é? – perguntou ele.

–O Danny e os outros... eles estão vivos?

–Infelizmente sim – respondeu Vicent, a boca se curvando em desgosto – eu tenho que ser discreto. Nada de mortes até eu ter certeza de algumas coisas.

–Porque eles queriam me pegar? – indaguei. Eu ainda não conseguia entender o que tinha acontecido.

–Não sei. Mas não se preocupe, enquanto estiver trabalhando para mim estarão protegidos, você e toda a sua família.

Eu não disse nada. Será que ele estava sendo sincero? Eu não podia saber. Se fosse vantajoso para ele esconder de mim a verdade ele o faria sem sentir nenhuma culpa. Eu teria que descobrir sozinha.

–Bom, já que falamos tudo que havia para ser falado, eu vou indo. Tenho um compromisso mais tarde – disse ele dando uma piscadinha sugestiva que me fez entender tudo: ele iria fazer o pescoço e alguém de lanche.

Fiz uma careta enojada e ele riu, desaparecendo tão rápido que parecia mais um borrão.

Respirei fundo enquanto tomava uma decisão: eu iria visitar a minha tia Nat. Ela sempre tinha um bom conselho (Ok nem tão bons assim) para me dar. Talvez eu pudesse convencê-la a me ajudar de alguma maneira, enfim, esperança é a última que morre.

Avisei a minha mãe que estava saindo e ela relutou um pouco em permitir mas acabou deixando quando eu expliquei que queria ver a minha tia. Ela disse que eu poderia pegar o seu carro e eu aceitei de bom grado. Nunca gostei de caminhar mesmo.

Antes de sair deu uma volta na casa procurando pelo Azarado sem sucesso. Aquela criatura tinha sumido o dia todo.

Minutos depois eu cheguei até a casa/floricultura da minha tia. Era um lugar muito bagunçado, só mesmo a Natalie saberia dizer onde está algo e meio aquela desordem toda, que como ela gostava de chamar era sua bagunça organizada. Apesar disso, era um lugar iluminado e bonito com o cheiro da mais perfumadas flores pairando no ar causando maravilhosas sensações aos sortudos visitantes.

Eu me lembro bem. Quando tinha uns cinco anos, correndo em meio às flores enquanto a minha mãe berrava para que eu parasse antes que quebrasse algum vaso ou derrubasse algum cliente desavisado. Eu apenas ria e continuava correndo, ziguezagueando em meio aquela enorme “floresta”.

Caminhe distraidamente pelo local até o balcão que para minha surpresa estava vazio. Franzi o cenho intrigada. Eram cinco da tarde e de maneira nenhuma tia Nat abandonaria o lugar aquela hora. Deveria estar arrumando as coisas para fechar o local, mas estava tudo lá exposto como sempre.Empurrei a portinhola que dava acesso ao interior do balcão e caminhei pelo estreito corredor em direção aos fundos quando vozes (quero dizer, uma voz) exaltadas chamaram minha atenção fazendo com que eu apressasse o passo para saber o que se passava.

Na pequena sala da casa da minha tia havia um rapaz que deveria ter uns dezoito anos. Seu cabelo era demasiado escuro com um corte moicano disfarçado e um brinco de argola em uma das orelhas. Era bonito, mas de um jeito estranho e agressivo.

–Isso é uma perda de tempo! – disse ele irritado enquanto andava de um lado para o outro – sabe o quanto tem sido patético passar os dias assim?! Alguém como eu não deveria receber uma tarefa tão insignificante.

–Seja um pouco mais paciente Arthur – disse a minha tia tentando acalmar o garoto – eu preciso de alguém de confiança para isso e não consigo imaginar outra pessoa. Lembre-se que não sabemos o quão perigoso isso pode ser.

Aquela sem dúvida era uma conversa estranha. Resolvi dar meia volta e chamar minha tia lá do balcão para ninguém notar que eu estava bisbilhotando mas acabei tropeçando num vaso com algumas flores e caí fazendo um barulho danado.

Levantei-me rapidamente porém não o suficiente para que os dois não me vissem naquele corredor. Minha tia ficou surpresa e se aproximou preocupada.

–Susan! A quanto tempo você está aí?

–Acabei de chegar – respondi vermelha feito um tomate – eu... eu achei que estivesse sozinha.

O garoto também havia se aproximado e me encarava aborrecido. Fo então que eu percebi o olhos dele... tão verdes, me lembravam algo.

–Susan este é o Arthur filho de uma grande amiga minha. Arthur, esta é minha sobrinha Susan.

–Oi – disse sem graça.

Ele revirou os olhos.

–Eu já vou Senhora Donovan – disse ele sua voz suave e firme – dá pra ver que esta conversa não vai dar em lugar nenhum.

Ele caminhou em passos rápidos até a saída deixando-me sozinha com a minha tia.

–Cara educado hein? – comentei sarcasticamente.

–Ele é um pouco difícil, apenas isto – respondeu ela sorrindo – então, a que devo a honra da visita? Deixe-me adivinhar: brigou com sua mãe?

–Acertou. E tia?

–O que ?

–Chega de adivinhas por hoje


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Notas finais do capítulo

Comentem meus amores :-*