Estrada da Morte escrita por BailarinaDePorcelana


Capítulo 8
Cam


Notas iniciais do capítulo

VOLTEI!
Me desculpem a demora para postar, de verdade, mas bloqueio criativo é uma droga! Espero que não tenham desistido da fic. Espero que gostem!



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Cam

Parecia que cada uma das câmeras que filmavam lado de fora do lugar mostrava um filme de terror diferente, mas com os mesmos tipos de monstros. Todos observavam aquilo calados, enquanto as pessoas que estavam caídas se levantavam, a aparência igual á daqueles que estavam atacando-os.

– Max. - Luce murmurou chorosa, os olhos lacrimejando.

– Ele deve estar bem. - Cam a abraçou de lado.

– Não, ele não está! - ela se soltou de seus braços e apontou para as telas - Não está vendo isso? As pessoas morrendo? Ele devia estar preso no trânsito a essa hora, não tem como ele fugir disso. Eu… Eu preciso ir atrás dele.

Cam entendia muito bem como ela estava se sentindo. Ele também queria sair dali e procurar seu Will. Mas não dava. Sabia que força de vontade não seria o bastante para passar por tudo o que estava lá fora, esperando pelo momento em que saíssem do shopping para atacar e fazer com eles o mesmo que tinha acontecido com os próprios antes.

– Luce, se acalme. - Trisha a abraçou, a voz calma mesmo com as lágrimas escorrendo por suas bochechas - Não podemos fazer nada agora. Vamos só esperar. Tenho certeza de que Max vai ficar bem.

– Ah, droga. - o guarda que mexia nos controles ali falou, olhando para uma das telas, que mostrava o lado de dentro da entrada do shopping, onde as pessoas se aglomeravam e eram barradas por guardas. Parecia uma rebelião.

– Acho que temos que ir. - Jonathan se levantou e começou a correr para dentro do shopping.

– Deveríamos ir também. - Cam olhou nervoso para as telas uma última vez, passando as mãos pelo cabelos em sinal de nervosismo, para logo depois seguir as três mulheres para fora do lugar.

O silêncio que pairava sobre os quatro não era desconfortável, mas do tipo em que dá para saber que cada um está mergulhado em seus próprios pensamentos e refletindo. O que se passava na cabeça de Cam era que eles estavam ferrados. E que queria saber como seus pais estavam. Eles eram medrosos, então provavelmente estariam trancados no porão de casa abraçados um ao outro e tentando ligar para a polícia. Com esse pensamento, pegou o celular no bolso da calça jeans e achou nos contatos o número de casa. Colocou o celular na orelha, esperando que alguém atendesse, mas não havia sinal algum. Não ouvia nem mesmo o barulho de chamada. Encerrou a ligação e olhou para a tela, constatando que estava sem rede.

Ótima hora para a operadora parar de funcionar, pensou com um misto de raiva e ironia.

– O que vamos fazer? - Jenn se pronunciou pela primeira vez, quebrando o silêncio. Ela parecia tranquila, como se nada de tão grave tivesse acontecido.

– Acho que vamos ter que ficar aqui e esperar isso acabar. - Trisha falou, suspirando em seguida e completando baixinho - Se acabar.

– Isso parece aquele filme de terror. - Luce murmura - Aquele em que as pessoas ficam presas no shopping.

O Despertar dos Mortos? - Cam perguntou, erguendo uma sobrancelha e comparando a situação presente e o filme.

– Não faço ideia. Não gosto de filmes de terror. - Luce abaixou a cabeça, as lágrimas voltando aos olhos.

– E agora estamos dentro de um. - Jenn suspirou.

Os quatro subiram pela escada rolante e foram para o lado da entrada principal onde estava tendo a enorme confusão. Talvez pudessem ajudar em alguma coisa. Mas a coisa estava mais feia do que parecia.

Muitas pessoas estavam ali, se empurrando, tentando chegar á frente da entrada, todos gritando para conseguir sair dali logo. Elas pareciam loucos, e Cam não pode deixar de compará-los com um grupo de animais.

Alguns minutos depois, um homem que devia ter pouco mais de quarenta anos vestindo um terno e com um porte elegante. Ele segurava nas mãos uma coisa vermelha estranha, que foi identificada como uma buzina, que fez todos se calarem e olharem para onde ele se encontrava, olhando tudo do segundo andar.

– Por favor, parem com a confusão. Eu vou explicar a situação, e depois disso, quem quiser sair daqui poderá ir embora. Mas escutem antes.

– Quem é você? - alguém gritou no meio da multidão.

– Eu sou o responsável pelo shopping. A situação é essa: o lado de fora está um caos, pessoas estão matando umas ás outras, mas fui informado que o exército está tentando controlar tudo isso, mas está difícil. Toda a cidade, e pelo que sei todo o estado e provavelmente todo o país está sem energia, sinal telefônico e água. Como temos nossas próprias fontes de água e energia, todos vocês podem ser mantidos em segurança aqui dentro por um bom tempo com todas as necessidades suprimidas.

– Meu bebê está em casa sozinho com uma babá de quinze anos, não posso ficar aqui! - uma mulher gritou, chorando.

– Minha senhora, eu tenho uma filha de três anos que está na mesma situação e minha esposa também, mas tenho que pensar em mais que isso, como controlar a situação de centenas de pessoas presas dentro desse shopping. - o homem falou mantendo seu jeito calmo - Mas se quiser ir embora, não posso impedir. Os que quiserem enfrentar o caos lá fora podem ir, não vou impedir. As portas ficaram abertas por apenas um minuto, e então serão fechadas. Quando isso acontecer, ninguém mais poderá entrar ou sair, então é melhor pensar bem. Elas se abrirão em cinco minutos.

Dito isso, o homem foi embora, desaparecendo pelo mesmo lugar de onde saiu.

– Vamos ficar aqui, certo? - Jenn encarou cada um dos três amigos.

– Claro. - Trisha assentiu.

– Sim. - Cam concordou.

– Acho que sim… - Luce suspirou.

Eles se sentaram num banco afastado de toda aquela confusão e ficaram observando as pessoas que obviamente esperavam que a porta se abrisse e as outras que pareciam indecisas se iam embora ou não. Outras iam se dispersando pelo shopping. Mas todas tinham feições preocupadas e outras chegavam a ser desesperadas.

Os cinco minutos logo se passaram e as portas se abriram. Muitas pessoas saíram quase correndo dali, e outras iam até a porta, viam a confusão que estava do lado de fora e voltavam para dentro. E o minuto se passou. As portas se fecharam e ninguém mais entrava ou saia.

– Eu estou com fome. - Cam falou, se levantando - Querem comer alguma coisa também?

– Comemos faz meia hora, Cam. Já está com fome? - Jenn fez careta.

– Eu vou também. - Luce se levantou suspirando - Não posso fazer nada mesmo.

Enquanto caminhavam, os dois viram uma aglomeração em volta de uma mulher, que gritava.

– Se acalme. - um homem ajoelhado ao lado dela instruiu - Respire fundo.

– Alguém aqui é médico? - uma mulher gritou, mas ninguém respondeu.

Eles se aproximaram e viram que a mulher caída, que gritava, estava grávida, e em trabalho de parto.

– A Jenn faz faculdade de medicina. Ela pode ajudar. - Luce falou, de repente pálida e parecendo prestes a desmaiar.

– Luce, você está bem? - Cam perguntou preocupado.

– Ela pode ajudar. - murmurou a mulher antes de desmaiar.

– Luce!

Cam se ajoelhou ao lado da amiga, sem saber o que fazer, pensando numa maneira de acordá-la e no porque teria desmaiado. Será que por estresse, da situação toda? Ou por causa da mulher que estava tendo o bebê?

Numa medida desesperada, ele correu até um dos restaurantes na praça de alimentação e pegou um copo. Encheu-o de água no bebedouro e quando voltou algumas pessoas já se juntavam em volta de Luce. Passou entre elas e derramou a água no rosto da ruiva, que acordou tossindo.

– Graças aos céus, você está bem. Vem, vamos ir para um lugar mais calmo.

– Cam… Acho que vou vomitar…- falou se levantando rapidamente e correndo para o banheiro.

Imaginar o que estava acontecendo era o que restava para Cam, enquanto esperava do lado de fora do banheiro feminino. Luce devia estar muito nervosa, por isso estava desse jeito. Mas lá no fundo sabia que não era isso. Estava saindo para chamar Trisha e Jenn quando a mulher saiu do banheiro parecendo melhor, como se nada tivesse acontecido.

– Melhorou?

– Sim. - ela respondeu parecendo envergonhada - Eu sei que não é a hora certa para isso, tudo está uma confusão, mas preciso contar uma coisa.

– O que?

– Eu estou grávida.

Cam encarou o rosto de Luce por um tempo, esperando que ela dissesse que estava brincando, mas ela parecia séria, e as lágrimas começaram a cair novamente em seu rosto.

– Quando descobriu?

– Faz uma semana. - falou limpando as lágrimas.

– E porque não nos contou? - Cam passou a mão pelos cabelos, irritado.

– Eu estava com medo. Ainda estou. Eu preciso de Max aqui… Não posso fazer isso sozinha… E se aquilo que está acontecendo lá fora não acabar? Com vou fazer? Vou ficar que nem aquela mulher tendo o bebê no meio de um shopping, sem ninguém para ajudar? - disparou, sem parar nem para tomar fôlego, as lágrimas se intensificando - O Max nem sabe que estou grávida, e provavelmente nunca vai saber. E o meu filho? Como vai crescer sem o pai dele?

– Hey, hey… Respira fundo… Eu estou aqui com você. Vai dar tudo certo. Tudo isso vai acabar, o Max vai estar bem e seu filho vai ser criado numa linda casa perto da praia. Tudo bem?

Luce respirou fundo algumas vezes, limpando as lágrimas, e deu um sorruso fraco.

– Tudo bem.

Eles se abraçaram e ficaram na mesma posição por alguns minutos.

– Ainda quer comer? - ele perguntou.

– Sempre.

Os dois foram para a praça de alimentação e a mulher grávida não estava mais ali. Cam segurou forte a mão de Luce e eles seguiram para uma lanchonete.

– Já que está grávida, não devia comer coisas muito gordurosas.

– Ah não, nem vem com isso. Não vou virar a Jenn e comer salada o dia inteiro.

Cam riu e pediu á atendente dois cheeseburguers e dois sucos. Se sentaram para esperar o pedido sair e ficaram em silêncio, Cam pensando em como seria ser tio e se o bebê seria menino ou menina. Logo chegou o pedido deles e começaram a devorar o lanche como se fosse o último.

– Vai contar ás meninas sobre estar grávida? - perguntou. Tinha certeza de que elas adorariam a novidade, apesar de tudo.

– Se eu não contar, você conta mesmo assim, não é? - indagou e Cam assentiu em resposta - Então acho que vou ser obrigada a contar. - Luce fez careta.

– Ótimo. - o homem sorriu, radiante.

O mundo estava acabando, o lado de fora estava uma confusão, e o lado de dentro também. Aquilo era uma droga, e Cam sentia que a situação só pioraria, mas tinha que seguir até o fim. Por Luce, pelo bebê, por Jenn e por Trisha. Todos ficariam bem, nem que ele tivesse que morrer para isso.


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Notas finais do capítulo

E então, o que acharam? Please, mandem reviews me contando, e se quiserem dar ideias, reclamar de alguma coisa, até mesmo desabafar, fiquem super á vontade!
Próximo capitulo: Maddie
"- Você é maluca!
— Ui, falou o Porfessor Xavier! Porque não vai buscar seus X-Men?"

Beijos e até o próximo capitulo (prometo não demorar) ♥



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