Are you Mine? escrita por scarecrow


Capítulo 1
Chap.01. Oh, Lord, Heaven Knows.


Notas iniciais do capítulo

Ei, ei, tudo bom? Aqui estou eu, com outra fanfic, HEUEHEU. Não resisti e escrevi uma Kakashi/Naruto ♥

Bom, esse primeiro capítulo está pequeno porque é só o primeiro ainda. Funciona como um prólogo. Como é o início, gostaria que vocês me contassem o que estão achando, sim? É muito importante pra mim.

Capítulo betado pela Momoi ♥



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Are You Mine?

CAP01: Oh, Lord, Heaven Knows.

Se o amor fosse feito de palavras, ele seria mudo. Seu coração bateria sem ritmo e sua vida seria colorida de preto e branco.

Essa foi a vida que ele escolheu ter. Ele fugiria de todos os modos, e estava indo muito bem até então. Enquanto o amor passasse na esquina, ele só precisava atravessar a rua, e nunca encontraria de novo o sentimento tão temido.

Por isso, se o amor fosse feito de vozes, ele seria surdo. Sua voz gritaria tudo aquilo que ele não queria ouvir e sua vida seria tecida de memórias silenciosas.

E se querem saber? Ele estava vivendo muito bem assim, evitando o amor de todas as formas e fazendo exatamente o contrário àquilo que as pessoas que querem se apaixonar fazem.

Hatake Kakashi não tinha absolutamente nada para reclamar de sua vida. Reclamar do quê? Tinha algo mais perfeito do que conseguir efetuar com sucesso seu objetivo? Claro que, suas felicidades não eram provenientes apenas de um escapar de sentimentos. Kakashi tinha toda uma vida que cuidava dia após dia para funcionar do jeito certo.

Era médico e estudava todos os dias depois do horário de trabalho para manter o nível de suas consultas de acordo com as necessidades de saúde atuais. Ganhava extremamente bem por já ter um nome montado na carreira e tinha resultados excelentes com a maioria dos pacientes. Trabalhava no melhor hospital da cidade e tinha o próprio consultório. Era, obviamente, solteiro. Tinha bons amigos, bons livros, um bom gosto musical e uma boa aparência.

Naquela específica primeira terça-feira de agosto, ele acordou com o humor não muito diferente do normal. Vestiu sua melhor calça branca e decidiu que hoje sim, era um bom dia para dar tudo de si no trabalho. O céu estava claro e sem nuvens pesadas. Era um dia perfeito para fazer o melhor que poderia no hospital e depois voltar para casa, a fim de tomar um banho gelado e ler o livro que pegara emprestado de seu melhor amigo, Itachi.

“Bom dia” cumprimentou a enfermeira que fazia plantão no mesmo horário da manhã. Ela logo veio lhe cumprimentar cheia de segundas intenções, e Kakashi não fez muita questão de percebê-las.

Até porque, não tinha motivos para notar alguém que visivelmente vivia acompanhado pelo amor, como a enfermeira Yamanaka. Além disso, aquele sequer era o amor que o médico costumava aprovar, quando mais novo, no tempo em que ainda dava alguma importância para isso.

“O que temos hoje?” perguntou depois de ouvir o finito falatório da loira. Ela estava do seu lado com uma grande prancheta na mão, com o nome e a ordem dos primeiros cinco pacientes que Kakashi teria que tratar.

“Sala Cinco, segundo andar.” ela respondeu depois de conferir na prancheta “Hoje todo o seu turno será feito lá.”

Sem querer saber os nomes dos seus pacientes, Kakashi seguiu para o lugar indicado pela enfermeira. Ela sorriu, e informou que iria para a sala de medicamentos e que, se precisasse de algo, era só chamar.

O médico segurou um suspiro antes de entrar na sala onde trabalharia o resto do dia. Colocou um sorriso no rosto e abriu a porta, pronto para atender qualquer paciente.

Ou no mínimo era isso o que ele pensava antes de encontrar um loiro, em pé, mexendo nos equipamentos médicos que usaria o dia inteiro. Deu uma tossida grave antes de dizer “Bom dia.”

O seu paciente levou um susto com a chegada súbita do grisalho, e se afastou um pouco dos equipamentos que tanto tinha curiosidade sobre. “Bom dia” cumprimentou de volta “pra que serve isso?”.

Oh, era só o que lhe faltava. O tipo de paciente que Kakashi não gostava de gastar muito tempo de modo algum. Aquela consulta iria lhe irritar e ele sabia disso, mas segurou outro suspiro antes de explicar:

“Isso é uma pinça. Eu deixo você imaginar para que serve. Qual o seu nome?”.

“Uzumaki Naruto” disse o tal loiro estendendo-lhe a mão após se apresentar.

“Hatake Kakashi” o médico respondeu, analisando a figura estranha que sorria abertamente para um cumprimento daquele tipo.

Apertou a mão macia do seu paciente, ainda um pouco perplexo. O sorriso do loiro não se desmanchou em nenhum instante. Por quê? O grisalho se perguntou. Por que ele está sorrindo tanto para um cumprimento desses? Quantos pacientes lhe sorriam daquela forma após lhe contarem seus nomes? Nenhum. Todos passavam as consultas e perguntavam o nome do médico apenas para citá-lo uma ou duas vezes durante o atendimento e, se tudo desse certo, nunca mais na vida.

Mas aquele tal de Naruto era diferente nesse aspecto. Ele fazia parecer que aquela situação fosse especial. Seu sorriso cheio de dentes e sua felicidade de estar ali, como se fosse um prazer conhecê-lo. Como se...

“Kakashi-chan, então?” o paciente perguntou assim que soltou sua mão. O médico engasgou por surpresa. Chan?

“Kakashi-sensei, por favor” reclamou. Kakashi não é do tipo de médico chato que exige que o chame daquela forma, muito pelo contrário – gostava de quando alguns, raros, pacientes, lhe chamavam pelo segundo nome sem o sufixo sensei. Acontece que, para aquele específico loiro na sua frente não tinha nenhuma intimidade para chamá-lo com aquela terminação. Céus! Era no mínimo uns dez anos mais velho que o outro. “Sente-se”

E o outro se sentou. Continuou olhando para o médico com um grande sorriso. Kakashi deixou-se suspirar dessa vez e sentou-se na frente do menor.

“E o que você tem, Naruto?” Kakashi perguntou pegando um pequeno papel para anotações em sua frente.

“Eu ando tossindo bastante” reclamou o loiro. Pousou a mão na garganta e fez uma careta, demonstrando que aquilo realmente estava lhe incomodando. “E acho que estou chiando um pouco. Meu amigo de trabalho diz que às vezes pareço um gato enquanto respiro” E riu, como se tivesse contado uma boa piada.

O médico franziu o cenho, um pouco sem entender o que o loiro queria com tudo aquilo. Havia procurado um médico por causa de uma tosse boba? Suspirou.

O sistema respiratório não era a especialidade do grisalho. Kakashi tinha seu próprio consultório de oncologia no terceiro melhor bairro da cidade, onde atendia com todo prazer do mundo cada um dos seus pacientes. Além disso, nos plantões da tarde que pegava na quinta e sexta-feira, também consultava em sua especialização no hospital. Entretanto, como sua boa ação à humanidade, ele também atendia como médico geral no hospital nas terças-feiras.

E por isso, estava aturando aquele estranho loiro na larga sala, que sorria abertamente o tempo todo. Segurou o incontável suspiro no dia que acabara de começar. Por céus, era apenas seu primeiro paciente.

Okay, então vou te examinar. Sente-se ali, por favor.” O médico apontou para a grande cama que estava no canto, seguindo-o logo depois de falar. Colocou as luvas finas e pegou sua pequena lanterna. Olhou para o tal Naruto, que estava sentado esperando como um bobo o exame. Ignorou as feições do mais novo e, com um palito descartável na mão, pediu: “Diga: ‘Ah’”

“Ah” resmungou o outro, abrindo bem a boca. Kakashi não esperou para pressionar a língua grande do loiro para baixo com o palito, vendo o fundo da sua garganta claramente inflamada com a lanterna. “O que eu tenho?”

“Ainda estou te examinando.” disse o maior, sem graça. Analisou os ouvidos, os reflexos, as pupilas. Pegou o estetoscópio para ouvir as batidas agitadas do coração de Naruto. Tudo estava certo. Por último, faltava apenas medir a pressão.

“Não.”

“Como?” Kakashi perguntou, sem entender. Não o quê? E porque aquele simples “não” saiu tão sonoro? Voltou sua atenção para o Uzumaki. Seus olhos azuis estavam extremamente determinados, e seus lábios pressionados um no outro, como se estivesse fazendo alguma careta sem perceber.

“Não quero que use isso. Não gosto. Dói.” justificou o paciente emburrando-se de fato. Oh, o médico não conseguiu segura o suspiro dessa vez. Aquilo tudo estava mesmo acontecendo? Sequer suas consultas com crianças tinham desse problema.

“Eu te dou um doce depois, pode ser?” ofereceu já colocando o equipamento no braço direito do menor.

“Depende. Qual doce?” perguntou, curioso, sem perceber que o médico já estava apertando a bomba de ar. “Ei, por que você fez isso? Eu disse que não queria, eu te disse!”

“Calma, eu já terminei.” Kakashi disse sincero, dando ombros e tirando o equipamento do loiro. Guardou cada coisa em seu lugar, e voltou para seu lugar de origem – a grande e confortável cadeira atrás da mesa.

Naruto o olhou irritado, incrédulo. Ele fez aquilo mesmo? Céus! Havia dito que não, não queria que medisse sua pressão. Que médico abusado! Fez um pequeno bico e sentou na cadeira não tão confortável na frente da mesa.

O grisalho fez algumas anotações, e as analisou minuciosamente depois disso. Puxou seu bloco de receitas, e passou a escrever com sua letra bonita de mais para um médico. Antes de destacá-la, porém, abaixou-se para alcançar algo.

“Prontinho.” Resmungou o médico, retirando um redondo pirulito de cereja de um grande pote. Colocou-o em cima da receita, e entregou os dois para o paciente. “Sua garganta está inflamada, e pelo seu chiado, você está com índices de bronquite.” Explicou calmamente, contando a Naruto o que ele tinha. “Você vai precisar tomar esses antibióticos aqui. Um de doze em doze horas, e o outro de oito em oito, tudo bem?”

Não houve resposta. O Uzumaki ainda estava emburrado, apesar de realmente ter apreciado o pirulito em sua frente. Kakashi olhou bem para o loiro em sua frente analisando-o com calma. Decidiu por perguntar:

“Quantos anos você tem?”

“Vinte e dois.” Resmungou o paciente, pegando a receita e o pirulito de cereja, já indicando que iria embora. “Eu preciso voltar?”

“Só se, depois de dez dias, não melhorar nada.” Kakashi respondeu, levantando-se da cadeira e indo em direção a porta, para se despedir devidamente de seu primeiro paciente do dia. Esticou a mão esquerda para cumprimentar o loiro, e esse sorriu abertamente como no início da consulta.

“Obrigado, Kakashi-sensei.” agradeceu sério, porém ainda sorrindo. Cumprimentou o médico, apertando sua mão com certa força. Saiu da sala sem olhar para trás.

E então, vendo que estava sozinho na sala, soltou, finalmente, um longo suspiro.

Oh, Deus, só os céus sabem como vai ser o resto do seu dia.


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Notas finais do capítulo

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