Depois de guarda tudo em seu devido lugar vi as horas no meu celular – 22h47min – Me troquei e sai para tentar conhecer a escola e não me perder mais. Andei novamente para perto daquele lago de mais cedo, me sentei perto dele admirando a bela vista e comecei a me lembrar do que aconteceu.

– Pronto, estou aqui, podem falar – Disse me sentando na frente dos meus pais no escritório de meu pai.

– Bom querida como você sabe ontem foi seu aniversario de 16, e bem nós prometemos que quando você completasse essa idade nós te contaríamos a verdade – Disse minha mãe em um tom gentil.

– Como assim? Que verdade?– Perguntei estranhando.

– Você não é... Como dizer... Normal – Meu pai disse tentando escolher bem as palavras. Espantei-me com as suas palavras.

– Querida, o que nós queremos dizer e que você pode fazer coisas que as outras pessoas não podem – Ela disse e eu automaticamente me lembrei de quando tinha 13 anos e tinha machucado meu joelho, lembro-me de ter colocado minha mão por cima dele e quando resolvi me levantar não tinha mais machucado, achei que eu não havia me machucado, mas o sangue na manga de minha camisa denuncia que eu tinha, isso aconteceu mais uma vez e depois nunca mais.

– Você é diferente das outras pessoas – Meu pai disse.

– Eu tenho poderes – Afirmei para mim mesma, olhando para minhas mãos.

– Sim, e agora que você tem 16, eles não vão estar mais tão controlados como antes – Ele disse.

– Isso quer dizer que eu posso machucar as pessoas? – Perguntei um pouco assustada.

– Não exatamente, nós não sabemos o que você é capaz de fazer – Minha mãe disse tentando me acalmar.

– E como eu faço para controla-los? – Perguntei olhando para o meu pai.

– Tem uma escola para pessoas como você.

– Ótimo então problema resolvido – Disse sorrindo.

– Não é tão simples assim querida – Disse minha mãe com a cabeça baixa.

– Por que não?

– Não é só isso que nós temos para te contar – Meu pai disse.

– Então me contem o resto – Disse curiosa – Não deve ser tão ruim.

Eu estava muito errada. Foi muito pior, eu descobri que não era filha deles.

– Então quem é ele? – Perguntei curiosa.

– Ele quem? – Minha mãe me olhou com uma cara confusa.

– O meu verdadeiro pai – Disse e no mesmo instante notei o meu pai ficar com uma expressão triste – Quer dizer... Meu verdadeiro pai é você que cuidou de mim... – Disse para meu pai - Eh, quem é...

– Não, tudo bem, ele é o seu pai de verdade – Disse meu pai dando um sorrisinho com minha confusão com as palavras.

– Então, quem é o meu “pai”? – Perguntei fazendo aspas fazendo meus pais rirem.

– Ele se chama Victor Cornwell – Minha mãe respondeu com um receio na voz.

“Victor Cornwell, tantas pessoas no mundo e eu tinha que ser filha dele” – Pensei atirando uma pedrinha no lago fazendo-a quicar três vezes antes de afundar.

Victor Cornwell. Guarde bem esse nome em sua cabeça, pois ele é muito importante na minha história.

Depois daquela conversa com meus pais eu tinha uma escolha: ficar com a minha família e amigos e fingir que eu não tinha poderes, ou vir para cá – Academy Moonstone – e aprender a controlar meus poderes antes de acabar machucando alguém – de novo.

Me levantei de onde estava sentada, e resolvi fazer meu tour pela escola, descobri onde ficava vários lugares, até lugares onde eu nunca iria precisar indo, além de me perder no mínimo umas quatro vezes até conseguir voltar para o meu dormitório.