Me perdoa - Dramione escrita por Grind


Capítulo 3
Capítulo 3 - Um caminho perdido




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/471053/chapter/3

Me Perdoa – Dramione / Capítulo 3 - Um caminho perdido

Draco Malfoy

A mesma pontada que senti no peito ao ver a garota pela primeira vez me atingiu, dessa vez, milhares de vezes mais forte e senti minhas pernas bambearem.

Aquilo não poda estar acontecendo. Não podia ser verdade, deveria ser tudo coisa da minha cabeça. Coisa da minha cabeça.

Minha respiração se tornou ofegante e eu sentei-me com dificuldade em um banco de praça. Algo que eu normalmente não faria.

Hermione continuava a se afastar, e parecia que ela levava com ela todo ar do mundo. Emily estava no balanço enquanto Weasley a observava sentado em um banco logo a sua frente.

– Não... – Falei com dificuldade, sentindo meu peito doer mais.

Minha visão foi ficando turva, e Granger parou repentinamente. Coloquei a mão sobre o peito, e a sensação era como se alguém tivesse meu coração na mão e o apertasse com força. Ela se virou, olhou pra mim e seus olhos se arregalaram enquanto corria na minha direção.

Depois disso, eu apaguei

(...)

Acordei em uma cama de hospital. Não estava com minha roupas. E Granger estava sentada na cadeira ao lado. Abrindo melhor os olhos, com dificuldade tentei me sentar e ela se moveu rapidamente me segurando e balançando a cabeça em negativo.

– Mas o que foi que aconteceu? – Franzi o cenho.

– Você teve um ataque de ansiedade. A adrenalina tomou conta do seu corpo mais rápido do que o normal, e se demorasse mais um pouco, você teria um ataque.

– O quê?

A garota loira de olhos azuis entrou na sala, e ao contrario do que eu a esperava subiu ao pé da cama e sorriu terna.

– Eu vi você apagando. Foi engraçado.

Franzi o cenho.

– Querida, por que não vai esperar lá fora? Eu preciso conversar com o amigo da mamãe.

Amigo?

– Está bem – Ela balançou a cabeça e positivo sorrindo. Ela tirou a caixa de música de dentro da bolsa da mãe e colocou no meu colo, piscando discretamente, sussurrou

– Precisa mais do que eu.

A garota saiu saltitante da sala, e Hermione fechou a porta logo em seguida respirando fundo.

– Mas o que raios foi aquilo?

– O que foi aquilo digo eu! - Cerrei os punhos – Ela é minha filha! – Disse entre dentes.

Hermione empalideceu outra vez e presumi que quem teria um ataque agora iria ser ela.

– O que está insinuando? Perdeu a razão?

Ri cínico.

– Não venha com suas piadas pra cima de mim Granger, qualquer um vê a semelhança.

– E que diferença vai fazer? - Ela se aproximou nervosa – Você não estava lá, estava? Nem eu sabia que estava grávida quando você foi embora. Então eu me casei com Rony e só então fomos descobrir!

– Ah – Sorri satisfeito – Ele sabe que ela não é filha dele.

– É meio obvio não acha? – Ela bateu as mãos no pé da cama nervosa.

Suspirou, e voltou a se sentar.

– Por que a escondeu de mim?

– Eu a escondi de você? – Ela ergueu uma sobrancelha na mina direção – Você se escondeu de mim!

Eu deixei a cabeça cair para trás. Aquilo não podia mesmo estar acontecendo.

– Eu não acredito nisso Hermione... Isso tudo é um sonho... Você é um sonho... Daqui a pouco eu vou acordar na calçada em frente aquela loja, e rir comigo mesmo.

Hermione revirou os olhos.

– Se fosse simples assim estava ótimo. Mas isso aqui é realidade. E eu tenho que ir pra casa. – Ela se levantou repentinamente e eu levantei o rosto assustado.

– Aonde você vai?

– Pra casa. – Ela colocou a bolsa no ombro – Foi o que eu acabei de falar.

– Não, não pode ir. Não pode me deixar aqui. Você nem me disse onde mora, como vou encontrá-la?

Ela se virou na minha direção. E sua expressão não era nem um pouco feliz, seus cabelos estavam mais compridos do que eu me lembrava, mas os olhos eram os mesmos. Os mesmos profundos olhos cor de âmbar.

Aquilo foi como tocar em uma ferida aberta, que parecia não cicatrizar nunca. Ela colocou uma mecha castanha atrás da orelha e recompôs a postura, e só então percebi que ela deveria estar sentada ali ao meu lado ao um bom tempo.

Não era a primeira vez que estávamos em um quarto de hospital e eu implorava para que ela ficasse. Eu me lembrava de quando estávamos indo ao cinema, e em uma tentativa de assalto eu sai no braço com bandido.

Se bobeasse eu ainda poderia ouvir o desespero da voz dela pedindo que eu parasse. A vantagem dele era estar armado, o que me fez levar um belo de um tiro na barriga. Chegamos as pressas no hospital e eu só não morri por que ainda não era a minha hora.

Pelo que eu soube, fiquei três dias em coma e ela não havia saído do meu lado nem por um minuto, e quando eu acordei, ela disse que precisava ir, descansar.

Como ela provavelmente precisava agora.

E ali estava eu outra vez pedindo para que ela ficasse.

Ela suspirou cansada. Beijou o topo da minha cabeça e senti que ela estava se despedindo, que não pretendia voltar. E eu simplesmente não poderia aceitar isso. Não poderia deixar isso acontecer.

Tentei segurar seu braço, mas ela se soltou com facilidade considerando o fato de que eu estava em uma cama de hospital. Eu comecei a respirar com dificuldade outra vez, e quando ela saiu, eu estava com dor no peito de novo.

Tentei me mover na cama, eu tinha eu ficar de pé de qualquer jeito.

Vi sua sombra pela janela pegar a mão da garota e andarem sentido corredor.

E o desespero me atingiu, a imagem dela me olhando com dor não seria a ultima imagem que eu teria dela, não poderia ser. O computador com sua rede de fios ligada ao meu braço e meu peito começou a apitar.

Minha tentativa de levantar levou mais tempo do que eu esperava, arrancando as porcarias hospitalares de mim, e usando o poste com o soro que estava sendo “inserido” em mim, abri a porta com dificuldade, parando no corredor e apoiando-me na parede ofegante, eu fazia um esforço absurdo.

Ela viraram o corredor que nunca me pareceu tão longe. E eu sabia que tinha que ser mais rápido que a enfermeira que já devia estar a caminho.

– Emily! – Consegui falar grosso, repleto de raiva por não conseguir dar um passo.

Cerca de segundos depois a garota loira voltou correndo loucamente pelo corredor. Provavelmente contra o gosto da mãe, outro indicio de que eu deveria ser ainda mais rápido.

Eu escorreguei pela parede, parando sentado no chão e garota parou ao meu lado.

–Não vai fugir de mim também vai? – Falei com dificuldade e ela balançou a cabeça em negativo, ela certamente era tão inteligente quanto a mãe.

–Você conhece... Alguém chamado Blásio Zabini? - Eu senti a dor no peito ficar mais forte, e arfei.

– Sim, ele é meu padrinho. – Disse como se fosse obvio.

– Ótimo - segurei em sua mão. – Quando se encontrarem, pegue a carteira dele. - Ela franziu o cenho e foi como se eu visse minha versão feminina. – Sem que ninguém veja, e não se esqueça de devolver. Você tem que achar um cartão com o meu nome, está entendendo? – Eu mal conseguia respirar.

Ela balançou a cabeça em positivo.

– Quando ninguém estiver vendo, você me liga. Precisa fazer isso.

– Está bem. – Disse com o mesmo tom gentil, os olhos brilhavam.

Hermione apareceu no inicio do corredor com um olhar furioso.

– Emily! – Gritou irritada.

A garota revezou olhares entre mim e ela e eu balancei a cabeça em positivo.

– Você vai melhorar não vai? - Seu tom era preocupado.

–Vou, vou sim. - Eu arfei outra vez.

– Emily!

Ela me beijou na bochecha, e escutamos os passos apressados da enfermeira na nossa direção.

– Tchau pai. - Sussurrou.

Ou teria sido coisa da minha cabeça, eu já suava frio e não tinha muita certeza de tanta coisa.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!