Me perdoa - Dramione escrita por Grind


Capítulo 2
Capítulo 2 - Nada mais faz sentido




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/471053/chapter/2

Me perdoa – Dramione / Capítulo 2 – Nada mais faz sentido

Draco Malfoy

Por um momento eu perdi toda e qualquer fala, não consegui me manter em pé e fui obrigado a me apoiar na prateleira ao lado, zonzo, quase derrubando as coisas a minha volta. Que raio de coincidência havia sido aquela?

A garota franziu o cenho pra mim.

– O senhor está bem?

– Hermione...

Ela franziu o cenho e deu um passo a frente, interessada no rumo da conversa.

– Conhece a minha mãe?

Olhei para ela atônito e ela recuou o passo de minutos atrás.

– Mãe? –Gritou ainda sem tirar os olhos de mim, a voz um tanto quanto tenebrosa.

Em, se o dinheiro não deu compramos em outro lugar – A castanha apareceu ajoelhando em frente a garota sem se quer dar conta da minha presença.

– Não mãe, é que o moço ali – Ela esticou o braço na minha direção apontando para mim – Diz que te conhece.

Hermione se levantou, ao se virar pra mim e me ver seu rosto empalideceu e ela perdeu a fala.

– Meninas? –Uma voz masculina andava até nós parecendo preocupado.

Weasley parou o lado de Hermione

– Malfoy. –Disse seco me olhando de cima a baixo.

Incrivelmente. Não importava em quais circunstâncias eu esbarrasse com o Weasley, eu estava sempre bem mais vestido. Sempre mais elegante. Com meu ar superior. Nem quando eu saia desleixado, pouco me lixando pra deveres aparecia alguém conhecido. Mas quando eu caprichava, lá estava ele, pedindo pra eu mostrar a patente de superioridade.

Isso me fez sorrir perversamente, e Hermione saiu do seu estado de transe tentando se recompor diante da... Família dela.

O pensamento me causou repulsa, a ideia de Hermione ter tido uma filha com Weasley era péssima.

– É bom... Te ver de novo. – Falou com dificuldade.

– Igualmente. –Coloquei as mãos no bolso, vendo o quão frio eu havia soado.

– Tão distante... –Disse em um quase sussurro, não tão ciente das pessoas a nossa volta.

Flashback On

– Por que fica assim? - Apoiou o rosto sobre uma das mãos

– Assim como?

– Sei lá. Tão distante às vezes.

– Desculpe. –Eu olhei para baixo, mas logo olhei em sua direção. – Sou eu. As vezes eu fico com o olhar distante mesmo. Sei lá, as vezes minha mente viaja.

Ela fez biquinho e apoiou o rosto sobre a outra.

– Faz isso comigo não. Sinto-me como se tivesse falando sozinha. Ou só eu percebo que está caçando borboletas?

Eu ri com seu comentário e baguncei seu cabelo.

– Desculpe, não vai mais se repetir com você.

Ela sorriu e por um momento seus olhos brilharam.

– Está bem. Voltando...

Flashback off

O impacto da lembrança na minha cabeça foi quase imediato, como se tudo sumisse a minha volta.

– O que disse Hermione? –Weasley ergueu uma sobrancelha em sua direção e ela balançou a cabeça em negativo ainda sem quebrar o contato visual.

– Não, nada. Mas Malfoy, pelo que soube você tinha...

– Viajado? - Eu a interrompi, algo que não deveria ter feito, sabia como ela odiava quando esse tipo de coisa acontecia - É, mas eu voltei, não se pode fugir sempre não é?

–Fugir do que exatamente Malfoy? –Weasley botou um sorriso cínico no rosto e minha vontade era de esgana-lo ali mesmo.

– Creio que isso não é da nossa conta Rony – Ela o respondeu mais seca do que eu esperava antes de eu dar uma resposta malcriada. – Por que não paga o que a Emily quer e vai na frente?

– Mas...

Ela se virou para ele com um olhar mortal, e ele sorriu.

– Mas é claro querida.

Tão submisso.

Ele pagou a caixa de música, e os dois saíram na frente. E assim que sumiu do nosso campo de visão ela me empurrou bruscamente.

– O que está fazendo aqui? O que está fazendo aqui?

– Mas que droga Hermione. Não vim te perseguir não. - Massageei o peito dolorido

– O que estava conversando com Emily? O que queria dela? - Havia certo desespero em seu tom de voz

– Nada. Estávamos discutindo porque eu também queria a caixa de música.

– Caixa de música? –Franziu o cenho recuando um passo.

– É cara Hermione –Sorri sarcástico –Tente imaginar que música que toca nela?

Seus olhos se arregalaram e seu rosto se ruborizou me fazendo sorrir e atrever-me a dar um passo à frente.

– Me diga querida, pois a vez de perguntar agora é minha. O que raios estava fazendo com o Weasley aqui? – Eu cerrei os punhos e ela deve ter percebido a minha leve alteração de humor o que a fez rir.

– Poupe-me Malfoy. Tenho muitas outras coisas com que me preocupar do que você e seus ataques de ciúme. Já se passaram sete anos lembra? E você se quer preocupou-se em mandar uma carta se despedindo. Não esperava que eu sentasse e te esperasse pra sempre não é? – Terminou em um tom ameaçador enquanto estreitava os olhos me analisando.

Recuei um passo, e me tornei mais frio do que antes.

– Não.

– Pois bem, agora se não se importa, vou voltar para-

– Sua família? – Ergui uma sobrancelha e ri com desdém. – Não espera que eu acredite mesmo que está casada com o Weasley não é?

Ela sorriu sarcástica.

– Já fui casada com ele se é o quer saber. Mas não deu certo, e toda segunda pra criar uma harmonia agradável pra Emily –Ela revirou como se toda aquela baboseira lhe desse nojo – Saímos nós três juntos

Sorri contente, era um alivio saber que eles não estavam realmente juntos.

– Foi bom te ver de novo querida –E coloquei as mãos no bolso.

– Sinto não poder dizer o mesmo.

Ela virou as costas para ir embora mas resolvi acompanha-la.

– E o que tem feito de bom meu amor?

– Nada. E você?

– Viajando e me remoendo em culpa por dentro.

– Aparentemente não foi o suficiente. –Nós saímos da loja – Já que não trouxe você de volta a mim.

– “De volta a mim” –Fiz aspas com as mãos –Fala como se eu fosse sua propriedade.

– E é. –Ela parou olhando pra mim com um sorriso divertido no rosto. – Sempre foi, sempre vai ser.

Foi a minha vez de sorrir.

– Por que tem tanta certeza disso querida?

– Ah Malfoy. –Ela deu de ombros voltando a caminhar – Só eu, e apenas eu sei como te desvendar. Eu sei quando está a vontade e quando não está, quando tem respeito por alguém ou quando não gosta de alguém. Acha que não vi seu olhar de desprezo em direção a Ronald minutos atrás?

– O que esperava que eu fizesse? Que o abraçasse, lhe desse um aperto de mão, e dissesse: “Weasley! Como é bom te ver de novo! Sem ressentimentos e claro?!” - Fingi entusiasmo e ela riu.

– Tão previsível Malfoy.

– Apenas pra você. – Sorri em sua direção e ela virou o rosto pro outro lado.

Paramos, avistando logo a frente, Weasley brincando com a garotinha.

Filha dele não era. Disso eu tinha certeza.

Ela ficou seria parando a minha frente.

– Isso acaba aqui. Não quero te ver de novo e muito menos saber que se aproximou de Emily de novo. - Sentia como um completo assassino. Um sequestrador de garotas ingênuas – Ela é minha filha.

E não sua. Presumi. Bom normalmente quando se diz algo é assim, é quase imediato que essa frase viesse em seguida, mas por algum motivo ela preferiu não usa-la, o que me pareceu estranho.

Ela respirou fundo.

– Por favor. Já passamos por coisas demais.

É claro que não haveria hipótese dela ser minha filha. Já fazia sete anos. Ela se casou com o Weasley, teve uma filha, eles se separaram, as segundas os três saiam juntos a contra gosto só para satisfazer os desejos da menina.

Impossível, o fato de ela ser loira de olhos azuis não quer dizer nada.

– Está bem.

– Não, não está. Você não está prestando atenção Malfoy.

– Estou, ouvi o que disse.

– Pode ter escutado, mas assim que virar as costas ai esquecer – Ela cruzou os braços - Estava distante de novo.

Ela disse que fazia sete anos desde a minha partida, quantos anos ela tinha?

– Malfoy!

– Eu.

Ela bufou e virou as costas, mas antes que acalmasse a “família perfeita” a impedi.

– Hermione! – Gritei e ela virou apenas a cabeça.

– Quantos anos ela tem?

– Sete. – Deu de ombros – Sete anos.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Me perdoa - Dramione" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.