Tudo por Nico di Angelo escrita por Mariana Pimenta


Capítulo 9
Capítulo 9


Notas iniciais do capítulo

Olá leitores!!! E aí, gostaram da capa? Antes que você me perguntem onde foi que eu consegui as imagens iguais as da história, eu respondo: a foto do olho é minha, ou seja, aquele olho é meu. A boneca é minha (obviamente, me baseei nela), a mão é minha, o braço é meu e a legging também é minha. A foto do Nico, como todos sabem é da Viria, a super artista, e a foto da floresta eu peguei no google imagens. Não é da minha autoria!
Mas enfim, espero que curtam o capítulo!



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Por pouco tempo, achei que tivesse caído no Tártaro também. Mas quando vi a luz novamente, vi que estava no depósito abandonado de antes.

Minha primeira viagem nas sombras sozinha.

Me senti cansada e sem muita energia, mas isso não era nada comparado ao meu desespero.

Nico caiu no Tártaro. Ele caiu no Tártaro. No Tártaro! O que eu faço agora? Pensei.

Eu não tinha para onde ir. O meu objetivo era ir para o Mundo Inferior, falar com Hades e depois eu decidiria o que fazer. As coisas estavam indo tão certo que eu nem me dei o trabalho de pensar em um plano B.

Espere. Acho que eu entendi.

Sabe quando as pessoas ficam reclamando das aulas de matemática, falando que se está fácil está errado? É mais ou menos isso o que acontece comigo. Observe:

Meu pai ia fazer uma apresentação internacional e a empresa ficaria famosa, gerando lucro para nós. Meu pai morreu.

Eu estava indo super bem na minha viagem para o acampamento, sem grandes preocupações. Eu descobri a benção.

Eu cheguei ao acampamento, que era onde eu achava que conseguiria viver melhor do que na Geórgia. Todos lá me odiavam.

Eu fugi do acampamento, encontrei Nico e ele disse que iria me ajudar. Fomos para o Mundo Inferior, mas quando estávamos perto do Palácio de Hades, Gaia se meteu, fez alguma coisa na cabeça de Nico e ele caiu no Tártaro. Se eu ficasse, eu poderia ter caído também. Se eu voltar, eu posso cair também.

Por que tudo tem que dar errado para mim?

A única coisa boa nessa história era que as marcas estavam finalmente se curando. Muito, muito lentamente, mas não estavam mais sangrando.

Me encostei na parede fria de cimento e respirei fundo. Tinha que ficar calma. Nico havia caído no Tártaro, mas isso não significava automaticamente que ele estava morto, certo? Tive que me segurar para não deixar cair nem uma lágrima.

Pausa na história para eu explicar uma coisa: eu não gosto de chorar. Muitas vezes, acreditava que chorar é sinal de fraqueza, mesmo sabendo que não é. Nico, meu melhor amigo, havia caído no Tártaro e eu achava que não podia me dar ao luxo de derrubar uma lágrima perante essa situação. Sei que sou dura até comigo mesma, mas depois da vida que eu tive e tudo o que acontecera comigo nos últimos vinte dias, tenho que admitir que tem que ser forte para aguentar.

Voltando, comecei a pensar nessa coisa de Nico ser meu melhor amigo. Talvez fosse o único que realmente confiasse em mim, e nós nos conhecíamos faziam... o que? 6 horas?

Annabeth também era uma boa amiga e tal, além de ser minha irmã. Mas não confiava tanto assim em mim, e não a culpo por isso. Acho que se estivesse no lugar dela não confiaria tanto também.

Quero dizer, já percebeu que todo mundo que me aceita sofre tragédias? Meu pai morreu; Nico caiu no Tártaro. E se a culpa fosse ser minha? E se as Parcas não quisessem que eu tivesse amigos, quisessem que eu vivesse isolada no meu canto? E Nico, que havia tentado me ajudar em uma escala que ninguém havia pensado em tentar antes, sofreu as consequências disso?

Não. Você não pode pensar assim. Pensei. Minha auto-estima já estava baixa. Ficar me culpando não ia fazê-la subir.

Passei os dedos nos cílios, limpando as lágrimas antes que caíssem. E agora? Não tinha a menor ideia do que iria fazer. É provável que pelo menos um dos filhos de Atena do acampamento estaria rindo de mim, dizendo que a solução é muito lógica, e que por não saber nem ter me tocado de imediato, não era irmã deles.

Espere. Irmã. O Nico tem uma irmã, e que está viva. É isso!

Tinha que avisá-la que ele caiu no Tártaro. Talvez, de alguma forma bem doida, ela vá saber disso em pouco tempo, e essa forma não me inclui. Mas não me importava. Eu já tinha um objetivo. Era melhor do que nada.

Não era um nome muito familiar: Hazel. Nico disse que ela era de um outro acampamento. O acampamento romano, Acampamento Júpiter. Não disse exatamente onde era, já que nem era para me contar sobre ele. Só falou sobre a vista do lugar e do lado de fora. Então era só pesquisar em um mapa, fazendo uma vista em 3D e descobrindo exatamente onde é.

Respirei fundo e me levantei. Pulei a janela quebrada que havia pulado com Nico havia no máximo uma hora. Parecia que fazia um ano.

Tive que começar me guiando pelo mapa. O que foi difícil, já que não tinha estudado aquelas estradas. Só sabia que era em São Francisco. Pelo menos, eu já estava na Califórnia. Considerando a distância, levaria mais ou menos a metade do tempo que levei para chegar à Pensilvânia para chegar ao acampamento.

O tempo todo eu pensava em Nico. Ele realmente tentara me ajudar, e se tivesse conseguido, tenho certeza de que tudo se resolveria naquele momento, e eu poderia voltar para o acampamento, se eu quisesse. Só não voltaria para a Geórgia porque eu não estava nem perto de saber por que as marcas não saíam, e porque de repente elas começaram a se curar. Eu tinha pensado na comida dos deuses no acampamento, mas eu já estava começando a achar que não foi isso.

Não tinha nenhum lugar com mato nem nada do gênero, então só segui pela cidade. Sempre procurava um prédio abandonado ou algo assim para poder dormir.

Quando eu dormia, não tinha pesadelos sobre meu passado, presente ou futuro. Eu só ouvia vozes sussurrando em minha cabeça sem parar. E às vezes eu sentia as marcas me pinicarem um pouco.

Entre as vozes, tinham duas que se sobressaíam. Uma de um homem e a outra de uma mulher. Nunca tinha ouvido aquelas vozes na minha vida. Não era ninguém que eu conhecesse. Ou pelo menos, ninguém que eu conhecesse ainda.

Na primeira oportunidade, fiz meu mapa em 3D e descobri mais ou menos onde é o acampamento romano. Só segui o caminho que parecia ser o certo.

Eu não sei se conseguiria fazer uma viagem nas sombras e ir direto para São Francisco. Não, não conseguiria. Não me lembro de ter estado lá.

Sinceramente, eu não faço a menor ideia do que falar agora, porque eu já contei o que aconteceu até eu chegar a São Francisco: eu andei, fiquei pensando em Nico o tempo todo e tive sonhos estranhos. Não tem o que falar para deixar essa narrativa mais interessante. Então, desculpe, mas vou ter que pular direto para a próxima fase.

Mesmo sendo um número pequeno de dias, eu perdi a conta de quanto tempo levou para eu chegar lá. Que eu me lembre, foram três ou quarto dias. E era de manhã quando avistei o acampamento.

Tudo bem, não foi exatamente o acampamento que eu avistei. Sabe quando você vai entrar ou sair de um túnel, você olha para o lado e vê a entrada ou a saída de um túnel paralelo? Sabe aquele espaço que tem entre os túneis? Havia uma porta de metal ali, que levava para algum lugar depois da colina perfurada.

Eu achei que teria algum guerreiro romano ou alguma coisa do tipo guardando as portas. Se não, é muito fácil um monstro entrar e atacar, porque eu não acredito que os romanos passam o dia inteiro com aquelas armaduras quentes para o caso de invasão.

Achei que estava no lugar errado. Mas mesmo assim, fui até a porta. Acho que ninguém estava vendo-a, e a mim também.

Não pode ser. Pensei. Só pode ser aqui, mas que garantia eu tenho de que essa é a entrada para o acampamento?

A resposta veio logo em seguida, quando escutei uma explosão.

Ninguém havia notado o som, apenas eu. E vinha da direção depois da porta. Então, é claro que havia Névoa ali.

Mesmo sabendo que a porta não estaria aberta, tentei abri-la. Como obviamente não consegui, me afastei três metros, corri e dei uma voadora na porta. Ela abriu com um estrondo e eu caí em pé já do outro lado. Fechei a porta e comecei a correr.

Em todos os sentidos de tamanho, o túnel parecia um corredor de escola. E havia várias coisas penduradas no teto, como fios e placas e a única fonte de luz eram as lâmpadas também penduradas. Depois de um tempo, as mesmas foram substituídas por tochas de bambu. Depois de alguns segundos, consegui ver uma luz no fim do túnel, literalmente.

O Acampamento Júpiter é muito maior do que o Acampamento Meio Sangue. Essa foi a única coisa que eu consegui registrar de lá. Porque eu não ia ficar prestando atenção na geografia e na arquitetura quando eles estavam sendo bombardeados.

Um enorme navio de bronze celestial estava bombardeado os romanos. Então esse é o Argo II. Pensei. Annabeth havia me falado sobre ele e Leo também o mencionou quando eu cheguei. Se ele realmente construiu aquilo, fez um excelente trabalho.

Os romanos não estavam com armas como lanças e espadas, mas com pedras e outros utensílios, o que não ia adiantar de nada. Mas a questão era: por que diabos os gregos estavam atacando os romanos?

Eu sabia que Hazel teria que entrar no navio, já que ela é uma das semideusas da profecia. Mas como eu iria entrar lá para falar com ela?

Avistei um elmo com o emblema do acampamento caído na grama e tive uma ideia.

Eu o coloquei na cabeça e corri o mais rápido que podia. O navio já estava saindo. Tinha um riacho no caminho e eu quase caí nele, conseguindo pulá-lo todo e parando na borda. Como estava longe, eu tive que ser rápida.

Finalmente, eu cheguei bem perto do Argo II, ficando quase em baixo dele. Tinha uma janela aberta perto da popa e era grande o suficiente para eu passar. Agora, eu só precisava de um romano bem alto.

Só que aí, não sabia como nem de onde veio, apareceu um dragão cinza e ele passou muito perto dos romanos, que gritaram e se espalharam. De repente, o dragão pegou duas pessoas da multidão e as levou para a proa do navio. Levei um tempo para perceber as pessoas eram Piper e Jason.

Um romano a alguns metros de mim tentava atirar pedras no dragão, quase acertando. Ele era musculoso e tinha quase dois metros de altura. Perfeito.

Assoviei para ele, que se virou na mesma hora.

— Faz um apoio para eu pular e subir naquela janela! – gritei.

Ele assentiu. Com certeza estava achando que eu era romana só por causa do elmo. Ele juntou as duas mãos e se ajoelhou. Corri e pulei, usando suas mãos com trampolim.

Subi vários metros no ar e agarrei o “parapeito” da janela com os dedos com todas as minhas forças. Fiz força e entrei.

Respirei pela boca várias vezes, com os olhos fechados, encostada na “parede”. Depois de tirar o elmo e jogá-lo pela janela, eu a fechei.

Agora eu tinha um novo problema: onde eu estava? Eu sabia que estava na popa ou perto dela, mas onde exatamente? Respirei fundo e examinei o perímetro.

Primeiramente, o que eu vi foi um alçapão de vidro de alguns metros quadrados no chão, no qual era possível ver a paisagem abaixo do navio. Na parede direita havia gaiolas imensas e na esquerda, três baias vazias, como aquelas para pégasos no acampamento. Senti cheiro de lã e feno.

Claro. Eu estava nos estábulos.

Provavelmente, todos estariam reunidos na proa para discutir o que foi que aconteceu. Então, não havia grandes problemas em eu ficar lá. Só evitaria passar a noite ali. Não queria acordar com cheiro de feno e, quem sabe, cocô de pégaso.


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Notas finais do capítulo

Então, o que acharam?
Vocês tem alguma pergunta em relação a história? Alguma coisa que eu não expliquei? Podem perguntar. Só não me façam contar spoilers.
Ficou um pouco menor do que normalmente fica, mas mesmo assim, comentem, por favor. Eu gosto tanto de comentários!



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