Tudo por Nico di Angelo escrita por Mariana Pimenta


Capítulo 19
Capítulo 19


Notas iniciais do capítulo

Olá, leitores! Dessa vez eu fui rápida!
Gente, para quem não sabe, dia 1º fez um ano que a fic está no ar! Eu fiquei muito feliz em saber que estou com vocês a tanto tempo.
Tiveram algumas poucas frases que não havia nenhuma maneira de mudar para ficar diferente do livro. Tomara que o Nyah! não brigue comigo.
Espero que gostem do capítulo. Boa leitura!



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Desde que eu cheguei ao navio, sabia que o fim do mundo, o dia em que acabaria a jornada dos semideuses do Argo II, o dia em que Gaia despertaria, ou seja lá como você queira chamar, estava marcado para o dia 1º de Agosto. Ou seja, o dia seguinte.

Eu sabia que a noite do dia 31 para o dia 1 seria tensa, principalmente para os semideuses da missão, nos quais eu não me incluo, e eu queria muito dizer que eu estava errada e que eu tive uma noite tranquila e sem grandes preocupações.

Mas, novamente, eu estava certa.

Algumas vezes, os meus sonhos eram compostos apenas de um fundo preto que durava três segundos. Isso acontecia quando eu estava tão cansada que o meu cérebro não se dava o trabalho de se lembrar ou de imaginar algo. Outras vezes eram lembranças. E outras vezes eram pesadelos com monstros, coisa que se tornou mais frequente quando cheguei ao navio.

Mas dessa vez foi diferente.

Eu me vi no Acampamento Meio-Sangue. A minha frente estavam os campos de morangos, perto dos estábulos dos pégasos. Não entendia o que estava acontecendo. Achei que era o início de mais um pesadelo, e que tudo de repente explodiria em chamas e eu veria Gaia se erguendo.

Pelo canto do olho, vi um vulto ao meu lado. Me virei e percebi que era Nico, de costas.

– Nico?

Ele se virou.

– Ah, você está aí. Queria falar com você.

– Como assim?

– Eu queria saber como você estava.

– Nico, isso é um sonho. Do que você está falando?

Ele parou e examinou a minha expressão.

– Você não faz a menor ideia do que está realmente se passando aqui, não é?

Neguei com a cabeça.

– Mariana, sou eu, o Nico. O Nico de verdade, que você conhece. E não uma imagem do seu cérebro.

– Mas... Como...

– Filhos de Hades tem o poder de viajar entre os sonhos de outras pessoas. Eu não sabia se você estava dormindo, então decidi tentar a sorte.

– Espera aí. Você está dormindo?

– Estou. Mas não há nada com o que se preocupar. Não estamos sendo atacados. Estamos sobrevoando o território americano em direção ao Acampamento Meio-Sangue em cima de pégasos.

Fiquei boquiaberta e sem conseguir falar por alguns segundos. Isso se existir alguma contagem de tempo em sonhos.

– Nico di Angelo. Você está no meio de uma missão, em cima de um pégaso, sobrevoando um território que está instável pela quantidade de monstros que você pode encontrar, voando a não sei quantos quilômetros por hora e você dorme?

– Eles não vão nos deixar cair. O pégaso em que eu estou montado me conhece, então confia mais em mim do que os outros. O próprio Pégaso, o senhor dos cavalos, está com a gente. E vamos chegar ao acampamento bem mais rápido.

– Eu entendo que não há grades riscos, mas você está no meio da missão! Não pode ficar dormindo. Sei que está cansado, mas não seria melhor preservar as suas energias evitando viagens para outras mentes?

Ele soltou uma risada fraca e umedeceu os lábios.

– Eu sempre me impressiono com o fato de que você pensa antes nos outros e não em você mesma, porque todos te odeiam, e você sabe que a maior parte dessas pessoas não faria isso por você. Mas você poderia repensar isso se um amigo dissesse que dormiu em plena missão, com um pequeno risco de vida, só para saber se você está bem.

Eu me senti mal. Muito mal. Era como se eu estivesse menosprezando o fato de ele se importar comigo. Sentei na grama, arrasada.

– Desculpa. – falei com sinceridade – É só que... isso tudo me deixa muito tensa. Essa coisa toda do mundo acabar, de Gaia se reerguer... E eu nem sou um dos semideuses da profecia.

– Tudo bem. – ele se sentou ao meu lado esquerdo – Eu também estou nervoso. Mas a gente consegue ganhar essa guerra.

– Como você pode ter tanta certeza?

– Bem, as Parcas sabem o que fazer. Não dá uma história muito boa nós ganharmos a guerra do ano passado só para perder essa.

– Uau. Grande argumento.

– Você não estava aqui, mas ano passado a coisa ficou realmente feia. E o pior é que era todo mundo contra Cronos. Agora, os romanos estão contra os gregos, os gregos não querem estar contra os romanos, todos estão contra Gaia... – ele suspirou – É mais difícil, mas podemos vencer.

– É claro que podemos. Mas com muito custo.

– É uma guerra. Sempre haverá baixas dos dois lados.

– Bem, eu só espero que ganhemos e que nossas baixas não sejam tão grandes.

– Para isso, preciso entregar a estátua sã e salva para os romanos e a tripulação do Argo II não pode falhar.

– Eles não vão. E isso me lembra que você tem que voltar daqui a pouco.

– Não se preocupe. Eu acordo.

Ficamos olhando para o horizonte com algum tempo. Até que quebrei o silêncio.

– Deixe me adivinhar: isso também não conta como um encontro.

– Não mesmo.

– Você falou que íamos nos ver no acampamento. – abri os braços, gesticulando para o ambiente ao nosso redor – Estamos nos vendo no acampamento.

– Ainda não conta – ele inclinou a cabeça para o lado, me encarando. Mas então desviou o olhar para a grama.

– Que foi?

– Não é um momento muito bom para falar nisso.

– Nisso o que?

Ele voltou a me encarar.

– Eu queria perguntar sobre o dia em que nós falamos com Cupido.

– Ah... Nico, tudo bem. Eu não vou contar seu segredo...

– Não é isso. Só queria saber... ele queria falar com você? Ou vocês só conversaram porque você já estava ali?

Fiquei muda. Não sabia o que responder. Jamais mentiria para Nico. Mas se eu dissesse que o deus do amor queria falar comigo, geraria mais perguntas.

– Ele queria falar comigo, sim. Mas não era nada de mais.

– Como assim “nada de mais”?

Não conseguia dizer nada. Olhei para o chão. Na mão direita ele tinha um anel de caveira de prata. E essa mão estava muito próxima da minha. Isso me deu um calafrio.

– Mariana. – ele disse. Ergui a cabeça. Então a voz de Annabeth soou pela boca dele – Acorda.

.......

Me ergui muito rápido. Minha visão estava embaçada por não estar usando os óculos. Annabeth, ao meu lado, me entregou-os.

– Dormiu bem?

– Mais ou menos.

– Pesadelos?

– Mais ou menos.

Ela suspirou.

– Bem, estamos em Atenas. Ainda não temos um plano do que vamos fazer exatamente.

– Não se preocupe comigo. Eu vou ficar aqui dentro, escondida, defendendo o navio se necessário, e tentando não morrer em meio ao caos. Vai lá acabar com essa missão.

– Vamos conversar no leme para o caso de aparecer um monstro.

– Mas as reuniões não são sempre no refeitório?

– É, mas estamos em Atenas, e os maiores monstros do exército de Gaia estão aqui. É melhor ficarmos de olho.

– Tudo bem. Posso ficar lá ou é melhor ficar aqui embaixo sem atrapalhar vocês?

– Eu te acordei para você ficar lá com a gente. É melhor você ficar a par do que está acontecendo.

– Vai lá. Já vou subir.

Com isso, ela saiu da cabine. Peguei minha mochila e fui até o banheiro. Era melhor já ficar logo com as minhas coisas.

Depois de terminar minha higiene matinal, subi até o leme. Como esperado, todos estavam lá. Conversavam sobre táticas de batalha, e conferiam armas. Piper já estava pronta e ficou de vigia.

– Annabeth? – ela chamou.

Annabeth e Percy foram ver o que era.

– Perfeito para começar o dia. – disse Percy – Devem ser dracaenae.

– Não, essas são diferentes. As dracaenae têm dois rabos de cobra em vez de pernas. Só estou vendo um em cada.

– Hum, você tem razão. E eles parecem mais humanos. Digo, as dracaenae tem a parte de cima mais escamosa e verde. Bem, vamos conversar ou lutar?

Me encostei na amurada para ver o que era. De fato, haviam três seres estranhos com um rabo de cobra no lugar das pernas vindo em direção ao navio. Um deles, o da frente, trazia em uma das mãos um cajado com uma pedra verde como esmeralda no topo e na outra uma bandeja com uma redoma de prata.

Os outros dois atrás com certeza era guardas. Peitorais e elmos de bronze, e uma crista que parecia crina de cavalo. Cada um tinha uma lança com uma pedra verde na ponta. Seus escudos tinham uma letra grega gravada: a letra K, “capa” em grego.

Quando estavam a alguns metros, eles pararam e nos observaram. Seus olhos eram pretos.

– Permissão para subir a bordo. – disse o líder.

– Primeiro, precisamos saber quem é você. – disse Piper.

– Me chamo Cécrope, o primeiro e eterno rei de Atenas. Nós gostaríamos de lhes dar as boas vindas à cidade. – ele ergueu a bandeja prateada – E trouxemos bolo.

Piper olhou para os outros.

– Armadilha?

– É bem provável. – disse Annabeth.

– Bem, ele trouxe a sobremesa. – Percy sorriu para eles – Permissão concedida!

Os guardas ficaram no convés superior, enquanto o rei de Atenas foi guiado até o refeitório para conversar.

– Por favor, sente-se. – disse Jason, ajeitando os óculos. Ele voltou das ruínas de Epidauro com um óculos de grau, pois, pelo que parecia, ele era míope, assim como eu. Disse que foi dado pelo deus Asclépio.

Cécrope fez cara de nojo.

– Nós do povo serpente não sentamos.

– Então, por favor, continue de pé. – rebateu Leo. Ele pegou um pedaço de bolo e comeu. Seus olhos se arregalaram – Uau. Vocês sabem mesmo fazer um bolo. Tem gosto de laranja, com um pouco de mel. Só está faltando um pouco de leite.

– Não bebemos leite. Nós somos répteis com intolerância à lactose.

– Eu também. – disse Frank. O rei serpente o olhou confuso – Quero dizer, tenho intolerância à lactose. Mas eu também posso ser um réptil às vezes...

– Então. – disse Hazel – Rei Cécrope, por que está aqui? Como sabia que estávamos vindo?

Bom, depois de contar toda a história sobre seu povo a três mil anos atrás, ele propôs o seguinte: um grupo pequeno, de no máximo três pessoas, iria por uma passagem subterrânea até a Acrópole, onde estava acontecendo a grande cerimônia do retorno de Gaia, neutralizariam as armas, e pegariam os gigantes de surpresa

Piper, desconfiada, começou a cantar e hipnotizou o rei de Atenas com sua voz. É sério, ela canta muito.

Cécrope acabou confessando que ele queria nos enganar. Mas eles ainda poderiam ir pelos túneis. Como os santuários mais antigos da Acrópole eram dedicados a Atena e Poseidon, Annabeth e Percy poderiam ir, pois os santuários já irradiam o poder desses deuses, o que ocultaria a aproximação deles. E Piper deveria ir para continuar controlando o homem cobra.

Enquanto isso, Hazel, Frank e Leo iriam se aproximar com o navio e disparar as balistas.

Depois de discutir os planos, eles se prepararam para sair.

– Você vai fazer o que? – perguntou Annabeth.

– Calma. Eu vou ficar no convés inferior, sem fazer barulho e sem atrapalhá-los lá em cima.

– Mariana, acho que você não entendeu a situação. Nós precisamos de toda a ajuda possível. Você não pode ficar lá parada!

– Essa missão não é minha. Não posso me meter! Se tivesse algo a ver comigo, teria um trecho na profecia falando sobre mim.

– Mas a guerra tem a ver com todos! No Acampamento Meio-Sangue as pessoas estão lutando contra Gaia também. As Parcas não se enganam. Não é por acaso que você está aqui.

– Acho que não foi por isso que as Parcas me colocaram aqui.

Ela ficou em silêncio por um momento.

– Ah, entendi. Tudo bem, então. Mas se a situação ficar crítica, você ajuda?

– Pode ser. Também quero sobreviver.

Ela assentiu e foi embora.

Assim que os três se foram, cada um ocupou suas posições. Frank virou um enxame de abelhas e os seguiu, para que quando estivessem sozinhos, Hazel usasse a Névoa para os camuflarem no meio dos monstros. Jason se preparava para invocar um raio quando fosse a hora. Leo estava no leme, controlando o navio. E eu estava perto dos remos, assistindo tudo por uma pequena janela.

Nos aproximávamos rapidamente da Acrópole. Os gregos pareciam não nos ver. Sabia que estávamos chegando quando ouvimos gritos de celebração. Os gigantes já haviam começado a cerimônia.

Jason, Frank e Hazel pularam na colunata mais próxima. Jason gritou algo, empunhando sua espada. Hazel estava montada em Arion, simplesmente o cavalo mais rápido do mundo – o qual eu acho que estava nos estábulos – e Frank estava com seu arco e flecha já preparados.

Todos observavam quando Jason invocou um raio, que foi direcionado para um dos gigantes principais. Não tinha como eu distinguir quais eram os gigantes.

Aconteceu tanta coisa ao mesmo tempo que eu não consegui acompanhar direito. Jason caiu em cima do gigante, que já havia sido atingido pelo raio. Ele caiu de joelhos. Frank começou a atirar flechas com muita precisão e rapidez.

Todas as catapultas e balistas do navio foram acionadas simultaneamente. Uma parede de fogo foi erguida ao redor do Partenon, matando vários monstros ao redor do templo.

Leo gritou alguma coisa pelos auto-falantes do navio, mas não consegui entender o que era.

O cavalo de Hazel pulou da colunata de doze metros já em movimento, e ela ia golpeando cada um dos inimigos que aparecia no caminho, um por um.

Cécrope e o povo serpente chegaram com um exército de homens cobra. Foram necessários apenas alguns segundos para Hazel fazer o túnel desabar, reduzindo o exército a sete homens. Frank acabou o serviço com suas flechas.

Por um momento achei que a vitória estava próxima. Mas então as coisas ficaram difíceis.

Frank ficou sem flechas. Ele se transformou em um rinoceronte e saiu batendo em todos os inimigos que via pela frente. Mas os gigantes se levantavam novamente. Hazel foi derrubada de sua cela em uma velocidade alarmante. Jason invocou outro raio, mas o gigante com quem estava lutando o desviou.

Centenas de nascidos da terra arremessavam pedras no navio, perto dos remos. Cada um deles tinha seis braços. Fileiras de remos foram destruídas e o navio estremeceu.

Percebi que tinha que sair naquele instante.

Agarrei minha mochila e subi as escadas correndo, um segundo depois de ver um gigante empunhando uma lança de fogo, mirando o Argo II. Corri o mais rápido que podia, mas não foi o suficiente. A lança atingiu o casco do navio e explodiu bem do meu lado. Fui arremessada na parede e por pouco não caí do navio. Um buraco enorme foi aberto na poupa. E eu estava bem na beirada.

Tossi um pouco de fuligem. Agora, eu podia ver claramente o que estava acontecendo. O navio estremeceu mais uma vez e vi que estávamos perdendo altitude.

O Argo II estava caindo.

– Leo! – gritou Jason.

O gigante riu. Ele parecia ser o superior, como um rei.

Rei dos gigantes... rei dos gigantes... Porfírion. Aquele era Porfírion.

– Vocês nunca aprendem nada, semideuses. Os deuses não estão aqui para ajudá-los. E para finalmente ganharmos de vez essa guerra, só precisamos de mais uma coisinha.

Porfírion sorriu e olhou para Percy.

Caso você não se lembre, para Gaia despertar, o sangue de dois semideuses, um garoto e uma garota, teria que ser derramado nas pedras antigas.

O nariz de Percy sangrava e uma linha de sangue estava escorrendo do seu rosto. Uma única gota pingou do queixo dele e caiu no chão.

A parte de trás da coxa de Annabeth sangrava. O sangue dela já havia sido derramado, antes de nós chegarmos.

A Acrópole gemeu e balançou, como um terremoto. Gaia estava se erguendo.

.......

Se eu não estivesse lá, nunca, jamais acreditaria se alguém chegasse para mim e dissesse que os deuses no Olimpo simplesmente desceram do céu para lutar com os gigantes. Mesmo que a pessoa tivesse estado presente no momento.

Os gigantes urraram em vitória. Mas a comemoração deles não durou muito tempo.

Eu estava tonta e lutava para permanecer de pé. Meu ombro direito doía por causa da pancada da explosão.

O céu, antes um espaço azul quase sem nuvens, se abriu em um buraco negro com algumas estrelas douradas e prateadas pinceladas. Um exército de deuses veio descendo, e eles eram enormes.

Na frente estava Zeus em uma biga dourada e segurando um raio crepitante do tamanho de um poste. A biga era puxada por quatro cavalos feitos de vento que, por algum motivo, mudavam da forma equina para humana o tempo todo.

O alçapão dos estábulos se abriu e de lá saiu a deusa Nice. Ela voou com suas asas de bronze até Zeus.

– MINHA MENTE FOI CURADA! VITÓRIA AOS DEUSES! – ela gritou.

À esquerda de Zeus vinha Hera, em uma biga puxada por pavões com uma plumagem multicolorida. E também era possível ver Ares, gritando de alegria como uma criança que havia acabado de ganhar um doce, cavalgando em um cavalo que cuspia fogo e segurava uma lança vermelha brilhante.

Antes que tocassem no chão, eles desapareceram, junto com a bigas. De repente, eles apareceram de novo, no chão, em tamanho normal, e irradiavam poder.

Jason deu um grito e atacou o gigante Porfírion. Os outros se juntaram a ele na luta.

O que eu vi depois foi uma das imagens mais incríveis que já vi na vida.

Havia vários deuses, não só os doze olimpianos. Cada um lutava com um gigante, porém ao lado de seus filhos. Jason e Zeus lutavam contra Porfírion. Ares parecia estar se divertindo enquanto despedaçava vários gigantes, e Frank ao seu lado, na forma de um elefante, também não ia mal. Hazel estava montada em Arion e corria de um lado para o outro, desaparecendo na Névoa e golpeando o inimigo pelas costas. A deusa Hécate estava com ela, ateando fogo nos inimigos. Hades não parecia estar presente fisicamente, mas sempre que um gigante caía, um vão se abria no chão e ele era engolido. Percy e Poseidon estavam lutando juntos contra dois gigantes que pareciam ser irmãos. Piper lutava contra uma giganta (pelo menos, parecia ser mulher) e Afrodite flutuava em uma nuvem branca ao redor, jogando pétalas de rosas nos olhos da giganta, fazendo pombas surgirem em seu rosto de repente e incentivando Piper.

Eu via as balistas sendo disparadas e ferramentas pesadas sendo arremessadas do leme do navio. Com certeza Leo estava cuidando disso, enquanto Hefesto tentava evitar que o navio caísse.

O mais engraçado foi ver um gigante apanhando muito de três velhas. As Parcas estavam armadas com porretes e batiam no gigante sem misericórdia.

Havia outros confrontos, com outros deuses e outros gigantes, mas não prestei atenção. Por que eu avistei Annabeth.

Como todos os outros, lutava com um gigante. Ao seu lado, havia uma mulher de cabelos pretos compridos, que usava uma túnica branca por baixo de sua armadura de batalha, e estava armada com uma lança e um escudo que de longe dava para ver o rosto medonho da Medusa estampado.

Minha mãe, Atena.

Meus olhos se encheram de lágrimas na mesma hora. Mas eu não podia ficar parada. Todos estavam ocupados com gigantes. Havia nascidos da terra correndo de um lado para o outro, desesperados, e que eventualmente eram esmagados pelos gigantes que caíam.

A explosão da lança em chamas deixou vários escombros, pedaços de madeira, em geral. Armas estavam espalhadas pelos corredores próximos de mim. Corri até o mais próximo e achei logo de cara um arco. Fui pegando os pedaços de madeira e atirando nos nascidos da terra, que caíam e eram puxados para debaixo da terra.

Não demorou muito, todos já haviam sido derrotados.

Tirei minha mochila debaixo de uma pilha de escombro e subi até o leme. Não tinha ninguém. Leo e Hefesto tinham decido para a reunião que estava acontecendo lá embaixo.

Olhei por cima da amurada. Zeus estava falando com um dos deuses, que parecia um adolescente, com cabelos loiros e a blusa de Acampamento Meio-Sangue. A julgar pelo arco no ombro e o fato de que estava perto de uma garota vestida de prata, chuto que aquele era Apolo, e a garota com ele, sua irmã Ártemis.

Não conseguia entender o que estavam dizendo. Até tentei prestar atenção à conversa, mas me distraí quando uma cortina de cabelos negros se moveu perto de Zeus. Atena se virou e encarou o navio bem no momento em que me abaixei. Não sabia se tinha me visto. Quando espiei de novo ela não estava mais olhando.

Fiquei ali sentada no chão por um tempo, esperando aquilo acabar. Até que os sete semideuses subiram no navio correndo.

– Leo, você acha mesmo que aguenta? – perguntou Jason.

– Vai aguentar, cara. Vamos chegar inteiros.

– Do que vocês estão falando? – perguntei me levantando.

Todos se viraram para mim. Parece que se esqueceram de que eu estava ali.

– Mariana, é melhor você se segurar em alguma coisa. – disse Annabeth.

– Por quê?

– Porque vamos voar. – respondeu Percy. Isso não foi muito tranquilizador.

Eles se prenderam aos mastros do navio. Fiz o mesmo. Não entendi o que estava acontecendo até sentir que estávamos ganhando altitude muito rápido.

Zeus segurou o navio pelo casco e o arremessou.

Foi um milagre minha mochila ter sobrevivido àquilo. Aliás, foi um milagre todos nós termos sobrevivido.

O navio estava viajando a uma velocidade de mais ou menos um milhão de quilômetros por hora. Eles tinham um plano para evacuar o navio. Frank se transformou em um dragão cinza. Hazel subiu em suas costas e gritou para mim:

– SOBE LOGO!

Assim, eu subi. Frank agarrou Percy e Annabeth e levantou voou.


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Notas finais do capítulo

E aí, o que acharam?? Comentem!
É sério gente, comentem mesmo. Só tem mais sete ou oito capítulo, no máximo. :'( Leitores fantasmas, eu quero muito ver vocês. Por favor, comentem alguma coisa. Não me importo se o comentário ficar muito pequeno ou muito grande. Eu leio tudo!
Até o próximo!