Recomeçar escrita por SavannahW, Laristen


Capítulo 1
Prólogo


Notas iniciais do capítulo

Olá! Nova fic minha em parceria com a Laristen, espero que gostem!Informação importante: capítulos novos aos domingos (caso role bastante comentário podem vir antes).Obrigada por ler, espero que goste.-A



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Hoje se faz três anos que ele me deixou. Eu poderia simplesmente dizer que hoje é um dia comum, ou pelo menos fingir que é. Mas hoje, assim que abri os olhos à dor invadiu o meu peito e por mais que ela ficasse ali escondida todos esses anos seria impossível não deixar que as lágrimas corressem.

É só por hoje que irei chorar, assim que o relógio anunciar 00h tudo voltará ao normal. Toda essa tristeza que agora meu coração sente será esquecido depois deste dia. Por favor, que meu coração obedeça meu subconsciente.

– Bom dia meu amor – a voz sonolenta do meu marido ecoou pela cozinha.

E lá estava ele, Liam, meu marido. Posso dizer que ele foi uma das melhores coisas que me aconteceu nos últimos três anos. Demorei muito para aceitá-lo em minha vida depois do último e sofrido relacionamento que tive, entretanto tenho total certeza de que eu o amo.

– Bom dia Lim – selei nossos lábios e ele sorriu entre o beijo.

– Adoro esse apelido que a Mel deu pra mim – rimos.

– Na verdade não foi um apelido – abracei sua cintura ficando frente a frente dele – Foi à única maneira dela conseguir pronunciar seu nome quando era bebê. – expliquei.

Damon não me abandonou por completo, antes de sua partida deixou uma sementinha em minha barriga que germinou: Melanie Gilbert, minha princesa. Ela era tudo pra mim, daria o mundo se ela pedisse. Mas uma das coisas que eu era obrigada a fazer era negar conhecimento sobre o pai. Diversas vezes minha filha perguntava onde seu papai estava ou o porque dele não gostar dela e sempre minha resposta era a mesma: “Não sei filha, eu realmente não sei”.

Umas das poucas coisas que me arrependo é por ter sido tão idiota a ponto de criar uma ilusão de família feliz para nós dois e Mel, mas me odeio ainda mais por não ter deixado de amar esse cafajeste.

– Mel ainda não acordou? – Liam perguntou enquanto fazia um carinho gostoso em meu rosto. Uma de suas qualidades era ser extremamente carinhoso e eu o amo por isso e por outros motivos.

– Não – neguei com a cabeça – Ela se divertiu bastante no aniversário da melhor amiga.

Ontem fomos ao aniversário da filha da minha melhor amiga Rebekah. Eu e Bekah somos como unha e cutícula não importa o momento ou o lugar, sempre estamos juntas. Mesmo que isso venha confrontar nosso casamento nossa amizade sempre vinha em primeiro lugar.

Assim que entrei na faculdade de medicina conheci os gêmeos Mikaelson, Rebekah e Kol. Lembro-me quando foi que nos conhecemos. Ela estava organizando uma festa de boas vindas aos calouros em sua irmandade. Rebekah era a socialite da Zeta Beta Zeta, ou seja, a organizadora de eventos. Como de praxe, cada inicio de semestre ocorre uma festa de boas vindas para avaliar as possíveis candidatas a irmãs Zeta, por eu ser um legado atrai atenção de Bekah, em poucos meses já nos tornamos melhores amigas. Não preciso ressaltar que ela foi minha grande aliada quando ingressei para a ZBZ.

Não posso esquecer que foi por causa de sua festa de boas vindas que conheci o amor da minha vida, Damon Salvatore, um Delta.

– Mamãe? – minha filha chegou à cozinha com o rosto inchado e o cabelo todo bagunçado por ter acordado.

– Acordou bebê da mãe? – assentiu e foi em minha direção fazendo com que Liam me solte para poder pegar Mel no colo – Quer seu mama?

– Sim mamãe – encostou seu rosto em meu ombro evidenciando estar ainda sonolenta.

– Está com sono ainda Melzinha? – Meu marido beijou o topo de sua cabeça e ficou olhando pra ela esperando a resposta, o que não aconteceu – Acho que está – riu.

– Tio Liam faz meu mama enquanto minha mãe me da banho? - ele assentiu sorrindo e indo em direção à geladeira pegar o leite.

Desde que minha filha aprendeu a falar e entender melhor sempre expliquei a ela quem era seu pai, mesmo que eu odiasse Damon Mel tinha o direito de saber quem ele era.

Liam sempre foi a figura paterna para ela, mas minha pequena sempre o chamava de tio. Conheci meu noivo na festa do centenário do hospital em que eu estagiava, quando eu ainda estava grávida de oito meses. Começamos a namorar e logo depois de um ano de namoro fomos morar juntos.

– Mãe quando você e o tio vão se casar? – Mel perguntou enquanto a vestia depois de um banho rápido e animado. Apesar de Liam e eu morarmos juntos, nos referirmos um ao outro como "marido" e "esposa" não somos legalmente casados, fizemos apenas uma cerimônia simbólica para celebrar nossa união.

– É complicado minha boneca – penteei seu cabelo e coloquei uma tiara rosa com flores e fitinhas. Uma das coisas boas em ter filha é que posso arruma-la e sempre ela vai querer se embelezar – Por que isso agora?

– Ah não sei mamãe – se olhava no espelho sorrindo com o resultado do cabelo – Posso te contar um segredo?

– Claro meu amor, sabe que pode contar tudo pra mim. Somos amigas, não somos.

– É sim mamãe, você e a Charlie são minhas melhores amigas – sorriu sapeca. Charlie era filha de Rebekah, e da mesma maneira que nós éramos apegadas, nossas filhas eram iguaizinhas. Continuou – Eu sempre sonhei com você e meu pai se casando, mas já que isso não vai acontecer poderia ser meu tio mesmo.

Nesse momento senti um aperto no coração. Sinto-me culpada por tanta tristeza de minha filha, a falta que ela sente de seu pai. Mesmo que eu não tenha nada haver com seu sumiço eu simplesmente queria que esse tormento passasse. Talvez com o tempo ela se esqueça do pai. Talvez.

– Filha, o seu papai tá bem longe – a coloquei em meu colo e acariciei seu pequeno rostinho, que maldito seja aquele que desenhou do mesmo formato que o do pai – Sabe que se eu pudesse eu iria buscá-lo pra você, mas não posso porque não sei onde ele está – olhei em seus olhos profundamente azuis, outra coisa que herdou de Damon – Quanto ao casamento não tem o porquê da pressa de nos casarmos, estamos morando juntos, isso não basta?

– Tudo bem mãe – suspirou forte e me abraçou com os olhinhos brilhando devido às lágrimas que ali estavam – Eu amo tanto meu papai e queria tanto conhecer ele.

– Eu sei meu bebê, eu sei.

Realmente eu não tinha conhecimento do paradeiro de Damon.

Eu estava grávida de quatro meses, um pequeno montinho já podia ter notado por baixo das minhas blusas. Damon e eu estávamos muito felizes com a gravidez, já fazíamos planos para o futuro com nosso filho, ou filha.

Descobri com pouco mais de dois meses, alguns dias antes do Natal, e foi o melhor presente que eu poderia ter recebido em toda a minha vida, mal podia esperar para contar para Damon. Eu tinha receio de meu namorado não querer um bebê, porém estava cheia de esperança, afinal namorávamos há quase quatro anos e diversas vezes já havíamos feito planos para construir uma família juntos ao fim da minha faculdade. Admito ter sido um pouco antes do previsto, faltava ainda um semestre para finalmente me tornar uma médica, mas eu já tinha um plano na minha cabeça. Me formaria um mês antes do nascimento, tendo tempo suficiente para descansar no último mês de gestação, talvez me mudar para o apartamento de Damon... Alguns detalhes ainda precisavam ser decididos em conjunto, mas uma coisa eu tinha certeza: nosso filho seria fruto de um amor verdadeiro.

Geralmente Damon me acompanhava as consultas pré-natais para tentar bisbilhotar qual o sexo de nosso bebê, e justamente na que ele não pode comparecer o sexo foi revelado, eu teria minha pequena Melanie, a alegria de meu namorado não poderia ser maior. Na verdade, podia – palavras do mesmo –, foi então que me pediu em casamento.

Com todos os planos para o futuro eu jamais imaginaria o que viria a acontecer no mês seguinte. Damon foi procurado por um advogado inglês, órfão de pais e sem irmãos, foi o único herdeiro da tia, irmã de seu pai, que nunca quis contato com o sobrinho. Damon teve que viajar as pressas para Londres, cidade natal de seu pai, para receber a herança milionária. Partiu com a promessa de voltar e dar a nós, Melanie e eu, vidas de princesas, como merecíamos. Foi a última vez que ouvi falar de Damon Salvatore.

Provavelmente ficou cego com a riqueza, desistiu de gastar todo seu dinheiro com a família e preferiu utilizá-lo todo para si. Sumiu do mapa, abandonando a noiva grávida de quase cinco meses.

Não me julgue por odiá-lo e odiar esse dia.


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Notas finais do capítulo

Comentários? Sugestões? Xingamentos? Elogios? *-*PS: o sistema grego (fraternidades e irmandades) vai ser um pouco abordado nesse começo de fic, caso se interessem pelo assunto aqui vai uma sugestão de série que tem como tema o sistema grego: Greek, a melhor série sobre o assunto, onde me apaixonei e quis morrer por não ter nascido nos eua e por não querer um curso que eu possa fazer fora do país :/