Danger escrita por Vespertilio


Capítulo 25
Despertar-me-ei


Notas iniciais do capítulo

Oi seus lindos!
Antes de mais nada: Eu sei que eu disse que esse seria o último capítulo, mas, acho que, é uma boa notícia pra vocês, ESSE NÃO É O ÚLTIMO. ~estão comemorando? ~ ~comemorem pfvr~
Fiquei muito feliz com os litores novos que ganhei, nha nha nho nho.
Estou destruída, pra variar, com a promo do próximo episódio, alguém mais?
Weeeell, chega de mimimi, boa leitura :3



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/466682/chapter/25

Lugar desconhecido/ 09h28min

A cabeça de Skye estava a todo vapor.

Talvez, se fosse possível ver alguma coisa naquele ambiente escuro em que ela se encontrava, desse para ver a fumaça saindo de sua cabeça. Quando ela achava que as coisas não poderiam ficar piores...

Não fazia ideia de quanto tempo se passara desde que ela fora acorrentada àquela cadeira, mas sabia, ao menos, que já haviam se passado horas. Primeiro ela era uma princesa, depois tinha que se casar com um desconhecido. Como se não fosse o suficiente, seu namorado era o traidor, e atacara todos seus amigos. E então, como se o suficiente não fosse suficiente mesmo, um de seus amigos, ou pelo menos ela considerava assim – talvez nem tanto -, era não só um traidor, sim o maior deles.

May era a Clarividente.

– Bom dia, Skye, dormiu bem? – A voz feminina ecoou no ambiente.

– Você. – Rosnou entre dentes, não podia acreditar. Aquilo deveria ser uma espécie de pesadelo.

– Eu. – Ela sorriu abertamente, nunca a havia visto sorrir antes. E, mesmo com raiva, tinha de admitir, a maldita era linda. – Vejo que você está tendo dificuldades em acreditar no que seus olhos veem. A pergunta é “Por quê?”.

– Eu que faço essa pergunta, Melinda May. Coulson confiava cegamente em você.

– Minha intenção não era atingir o Coulson, mas ele estava no meu caminho. Então fiz com ele o que faço com todos os obstáculos que teimam em atravessar minha frente, eu os esmago. – A traidora sorriu consigo mesma – Você jamais entenderia meus motivos, Skye. Não entendeu nem mesmo os de Ward...

Uma dor aguda atingiu-lhe o peito ao lembrar-se dele. Da última vez que o vira, ele não estava nem um pouco bem. Ele havia levado um tiro. E considerando o estado em fora deixado. Sozinho, gravemente ferido, perdendo sangue e inconsciente, ele já estava morto... Morto. Cerrou os punhos para conter o grito de dor emocional que queria escapar de sua garganta. O esforço foi inútil, porém. Pois ela gritou, desatando a chorar logo em seguida.

– Vo-você mandou mata-lo.

– Foi necessário.

– Ele era um obstáculo? – Cuspiu com amargor.

– Sim, ele não me deixaria por as mãos em você.

– Mas, mas... Você me ajudou quando eu fui sequestrada pela Martina e...

– Ela era uma traidora, assim como o Ian. Assim como Ward... Mas não se preocupe Skye, você verá seus pais novamente. Eu não pretendo ficar com você por muito mais tempo.

– Então... Por que todo esse esforço...? Por quê?

– Loralite. Eu preciso da pedra preciosa do seu planeta. Então farei uma troca com seus pais...

– Todos esses anos, tudo isso, todo o sofrimento, as mortes... Por causa da droga de uma pedra? – Skye gargalhou. Teve de gargalhar, e situação era mais que ridícula. – O que tem de mais nessa pedra, por que eu? Por...

– Você pergunta de mais. – Dizendo isso May saiu do cubículo em que mantinha Skye refém, fechando a porta atrás de si logo em seguida.

Um tempo enorme se passou, tão longo que ela não sabia dizer qual o tamanho de sua duração. As pálpebras de Skye começaram a pesar, por um momento, ela conseguiu vencer o cansaço e o peso que estas exerciam sobre ela, mas logo deu-se por vencida. Permitiu-se mergulhar no mundo dos sonhos. Ou melhor, dos pesadelos. Viu o rosto de Coulson e do resto da equipe implorando por ajuda, escutou os gritos de Simmos, seguida pela risada cruel e obscura de May. Então veio Garrett, uma arma, um tiro, sangue. Ward. Ward caindo lentamente no chão, Ward pedindo por socorro, Ward implorando por sua ajuda, Ward perdendo a vida aos poucos...

– Ward! – Gritou sobressaltada. Sentou-se na cama com a mão sobre o peito esquerdo. O coração batucava descontroladamente contra as costelas. Olhou ao redor, piscando algumas vezes para acostumar-se a claridade que adentrava no local. Estava em um quarto, que nunca vira antes, havia alguns móveis de bom gosto – e certamente caros – espalhados pelo cômodo. A luz invadia o local através da cortina clara, que estava aberta. Skye estava envolta a lençóis incrivelmente macios.

Forçou sua mente a lembrar dos últimos acontecimentos.

Ela estava em uma sala escura. Conversando com Melinda May, a clarividente. Então May foi embora e não voltou. Skye esperou por sua volta. Esperou por um longo espaço de tempo. Longo, longo, longo... Então ela sentiu-se pesar. E, apesar de lutar, insistentemente, contra a vontade de seu corpo de desligar-se por algum tempo, fosse ele qual fosse, ela falhou miseravelmente. Mergulhou então para a escuridão que lhe esperava, repleta de pesadelos para lhe ofertar.

E quando tornara a abrir os olhos, estava ali.

Levantou da cama com um salto, dando um grito agudo ao sentir o chão gelado sobre seus pés. Parecia que ela não andava a um bom tempo. Seu corpo inteiro doía. Procurou por um calçado, mas não encontrou nada. Decidiu por seguir descalça mesmo, seus pés se acostumariam com a sensação gélida de andar descalça. Saiu do quarto e caminhou pelo corredor.

As paredes eram em de um tom amarelado, meio pastel, ela não sabia dizer ao certo, cobertas de quadros. Uns gritantes, outros ponderados. Num geral, a decoração era de bom gosto. Ouviu vozes vindas de um cômodo à frente, dirigiu-se até ele. Havia três mulheres ali, todas elas mexiam habilmente nas enormes panelas dispostas sobre os dois fogões da cozinha. Skye pigarreou para chamar à atenção, no mesmo instante todas as mulheres pararam de fazer o que faziam e baixaram-se numa reverência.

– Princesa. – Disseram em coro.

– Princesa? – Fez uma careta, sua cabeça doía e ela se sentia confusa. – Princesa?

– Seus pais lhe esperam, Princesa. – Uma resposta uníssona.

– Meus pais? – Ela olhou de um lado para o outro. O que era aquilo?

– Sim, seus pais. Eles ficaram felizes em ver que acordou, visto que sua mãe aguarda ansiosamente a prova dos vestidos! – A mais nova das três mulheres exclamou, recebendo um olhar de repreensão da mais velha.

– Não fale desta maneira com a Princesa, Suzana.

– Oh... – Suzana pareceu pensar um pouco, enrubescida. – Desculpe-me, Princesa, isso não irá se repetir. Prometo-lhe.

– Suzana? – Chamou e garota tornou a olha-la – Não precisa se desculpar. Mas, se você puder me fizer um favor...

– Qualquer coisa.

– Acompanha-me. – Disse e saiu da cozinha, torcendo para que a garota a seguisse.

– Princesa, eu não posso abandonar minhas funções na cozinha por muito tem...

– Me diga, Suzana, qual o meu nome?

– Princesa Skye Lore, de Lorien.

– Skye, meu nome é mesmo esse... – Suzana a olhou com o cenho franzido – Então, por que eu não me lembro de nada disso aqui.. Bem, eu sei que meu nome é Skye. Recordo-me de já terem me dito que eu sou uma princesa... Mas é como se eu nunca tivesse vivido isso. É confuso e... Estranho.

– Talvez. – Suzana começou depois de um minuto em silêncio – Seja a tensão pelo casamento, Princesa. Seu pai já em disse uma vez que grandes acontecimentos tendem a pressionar nosso cérebro...

– Ca-casamento?

– Sim, Princesa.

– De quem?

– O seu, Princesa.

– Meu?

– Sim, Princesa.

– Com quem?

– Com o Príncipe de Asgard, Princesa.

– Príncipe?

– Sim, Princ...

– Eu não posso me casar! – Gritou, agarrando Suzana pelos braços. – Me diga que isto é um sonho, me diga. Agora!

– Mas...

– Skye, minha filha. – Uma mulher elegante, trajada em um vestido vermelho, caminhou até ela. Fazendo um sinal para que Suzana saísse de perto delas, a garota obedeceu. – Não acredito que você está tendo outra de suas crises...

– Outra crise?

– Eu sempre entendi o fato de você querer viver nesse mundo dos sonhos que você criou, com seus humanos imaginários, mas... – Ela passou as mãos sobre o ombro de Skye – Hoje é o seu casamento. Já chega!

Olhando bem no fundo dos olhos de sua mãe, as lembranças vieram aos poucos para Skye. Ela era a princesa, única herdeira do trono de Lorien, e iria se casar com o seu amado Kaylo, pela união de Asgard com seu planeta. Estava feliz com isso. Era o que todos esperavam e queriam dela. No entanto, ainda faltava algo. Mais exatamente, alguém.

O rosto que lhe vinha à mente com frequência. O rosto de uma das suas ilusões humanas.

– Tudo bem, mãe. Perdoe-me. – Falou, afastando os pensamentos inúteis da cabeça. Ela era uma princesa, tinha de amar o homem que estava em sua realidade, não aquele que ela só via em sonhos angustiantes. – Há tempo estou dormindo?

– Um dia e meio. – A mãe lhe sorriu. – Isso só a deixou ainda mais linda sabia...? Mas bem. – Comprimiu o lábio – Que tal você, enfim, conhecer-se em seu vestido?

~*~

Campos Férteis de Lorien/ 16h34min (hora do casamento)

A marcha nupcial começou a tocar.

Skye entrou com passos vacilantes no local decorado especialmente para seu casamento. Seu pai, o rei de Lorien, estava ao seu lado, sorrindo para os muitos convidados espalhados para o local. O coração parecia que ia lhe sair pela boca, mas aquela não era uma sensação boa. Apesar de saber que estava feliz e que amava Kaylo, não era assim que ela se sentia.

Duas garotas com vestidos rosa levavam nas mãos cestas repletas de pétalas azuis. Rostos lhe sorriam abertamente. Mas ela não conseguia parar de encarar o chão, coberto por um comprido tapete vermelho. Tapete esse que ficou incrivelmente pequeno quando ela, enfim, levantou o rosto e viu seu noivo. Sabia quem ele era, entretanto não o conhecia realmente. E aquilo era estranho. Estranho como tudo que se passava ao redor.

Tudo começou a se passar rápido de mais, para o desgosto de Skye. Logo ela estava ao lado de seu noivo no altar. Logo a cerimônia começou. Logo lágrimas começaram a rolar pelo rosto de sua mãe, em seguida pelos das demais convidadas. Logo o discurso, que de alguma forma ela parecia conhecer, foi dito e a pergunta inevitável foi proferida.

– Princesa Skye Lore, aceita tomar o Príncipe Kaylo Red de Asgard como seu marido e futuro rei?

A resposta era simples e quase saiu de forma automática. Um sim. No entanto, ao abrir a boca nada conseguiu falar. Era impossível falar sim. Os convidados para de respirar, o ar apreensivo tomou conta do ar. A pergunta foi refeita. Ela olhou dos convidados para seu vestido. Do seu vestido para o chão. Do chão para o rosto do Príncipe ao seu lado.

– Vamos lá, Princesa Skye... – Kaylo cutucou-a – Você não vai querer que eu te aplique um soro da verdade, vai?

– Soro da verdade?

As palavras fizeram-na paralisar, mas só por fora. Dentro dela uns turbilhões de imagens, lembranças e sonhos, se confundiam. Soro da verdade. Soro da verdade. As palavras de Kaylo ecoavam em sua cabeça. Entretanto a voz que as dizia era diferente. Era uma voz capaz de causa-la medo, mas capaz de fascina-la, com a mesma intensidade.

Então, ela já não estava mais naquele lugar, com todos aqueles olhares a repreendendo. No lugar em que ela estava havia apenas ela e uma pessoa, apenas ela e um olhar ameaçador.

– Escute, há duas maneiras de fazermos isso. – O homem dentro da jaqueta de couro disse-lhe de forma nada gentil.

– Oh. Uma delas é a fácil? – Debochou.

– Não.

– Não. - Repetiu vacilante.

– Primeiro, seu nome? – Ele franziu as sobrancelhas, ao mesmo tempo em que se inclinou sobre a mesa.

– Calma, cowboy. – Riu sem ser acompanhada. - Sou a Skye, o desprazer é todo meu.

– Seu verdadeiro nome? – Insistiu.

– Isso não importa agora. - A porta da sala de interrogatórios foi aberta, um outro homem entrou. - Aqui. - Continuou, colocando um frasco em cima da mesa. - Soro da verdade.

– Verdade? –Indagou, não gostava do rumo daquela conversa.

– Não conhece essa palavra, Skye? – O cowboy meio robótico provocou-a. De novo.

– Agente Ward – O outro o chamou.

Esse era o nome dele, Ward.

– Ward. – Sussurrou sorrindo.

–O quê? – Kaylo perguntou recuando dois passos. – Quem é Ward, Skye?

– Essa é a verdade, eu sou apaixonada pelo Ward. – Falou virada para todos os convidados, recebendo um “ooh” uníssono como resposta.

– Skye! – O pai a repreendeu – Não venha me falar desse seu imaginário, seja uma Princesa séria ao menos uma vez em sua vida...

– O Ward existe, eu sinto isso.

– O saber é maior que o sentir, aprenda isso, meu bem. – A mãe colocou a mão em seu ombro, forçando-a a olha-la nos olhos. – Agora peça desculpas a todos, por favor e diga sim ao Príncip...

– Não. – Respondeu secamente.

– Skye. Diga. Sim. – Ela pontuou cada palavra. Skye tentou afasta-la, tentou ignorar aquela ordem, mas, por um motivo desconhecido ela se viu pedindo desculpas para todos ali presente. E logo depois virou-se para seu noivo, que tinha os olhos marejados.

– Desculpe-me, Kaylo. – Ela sorriu. – Não sei o motivo de fazer essas coisas. É claro que eu aceito. Sim, eu aceito.

– Você me assustou, Skye. – Kaylo sorriu de volta. – Eu te amo.

– Eu também. – Respondeu. Se perguntado logo em seguida se já havia falado uma frase mais vazia do que essa em sua vida.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Quero saber como estão, confusos? Com raiva? Curiosos? Tristes? Isso ficou uma boxxxta? Isso ficou bom? ME DIGAM! Ah! Leitores fantasmas, deem uma aparecida, não custa nada huh?!
Enfim , como eu já disse, esse seria o epílogo, porém quando eu o estava lendo percebi que ficou muito grande, até um pouco sem nexo o final (apesar do tamanho), então para poupar-lhes do cansaço de um capítulo ENORME, e me poupar de dar a minha fic um fim que eu não gostei, vou alongar a história.
Felizes com essa?



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Danger" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.