Blackmail escrita por Dramione Shippers


Capítulo 18
Capítulo 18


Notas iniciais do capítulo

Oi oi gente.Demorei mas cheguei.É difícil prometer atualizações constantes porque eu tenho estudado bastante ultimamente,porém assim que possível estarei postando.

Boa leitura.



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De todas as coisas ruins que podiam lhe acontecer ele foi parar numa praia deserta com Hermione Granger,cercado por índios de arcos e flechas apontados para eles.

Apesar de o dia ter amanhecido há algum tempo,a mata parecia escurecer quanto mais eles a adentravam.Os galhos se emaranhavam acima de suas cabeças,as folhas secas estalavam sob seus pés,o ar denso mal enchia seus pulmões e eles caminhavam silenciosamente,guiados pelo o que pareciam ser canibais.Hermione andava de cabeça erguida –o que resultou em arranhões nos joelhos e feridas em carne viva em suas mãos,alguns murmúrios ininteligíveis de seus sentenciadores e um Draco Malfoy irritadiço a levantando do chão após a terceira queda,segurando seu braço e andando cauteloso junto de seu corpo-,para evitar que suas lágrimas escapassem de seus olhos.Projetou seu olhar para a frente,e para a frente somente,até que Draco a segurou junto de si para que ela não mais caísse.Ela podia sentir o pânico borbulhando na boca de seu estômago, a vontade de chorar travada em sua garganta,suas feridas queimando e uma labareda tomando conta de seu coração.

–Vai ficar tudo bem – verbalizou Draco,entrelaçando suas mãos,dando à ela um pequeno gesto de conforto.Mas ambos sabiam que nada ia ficar bem,porque os dois podiam sentir o cheiro de sangue subindo por suas narinas e instrumentos feitos de ossos grandes demais para que pertencessem à animais que habitariam a ilha,e colares feitos de sisos –Hermione reconheceu estes logo de cara -,e toda a aura do local indicava uma coisa:morte.Mas nada impedia um pouco de esperança.Hermione apertou a mão de seu ex-inimigo,tentando se agarrar à algo que sabia que não mais teria.

Andaram pelo o que parecia uma eternidade,o Sol se punha dando lugar às primeiras estrelas da noite.O casal sentia fome,sede,exaustão.Parecia que tudo aquilo fora calculado para que quando a hora final chegasse eles estivessem tão cansados que lutar por suas vidas seria inútil.

–Eu consigo ver todas as estrelas daqui- disse Draco,quando chegaram à uma clareira,finalmente se livrando da mata escura e densa.A poucos metros de onde se encontravam haviam pequenas construções feitas de barro e galhos,cercando uma grande fogueira que se erguia esplendorosa e imponente diante de seus olhos.Hermione se pegou pensando se era ali que eles morreriam,como nos filmes de aventura,amarrados a tocos de madeira rodando sob o fogo,como frangos de padaria.

Assim que se aproximaram da fogueira foram obrigados a separarem suas mãos,os nativos fizeram cortes que iam da base de seus dedinhos até quase a base de seus dedões,recolheram o sangue de cada um dos bruxos –que de tão cansados nem lutaram contra a cissura- e os levaram em direções opostas à ocas vazias.Hermione arriscou um último olhar na direção de Draco,vendo o loiro entrar em sua própria oca.

A única luz que o lugar apresentava era o que brechas da construção permitiam que a fogueira irradiasse lá dentro.Granger sentou-se no chão de terra batida e esperou silenciosamente para a sua sentença.Podia ouvir o crepitar do fogo e barulhos constantes de mais e mais pessoas se agrupando ao redor da labareda.Gotas de suor pingavam de sua testa e ela sentia tudo e nada ao mesmo tempo.Mal sabia quanto tempo havia se passado até que a porta foi aberta e uma jovem de cabelos negros e pele coberta de barro entrou no recinto,trazia consigo uma cumbuca com o que parecia ser água e o entregou à Hermione.Com as mãos tremendo,a jovem bruxa levou o objeto aos lábios,sentindo a aspereza de sua língua desaparecer com a ação.Assim que a garota terminou de ingerir a bebida a jovem afagou seus cabelos,e Hermione não pode conter as lágrimas que teimaram em escapar de suas orbes.Dois anciões adentraram a oca e levantaram Hermione do chão,levando-a até a fogueira onde toda a tribo encontrava-se.Amarram as suas mãos às costas e a dispuseram sentada com os joelhos recostados em sua caixa torácica.Não muito demorou até que Draco fosse levado até onde ela se encontrava,o mesmo processo foi repetido com ele,e o colocaram de forma que ficasse de costas paras as costas de Hermione.Uma bacia de barro foi prostada entre os dois,junto com ervas e pedras que reluziam à luz da Lua.Era um sacrifício.

–Vai ficar tudo bem –murmurou Draco,encontrando a mão de Hermione mais uma vez e as entrelaçando.As lágrimas corriam serenas pelo rosto da jovem e ela mais uma vez apertou a mão de seu ex-colega,tentando mais uma vez se agarrar a algo que sabia que não mais teria.

–Sabe,Granger,eu consigo ver todas as estrelas daqui –ele disse.Hermione levantou seu rosto para que pudesse visualizar os corpos celestes.Realmente,acima de suas cabeças um manto brilhoso cobria o céu.Hermione podia distinguir algumas estrelas.Ursa menor,Kochab,a Polar.

–Granger,você lembra daquela aula de Astronomia,no nosso sétimo ano?A professora Sinistra tinha nos dado uma tabela gigantesca da posição de três estrelas para que adivinhássemos as horas.

–Sim,eu lembro –ela respondeu.E como poderia esquecer?Tinha sido a primeira a entregar a atividade mais difícil do ano e de uma das matérias mais complexas.Mas por que Draco a estaria lembrando disso?Qual era o propósito?

–Ah sim,eu lembro como se fosse ontem.Você foi a primeira a entregar,seu cabelo estava preso num coque e você tinha aquele brilho nos olhos como se aquela tarefa fosse a coisa mais importante a ser entregue.E eu lembro de olhar pro céu,tentando adivinhar que horas erão e ver as três estrelas posicionadas exatamente como estão nesse momento.E o toque de recolher soou pelos meus ouvidos.Dez horas.

Wow,Hermione pensou,ele realmente tem uma boa memória.Nem ela se lembrava de tudo aquilo,do jeito como o cabelo dela estava ou da posição das estrelas naquela hora.Ela só lembrava de ouvir o sino tocar e sair da torre em direção à sala comunal porque tinha combinado de se encontrar com seus amigos em frente à lareira às dez horas.Dez horas,ela pensou.

–Dez horas –ela balbuciou.Malfoy era um gênio,um gênio.

–Granger,eu preciso que você segure firme na minha mão,ok? –ele disse.

–Tudo bem-ela respondeu,fechando os olhos.Agora podia ouvir sons que antes não ouvira,um canto sincronizado ao seu redor.O ritual estava para começar.

–No três- Draco alertou –Um.Dois.

“Três”,Hermione ouviu.Sentia ser puxada pelo umbigo.O mundo girava e parecia que sua cabeça tinha dado uma volta de trezentos e sessenta graus.Ainda sentia o calor da mão de Draco na sua quando seu corpo recostou no chão.

–Granger –ouviu seu nome ser chamado-,nós chegamos.Já pode abrir os olhos.

Nunca se sentiu tão aliviada ao ver a mobília sofisticada da casa de Draco Malfoy.Ele já havia se levantado e ido até a mesa de centro,voltando com as varinhas em mãos para que se desfizessem das cordas que as amarravam.Hermione cautelosamente conjurou um feitiço para desatar os nós nos pulsos de Draco –o que foi um tanto difícil já que ela,literalmente,estava de mãos atadas.

–Você é um gênio,sabia?- ela disse,esfregando os pulsos.

–Já ouvi isso antes –ele replicou.

Quando finalmente encostaram as cabeças nos travesseiros respiraram em paz.Haviam tomado banho e se alimentado com o que viram pela frente,até que a exaustão tomou conta de ambos.

–Sabe –começou Hermione -,três meses depois da guerra eu fui atrás dos meus pais.Eu tinha me apagado da memória deles e quando finalmente fui encontra-los me deparei com a morte.

“Acidente de carro.”, continuou,”E desde então não tem um dia que eu passo sem desejar que ela venha pra mim também,a morte.Não me entenda mal,eu realmente fico feliz por todo aquele período de trevas ter passado e eu realmente amo meus amigos.Mas eu não me sinto completa.Eu sinto falta deles.Nós não temos noção do que temos até que perdemos tudo.E hoje,eu juro por Deus Malfoy,eu nunca me arrependi tanto de ter desejado isso.Acho que não percebi o quão importante a vida é pra mim até que a morte me encarasse no olho.Tenho me metido em missões suicidas por dois anos atrás de uma paz que eu achei que a morte me traria,mas...mas eu não quero isso,Draco.”

“Eu não quero morrer”,ela completou,seu rosto lavado pelas lágrimas.Preencheu o espaço entre ela e Malfoy,encolheu-se ao lado de seu ex-inimigo e chorou.

–Você não vai,Hermione.Você não vai morrer –Draco replicou,acolhendo a mulher em seus braços,até que ambos caíram no sono.


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Notas finais do capítulo

Amo vocês.