A Jovem Do Ar escrita por Cakeyloser


Capítulo 7
Capítulo 7


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem! No último capítulo: "Em cima da mesa, onde há algumas horas estava George, estava meu pai."



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Todas aquelas lembranças que eu tinha sobre meu pai, passaram nos meus olhos, mas assim como lembrei delas, também tentei as esquecer.

— Pai, o que está fazendo? Por que você caça essas pessoas? O que elas te fizeram?

— Eles mataram meu irmão injustamente quando eu era pequeno. A única coisa que ele fazia era me proteger e eles o mataram em minha frente! Quando soube que iriam fazer uma sociedade que os caçava, logo me juntei. Eu era o melhor dos agentes, até que a sociedade acabou, não podia aguentar que isso acontecesse e resolvi criar o meu próprio exército. Descobri o seu precioso esconderijo graças à você minha filha querida!

Sempre gostei muito de meu pai, mas agora esse que está em cima da mesa, comandando todo esse terror, não era ele. Este virou-se de mim para o resto do povo, com um grande sorriso no rosto.

Ele fez um gesto com os dedos e todos se calaram.

— Walters, traga-o para cá. - Uma mulher com uniforme cinza, óculos escuros e cabelos castanhos entrou na sala com George nas mãos.

Ele estava com as mãos atadas e cortes em seu rosto e braços. A mulher o colocou ajoelhado no chão com sua arma apontada para a cabeça dele. Meu pai se virou para nós.

— Muito bem! Agora, vou dar uma escolha pra vocês. Quero que três de vocês se entreguem agora ou ele morre. - Meu pai apontou para George.

Segundos se passaram e ninguém se pronunciou. Ele ficava cada vez mais irritado. Fez um aceno com as mãos e a mulher com a arma na cabeça de George a armou com uma bala, pronta para atirar. Mais segundos se passaram e ninguém falou. Meu pai fez outro aceno com a cabeça e a mulher disparou...

George caiu no chão, morto. Sangue escorria do ponto atrás de sua cabeça formando uma poça ao seu redor. Todos ficaram mais nervosos.

— Isso acontecerá a todos, até que alguém responda. Watson, traga o outro.

Mais um de seus agentes entrou na sala trazendo uma menina nova, de mais ou menos, uns 10 anos. Era loira com olhos castanhos, lembrava minha mãe quando era menor. Ela não podia ser outra vítima.

Watson era um homem alto e com cabelos tão grandes que estavam presos em um rabo de cavalo. Estava vestido igual a mulher, óculos pretos e terno cinza.

Meu pai acenou novamente com a cabeça e Watson colocou as balas em sua arma. Eu não podia deixar essa menina morrer. Todos ficaram quietos novamente, mas eu não...

— Parece que não se importam com as pessoas de sua espécie, não é! - Disse meu pai com o sorriso, da qual eu não reconhecia e agora odiava. - Watson, faça! - Watson atirou.

Tudo em minha visão escureceu. Não sabia o que tinha acontecido, apenas lembro de Watson atirando. Minha visão havia voltado e tudo estava parado, como na cozinha da primeira vez. As únicas pessoas que não estavam imóveis eram aquelas que tinham o mesmo poder que o meu.

Nicole, a menina de 10 anos que estava sob a mira de Watson, estava de joelhos no chão com as mãos amarradas, mas estava viva. Uma onda de alívio passou por todo meu corpo, mas estava segurando o poder tempo demais, não iria aguentar. Quando o tempo voltou ao seu normal, os soldados estavam sem entender, assim como meu pai. Ele me olhou.

— Eu me ofereço. - Digo. Ouço suspiros em todos os cantos da sala. Olhei para Luca e seu rosto estava neutro.

— Eu me ofereço - Diz ele. Mais suspiros. Fico aliviada por tê-lo por perto, mas também nervosa por que nós estamos caminhando para a morte certa. Olho para o meu pai e aquele sorriso que nunca havia visto antes estava de volta em seu rosto.

— Quem será o terceiro sortudo? - Riu ele.

— Eu me ofereço. - Diz Megan. Fiquei surpresa por isso, não imaginava que ela faria isso.

— Ótimo! Watson e Walters soltem o resto, Herman e Black amarre esses três aqui. O resto se retire. - Todos os agentes e pessoas do refúgio, um por um, foram se retirando, fazendo com que apenas meu pai, Herman, Black, Megan, Luca e eu ficarmos sozinhos.

— O que vocês farão com eles? - Quis saber Luca, seu rosto ainda neutro.

— O óbvio. Todos serão aprisionados em nossa sede.

— E nós? - Dessa vez sou eu quem pergunta.

— Seu namoradinho idiota e a irmã dele serão aprisionados em uma cela especial, pois serão sujeitos à experiências. Você será submetida a tal, mas separadamente, por conta de ter um "poder especial" e vai conhecer uma pessoa antes. Herman, Black, levem-os! - Os dois agentes nos colocaram algemas e nos levaram para fora do refúgio.

Carros grandes e pretos estavam estacionados em frente a estação, cada qual, com os membros e agentes. Ficamos eu, Luca e Megan no banco de trás do carro. Ele era divido, nos impedindo de ver o que havia em nossa frente.

O carro parou depois de horas andando. Não sabia onde estávamos porque o vidro do carro era escuro e não dava para ver o lado de fora. As portas se abriram e fomos empurrados para fora do carro. Estávamos em uma casa linda bem escondida por entre as árvores. Era a única construção do local, o resto era apenas árvores e mato.

— Vamos! - Disse uns dos agentes. Havia um atrás de cada um de nós, cada um com sua arma nos cutucando as costas.

Meu pai mandou que nos colocasse em uma cela, naquela hora ele chegou perto de mim e disse:

“Me perdoe por fazer isso, Annie. Mais tarde vou explicar tudo o que precisa saber. Antes tem que conhecer alguém."

Ele me guiou até uma sala pequena, quadrada e totalmente branca. No meio havia uma mesa de metal cinza e duas cadeiras. Ele me mandou sentar em uma e eu me sentei, assim como ele.

— O que quer de mim? - Pergunto praticamente cuspindo nele.

— Veja bem antes de me julgar! - Disse ele sem alguma emoção presente em seu rosto. - Já disse do porquê estou aqui.

— Por causa do seu irmão.

— Sim. Antes, quando era mais novo, a única coisa que eu queria era vingança, matar aquele que matou meu irmão. Entrei na sociedade e fiquei aqui por anos até conseguir um treinamento adequado e quando consegui, fui atrás de quem havia matado meu irmão. Só lembrava de seu rosto e nada mais, então entrei escondido na sala do comandante e roubei os arquivos dos agentes que trabalhavam naquela época e seus capturados, até que achei o homem, seu nome era Robert Hertel. Procurei tudo sobre esse homem até achá-lo.

— E você o achou?

— Achei, achei e o matei. Mas tem um porém. Eu não sabia que Robert tinha uma família, mulher, filhos... Ele tinha dois, um de 4 anos e o outro nem havia nascido ainda. - Meu pai estava lutando contra as lágrimas, mas não conseguia vencê-las. - Eu não sabia, Annie e o matei mesmo assim! Fiz o mesmo que ele havia feito comigo para sua família... Tirado alguém de quem você ama. Depois de tudo isso eu resolvi sair da sociedade. Conheci sua mãe e arranjei um trabalho honesto. Nós tivemos Zender e depois você. Estava tudo perfeito até o jantar de aniversário de sua mãe, quando você parou o tempo. Soube naquele momento que eu estava certo sobre você. Eles sentiram sua presença, eu tinha que ajudá-la! Só que antes que eu pudesse fazer algo, eles me encurralaram, procuraram por você, então fiquei desesperado por ajuda. Aí que Luca apareceu.

— Então está querendo dizer que você está fingindo tudo? Luca sabia? - Ele assente. Minha mente está um turbilhão. Por que eles não me contaram nada?

— Precisa me prometer que vai fingir também. O certo era eu não te contar, mas eu não aguentava te ver me olhando daquele jeito.

— Eu prometo, pai. - Digo soltando o ar que eu não sabia que estava segurando. 

— Ótimo! Agora espere aqui, preciso que você conheça alguém muito importante.

Meu pai saiu da sala e eu fiquei o esperando ainda digerindo tudo o que ele havia me contado. Quando ele voltou, havia uma menina com ele, alta e com pele branca. Cabelos longos e pretos com algumas mexas loiras e olhos castanhos escuros. Eu não a conhecia, o que meu pai queria me mostrar nela?

— Sente-se. - Disse meu pai a ela e esta o fez. Meu pai ficou de pé no canto da sala. - Annie, essa é Aria, sua irmã.


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Notas finais do capítulo

Espero que gostem! Próximo capítulo em alguns dias



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