– VOCÊ O QUÊ? - grito caindo para trás.

– Eu disse que sei falar...

– Mas você é uma avox! - digo a ela - Avoxes não falam!

– Eu... É uma longa história.... - ela diz chacoalhando a cabeça - agora posso ir?

– Eu quero saber. - digo parecendo que estou ordenando

– Saber o quê? - ela diz confusa.

– A sua "história" ué. - respondo como se fosse óbvio.

– Ah... É que eu estava fugindo do distrito 6 com a minha irmã gêmea no dia da colheita, mas um aerodeslizador nos pegou na floresta. Depois eu desmaiei e acordei numa sala esquisita, ao meu lado, presa em uma maca estava minha irmã - ela abaixa a cabeça e começa a chorar.

– Se não quiser contar....

– Ela acordou quando eu chamei ela, mas quando abriu os olhos um som de doer os ouvidos começou a tocar alto. Então ela balançava a cabeça em negativa e apontava para a minha maca, mas até hoje eu não entendi o que ela queria dizer... Ela não falava, só fazia gestos. Então milhares de pacificadores apareceram e bateram nela, e eu não sabia o por quê! POR QUÊ ELES BATERAM NELA? POR QUÊ? Eu não sei. Com os pacificadores ocupados eu consegui fugir. Mas eu deixei minha irmã lá, sozinha.

– A culpa não foi sua... (n/a: A culpa é das estrelas sahsahshas,voltando)

– FOI! A culpa foi minha! Eles ainda estão me procurando sabia? Eu quero ir embora daqui! - ela grita revoltada.

– Todos querem! - grito de volta.

– CLOVE! - alguém grita de longe - CLOVE! CADÊ VOCÊ?

– Ah meu Deus! Corre! Foge! Some daqui! Vai! Vai!Vai! -sussuro para ela.

– CLOVE! - está chegando mais perto - Clove?!

– Eu estou aqui! - grito - Aqui!

– Até que enfim, Clove! - era.... Cato? Ele estava me procurando?

– É. Eu me perdi, vamos? - digo andando.

– Err... Sobre isso.... Eu meio que..... Nãoseiocaminho.

– O que você disse? Não entendi nada - paro.

– Nãoseiocaminho... - Ele repete

– Fala direito garoto.

– Não.Sei.O.Caminho.

– VOCÊ O QUÊ? - grito avançando em cima dele.

– Calma aí, baixinha. Uns pacificadores estão atrás da gente... É só andar por aí que a gente acha eles ou o trem. - diz despreocupado

– Então vamos. E eu não sou baixinha. - digo abaixando a voz.

Andamos por aí por um bom tempo, mas não encontramos nada além de árvores brancas. (n/a: por causa da neve tá gente)

– Ah! Que se dane eles. Eu vou sentar bem aqui - ele diz apontando para uma árvore - e esperar, eles que nos achem.

– Eu também fico.... - sento ao lado dele e agarro minhas pernas... Que frio...

– Tá com frio baixinha? - ele diz se aproximando

– Eu to bem... - digo.

Não adiantou. Ele me abraça por trás e diz:

– Tá tudo bem, eles estão chegando... - deito em seu ombro e ficamos esperando...

Um barulho. Alguém estava no meio daquela mata. E estava perto....

Abri a boca para gritar mas... E se fosse a avox? Eu não iria fazer ela sofrer mais...

– Até que enfim vocês chegaram... Quase morremos congelados aqui! - Cato grita.

Mas não era a avox, nem os pacificadores, nem sequer uma pessoa... Era...

– Urso! Corre!